quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Covid-19/África com decréscimo médio de 10 por cento de novas infecções

Bissau, 10 Set 20 (ANG) – A África registou um decréscimo médio de 10 por cento nos novos casos de covid-19,nas últimas quatro semanas segundo dados divulgados hoje pelas autoridades, que se mantêm, no entanto, cautelosas quanto ao fim da primeira vaga da pandemia no continente.

"Nas últimas quatro semanas, globalmente os 55 Estados-membros da União Africana registaram, em média, um decréscimo de 10 


por cento no número de novos casos de covid-19", disse o director do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (UA), Jonh Nkegasong, durante a conferência de imprensa semanal.

Por regiões, Jonh Nkegasong adiantou que o norte de África (+8,7%) e a África Oriental (+2%) registam aumento de novos casos durante o mesmo período, enquanto na África Central (-33%), na África Austral (-22%) e na África Ocidental (-16%) houve diminuição.

"Vemos tendências que vão no bom sentido, mas temos de manter e intensificar as medidas que já comprovamos que funcionam. Já vimos isto em outras regiões, a pandemia parece decrescer e depois ressurge. Temos de ter muito cuidado porque estamos longe de ter acabado. Temos de continuar a intensificar os nossos esforços", disse o responsável do África CDC.

"Apesar de tendência ser de descida, temos de nos lembrar que são apenas tendências. Estamos na direcção certa como continente, mas a batalha está longe de estar ganha", acrescentou, sublinhando as muitas incertezas que subsistem relativamente ao comportamento do novo coronavírus.

Analisando os dados da última semana, Jonh Nkegasong disse que o continente registou 53 mil novas infecções por covid-19, o que representa uma redução de 5,2 por cento no número de novos contágios face à semana anterior.

Cerca de 70% dos casos de covid-19 continuam concentrados em cinco países: África do Sul (49%), Egipto (8%), Marrocos (6%), Etiópia (5%) e Nigéria (4%).

"Marrocos teve um aumento muito significativo nas últimas semanas e regista agora mais 70 mil casos, enquanto o Egipto ultrapassou os 100 mil casos", apontou o director do África CDC.

Os países com maior número de novos casos na última semana foram Marrocos, África do Sul, Etiópia, Líbia e Argélia.

Entre os países com o maior número acumulado de infeções por 100.000 habitantes mantém-se a África do Sul (1.000), Cabo verde (746), Djibuti (549), São Tomé e Príncipe (449) e Gabão (411).

O continente realizou desde o início da pandemia mais de 12,7 milhões de testes, um aumento de seis por cento em relação à semana passada.

Cerca de 80 por cento dos testes foram feitos na África do Sul, Marrocos, Etiópia, Quénia, Egipto, Ruanda, Gana, Nigéria e Uganda.

África registou 201 mortos devido à covid-19 nas últimas 24 horas, passando a um total de 31.902, em 1.321.736 casos de infecção, de acordo com os números mais recentes da pandemia no continente.

Segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas registaram-se, nos 55 Estados-membros da organização, 8.517 novos casos e houve mais 8.770 doentes recuperados, para um total de 1.059.337.

O maior número de casos e mortos continua a registar-se na África Austral, com 693.691 contaminações e 16.249 mortos. Só a África do Sul, o país mais afectado do continente, contabiliza 642.431 casos e 15.168 mortos.

O norte de África, a segunda zona mais afetada pela pandemia, tem agora 258.298 pessoas infetadas e 9.188 mortos e na África Ocidental o número de infeções subiu para 166.375 e o de vítimas mortais para 2.491.

Na região da África Oriental, o número de casos de covid-19 é de 147.794 e 2.924 mortos, e na África Central estão contabilizados 55.578 casos e 1.050 óbitos. ANG/Angop

 

 

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

   Prevenção contra coronavirus

No plano individual deve-se  manter o distanciamento físico, usar  uma máscara,  lavar as mãos  regularmente e tossir fora do alcance  dos outros. Façam  tudo isso!

A nossa mensagem às populações e aos governos é clara.Façam tudo isso!"

                                        ( Tedros Adhanom Ghebreyesus - DG da OMS)

Cooperação militar/CEMGFA do Senegal deseja  um futuro estável e de prosperidade à Guiné-Bissau

Bissau, 09 set 20 (ANG) – O Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas do Senegal desejou hoje um futuro estável e de prosperidade à Guiné-Bissau.

Birame Diop que se encontra de visita à Bissau para participar na cerimónia de despedida do contingente militar da CEDEAO,(ECOMIB) que terminou a sua missão no país, falava  aos jornalistas a saída de uma audiência com o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.

