sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Economia/ Inaugurada nova fábrica de farinha de trigo com capacidade para produzir quatro mil sacos diários

Bissau, 29 ago 25(ANG) - A Guiné-Bissau passou a dispor, a partir desta sexta-feira, de uma nova fábrica de transformação e produção de farinha de trigo, com capacidade de produzir quatro mil sacos de farinha diários.

A fábrica, instalada na Zona Industrial de Bolola, em Bissau, é propriedade do grupo empresarial MC Group e opera sob a marca "Bola Bola".

A inauguração da nova unidade industrial foi presidido pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República, Sandji Fatí, em representação do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.

Fati reiterou na ocasião, o engajamento do chefe de Estado no apoio à investimentos do  género no país.

Por seu turno, o ministro da Indústria e da Promoção e Transformação de Produtos Locais, Florentino Fernando  Dias sublinhou que a nova fábrica representa "não apenas um marco para a indústria transformadora do país, mas sim uma promessa para um futuro mais próspero e autossuficiente".

O proprietário da unidade, Mutaro Canté não revelou o preço de comercialização por saco, mas garantiu que a entrada em funcionamento da fábrica vai fazer baixar o preço do produto no mercado nacional.

"Com a montagem desta fábrica em Bissau, vai haver a redução do preço de farinha de trigo no mercado nacional", prometeu Mutaro Canté, na ceri
mónia de inauguração. ANG/ÂC//SG

Política/ Coligação Terra Ranka diz haver “manobras fraudulentas" da CNE visando as próximas eleições

Bissau, 29 Ago 25(ANG) - A coligação Plataforma de Aliança Inclusiva – Terra Ranka (PAI-TR) denunciou esta sexta-feira  alegadas “manobras do regime e do Secretariado Executivo da Comissão Nacional de Eleições (CNE)” para "preparar fraude eleitoral" nas presidenciais e legislativas de 23 de Novembro.

Em comunicado à imprensa, lido pelo porta voz do Coletivo de Advogados da Coligação, Luís Peti, na sede do PAIGC, em Bissau, a coligação acusa a CNE de ter tentado transferir presidentes das Comissões Regionais de Eleições (CRE) de uma região para outra, "em violação do princípio da inamovibilidade previsto na lei".

A PAI-TR critica ainda o lançamento, "no espaço de uma semana", de um concurso para substituição dos atuais presidentes das CRE, com um prazo de candidaturas entre 21 de Agosto e 01 de Setembro.

A coligação sublinha que o Secretariado Executivo da CNE se encontra "caduco" desde maio de 2022" e, considera "estranho e incompreensível" que se aceite a substituição dos presidentes das CRE devido à alegada caducidade dos seus mandatos, ignorando que o próprio órgão da CNE está na mesma situação e "incompleto".

Perante este cenário, a PAI-TR decidiu denunciar as alegadas manobras junto da comunidade nacional e internacional, condenar "todas as tentativas de adulterar a vontade popular" e exigir a "imediata anulação" do concurso para as CRE.

A coligação apelou também à presença de observadores internacionais em todas as fases do processo eleitoral e encorajou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) a acompanhar, de perto, o processo.

O documento, da Coordenação da PAI-TR, conclui que quaisquer consequências derivadas de alegadas fraudes serão da "inteira responsabilidade do atual regime".

A Coligação PAI-TR é presidida pelo PAIGC, liderado por Domingos Simões Pereira e integra o  PCD, liderado por Vicente Fernandes, MDG, de Silvestre Alves, UM, de Agnelo Regala e o PSD, de António Samba Baldé. ANG/Rádio Djumbay

 

Bélgica/Bruxelas convoca diplomata russo para exigir explicações após ataque que atingiu delegação em Kiev

 

Bissau, 29 Ago 25(ANG) - A União Europeia (UE) convocou  quinta-feira o enviado especial da Rússia para o bloco comunitário para exigir explicações sobre o bombardeamento em Kiev, durante a madrugada, que atingiu as instalações da missão europeia no país.

 

"Uma missão diplomática jamais deve ser um alvo. Em resposta [ao bombardeamento] chamámos o enviado russo para Bruxelas", escreveu a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, nas redes sociais.

