segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Religião/ Vice-presidente da  URPAO anuncia  partilha de recomendações da 10ª Conferência da organização com as três plataformas políticas do país

Bissau, 27 Jan 25 (ANG) - O Coordenador da Associação do Clero  Diocesano da Guiné- Bissau e vice-presidente da  União Regional dos Pares da Africa Ocidental(URPO)Padre Augusto Mutna Tambá anunciou ,no domingo,  a realização de vários encontros com as três plataformas políticas do país, nomeadamente o PAI - Terra Ranka, API “cabas grande”, Republicanos nó kumpu, para partilha da recomendações saídas na 10ª conferencia da organização realizada, em Junho do ano passado, em Bissau.

Em declarações à imprensa sobre a disseminação dessas recomendações que só agora é apresentado, publicamente, Padre Mutna Tambá disse que estão previstas a realização de  encontros entre líderes religiosos, não só católicos, mas também muçulmanos, evangélicos e  da religião tradicional.

Acrescentou que serão realizados na primeira semana de Março encontros com  as organizações  juvenis  para em Outubro ser entregue  um documento na Assembleia Nacional Popular(ANP).

 Na conferência, conforme o vice-presidente da URPAO , foram debatidos vários assuntos entre os quais, a situação das  igrejas e problemas sociopolíticos.

 “Noutras partes do mundo, e também na Guiné Bissau, pode existir a tendência de pensar  que a minha religião ou etnia é mais importante  do que do outro. Não é bem assim, porque todos nós somos do mesmo país e do mesmo Deus”, afirmou.

Mutna disse  que  quando se trata de assunto como este, ninguém poder ser deferente, e defende que  deve-se unir e trabalhar juntos para encontrar solução sobre extremismo violento na África subsaariana.

Instado a falar sobre as causas do  extremismo disse que pode ser a falta de melhores condições de vida ou do controlo dos pais para com os filhos.

Segundo Padre Augusto Mutna Tambá, a pobreza contribui muito para surgimento desse fenômeno.

Disse que na Guiné-Bissau a questão de intolerância étnico religioso nunca constituiu uma  ameaça para coesão o que, diz, faz dos guineenses um povo pacífico tolerante e caracterizado pela sua  riqueza cultural  étnico.

Disse que a 10ª conferência produziu   recomendações para chefes de Estados e  os Bispos assumem as suas responsabilidades rezando para que haja o bem do país e contribuir para que não haja desconfiança entre religiosos.

Os padres recomendam aos Chefes de Estado a promoção da  paz e a justiça através de sua comunicação visando o desenvolvimento de  África;

Trabalhar para evitar incitação à intolerância e à instrumentalização étnico-religiosa; Respeitar a Constituição da República; Ajudar os cidadãos a preservarem a sua diversidade étnica, cultural e religiosa; Reforçar a convivência pacífica, segura e tolerante através do controlo das fronteiras, respeitando as leis transfronteiriças e a carta dos direitos humanos; Combater o fenômeno de intolerância e do extremismo através das leis da República, Investigar através das instâncias competentes e trazer a justiça os responsáveis pelos atos de intolerância étnico religioso que tendem a pôr em causa a paz social.
 

Aos Bispos para exercerem o papel profético com coragem e determinação; reforçar a educação em valores étnicos e morais; Ser agentes efetivos da paz, da reconciliação e da coesão nacional; Manter equidistantes da política dos partidos políticos; Exortar para a Liberdade e Verdade.

No documento lido no domingo(26) na Igreja Santo António de Bandim, em Bissau ,pelo Padre Abulai Sanhá, pede-se aos  fiéis leigos para não permitir que a política, a etnia ou a religião divida a Sociedade.

Refere que os padres Católicos da Africa Ocidental se comprometem em  promover a identidade sacerdotal; assegurar a credibilidade da Igreja como sacramento da unidade de todos os povos; trabalhar para encorajar o diálogo inter-religioso e entre etnias, evitar que os Padres e Religiosos tomem parte na militância política.

A 10ª conferência da URPAO decorreu no passado mês de Junho em Bissau, sob o lema O papel profético dos padres face à intolerância e à instrumentalização étnico-religiosa na África subsaariana”.

ANG/LPG//SG

 

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