Disse que o Senegal, à semelhança de outros países da comunidade, enviou há oito anos, um contingente m

ilitar para participar na manutenção da estabilidade e segurança no país, na sequência do golpe de estado de 2012.

“Hoje esta missão chega ao seu fim e estamos satisfeito com os resultados alcançados pelos nossos camaradas militares de arma e ao mesmo tempo vamos deixar um país onde sentimos como se fosse as nossas casas, onde a população mostrou um grande espírito de hospitalidade e  nos servimos muito bem, ao lado
das forças armadas da Guiné Bissau”, afirmou o chefe de Estado-maior General  das Forças Armadas do Senegal.

Por outro lado, Birame Diop destacou a   existência de um  acordo de  cooperação entre a Guiné-Bissau e o Senegal no domínio da Defesa e Segurança assinado em 1975 e disse que a delegação irá realizar uma visita de trabalho com as autoridades militares e civis do país para analisar não só acordo, mas também alguns aspectos que precisam de ser melhorados, sobretudo nos aspectos operacionais  para ver como podem resolver os problemas transfronteriços entre os dois países.

“ Falo da formação, sistema logístico, entre outros, que permitirão o reforço da capacidade das forças de Defesa e Segurança da Guiné Bissau e do Senegal. Portanto, é preciso trabalhar em conjunto”, disse Birame Diop.

Instado sobre o que as autoridades militares guineenses podem beneficiar de imediato das autoridades senegalesas, Birame Diop disse que na visita que irão realizar ao poder militar nacional vão discutir como um novo acordo de cooperação pode  garantir a segurança na fronteira entre os dois países. ANG/DMG/LPG//SG

 

 

Política/PAIGC reconhece Umaro Sissoco Embaló como Presidente da República

Bissau, 09 set 20 (ANG) – A 2ª Vice-Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disse que o seu partido, através do seu presidente e da direção superior sempre prometeu ser o primeiro a reconhecer Umaro Sissoco Embaló no dia em que o Supremo Tribunal da Justiça, nas vestes do Tribunal Constitucional der o seu veredicto final.


Em declarações à imprensa, esta quarta-feira, após o encontro com o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, Maria Odete Costa Semedo disse que o seu partido pauta pela legalidade e respeita as leis.

 “A Direção do partido vai respeitar mesmo não concordando com o caminho que isto tomou. Porque aquilo que nos dizem no Acordão, se sabiam que é assim, porquê que demoraram tanto tempo a tomar esta posição desde a primeira hora em que o PAIGC interpôs junto ao Supremo Tribunal”, questionou Semedo.

Acrescentou que levaram tanto tempo e fizeram muitas penalizações ao Povo guineense para que no fim chegar a um Acordão que diz que não valeria a pena termos perdido tanto tempo.

Odete Semedo informou que tiveram uma conversa com o Presidente da República sobre a governação e alguns aspetos da política guineense, prometendo levar o assunto para ser discutido no seio do partido a fim de tirar as suas ilações, e para depois voltar a encontrar com o chefe de Estado..

Disse que o PAIGC reitera o estatuto do vencedor das eleições legislativas.

No encontro com o Presidente da República, o PAIGC foi representado pela 2ª Vice-Presidente Maria Odete Costa Semedo e o Secretário-geral Aly Hijazy.ANG/DMG/ÂC//SG

  

CEDEAO/Presidente da Comissão reitera disponibilidade de acompanhar programa de desenvolvimento da Guiné-Bissau

Bissau, 09 Set 20 (ANG) - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reiterou esta quarta-feira a  sua disponibilidade de acompanhar  o programa de desenvolvimento da Guiné-Bissau com objectivo de promover o bem do país e da sub-região.

É o Presidente da Comissão

da CEDEAO, Jean-Claude Kassebrow que o declara  à imprensa após um encontro com o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.

“É necessário que todos as instituições da Guiné-Bissau funcionem de forma normal, porque a estabilidade deste país contribuirá igualmente para o progresso dos países membros da CEDEAO”, desejou aquele responsável.

Kassebrow lembrou que CEDEAO tinha feito um comunicado no dia 20 de Abril do corrente ano no qual felicitou o Presidente da Guiné-Bissau pela vitória e por ter assumido o cargo de Chefe de Estado guineense,  e disse que estão no país para lhe felicitar pessoalmente.

