EUA/"Grande
honra". Trump perdoa ativistas antiaborto condenados por ataque
Bissau,
24 Jan 25(ANG) - O presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, anunciou esta quinta-feira que ia perdoar 23 ativistas antiaborto
condenados por bloquear entradas e fechar temporariamente clínicas de aborto e
apontou que era uma "grande honra estar a assinar isto", de acordo
com a agência de notícias Associated Press.
"Estas pessoas não
deveriam ter sido processadas. Muitas delas são idosas", reiterou Trump à
medida que assinava os perdões para os "manifestantes pacíficos
pró-vida", alguns com condenações federais, mais concretamente, os
envolvidos na invasão e bloqueio de uma clínica em Washington, em outubro de
2020.
A líder do bloqueio, Lauren
Handy, foi condenada a quase cinco anos de prisão ao orientar os manifestantes
a unirem-se com correntes e cadeados de forma a bloquear as entradas da
instituição.
A ideia levou a que uma
enfermeira torcesse o tornozelo, ao tentar entrar na clínica, ao ser empurrada
por uma das pessoas. Outra mulher foi abordada por um dos bloqueadores enquanto
estava com dores de parto. Para além disso, em casa de Handy, foram encontrados
cinco fetos após ser indiciada.
Contudo, o presidente
norte-americano concedeu perdão a Handy e a outros nove manifestantes
condenados pelo ataque.
Em junho, Trump tinha
criticado o então presidente Joe Biden por prosseguir com acusações contra os
manifestantes envolvidos em bloqueios.
"Muitas pessoas estão
presas por isto", referiu na altura dizendo que "vamos tratar disso
imediatamente".
No outro lado da moeda, os
defensores do direito ao aborto criticaram os perdões de Trump e realçaram que
estes provam a sua oposição ao acesso, apesar das suas declarações vagas e
contraditórias quanto ao assunto durante a campanha eleitoral.
O anúncio do perdão ocorre
às vésperas de uma grande manifestação antiaborto em Washington, chamada
'Marcha pela Vida'.
Segundo a imprensa local, o
magnata de 78 anos deverá discursar no protesto por videoconferência, enquanto
o vice-presidente, JD Vance, é esperado no local.
Donald Trump permaneceu
deliberadamente vago sobre a polémica questão do direito ao aborto durante a
sua campanha.
Enquanto a direita cristã
pede restrições federais à proibição federal da gravidez, o republicano disse
querer deixar essa competência para os estados norte-americanos.
No entanto, congratulou-se
em diversas ocasiões por ter contribuído, através das suas nomeações para o
Supremo Tribunal, para o fim do direito constitucional ao aborto decidido em
junho de 2022 pela mais alta instância da justiça norte-americana.
Após esta polémica decisão
do Supremo, muitos estados conservadores proibiram ou limitaram severamente a
interrupção da gravidez.
Desde a sua tomada de posse,
na segunda-feira, Donald Trump atribuiu uma série de indultos destinados a
satisfazer a sua base de apoiantes, começando com o mega perdão a 1.500 pessoas
condenadas por invadir o Capitólio em janeiro de 2021.
Também perdoou dois polícias que foram condenados por uma perseguição ilegal que resultou na morte de um homem negro em 2020.ANG/Lusa
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