terça-feira, 11 de dezembro de 2018

ANP


Presidente pede esclarecimento sobre incidente no GTAPE


Bissau,11 Dez 18 (ANG) - O presidente da Assembleia Nacional Popular( parlamento) pediu segunda-feira um "completo esclarecimento" sobre o incidente entre a polícia do país e peritos eleitorais da Nigéria, que foram impedidos de prestar apoio no âmbito do recenseamento eleitoral, entretanto suspenso por ordens judiciais.

Para Cipriano Cassamá, a Nigéria tem ajudado a Guiné-Bissau a organizar eleições legislativas livres, justas, transparentes e credíveis, pelo que não são razoáveis as críticas que têm recebido por parte de vários setores políticos guineenses.

Três peritos informáticos nigerianos foram expulsos, pela polícia, na quinta-feira, do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (Gtape) em Bissau, por ordens do Ministério Público que está a investigar alegadas suspeitas de fraude eleitoral.

No seu discurso segunda-feira no ato solene do Dia Internacional dos Direitos Humanos, Cipriano Cassamá lamentou o incidente com os técnicos nigerianos e disse aguardar por "um completo esclarecimento" do que se passou.

O responsável considerou que o incidente "não dignifica o Estado" nem contribui para o fortalecimento das relações com a Nigéria.

A Guiné-Bissau "tem beneficiado muito dos esforços desse país em diversos domínios", sobretudo no atual processo eleitoral, assinalou Cipriano Cassamá.

O líder do parlamento  questionou se ao invés das suspeitas, não seria melhor deixar que os técnicos nigerianos atuem, tendo em vista o esclarecimento das dúvidas.

Para Cassamá, a Guiné-Bissau "tem que saber preservar as suas relações de amizade e de cooperação com os seus parceiros", particularmente com aqueles que sempre se prontificaram a ajudar o país, sem reclamar qualquer contrapartida, sublinhou. ANG/Lusa

Turismo


       Operadores da Guiné-Bissau criam associação para defesa da classe

Bissau,11 Dez 18 (ANG) – Os Operadores Turísticos e Semilares da Guiné-Bissau criaram em Setembro do corrente ano, uma associação com o objetivo de organizar melhor o sector, anunciou no último-fim-de semana o presidente da organização, em conferência de imprensa.

Jorge Cabral disse que outro objetivo almejado se prende com a necessidade de dar formação de base à todos os operadores turísticos do país bem como incentivar uma colaboração eficaz com o governo, visando o  desenvolvimento de uma atividade turística sustentável.

Salientou que estão cientes de que todos juntos vão poder contribuir para que o país possa ter um turismo de qualidade e que sirva de alavanca económica do país.

Referindo-se as razões da criação da associação, Cabral disse que têm a ver  com a necessidade de defesa dos interesses dos intervenientes associados e para que, com responsabilidade, possam exercer as suas atividades com base nos seus direitos e cumprindo os  seus deveres.

Declarou que os operadores turísticos também sentem os efeitos colaterais das sucessivas crises políticas que tem abalado o país, mas que têm a consciência de que não se pode esperar que a vontade política resolva tudo.

 “Por isso, tentamos organizar de forma a dar um sinal positivo aos políticos de que queremos uma Guiné-Bissau diferente , para  atrair e cativar operadores estrangeiros e nacionais que querem investir no sector. Não temos dúvidas de que o turismo é a única alavanca viável para o avanço do país”, disse. ANG/ÂC//SG

Cooperação


Projecto TV via satélite da China beneficia 50 tabancas da Guiné-Bissau  

Bissau, 11 Dez 18 (ANG) - O Governo da República popular de China entregou o seu homólogo da Guiné-Bissau o projecto de TV via satélite, que tornou possível que  50 tabancas do país passassem a acompanhar as informações do mundo por via de satélite.
A entrega foi feita no fim-de-semana na região de Oio concretamente em  Kapa 3.

Na ocasião, o Embaixador da China na Guiné-Bissau Jin Hongjun disse que o referido projecto visa incentivar a globalização e fazer com que o povo possa ter mais conhecimento sobre a realidade. 

“A iniciativa de implementação do projecto TV via satélite surgiu no quadro de cooperação económica China-Africa, por isso, 10.000 aldeias africanas vão beneficiar do mesmo projecto”, explicou o diplomata chinês. 

Jin Hongjun informou que a China ofereceu condições e equipamentos tais como: aparelhos de televisão, descodificadores, projectos incorporados, painel solares, baterias, ecrã de lonas, alto falantes, placas metálicas de localização, cabos e acessórios.
“Estes televisores já estão instalados e funcionam com painéis solares e cobrem todo o território nacional”, disse o Embaixador da China.  

Por sua vez, o ministro da Comunicação Social, Victor Pereira agradeceu ao governo da China pelo gesto e sublinhou que na realidade o povo guineense precisa de mais informações a fim de perceberem o contexto de atualidade.

“Estou bastante satisfeito na qualidade de ministro de comunicação social, e  espero que a colaboração da China com a Guiné-Bissau se desenvolva cada vez mais com o objectivo de promover o desenvolvimento do país”, manifestou Victor Pereira.

A cooperação da China com a Guiné-Bissau centra-se basicamente em quatro áreas: infraestruturas, agricultura, saúde e educação.
 
 ANG/AALS//SG


Eleições




Bissau,10 Dez 18(ANG) – A Comunidade Internacional, reunida no chamado P5 (UE, ONU, União Africana, CEDEAO e CPLP) apelou  sexta-feira  à responsabilização e contenção das autoridades políticas guineenses para que situações de violência não aconteçam na Guiné-Bissau devido ao impasse que se verifica no processo de recenseamento eleitoral com vista às eleições legislativas ainda sem data.