“Não podiamos  estar cá para lhe felicitar pessoalmente por motivo de pandemia de Covid-19 que obrigava ao encerramento das fronteiras entre os países como forma de prevenção. Mas, actualmente muitos já abriram”, referiu o Presidente da Comissão da CEDEAO.

Por outro lado, disse que o encontro com o Presidente da República  se realizou no contexto do fim da missão da Força Militar da CEDEAO na Guiné-Bissau (ECOMIB) e do debate sobre a revisão da Constituição da República da Guiné-Bissau.

Jean-Claude disse que a Missão Militar  da ECOMIB está na Guiné-Bissau desde 2012 com a finalidade de manter a paz e estabilidade de forma a permitir o progresso do país e da CEDEAO em geral.

Aquele responsável agradece a Missão da ECOMIB pelo trabalho que tem feito na Guiné-Bissau, no que tange a manutenção da paz, tendo acrescentado que finalmente tudo está normalizado e que por isso, a missão chegou ao fim.

“Uma das nossas funções é de solidarizar com os países nos momentos das dificuldades de modo a garantir a sua estabilização para prosseguir rumo ao desenvolvimento”, disse kassebrow.

O primeiro contingente da missão da ECOMIB deixou Bissau na semana passada e eram mais de 100 elementos.ANG/AALS/ÂC//SG

 

 


Covid-19/Administração do Porto de Pesca sensibiliza  utentes sobre a pandemia

Bissau,09 Set 20(ANG) – O Director-geral da Administração do Porto de Pesca de Alto Bandim reiterou hoje o engajamento da direcção na sensibilização dos utentes sobre a prevenção da Covid-19 para se minimizar a contaminação.


 “Realizamos  campanha de sensibilização das pessoas sobre os cuidados a tomarem para diminuir os riscos da contaminação da doença. E redobramos  esforços no que toca ao saneamento do Porto”, afirmou Anselmo Mendes em entrevista exclusiva à ANG.

Aquele responsável sublinhou que não é somente a pandemia do covid-19 que constitui problemas para o mundo e na Guiné-Bissau em  particular, acrescentando que antes já se deparavas com  outras doenças diarreicas frequentes no período chuvoso.

“Na verdade, o Porto de Pesca é um espaço que não é fácil de manter limpo tendo em conta que dispõe de utentes dificilmente de mudar os seus comportamentos de um dia para outro”, frisou.

Anselmo Mendes disse que foi nesse sentido que estão a levar a cabo ações de sensibilização que engloba  todas as entidades que actuam no Porto, nomeadamente, Associação da Vendedeiras, dos Pescadores e da própria Administração incluindo o Director Geral.

“Pelo menos duas vezes por mês, os referidos grupos realizam limpezas para além das que são efectuadas diariamente”, informou.

Disse que a referida infraestrutura para além ser o Porto de Pesca também dispõe do componente mercado onde se faz a venda de pescado.

Referiu  que, actualmente, devido a enorme procura dos citadinos, a venda de pescado está a ser feita fora do recinto construído para o efeito, salientando que, quando se trata de contaminação de qualquer doença, os locais fechados são os mais vulneráveis.

“Isso nos leva a permitir as pessoas a fazerem vendas de pescados fora do espaço reservado para o efeito, o que lhes permite cumprir as regras do distanciamento social”, disse.

Anselmo Mendes sublinhou que a Administração do Porto de Pesca decretou a obrigatoriedade de uso de máscaras para todas as vendedeiras daquele espaço, desde o principio do mês de Maio , ou seja muito antes da decisão do Governo nesse sentido, tendo em conta que é um recinto onde aglomera muitas pessoas.

“Felizmente todos os utentes do Porto de Pesca estão a acatar a medida, graças a colaboração de todas as instituição parceiras, nomeadamente o Instituto Marítimo Portuário,a  Brigada Costeira entre outras”, explicou.ANG/ÂC//SG

Política/Deputados do MADEM-G15 pedem  maior controlo das despesas não tituladas

Bissau, 09 Set 20 (ANG) – Os deputados do grupo parlamentar do Movimento para Alternância Democrática MADEM-G15 recomendaram ao governo, através do ministério da Finanças, maior controlo das despesas não tituladas e do endividamento público salvo aquele que reverte no investimento público.


Esta recomendação vem expressa no comunicado final das jornadas parlamentares do partido, que,por outro lado serviu  para  reciclar os deputados para estarem melhor preparados para enfrentar os desafios que a democracia representativa requer .