 

Os funcionários da delegação da União Europeia em Kiev estão "em segurança" apesar dos "bombardeamentos implacáveis da Rússia" que atingiram o edifício da equipa comunitária em Kiev, na Ucrânia, disse a presidente da Comissão Europeia.

ANG/Inforpress/Lusa


  Irão/Autoridades disponíveis para retomar negociações sobre o programa nuclear

Bissau, 29 Ago 25 (ANG) - o chefe da diplomacia iraniana, numa carta dirigida à Alta Representante da União Europeia para a Política Externa, garantiu disponibilidade para retomar negociações “justas e equilibradas”.

O anúncio acontece depois da Alemanha, França e Reino Unido terem anunciado o início do processo para reactivar as sanções da ONU contra Teerão.

Na rede social Telegram, o chefe da diplomacia iraniana escreveu que o Irão está disponível para negociações diplomáticas justas e equilibradas, desde que as partes em conflito demonstrem seriedade e boa-fé, e rejeitem acções destrutivas que prejudiquem as possibilidades de sucesso das conversações.

No mesmo texto, Seyed Abbas Aragchi pediu à União Europeia para facilitar uma diplomacia genuína lamentando o que descreveu de “narrativa selectiva e incompleta”, e de “desprezo crónico por parte de Bruxelas pelas obrigações ao abrigo do acordo internacional assinado com Teerão.

A posição do Irão é conhecida depois da carta enviada pela Alemanha, França e Reino Unido ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a desencadear o processo de 30 dias que permitirá repor automaticamente as sanções contra o Irão, suspensas desde a negociação do acordo nuclear de 2015, sem possibilidade de veto da parte dos membros permanentes do Conselho de Segurança.

Para Berlim, Paris e Londres, o Irão “está em incumprimento significativo dos compromissos assumidos no acordo nuclear. O chefe da diplomacia iraniana rejeita as acusações e espera que os três países europeus “corrijam esta acção nos próximos dias”. Para Seyed Abbas Aragchi , trata-se de uma posição “injustificada e sem qualquer base legal”e que terá uma resposta adequada no sentido de proteger e garantir os direitos e interesses nacionais”.ANG/RFI

 

Direitos das Crianças/Governo e parceiros reúnem-se em ateliê sobre implementação de compromissos para o fim da violência contra  menores

Bissau, 29 Ago 25 (ANG) – O Governo, através do Ministério da Mulher, Família e Solidariedade Social, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), organizam hoje um ateliê denominado de Sessão Nacional para Elaboração do Relatório da Implementação dos Compromissos de Bogotá (Colômbia), para o fim da violência contra as crianças.

Falando na abertura dos trabalhos, a ministra da Mulher, Família  e Solidariedade Social, Maria Inácia Có Sanhá salientou que o foco principal do ateliê é a apresentação, análise e contribuição a dar para implementação dos compromissos assumidos pela Guiné-Bissau, em Bogotá(Colômbia) em Novembro de 2024, durante a 1ª Cimeira Global Ministerial sobre o Fim  da Violência contra as Crianças.

Essa cimeira foi  organizada pelos governos da Colômbia e da Suécia, em parceira com o UNICEF.

Segundo Maria Inácia , além de ser visto como uma reunião histórica, representa a primeira reunião de todos os governos do mundo para se comprometer e prevenir a violência contra as crianças, acelerando ações para o cumprimento do Objetivos do Desenvolvimento Sustentável(ODS).

“Foi com base neste importante desafio que o país, tal como outros , apresentou um pacote de três compromissos que visam erradicar todas as formas de violência contra as crianças, marcando um passo decisivo em direção à um futuro onde todas as crianças possam viver em segurança “,explicou.

Có Sanhá frisou que o 1º compromisso tem a ver com a educação parental, 2º, o reforço do sistema nacional de protecção de crianças e o 3º, a prevenção da violência nas escolas,

Disse que será criada, em breve, uma equipa multidisciplinar que encarregar-se-á da elaboração de roteiro de  implementação desses compromissos.

