Religião/ Vice-presidente da URPAO anuncia partilha de recomendações da 10ª Conferência da organização com as três plataformas políticas do país
Bissau, 27 Jan 25 (ANG) - O
Coordenador da Associação do Clero
Diocesano da Guiné- Bissau e vice-presidente da União Regional dos Pares da Africa Ocidental(URPO)Padre
Augusto Mutna Tambá anunciou ,no domingo, a realização de vários encontros com as três plataformas
políticas do país, nomeadamente o PAI - Terra Ranka, API “cabas grande”,
Republicanos nó kumpu, para partilha da recomendações saídas na 10ª conferencia
da organização realizada, em Junho do ano passado, em Bissau.
Acrescentou que serão realizados na
primeira semana de Março encontros com as organizações juvenis para em Outubro ser entregue um documento na Assembleia Nacional Popular(ANP).
Na conferência, conforme o vice-presidente da
URPAO , foram debatidos vários assuntos entre os quais, a situação das igrejas e problemas sociopolíticos.
“Noutras partes do mundo, e também na Guiné
Bissau, pode existir a tendência de pensar que a minha religião ou etnia é mais
importante do que do outro. Não é bem
assim, porque todos nós somos do mesmo país e do mesmo Deus”, afirmou.
Mutna disse que quando se trata de assunto como este, ninguém
poder ser deferente, e defende que deve-se
unir e trabalhar juntos para encontrar solução sobre extremismo violento na
África subsaariana.
Instado a falar sobre as causas do extremismo disse que pode ser a falta de melhores
condições de vida ou do controlo dos pais para com os filhos.
Segundo Padre Augusto Mutna Tambá, a
pobreza contribui muito para surgimento desse fenômeno.
Disse que na Guiné-Bissau a questão de
intolerância étnico religioso nunca constituiu uma ameaça para coesão o que, diz, faz dos
guineenses um povo pacífico tolerante e caracterizado pela sua riqueza cultural étnico.
Disse que a 10ª conferência produziu recomendações para chefes de Estados e os Bispos assumem as suas responsabilidades
rezando para que haja o bem do país e contribuir para que não haja desconfiança
entre religiosos.
Os padres recomendam aos
Chefes de Estado a promoção
da paz e a justiça através de sua
comunicação visando o desenvolvimento de África;
Trabalhar para
evitar incitação à intolerância e à instrumentalização étnico-religiosa; Respeitar a Constituição da República; Ajudar os cidadãos a preservarem a sua diversidade
étnica, cultural e religiosa; Reforçar a convivência pacífica, segura e
tolerante através do controlo das fronteiras, respeitando as leis
transfronteiriças e a carta dos direitos humanos; Combater o fenômeno de
intolerância e do extremismo através das leis da República, Investigar através
das instâncias competentes e trazer a justiça os responsáveis pelos atos de
intolerância étnico religioso que tendem a pôr em causa a paz social.
Aos Bispos para exercerem o papel
profético com coragem e determinação; reforçar a educação em valores étnicos e
morais; Ser agentes efetivos da paz, da reconciliação e da coesão
nacional; Manter equidistantes da política dos partidos políticos; Exortar para a
Liberdade e Verdade.
No documento lido no domingo(26) na
Igreja Santo António de Bandim, em Bissau ,pelo Padre Abulai Sanhá, pede-se aos fiéis leigos para não permitir que a política,
a etnia ou a religião divida a Sociedade.
Refere que os padres Católicos da Africa Ocidental
se comprometem em promover a identidade sacerdotal; assegurar a
credibilidade da Igreja como sacramento da unidade de todos os povos; trabalhar para encorajar o diálogo
inter-religioso e entre etnias, evitar que os Padres e Religiosos
tomem parte na militância política.
A 10ª conferência
da URPAO decorreu no passado mês de Junho em Bissau, sob o lema O papel profético dos padres face à
intolerância e à instrumentalização étnico-religiosa na África subsaariana”.
ANG/LPG//SG
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