Durante dois dias, de acordo com o documento lido na voz do segundo vice-líder da bancada do MADEM-G15,  Nelson Moreira, foram debatidos  o Plano Nacional de Desenvolvimento , o impacto da Covid-19 na economia nacional, a previsão orçamental para ano económico 2020 e o impacto do Orçamento Geral do Estado(OGE) na vida pública.

Os parlamentares exortaram o governo sobre a necessidade de apresentação do Plano Nacional de Desenvolvimento e o respeito escrupuloso da lei do enquadramento da OGE no que diz respeito a Assembleia nacional Popular(ANP) para recurso ao crédito.

Ainda exortaram ao executivo para  dar prioridade aos sectores sociais na repartição do bolo orçamental, sobretudo nas áreas de saúde e educação, investindo também fortemente nas infraestruturas do país.

Os deputados se comprometeram  a envolver mais na fiscalização das acções do governo por forma a obrigá-lo  a cumprir  as linhas traçadas no programa de governação aprovado na Assembleia Nacional Popular.

Por outro lado,  o grupo parlamentar do MADEM-G15 exortou todas as forças politicas, sobretudo da oposição, a se renderem perante o novo momento político aceitando, com  responsabilidade, a sua condição de oposição, por forma a contribuir para a  transformação do país.

Encorajaram aos deputados no sentido de apresentarem iniciativas legislativas.

O grupo prometeu, para um futuro próximo, a realização de jornadas parlamentares em todas as regiões para maior interação dos deputados com o eleitor.

Entretanto os deputados da segunda força política do país enalteceu a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pela assistência dada a Guiné-Bissau durante o periodo “conturbado” do ponto de vista politica institucional que permitiu ao país a retoma do normal e regular funcionamento das instituições da República.

Felicitaram ao Alto Comissariado de Luta Contra a Covid-19, pelo esforços e os resultados alcançados no combate a pandemia, encorajando-lhe a continuar nessa luta contando com o apoio de todos os deputados da nova maioria parlamentar e do executivo , que  restabeleceu a paz social, pondo fim as  greves nos sectores sociais, criando assim condição para a união no tecido social.

Ao presidir a cerimonia de enceramento das jornadas, a vice- coordenadora do MADEM-G15, Adja Satu Camará Pinto disse que a palavra alternância significa mudança no comportamento, de atitude, na fiscalização e  na acção governativa.

Por isso, Satu Camará exorta os deputados à serem proactivos na fiscalização das actividades do governo.

Mas antes referiu que um deputado só consegue  defender os instrumentos de governação, nomeadamente o Programa do Executivo e OGE  quando tem o conhecimentos profundos sobre os referidos documentos, podendo assim desempenhar a sua função da melhor maneira possível no hemiciclo, que passa pelo acompanhamento dos mesmos durante a sua implementação.ANG/LPG/ÂC//SG

                  
             Covid-19
/ Decretado estado de calamidade até dezembro  

 Bissau,09 Set 20(ANG) - A Guiné-Bissau passa, a partir desta quarta-feira (09.09), a estado de calamidade por causa da pandemia do novo coronavírus. 

 Ao fim de seis meses, o Governo decidiu levantar o estado de emergência e decretou o de calamidade, depois de um parecer emit

ido pelo Alto Comissariado de Luta contra a Covid-19.

 "Já não vamos ter a cerca sanitária. Não vai ser proibido transitar de uma região para outra, mas as medidas de distanciamento físico, de uso obrigatório de máscara, encerramento de discotecas, limitação de número de pessoas nos funerais e nas reuniões vão continuar”, enumerou a alta comissária de luta contra a Covid-19, Magda Robalo. 

A circulação em transportes públicos será permitida apenas com metade da lotação e cumprindo as regras de segurança, como até aqui. Continuam também interditos todos os cortejos, desfiles, manifestações e outros eventos públicos com mais de 25 pessoas.

 Desde o início da pandemia, já foram registados no país 39 óbitos por novo coronavírus. Atualmente, há mais de 900 casos ativos.

O estado de calamidade começa esta quarta-feira (08.09) e termina daqui a três meses, a 8 de dezembro.ANG/DW África


            
         Mali/
Centenas de malianos manifestaram apoio à Junta militar

 

Bissau, 09 Set 20 (ANG) - Centenas de malianos demonstraram  terça-feira, em Bamako, o seu apoio à junta militar, no meio de uma disputa sobre o regresso dos civis ao poder, após o golpe de Estado de 18 de Agosto, noticia a agência AFP.

Os participantes responderam ao apelo do MP4 (Movimento Popular de 4 de Setembro), uma nova formação de apoio aos coronéis no poder, numa altura em que os malianos estão a dividir-se sobre se é um militar ou um civil que deve liderar a transição, supostamente para trazer os civis de volta à lider

ança do país, e quanto tempo deve durar este período de transição.