Para  a representante adjunta do UNICEF, Sandra Martins, trata-se de uma iniciativa mundial que exige ações coordenadas e integradas, tanto a nível nacional como internacional, envolvendo a comunidade, os parceiros e todos os atores comprometidos com a protecção dos direitos da criança.

“No mundo,  a cada cinco minutos, uma criança morre em decorrência de violência, 53 por cento vivem em contextos de violência severa, com impactos duradouros no desenvolvimento fisico e emocional”, salientou.

Sandra Martins acrescentou  citando  dados do último inquérito Mics (2018), que, na Guiné-Bissau, 76 por cento das crianças entre 1 e 14 anos são submetidas a algum tipo de castigo físico, 48 por cento são vítimas de agressão psicológica e 69 por cento sofrem castigo físico severo.

Segundo ela, a mutilação genital feminina é ainda uma realidade para muitas meninas, e Sandra Martins diz   que estes números refletem a elevada prevalência da violência contra crianças no país, pelo que é urgente a adopção de medidas  eficazes de prevenção e proteção.

Martins disse que o UNICEF saúda os esforços da Guiné-Bissau que culminaram com a aprovação e adoção de Politica Nacional de Proteção Integral de Crianças e do respectivo Plano de Ação, aprovados em 29 de Agosto de 2023, ambos atualmente em fase de implementação, bem como o avanço representado pelo Código de Proteção Integral da Criança, que se encontra em processo de apresentação na Assembleia Nacional Popular.

A representante adjunta do UNICEF no país elogia a promoção da descentralização dos serviços de proteção da criança com a abertura de cinco unidades regionais, nesta fase piloto, nas regiões de Bafatá, Gabu
,Oio ,Cacheu e Quinará, que deve  expandir para as regiões de Biombo,Bolama/Bijagós e Tombali.

Martins declarou que esta agência da ONU continuará disponível e comprometido em apoiar o Governo da Guiné-Bissau no cumprimento dos três compromissos assumidos.

No encontro de um dia , prevê-se que os participantes abordem os temas: recapitulação dos compromissos nacionais assumidos na Conferência Ministerial Global para fim da violência Contra crianças, apresentação dos principais marcos e conquistas alcançadas, os desafios enfrentados e as soluções encontradas.ANG/MSC/ÂC//SG

Justiça/Coletivo do SIMAMP exige ao governo  cumprimento do Estatuto Remuneratório da classe

Bissau, 29 Ago 25 (ANG) - O Coletivo dos Sindicatos da Magistratura Judicial e do Ministério Público exige ao Governo a implementação integral do Estatuto Remuneratório aprovado para a classe, em 2019 e criação de condições nos tribunais.

A exigência foi feita pelo Presidente da Comissão Negocial do referido Coletivo, Henrique Augusto Pinhel, em conferência de imprensa, realizada, quinta-feira  e sobre sucessivas  greves ocorridas nos tribunais durante seis meses.

Henrique Pinhel disse  que têm estado a fazer greves  porque o Memorando de Entendimento assinado com o Governo, em 2019 , não é cumprido.

Desde Fevereiro deste ano que os magistrados do Ministério Público observam  greves, reivindicando o cumprimento desse memorando de entendimento

"No Memorando de Entendimento, o Governo assumiu que ia subescrever um estatuto remuneratório feito exclusivamente para os magistrados”, disse Pinhel, sublinhando que o referido estatuto tem todos os procedimentos legais para sua entrada em vigor.

Henrique Augusto Pinhel reitera que o estatuto dos magistrados foi aprovado na Assembleia Nacional Popular (ANP) e promulgado pelo Presidente
da República, em 2019   e que volvidos seis anos  não está sendo cumprido.

Disse lamentar que tenha havido várias rondas negociais com o Governo mas que não produziram efeitos.

Destaca que o  Caderno Reivindicativo contém 13 pontos, sendo o referente ao Estatuto Remuneratório o mais importante.

Aquele responsável disse  que antes da conferência de imprensa, os representantes do Coletivo reuniram com o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e que o Chefe de Estado  prometeu que quando terminarem as férias do Governo vai, o mais tardar até 05 de Setembro, convocar entidades ligadas à essa reivindicação, nomeadamente o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, da Função Pública, e o das  Finanças para tratar do assunto.