A Guiné-Bissau vive um momento político conturbado com a incerteza quanto à realização das legislativas, numa altura em que aumenta a pressão social com a realização de greves em vários setores e protestos de rua.

Na quinta-feira, o Ministério Público (MP) suspendeu o recenseamento eleitoral no país por alegadas irregularidades no processo. No mesmo despacho, o MP determinou ainda a presença de forças policiais no Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE), sendo apenas permitida a entrada de pessoas autorizadas.

Em reação,  o Governo diz que é uma medida sem base legal e que vai recorrer da decisão do Ministério Público. Em comunicado divulgado  sexta-feira  o executivo fez saber que não deu ordens às forças de segurança para impediram a entrada dos técnicos da Nigéria na sede do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE).

"Condenar firmemente a atitude das forças de segurança que impediram a entrada dos técnicos da Nigéria, que se encontram no país, por solicitação do gabinete do Presidente da República, com o propósito de participarem na configuração e parametrização do servidor doado pelo Governo de Timor-Leste, para a consolidação dos dados do recenseamento eleitoral e consequente viabilização da produção dos cadernos eleitorais, conferindo assim maior fiabilidade ao processo do registo de eleitor”, lê-se no comunicado do Governo .

No final de um encontro com o primeiro-ministro, Aristides Gomes, o representante da União Africana, Ovídeo Pequeno disse que a comunidade internacional agrupada no chamado P5, apela para a necessidade de uma certa serenidade e responsabilização dos atores políticos guineenses neste processo.

"Se há problemas, nós temos sempre que encontrar possibilidades de diálogo para ultrapassar esta situação. Não esgrimindo os nossos problemas na praça pública e através de comunicados que iremos resolver os problemas que são complicados. Por outro lado, também apelamos às entidades políticas deste país que tenham uma certa contenção para evitar que haja uma situação de violência."

O representante da União Africana disse também que "não é de bom-tom" para a Guiné-Bissau, que recebeu ajuda da Nigéria, estar a "fazer uma propaganda negativa contra esse país".

"Um país que ajudou e continuar a ajudar, foi chamado à última hora para este processo todo e veio com boa vontade", afirmou.

A Nigéria é que deu à Guiné-Bissau os 'kits' que estão a ser utilizados para o recenseamento eleitoral

O Governo liderado por Aristides Gomes reuniu-se nesta sexta-feira com os parceiros internacionais do país no sentido de dar a conhecer a posição do executivo guineense que contesta a decisão do Ministério Público. O advogado que defende o Governo, Alcides Gomes, diretor da Faculdade de Direito de Bissau, disse que foi uma medida tomada sem base legal e garantiu que o Governo vai recorrer judicialmente da decisão. ANG/D W

Saúde Pública


Governo e parceiros adoptam Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário III

Bissau, 11 Dez 18 (ANG) - O Ministério da Saúde Pública e os parceiros debateram e adoptaram o III Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário para 2018-2022, documento que irá guiar a implementação das atividades com vista a melhoria de saúde para as populações do país, noticiou o jornal Nô Pintcha na sua edição de fim de semana.

Na abertura dos trabalhos, que juntou vários técnicos de saúde, representantes das organizações não-governamentais no país, a ministra da Saúde Pública, Família e Coesão Social, Maria Inácia Có Mendes Sanhá, disse que o Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário (PNDS), é um documento de orientação nacional para a área de saúde, explicando que o PNDS- II(2008-2017) sucedeu ao PNDS-I (1998-2002), revisto para 2003-2007 e todos eles foram alvo de avaliações. 

De acordo com a ministra, o PNDS-III, vai orientar o desenvolvimento do sector de saúde nos próximos cinco anos e, se é implementado como previsto, vai melhorar,  em grande medida, a qualidade de vida das populações do país, com a mortalidade materna a diminuir quase 25 por cento, a mortalidade das crianças a diminuir em 50 por cento. 

“E vamos reduzir as novas infecções de VIH para 800/ ano, contra os actuais 1300”, afirmou Maria Inácia Có.

Assegurou que estes são apenas alguns exemplos das melhorias concretas que este plano trará para à vida dos guineenses.

Aquela responsável assegurou ainda que a instituição que dirige está a trabalhar para melhorar as condições de vida das populações guineenses, acrescentando que a aprovação deste documento será um grande passo para a melhoria do sector de saúde, para além do seu carácter orientador.

Por sua vez, Inácio Alvarenga, em representação da Organização da Saúde (OMS) apelou a todos os doadores e parceiros de saúde que se norteiem neste documento para estabelecer os apoios financeiros de parceria e cooperação com o governo da Guiné-Bissau, de forma a criar as condições necessárias para o desenvolvimento do sistema de saúde.

Aproveitou ainda a ocasião para incentivar o Ministério da Saúde Pública a finalizar este documento, com o intuito de implementar políticas públicas justas e equitativas que possam garantir a todas as franjas da sociedade guineense o acesso aos serviços de saúde com qualidade, mesmo aos que tenham dificuldades financeiras.

“A OMS enquanto parceira no sector da saúde, reitera a sua disponibilidade e compromisso de continuar a trabalhar com o governo da Guiné-Bissau e com todos os parceiros do sector, com vista a contribuir para o desenvolvimento do sistema nacional de saúde”, afiançou Inácio Alvarenga.

Segundo os técnicos, o documento está em linha com o conceito da cobertura universal de saúde que interpela os Estados membros a estruturarem os sistemas nacionais de saúde de forma à que os serviços de saúde sejam oferecidos em quantidade e qualidade suficientes para atender as necessidades da população mesmo aos que enfrentam dificuldades financeiras. 
ANG/DMG//SG