"Queremos que o Exército se mantenha no poder durante o tempo que for necessário. Porque não três anos, até ao final do mandato do antigo presidente IBK", disse Hamza Sangare, um comerciante de 40 anos, no meio da multidão de manifestantes e do barulho das vuvuzelas, referindo-se a Ibrahim Boubacar Keïta, que foi derrubado pelos militares a 18 de Agosto.

Desde o início, os militares prometeram devolver as ordens aos civis no final de um período de transição a ser determinado. Falaram inicialmente em três anos (correspondentes ao final do mandato presidencial), sob a liderança de um oficial militar.

Mas depararam-se com a recusa dos vizinhos da África Ocidental e lançaram consultas com as partes e a sociedade civil sobre a implementação desta transição.

Após o acolhimento dado ao golpe de Estado pelos malianos - exasperados por anos de guerra com os jihadistas, violência inter-comunitária e estagnação económica - estas consultas salientaram a dificuldade em conciliar as agendas dos militares, dos antigos grupos rebeldes do norte e do chamado Movimento 5-Junho.

Durante meses, o Movimento 5-Junho liderou o protesto contra o antigo presidente, até os militares o deporem. Exige agora um papel preponderante na transição.

"Os militares, os militares", cantava um animador para motivar os manifestantes, que debaixo de um sol escaldante exibiam a bandeira nacional, retratos do chefe da junta, o coronel Assimi Goita, e cartazes onde se lia "Viva o exército".

Dezenas dos pequenos autocarros típicos de Bamako, normalmente utilizados como transportes públicos, foram mobilizados para transportar os manifestantes à Praça da Independência, o ponto alto de protesto perante o golpe de Estado.

Os apoiantes de uma longa transição confiada aos militares argumentam com o tempo e autoridade necessários para criar as condições de recuperação, num país muitas vezes descrito como estando à beira do colapso.

Por seu lado, outros apontam para o risco de uma instabilidade ainda maior num Sahel já atingido por acções jihadistas, e o mau exemplo regional dado por uma junta que se manteve no poder durante muito tempo.

Na segunda-feira, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que exige o regresso dos civis após um período máximo de 12 meses, deu aos militares até 15 de Setembro para nomear um Presidente e um primeiro-ministro civis para a transição.

Na sequência do golpe de Estado de 18 de Agosto, o então Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e vários responsáveis do seu Governo foram detidos e posteriormente libertados, após mediação da CEDEAO.

O ex-presidente deixou Bamako na noite de sábado a bordo de um voo especial alegadamente para receber tratamento no estrangeiro, mas fontes ligadas à junta militar no poder asseguram que a CEDEAO defende o regresso ao Mali de Ibrahim Boubacar Keita caso a justiça e segurança do país o exijam.

A junta militar, que se auto-designou Comité Nacional para a Salvação do Povo, está a promover consultas com diversas formações políticas civis do país para preparar o processo de transição.

Além da instabilidade política, o Mali regista uma situação de violência inter-comunitária e de frequentes ataques 'jihadistas' contra o exército maliano e as forças estrangeiras, incluindo francesas, destacadas em extensas zonas do centro e norte do país. ANG/Angop

 

 

 

Contencioso eleitoral/”Decisão do Supremo implica nulidade de actos praticados pelo PR da Guiné-Bissau”,   diz líder do PAIGC

Bissau,09 Set. 20(ANG) - O candidato Domingos Simões Pereira, derrotado na segunda volta das presidenciais na Guiné-Bissau, defendeu terça-feira que a decisão do Supremo Tribunal da Justiça de validar os resultados eleitorais implica a nulidade de todos os atos praticados pelo Presidente guineense.

Umaro Sissocó Embaló tomou posse como Presidente da Guiné-Bissau em fevereiro, sem esperar pela decisão do Supremo Tribunal d


e Justiça em relação a um recurso de contencioso eleitoral apresentado por Domingos Simões Pereira por alegada fraude eleitoral.

O Supremo Tribunal de Justiça emitiu na segunda-feira um despacho no qual considera improcedente o recurso apresentado pelo candidato apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Para que esta decisão do Supremo Tribunal de Justiça faça fé jurídica, é imprescindível que todas as suas implicações práticas sejam respeitadas, conforme decorre da própria lei”, afirmou Domingos Simões Pereira, numa declaração enviada à Lusa.