Henrique Pinhel disse que, caso o Governo não satisfazer as suas reivindicações na integra, o Coletivo dos Sindicatos irá paralisar as suas atividades durante todo o mês de Setembro. 

O Coletivo integra três sindicatos, nomeadamente a Associação dos Magistrados Judiciais da Guiné-Bissau (ASMAGUI), a Associação Sindical Livre dos Magistrados do Ministério Público (ASSILMAMP) e o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SIMAMP).ANG/MI/ÂC//SG

 

Emigração  /Diretor-geral de Migração e Fronteiras critica emissão de documentos nacionais sem presença  da pessoa requerente

Bissau, 29 Ago 25 (ANG) – O Diretor-geral dos Serviços de Migração e Fronteiras, Lino Leal da Silva criticou o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos pela emissão de documentos nacionais sem presença física do requerente, nomeadamente o registo de nascimento e Bilhete de Identidade.

A crítica foi feita, na quinta-feira, em conferencia de imprensa sobre o balanço da viagem de uma delegação interministerial,  composta por elementos do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos e do Interior e da Ordem Pública à Alemanha, para se inteirar da situação dos 82 cidadãos guineenses detidos naquele país europeu.

Leal revelou que a viajem foi feita à pedido do governo alemão , através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades.

O DG dos Serviços de Migração e Fronteiras exortou os oficias dos registos civis nas delegacias regionais  para não se proceder  a emissão de documentos se o requerente não estiver presente, sobretudo a emissão de Registo de Nascimento e de Bilhete de Identidade.

Segundo Lino Leal , alguns cidadãos estrangeiros adquiriram nacionalidade guineense sem presenciar a  emissão dos seus BI, e Leal diz que esse procedimento tem contribuído para denigrir a imagem do país no exterior.

Leal da Silva apelou igualmente  aos cidadãos nacionais no sentido de recusarem qualquer pedido para o efeito.

 Quanto a missão conjunta na Alemanha revelou  que 82  dos 241 estrangeiros  que estão nas prisões de Alemanha são guineenses,  e que  falam não só a língua nacional, o crioulo mas também   a  portuguesa, havendo outros que até falam a língua materna: fula, balanta, mandinga e pepel.

Leal disse que esses cidadãos entraram na Alemanha por via ilegal e sem documentos, e que sofrem agora nas prisões, alguns há quatro outros a seis anos de detenção.

Informou que a delegação interministerial já produziu um relatório que será entregue ao Governo  através do Ministério dos Negócios Estrangeiros para tomada de posição.

O Diretor-geral dos serviços de Migração e Fronteiras disse que os cidadãos nacionais que estão nessa situação manifestaram o interesse  de voltar ao país.

Acrescentou que, dois dos cidadãos nacionais foram detidos por tráfico de droga, um saiu da Espanha com dois quilogramas de droga e o outro de Itália com cinco quilogramas.

Por isso, recomenda aos oficias de Registo Civil das delegacias regionais para que, doravante, não emitissem documentos na ausência dos requerentes.

ANG/LPG/ÂC//SG

 

ONU/Reunião urgente do Conselho de Segurança sobre ataques contra Ucrânia

Bissau, 29 Ago 25 (ANG) - O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para esta sexta-feira à tarde, depois dos múltiplos ataques aéreos russos que atingiram a Kiev na madrugada desta quinta-feira causando pelo menos 23 mortos segundo a presidência ucraniana.


Uma situação perante a qual foi decretado um dia de luto nesta sexta-feira na capital ucraniana.

A Ucrânia, o Reino Unido, a França, Eslovénia, Dinamarca e Grécia solicitaram uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU para evocar a situação da Ucrânia onde a Rússia multiplicou os ataques, numa altura em que a comunidade internacional tem tentado mediar um diálogo entre Moscovo e Kiev.

