RDC/Rebeldes do M23 e soldados
ruandeses entram em Goma
Bissau, 27 Jan 25 (ANG) - A cidade de Goma, a
principal cidade do Leste da República Democrática do Congo, acordou hoje no
meio de tiros e caos após ter sido tomada no domingo à noite por rebeldes do
M23, acompanhados dos milhares de soldados ruandeses.
Os presidentes Félix Tshisekedim da RDC, e Paul
Kagame, do Ruanda, devem reunir-se nas próximas 48 horas para tentar evitar uma
guerra aberta entre os dois países.
"Goma está prestes a cair", disse hoje de manhã o
ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, condenando o
conflito naquela cidade. Pela segunda vez desde 2012, o grupo de rebeldes M23,
acompanhado por cerca de 3.500 soldados ruandeses, segundo relatos da ONU,
chegou a esta importante cidade no Leste da República Democrática do Congo.
As forças rebeldes chegaram no domingo à noite e esta manhã, a
AFP relata situações de caos um pouco por toda a cidade, com tiroteios no
centro de Goma, evacuação de pessoal humanitário e dos seus familiares e
rendições das forças congolesas. Estas rendições foram tornadas públicas em
comunicado pelo Exército do Uruguai, que participa na Missão das Nações Unidas
na República Democrática do Congo, a Monusco.
Kinshasa acusou o Ruanda de declarar guerra ao enviar tropas
através das fronteiras, já Kigali afirmou estar apenas numa "postura
defensiva a longo prazo" já que a tomada de Goma por parte dos rebeldes
"ameaça de forma séria a segurança dos ruandeses". O Conselho de
Segurança da ONU, que reuniu de forma urgente na noite de domingo condenou o
Ruanda pelo envio de tropas para o país vizinho.
De forma a tentar conter a escalada de violência e o avanço dos
rebeldes, o Presidente do Quénia, William Rutto, convocou uma reunião de
urgência nas próximas 48 horas da Comunidade dos Estados da África de Leste,
com a presença dos Presidentes Félix Tshisekedim da RDC, e Paul Kagame, do
Ruanda.
Até agora, este conflito estava a ser mediado por Angola, mas um
cessar-fogo falhou no início do mês de Janeiro, vendo a violência agravar-se
nas últimas semanas junto a Goma e criando uma nova vaga de deslocados, com
pelo menos 250 mil pessoas a abandonarem a província do Quivu do Norte.ANG/RFI
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