Segundo o candidato do PAIGC, o Supremo Tribunal de Justiça “deverá velar” para que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) cumpra a sua decisão e publique os resultados definitivos das eleições presidenciais, porque só agora está legalmente habilitada a fazê-lo, para que depois se possa dar posse ao Presidente eleito”.

“Por outro lado, esta decisão do Supremo Tribunal de Justiça implica igualmente a nulidade de todos os atos praticados anteriormente por quem não dispunha dos poderes para a demissão do Governo constitucional do PAIGC, salientou o também presidente do partido.

Após ter tomado posse como Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes, que tomou posse na sequência da realização de legislativas ganhas pelo PAIGC.

“Não proclamar agora os resultados definitivos da segunda volta das eleições presidenciais, e não retomar todo o processo de posse do Presidente da República, tal como previstos na Constituição e na Lei, significará que, afinal, a decisão da instância suprema da justiça guineense não passou de uma farsa”, afirmou.

Na declaração, Domingos Simões Pereira reconheceu o fim do contencioso eleitoral, mas lamentou que o Supremo Tribunal de Justiça tenha “negado justiça e verdade eleitoral aos guineenses.

“Tomo nota dessa decisão, reconheço tratar-se do fim do contencioso eleitoral e ser esta uma deliberação final, mas lamento profundamente que esse órgão de soberania tenha negado justiça e verdade eleitoral ao povo guineense”, afirmou.

O líder do PAIGC explicou que decidiu avançar com o “processo de impugnação” porque entendeu que os resultados divulgados pela CNE não representavam a genuína e soberana vontade do povo guineense expressa nas urnas”.

Aquele entendimento, segundo Domingos Simões Pereira, estava fundamentado em “abundantes sinais que apontavam para a existência de fraude no momento do apuramento nacional dos resultados”.

“Sinais que apresentei publicamente e que motivaram o pedido de recontagem dos votos, referiu.

O líder do PAIGC salientou que é pública a primeira decisão do Supremo Tribunal de Justiça, que decidiu que os “resultados publicados pela CNE não respeitaram a lei, e que o apuramento nacional deveria ser retomado ‘ab initio'”.

“Esta posição do Supremo revelara-se correta ao ser conhecida e confirmada que afinal apenas duas das dez atas de apuramento regional estavam na posse da Comissão Nacional de Eleições, e que serviram de fundamento à proclamação de vitória de um candidato presidencial, afirmou.

Domingos Simões Pereira deixou uma série de questões sobre as razões para a mudança de posição do Supremo Tribunal de Justiça, questionado se os juízes terão sido coagidos e ficaram com medo.

O líder do PAIGC prometeu que vai continuar a lutar pela instauração de um Estado de Direito democrático e a defender a verdade e a justiça.ANG/Lusa

 

CEDEAO/Conferência de Níger “não trouxe novidade” principalmente a nível do programa “Visão 2020” – FOSCAO 

 

Bissau, 09 Set 20 (ANG) – O vice-presidente do Fórum da Sociedade Civil da África Ocidental (FOSCAO), Dionísio Pereira, considerou terça-feira que a 57ª Conferência dos Chefes dos Estados da CEDEAO “não trouxe novidade”, principalmente a nível do programa “Visão 2020”.

A “Visão 2020” da CEDEAO tem por objectivo criar uma direcção e meta transparentes para, de forma significativa, elevarem o padrão de vida dos povos através de 


programas conscientes e inclusivos que garantem um futuro melhor para a África Ocidental.

Segundo a inforpress, Dionísio Pereira lembrou que desde a sua criação, em Junho de 2007, que este programa estratégico não conseguiu atingiu os objectivos da sua criação, tendo, por isso, apelado os dirigentes africanos a auscultar as suas populações para a resolução do problema do continente.

Dionísio Pereira considerou que também não há qualquer novidade em relação às    tensões políticas em curso na Costa do Marfim, Guiné-Bissau e Mali, sendo que neste último apontou que se deve reconsiderar as sanções económicas “excessivas, desproporcionadas e perigosas” contra o povo maliano.

De entre as conclusões da 57ª Cimeira dos Chefes do Estado, que terminou esta segunda-feira, 07, no Níger, destaca-se a reafirmação do engajamento a favor da promoção da paz e estabilidade na região.

Em relação à situação no Mali, prometeu assegurar um “rápido retorno à ordem institucional” no país, com uma transição política dirigida por um presidente e primeiro-ministro civil para um período de um ano.

Quanto à pandemia da covid-19, que tem afectado todo continente, a conferência enaltece a “boa gestão” pelos estados-membros, que se traduziu nas melhorias registadas no controle da pandemia na região.