"A Rússia escolheu a balística em vez da mesa das negociações", considerou na rede social X o Presidente ucraniano ao apelar os seus parceiros ocidentais a "sanções fortes" contra Moscovo. "A Rússia só entende a força. Os Estados Unidos, a Europa e os países do G20 têm essa força", declarou Volodymyr Zelensky ao dar conta de um balanço de 23 mortos, entre os quais quatro crianças, 53 feridos e oito desaparecidos nos ataques contra Kiev.

Para além do balanço humano, as autoridades locais deram igualmente conta de pelo menos 200 prédios danificados, nomeadamente a sede da missão da União Europeia e também o edifício do British Council em Kiev, sem fazer vítimas. Tanto Londres como Bruxelas condenaram o sucedido e convocaram os embaixadores russos acreditados nos seus respectivos territórios.

Por sua vez, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, prometeu novas sanções contra a Rússia para breve.

Reagindo igualmente a esta situação, o Presidente americano que ainda recentemente tentou obter um encontro directo entre Putin e Zelensky disse "não estar contente" mas também "não estar surpreendido".

Os Estados Unidos, refira-se, anunciaram ter aprovado a venda de equipamentos militares e munições à Ucrânia pelo valor de 825 milhões de Dólares.

Relativamente aos acontecimentos no terreno, as autoridades ucranianas deram conta de pelo menos dois mortos em ataques russos na noite passada na zona de Dnipropetrovsk, no leste. A Ucrânia refere também ter abatido 46 dos 68 lançados durante a noite pela Rússia. Moscovo afirma por seu lado ter interceptado ou destruído 54 drones ucranianos disparados nomeadamente na zona da Crimeia ocupada. ANG/RFI

 

EUA/Governo Trump anuncia venda de armamento por 706 milhões de euros à Ucrânia

 

Bissau, 29 Ago 25(ANG) – O Governo norte-americano liderado por Donald Trump aprovou uma venda de armas à Ucrânia, no valor de 825 milhões de dólares (cerca de 706 milhões de euros), que incluem mísseis de longo alcance e equipamento defensivo.

 

O Departamento de Estado anunciou hoje que notificou o Congresso norte-americano sobre a venda de mísseis de munições de ataque de longo alcance e sistemas de navegação à Ucrânia. 

 

A venda abrangerá 3.350 mísseis ERAM, 3.350 unidades de GPS, componentes, peças de substituição e outros acessórios, bem como formação e suporte técnico.

A diplomacia norte-americana sublinhou que a Ucrânia utilizará financiamento da Dinamarca, Países Baixos e Noruega, aliados da NATO, além do financiamento militar estrangeiro dos EUA, para pagar o equipamento.

 

“Esta venda proposta irá apoiar a política externa e os objetivos de segurança nacional dos Estados Unidos, melhorando a segurança de um país parceiro que é uma força para a estabilidade política e o progresso económico na Europa”, vincou o departamento liderado por Marco Rubio, em comunicado.

 

Em julho, os EUA anunciaram duas outras propostas de venda de armas à Ucrânia, uma no valor de 322 milhões de dólares (275 milhões de euros) para melhorar as suas capacidades de defesa aérea e fornecer veículos blindados de combate e outra no valor de 330 milhões de dólares (282 milhões de euros) para sistemas de defesa aérea, bem como para manutenção, reparação e revisão de veículos de artilharia autopropulsados.

 

A venda foi hoje anunciada numa altura em que a Rússia continua a intensificar os ataques à Ucrânia, mesmo depois de o Presidente Donald Trump se ter reunido com o homólogo russo Vladimir Putin no Alasca, no início do mês, para pressionar por uma solução negociada para o conflito de três anos.

 

A Rússia lançou na madrugada de hoje um dos maiores ataques desde que iniciou a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, que fez 19 mortos, quatro dos quais crianças.

 

Trump ficou “descontente”, mas “não surpreendido”, com os mais recentes ataques russos a Kiev, de acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que, com estes novos ataques, a Rússia está mais uma vez a mostrar ao mundo que não ambiciona a paz, e apelou à comunidade internacional para que intensifique as sanções a Moscovo.

