Vaticano/papa critica "nacionalismos fechados e agressivos" contra estrangeiros e migrantes
Bissau, 07 Mai 21 (ANG) - O Papa Francisco criticou, numa mensagem quinta-feira divulgada, os “nacionalismos fechados e agressivos e o individualismo radical", considerando que só dividem e que quem paga o preço mais alto são os estrangeiros, migrantes e marginalizados.
Na mensagem
publicada para a Jornada Mundial do
Migrante e do Refugiado, o Papa Francisco considerou que os nacionalismos e
individualismos "dividem o Nós, tanto no mundo quanto dentro da
Igreja", acrescentando que o preço mais alto é pago pelos estrangeiros,
migrantes: "Os marginalizados, que habitam as periferias existenciais".
"Estamos todos
no mesmo barco e somos chamados a comprometer-nos para que não haja mais
paredes que nos separem, que não haja mais Outros, mas apenas um Nós, grande
como toda a humanidade", observou.
Na mensagem, o Papa
fez um duplo apelo aos católicos e a todos os homens e mulheres do mundo para
se poder alcançar "um Nós cada vez maior".
Pediu aos fiéis e à
Igreja "que saiam às ruas das periferias existenciais para curar os
feridos e procurem os que estão perdidos, sem preconceitos nem medos, sem
proselitismo, mas dispostos a expandir o espaço da sua loja para acolher a
todos".
"Entre os
habitantes das periferias encontraremos muitos migrantes e refugiados,
deslocados e vítimas do tráfico, aos quais o Senhor deseja que o seu amor se
manifeste e que a sua salvação seja anunciada", acrescentou.
Para o Papa
Francisco, os fluxos migratórios contemporâneos constituem uma nova
"fronteira missionária", uma "ocasião privilegiada para anunciar
Jesus Cristo e o seu Evangelho sem sair do próprio ambiente, para dar um
testemunho concreto da fé cristã na caridade e no respeito profundo por outras
expressões religiosas".
Ao mesmo tempo,
exortou todos os homens e mulheres do mundo a "caminharem juntos para um
Nós cada vez maior, para reconstruir a família humana, para construir junto um
futuro de justiça e paz, garantindo que ninguém seja excluído".
E para concretizar
este ideal, sublinhou: "Todos devemos esforçar-nos por derrubar os muros
que nos separam e construir pontes que promovam a cultura do encontro, conscientes
da íntima ligação que existe entre nós".
Acrescentou que as
migrações contemporâneas dão a oportunidade de superar os medos "para nos
deixarmos enriquecer pela diversidade do dom de cada um".
Francisco lembrou
que é preciso também garantir um "cuidado adequado" do planeta e,
para isso, é preciso "constituir um Nós cada vez maior, cada vez mais
co-responsável, com a firme convicção de que o bem que se fizer ao mundo será
para "as gerações presentes e futuras".
O Papa Francisco
concluiu convidando as pessoas a "não terem medo de sonhar" e a
fazê-lo "juntos como uma só humanidade, como companheiros de caminho, como
filhos e filhas desta mesma terra que é nossa casa comum".ANG/Angop
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