Neste sentido, exortou os estados-membros, a propor uma estratégia urgente para a disponibilidade de uma vacina anti-covid-19

A CEDEAO é composta pelo Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. ANG/Inforpress

Ministério das Finanças/Sindicato  exige desbloqueamento de salários de mais 700 funcionários  

Bissau,09 Set 20(ANG) - Os trabalhadores do Ministério das Finanças exigiram na terça-feira ao ministro das Finanças, João Alage Mamadu Fadia o “desbloqueamento imediato” de salários de mais de 700 funcionários que estiveram em greve em Agosto.


Na sequência dessa exigência, os dois sindicatos (do ministério das Finanças e o do da Direção-geral do Tesouro e Contabilidade Pública) que representam os funcionários daquela instituição alertaram que se o ministro não desbloquear os salários dos funcionários, a greve nunca será suspensa.

A exigência dos sindicatos foi tornada pública em conferência de imprensa , na qual o porta-voz dos dois sindicatos, Malam Home Indjai,  denunciou que  o ministro das Finanças  instaurou processos contra funcionários e bloqueou salários de todos os trabalhadores que aderiram à greve, embora tenha esclarecido que quando os salários estavam a ser processados só tinham observado três dos trinta dias da paralisação.

Malam Home Indjai considerou ser “ilegais e infundadas” as alegações do ministro para bloquear os salários dos mais de 700 funcionários que aderiram à greve “legalmente convocada pelos seus legítimos representantes “.

Chamou, por isso, atenção à ministra da Função Pública, Trabalho, Emprego e Segurança Social, Maria Celina Vieira Tavares, enquanto única instituição competente para gerir os problemas dos recursos humanos, para intervir  na resolução dos problemas e de atos cometidos “de forma incompetente” pelo ministro das Finanças.

O porta-voz acusou João Alage Mamadu Fadia de ter feito uma requisição civil, recorrendo a seus colegas reformados do banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e dos bancos comerciais, apesar de terem atingido a idade de reforma (mais de 60 anos) para prestar serviço, em substituição dos funcionários que, o ministro, “imbuído de má fé”, chamou de estagiários e contratados como forma de intimidá-los porque aderiram à paralisação.  

Por outro lado Malam denunciou que o ministro Fadia tem recorrido a um cidadão de Costa de Marfim para “invadir” o sistema integrado de gestão dos recursos humanos da administração pública e bloqueou os salários durante as duas vagas de greve “aderida massivamente pelos trabalhadores”.

“Este cidadão da Costa de Marfim tem firmado um contrato com o Ministério das Finanças e, em consequência, aufere um salário de cinco milhões (5.000.000) de francos CFA, uma soma superior ao salário do primeiro-ministro da Guiné-Bissau”, revelou.

O porta-voz apelou aos trabalhadores efetivos, contratados e estagiários do ministério das Finanças a encararem a luta de forma massiva para combater, com eficácia, as “ilegalidades e arbitrariedades cometidas pelo ministro das Finanças, João Alage Mamadu Fadia”.ANG/O Democrata

 

 

Caso Navalny/Rússia diz estar em curso  campanha de desinformação para impor novas sanções a Moscovo

 

Bissau, 09 Set 20 (ANG) - A Rússia disse em comunicado  estar em curso  uma "campanha de desinformação" com o objectivo de impor novas sanções a Moscovo, após um apelo de integrantes do G7 para levar "com urgência" à justiça os autores do envenenamento do opositor russo Alexei Navalny, noticiou a Lusa.

A vasta campanha de desinformação em andamento é uma prova clara de que os seus iniciadores não se preocupam com a saúde de Navalny (…), mas procuram mobilizar-se para impo


r sanções”, disse a diplomacia russa num comunicado.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido disseram na terça-feira, num comunicado conjunto, que estão “unidos na condenação, nos mais fortes termos, do envenenamento confirmado de Alexey Navalny”.

“Nós, os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, exortamos a Rússia a usar toda a transparência em relação à identidade dos responsáveis por este hediondo ataque de envenenamento e a levar os seus perpetradores à justiça”, referiu a nota, recordando os “compromissos” de Moscovo em relação à Convenção sobre Armas Químicas.

A União Europeia (UE) evocou possíveis sanções e Berlim, mesmo pela primeira vez, indicou que não descarta o congelamento de seu principal gasoduto com a Rússia, o Nord Stream 2.