 

Por sua vez, a Rússia argumentou que os ataques tiveram como alvo bem-sucedido “empresas do complexo militar-industrial e bases aéreas na Ucrânia”.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

 

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas), alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014. ANG/Inforpress/Lusa

 

       Moçambique/Dezasseis artistas lusófonos em residência artística

 

Bissau, 29 Ago 25 (ANG) -  Dezasseis jovens artistas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) participam, na capital moçambicana, Maputo, de uma residência cujo objetivo é investigar e recriar manifestações artísticas ocorridas durante o processo de libertação colonial.

 

“O que nós estamos a fazer não é simplesmente pôr um grupo de cada país e depois dizer que é um espetáculo da CPLP, mas estamos realmente a fazer fusões, recriações, a ponto de cantores de um sítio cantarem músicas de outros países e dançarinos de outros países dançarem nessas culturas. Além disso, estamos a fazer recriações modernas”, disse à Lusa o realizador moçambicano Sol de Carvalho, da associação cultural Scala, organizadora da residência artística em parceria com a Khuzula.

 

Participam artistas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A iniciativa é financiada em um milhão de euros pela União Europeia, o Instituto Camões I.P. e a Fundação Calouste Gulbenkian, através do Programa PROCULTURA.

 

Segundo a organização, para além de investigar manifestações culturais do período colonial, o coletivo vai refletir sobre o a luta antifascista em Portugal, promovendo uma releitura crítica da produção cultural daquela época.

 

A residência decorre até 12 de setembro, no Centro Cultural Moçambique-China, insere-se no projeto “Resistência e Afirmação Cultural”, e a direção indica que vai culminar com a produção de um espetáculo a reunir em palco mais de 50 intervenientes, entre residentes e artistas moçambicanos.

 

“São artistas que não estão aqui apenas para preencher um número, mas porque já têm carreiras relevantes”, disse o realizador moçambicano Sol de Carvalho, destacando que este encontro tem importância por decorrer numa altura em que a maioria destes países celebra 50 anos de independência.

 

“O palco é onde expomos cicatrizes históricas e, quem sabe, iniciamos a sua cura. Aqui, o ‘eu’ cede lugar ao ‘nós’”, afirmou Sol de Carvalho.

 

Depois do espetáculo em Maputo, está prevista a produção de uma série televisiva, em negociação com uma produtora portuguesa, com vista à difusão internacional da obra coletiva.

 

“É um trabalho que parte do passado para construir um futuro cultural comum”, reforçou Sol de Carvalho.

ANG/Inforpress/Lusa

 

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Politica/ João Bernardo Vieira defende  “reconciliação nacional genuína” para alavancar Guiné-Bissau

Bissau, 28 Ago 25 (ANG) – O Politico João Bernardo Vieira defendeu hoje, em entrevista telefónica exclusiva à ANG, uma “reconciliação genuína” dos guineenses para, segundo diz,  “garantir a estabilidade politica governativa para que país possa avançar”.

O político disse que manteve, há mais de um ano e a título pessoal, encontros com  organizações da Sociedade Civil do interior do país, em que explica as pessoas o objetivo e a necessidade de ter uma “Agenda para Paz e Reconciliação Nacional”.

Bernardo Vieira justifica a ideia com os factos ocorridos nos últimos 25 anos ou mais, na Guiné-Bissau, principalmente a instabilidade politica, provocada pela guerra de 07 de Junho de 1998.

Em consequência dessa situação, segundo João Bernardo Vieira, de lá para cá, quase 30 anos de democracia, nenhum governo terminou o seu mandato e só recentemente é que o país teve um Presidente da República, José Mário Vaz,  que terminou o seu mandato de cinco anos.

Dai que, conforme Bernardo  Vieira, faz todo o sentido ter uma Agenda de Paz e  Reconciliação Nacional, no âmbito do qual os guineenses vão ter a oportunidade para se reencontrar , porque, “apesar das divergências de opiniões,  não são inimigos”.

“E como não são inimigos podem se sentar a mesa para conversar, e, para  tal, é preciso ações que juntem os guineenses, e essa Agenda de Paz e Reconciliação é a melhor solução”, disse.

