segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Eleições 2018:



 
Bissau,06 Ago 18(ANG) - O presidente do parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, garantiu sexta-feira que as eleições legislativas vão ter lugar no dia 18 de novembro "sem falta" e apelou os eleitores a se recensearem.

Cipriano Cassamá discursava no monumento mártires de Pindjigui, em Bissau, por ocasião do 03 de agosto, feriado nacional, que assinalou o 59.º aniversário de um massacre pela polícia a vários estivadores do porto que reivindicavam aumentos salariais das autoridades coloniais.

O presidente do parlamento guineense aproveitou a ocasião, marcada por uma marcha e discursos de líderes sindicais, para garantir que as eleições legislativas "vão mesmo ter lugar a 18 de novembro, sem falta".

Cipriano Cassamá apelou a que todos os cidadãos com idade de votar, 18 anos, a se recensearem para que possam participar nas eleições de 18 de novembro.

O Governo marcou o recenseamento eleitoral para decorrer entre 23 de agosto a 23 de setembro.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) projeta registar cerca de mil potenciais eleitores, no país e nas nalgumas comunidades guineenses na diáspora.

O líder do parlamento disse ter a convicção de que as eleições vão acontecer na data marcada pelo Presidente do país, José Mário Vaz, depois de conhecer a intenção da Nigéria em disponibilizar equipamentos do registo de eleitores "assim que o Governo pedir".

"É só o Governo manifestar um pedido formal, que os 'kits' chegam aqui ao país rapidamente", observou Cipriano Cassamá que apelou os guineenses a se unirem para desenvolver o país. ANG/Lusa

Lei de Quotas:




Bissau,06 Ago 18 (ANG) - O parlamento guineense aprovou na sexta-feira uma lei que fixa uma quota mínima de 36% de mulheres nas listas de candidaturas para cargos eletivos, mas dirigentes associativas consideram a medida de pouca, perante a sua pretensão de pelo menos 40%.

Em declarações à Lusa, Nelvina Barreto, ativista social e líder da Miguilan (associação Mulheres da Guiné-Bissau Bô Lanta, mulheres levantai-vos) e Aissatu Indjai, vice-presidente da Plataforma Política das Mulheres (PPM), consideram a medida "um começo de uma longa caminhada, mas pouca".

A PPM, subscritora do anteprojeto de lei entregue ao parlamento guineense, na semana passada, queria uma quota de, pelo menos 40%, mas após cinco dias de debates, os deputados decidiram conceder 36% de lugares às mulheres nas listas de candidatos à cargos eletivos públicos.

"Não é motivo de grande satisfação, porque nós queremos mesmo 40%, mas os deputados, depois de tantas viravoltas, de tantas negociações, chegaram a um consenso de que vão dar 36%. Não era o que queiramos, mas dá para iniciar. É um bom começo", observou Aissatu Indjai.

A dirigente da PPM aponta para a situação do atual parlamento, no qual "é quase nula a presença feminina", mas reconhece "alguma vitória", na medida em que a partir de agora "passa a ser obrigatório incluir as mulheres nas listas de candidatos a deputados" e a levá-las em conta na formação do Governo.

"Em relação ao Governo, não está plasmado na lei que devem ser 36%, mas ficou recomendado que se deve ter em conta esse número", notou Indjai.

A líder da Miguilan, Nelvina Barreto, considera também "de um começo de caminhada", a fixação da quota em 36%, mas rejeitou "todo o argumentário dos machos do atual parlamento", quando alegam que "será preciso conceder tempo para que amadureça a ideia" de dar espaço às mulheres na vida política do país.

Barreto entende que "é chegada hora de se acabar com a visão patriarcal" da sociedade e entender que "existem mulheres tão ou melhores habilitadas" que homens para exercer a atividade política, frisou.

A dirigente da Miguilan vê "um certo paralelismo" na justificação dos deputados para não conceder os 40% exigidos pelas mulheres, com a "celebre ideia de Marcelo Caetano e Salazar" quando aqueles alegavam que "era melhor ir gradualmente", conceder uma autonomia, ao invés da independência como queriam os nacionalistas das então colónias.

"A ideia de Caetano e Salazar era de que as antigas colónias não estavam suficientemente preparadas para se governarem. Os nossos deputados machos, também eles estão a dizer que as mulheres ainda não estão preparadas para exercer cargos políticos", ironizou Nelvina Barreto. ANG/Lusa

Economia


Banco Mundial tem novo representante na Guiné-Bissau

Bissau, 06 ago 18 (ANG) - Amadou Oumar Ba, de nacionalidade Mauritana, é desde quarta-feira o novo representante do Banco Mundial para a Guiné-Bissau, substituindo no cargo a Sueca, Khristina Sevensson.

Especialista Sénior em agropecuária, Amadou Bá entrou no Banco Mundial em 2001, em Nouakchott, capital da Mauritânia, depois de  ocupar  alguns cargos, nomeadamente na Agência Alemã de Cooperação (GTZ), na instituição de desenvolvimento rural do Governo da Mauritânia e na OXFAM GB na Mauritânia.

Depois de ter trabalhado no escritório do Banco Mundial no seu próprio país, progressivamente esteve em diferentes países da África Ocidental para depois mudar para Washington em 2006.

Segundo informações do Escritório do Banco Mundial, em Dacar, na República do Senegal, Amadou Oumar Bá, mestrado em agricultura pela Universidade de Kassel, na Alemanha, trabalhou  em Kinshasa e Brazzaville, cobrindo a carteira de Agricultura do Banco Mundial na República Democrática do Congo e na República Centro-Africana. 

ANG/SG