Alexei Navalny, de 44 anos, atualmente em tratamento na Alemanha após ter sido inicialmente hospitalizado na Rússia, foi vítima de um ataque com um agente nervoso do tipo Novichok, de acordo com o Governo alemão.

Por sua vez, a Rússia insiste que nenhum vestígio de veneno foi detetado pelos médicos russos no corpo de Navalny e exige ter todas as informações, que a Alemanha ainda não forneceu, de acordo com Moscovo.

“Nós continuamos a exortar o lado alemão a dar-nos informações sobre o exame médico de Navalny, incluindo os resultados das suas análises bioquímicas”, disse o comunicado da diplomacia russa, denunciando “ataques infundados” contra a Rússia.

“Infelizmente, o lado alemão está a travar o processo”, portanto “a histeria em torno desse caso continua a aumentar”, lamentou a diplomacia russa.

O embaixador alemão é aguardado hoje no Ministério dos Negócios Estrangeiros russo para um intercâmbio sobre o caso, segundo Berlim.

Apesar dos protestos dos países Ocidentais, a Rússia desde o início do caso recusou-se a abrir qualquer investigação criminal, acreditando que não havia provas de que um crime pudesse ter sido cometido.

Alexei Navalny, conhecido pelos seus inquéritos anti-corrupção dirigidos à elite política russa, sentiu-se mal durante uma viagem de avião em 20 de Agosto e foi hospitalizado de urgência em Omsk, na Sibéria, antes de ser enviado para Berlim.

Segundo as autoridades alemãs, o principal opositor do Kremlin foi, “sem dúvida”, envenenado na Rússia por um agente neurotóxico do tipo Novichok, uma substância concebida na época soviética para fins militares e já utilizada contra o ex-agente duplo russo Serguei Skripal e sua filha Iulia, em 2018, em Inglaterra.

O Governo alemão e outros países ocidentais acusam as autoridades russas do crime, mas o Kremlin rejeita qualquer responsabilidade. ANG/Angop

 

 

terça-feira, 8 de setembro de 2020

  Prevenção contra coronavirus

No plano individual deve-se  manter o distanciamento físico, usar  uma máscara,  lavar as mãos  regularmente e tossir fora do alcance  dos outros. Façam  tudo isso!

A nossa mensagem às populações e aos governos é clara.Façam tudo isso!"

                                        ( Tedros Adhanom Ghebreyesus - DG da OMS)

Transportes marítimos/SOTRAMAR  precisa de 9 mil milhões de francos CFA para aquisição de duas embarcações  

Bissau, 08 Set 20 (ANG) – A Sociedade de Transportes Marítimos  da Guiné-Bissau(Sotramar), precisa de 9 mil milhões de francos cfa para aquisição de dois barcos de transportes de passageiros e pagamento de  dívidas salariais aos funcionários d

a empresa.  

A revelação foi feita hoje pela  Directora-geral  da SOTRAMAR, Famata Nanque, em entrevista exclusiva à ANG.

Famata  justificou que a necessidade de fazer esses investimentos devido a avaria dos três navios e sem possibilidades de reparação, com os quais a empresa operava.

 “A reparação das referidas embarcações acarretam enormes custos, pelo que é preferível adquirir novos barcos para minimizar o sofrimento das pessoas nas ilhas”, sustentou.

Aquela responsável disse que é muito arriscado para população sair das ilhas de canoa para Bissau, acrescentando que o barco da empresa CONSULMAR não pode satisfazer todas as necessidades das pessoas que vivem nas ilhas.

"O problema de  SOTRAMAR não é nada fácil. Chegamos numa situação muito difícil. A minha direcção herdou dívidas de trabalhadores que ronda quase 600 milhões de francos CFA, além de dívidas  com outras empresas dentre as quais o Estaleiro Naval, que ronda os  200 milhões de fcfa”, disse.

referiu que  herdaram  a empresa numa situação financeira deplorável com zero francos nos cofres, frisando que contudo, com esforço interno e do governo estão a fazer tudo para erguer a empresa.

Famata Nanque acrescentou que os funcionários da empresa já vão ao sexto mês sem salários e subsídios.

“Estamos a fazer contactos e parcerias que achamos que brevemente vai permitir a empresa funcionar e ter pelo menos um ou dois barcos”, prometeu Famata Nanque, em entrevista a ANG.

Disse que através do ministro de tutela já se apresentou um programa ao Conselho de Ministros, onde se destaca a urgência de se adquirir
barcos, visto que a empresa é autónoma pelo que  tem que render para sustentar as suas despesas. ANG/MI/ÂC//SG