Instado a falar dos resultados conseguidos no âmbito dos encontros com os principais líderes políticos do país, nomeadamente o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, ex-Presidente, José Mário Vaz e o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, disse que foram um “sucesso absoluto".

“A Agenda está a dar frutos, porque no cenário politico em que vários atores que outrora andavam de costas viradas hoje em dia estão a falar da reconciliação, estabelecendo acordos ou seja, a Agenda da Paz e Reconciliação Nacional colocou a reconciliação na agenda politica nacional”, disse.

O politico disse que a Agenda da Paz e Reconciliação Nacional não é  pessoal, mas sim dos guineenses, e  para servir a Guiné-Bissau.

Promete prosseguir com os trabalhos para reconciliar os guineenses, na base dessa Agenda, devido os resultados já conseguidos.

 Vieira acredita que é possível e sustenta: “temos um país muito rico em recursos naturais, então, é preciso que haja um entendimento nacional”.

Segundo João Bernardo Vieira, com a Agenda  para Paz e Reconciliação é possível lançar as bases para discussão sobre a melhor forma de desenvolver o país.

Disse estar “profundamente convito” de que juntos os guineenses poderão vencer , e a  título exemplo, diz que a  luta de libertação nacional foi vencida devido o envolvimento de várias pessoas, independentemente das suas origens.

Instado a falar sobre o seu futuro político disse está sempre disponível para servir a Guiné-Bissau na forma mais útil possível.

João Bernardo Vieira é dirigente do PAIGC, foi secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, no governo dirigido por Domingos Simões Pereira, em 2015 ANG/LPG/ÂC//SG

Regiões/Derrube de árvores para instalação de iluminação pública gera contestação popular em Bigene

Bigene, 28 Ago 25(ANG) - A Associação dos Filhos e Amigos do sector de Bigene Unida (AFABU), na região de Cacheu, norte do país,  manifestou-se preocupada e indignada com a derrube de árvores, nomeadamente de bissilão, ao longo da estrada daquela localidade, no âmbito dos trabalhos em curso para

 instalação de postes de iluminação pública.

Em comunicado publicado na sua página do Facebook, a Associação reconhece a importância da eletrificação e da iluminação das vias públicas, mas considera “injustificável” que o processo implique a destruição de árvores que, segundo a nota, “são essenciais para o meio ambiente, proteção do solo, equilíbrio climático e qualidade de vida das comunidades”.

A AFABU solicita às autoridades competentes que suspendam, de imediato, os trabalhos em curso para evitar maiores danos ambientais e procurassem alternativas técnicas que permitam a instalação dos postes sem recurso ao abate das árvores.

Por outro lado, AFABU apela o envolvimento das comunidades locais na execução dessa  decisão para a garantia da transparência  e responsabilidade ambiental.

A Associação alerta ainda que, caso não haja resposta positiva das autoridades,  mobilizará as comunidades afetadas para manifestações pacíficas contra derrube de árvores , uma prática que diz  representar uma  “ameaça não só  a Bigene mas também ao património ambiental nacional”. ANG/Cap-GB



Saúde/Cruz Vermelha reforça capacidades dos seus agentes para enfrentar desafios humanitários

Bissau, 28 Ago 25(ANG) - O Secretário-geral da Cruz Vermelha da Guiné-Bissau, Francisco José Mendes, defendeu, quarta-feira, a urgência de fortalecer a capacidade técnica e organizacional da instituição diante dos crescentes desafios humanitários no país e na região.

De acordo com a RSM, Francisco José Mendes falava na abertura do Seminário de Avaliação e Certificação da Capacidade Organizacional, que reúne, em Bissau, técnicos, voluntários e parceiros da Cruz Vermelha,  num esforço conjunto para consolidar a atuação da organização no cenário humanitário nacional e internacional.

“Precisamos estar preparados e eficazes para responder às necessidades das comunidades”, afirmou Francisco José Mendes.

O seminário, com duração de três dias, insere-se numa estratégia mais ampla de desenvolvimento institucional, com foco no alinhamento estratégico com os princípios fundamentais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha, além dos padrões globais de qualidade e responsabilidade humanitária.

Segundo o secretário-geral, esse momento representa “um passo importante na caminhada da Cruz Vermelha da Guiné-Bissau”, e José Mendes disse que a avaliação em curso visa muito mais do que a identificação de  forças e fragilidades.

“Queremos criar uma base sólida para o fortalecimento institucional e garantir uma resposta humanitária mais eficaz e legítima”, sublinhou.

O processo avaliará detalhadamente os recursos disponíveis, os processos internos, as estruturas de governança, as competências técnicas e o posicionamento estratégico da organização.

Entre os objetivos constam, a  identificação das áreas de melhoria das potencialidades institucionais, fortalecimento da capacidade de mobilização de recursos, ampliação de  parcerias estratégicas, consolidação  do reconhecimento internacional da Cruz Vermelha da Guiné-Bissau.

Francisco José M
endes destaca que a
 iniciativa reforça o compromisso da Cruz Vermelha com a missão humanitária de impacto,  relevância social e  legitimidade ética, considerados pilares  essenciais para garantir a confiança e o apoio contínuo da população e dos parceiros. ANG/RSM

 

          Marrocos/ Justiça recusa liberdade provisória a "Betty" Lachgar

Bissau, 28 Ago 25 (ANG) - A justiça marroquina recusou,  quarta-feira,  ao fim do dia, o pedido de liberdade provisória para a activista feminista Ibtissame Lachgar, conhecida por “Betty”,  acusada de “ofensa ao islão”, após a publicação, nas redes sociais, de uma fotografia considerada “insultuosa para com Deus”.

A defesa invocou o estado de saúde “grave” de Betty Lachgar, de 50 anos, que está a ser tratada a um cancro. Apesar da argumentação médica, o juiz recusou o pedido de libertação e o julgamento deverá prosseguir no dia 03 de Setembro.

Em causa está a publicação, no final de Julho, de uma fotografia em que aparecia vestida com uma t-shirt na qual se podia ler "Allah" ("Deus") seguida da frase "is lesbian" ("é lésbica"). A imagem vinha acompanhada de um texto que qualificava o islão, "como toda a ideologia religiosa", de "fascista e misógina". A publicação suscitou fortes reacções nas redes sociais, desde apelos à detenção até ameaças de violação e lapidação.

O artigo 267-5 do Código Penal marroquino, ao abrigo do qual a activista é processada, pune com seis meses a dois anos de prisão efectiva "quem ofender a religião muçulmana". A pena pode ser agravada até cinco anos de prisão se a infracção for cometida em público, "inclusive por via electrónica".ANG/RFI


          Moçambique
/ Governo   e Ruanda assinam acordo em Kigali

Bissau, 28 Ago 25 (ANG) - Moçambique e Ruanda assinaram em Kigali o Acordo sobre o Estatuto da Força (SOFA), que regula a presença das tropas ruandesas que combatem contra o terrorismo na província de Cabo Delgado, no Norte do país.

Trata-se de um instrumento padrão regido pelo direito internacional.

Foi no final das conversações entre as delegações de Moçambique e do Ruanda, lideradas pelos respectivos chefes de Estado, que foi assinado o Acordo do Estado da Força, um instrumento jurídico de grande valia, diz o Presidente da República, Daniel Chapo. 

Um instrumento bastante importante para o estatuto das forças de defesa do Ruanda em Moçambique. Queremos mais uma vez agradecer ao Presidente Paul Kagame, às forças ruandesas e, sobretudo, ao povo ruandês por esta grande amizade e cooperação na área da defesa e segurança”, realçou Daniel Chapo.

O Presidente ruandês, Paul Kagame, mostrou-se satisfeito com o documento que estabelece regras e procedimentos a seguir em casos de morte, por exemplo, de um militar no teatro operacional norte, mas manifestou preocupação com o terrorismo em África.

A violência e o extremismo no nosso continente é uma ameaça crescente para o nosso povo e o desenvolvimento. Como africanos precisamos de enfrentar este problema como um único continente”, frisou Paul Kagame.

Daniel Chapo, que cumpre hoje o segundo e último dia de visita a Ruanda, convidou Paul Kagame para uma visita de Estado a Moçambique. ANG/RFI