quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Frente Social/"Greve de três dias teve maior impacto no setor da Saúde" diz o porta-voz

Bissau,10 Out 24(ANG) - O porta-voz da Frente Social, João Yoyo Correia, disse esta quarta-feira, à Lusa que a greve de três dias no país “teve maior impacto no setor da Saúde”, com uma adesão de cerca de 90%.

Yoyo Correia, que procedia ao balanço da paralisação, iniciada na segunda-feira, afirmou que a Frente Social, plataforma que junta dois sindicatos de técnicos da Educação e outros tantos da Saúde, “não se sente bem em afirmar que a greve teve impacto na Saúde”.

“É uma batalha pela dignificação dos profissionais das duas classes. Podemos dizer que houve cerca de 90% de adesão no setor da Saúde, de onde recebemos diferentes gritos de socorro da população”, mesmo com serviços mínimos nos hospitais e centros de saúde, afirmou o sindicalista.

Vários serviços do Simão Mendes, em Bissau, principal hospital da Guiné-Bissau, tiveram de mandar para casa, para clínicas privadas ou para o Hospital Militar os doentes que procuraram atendimento durante os três dias da greve.

O serviço de urgência do Simão Mendes, hospital de referência, funcionou apenas com um médico que atendia os pacientes internados no serviço de ortopedia.

João Yoyo Correia lamentou que “antes e durante a greve”, quarta-feira terminada, a Frente Social não tenha sido convocada pelo Governo para analisar os pontos que motivaram a paralisação laboral desde segunda-feira.

A greve surgiu no âmbito do protesto da Frente Social pelo não pagamento de cerca de dois anos de salário a cerca de cinco mil professores, pela exigência de efetivação na Função Pública de dezenas de técnicos da Saúde e ainda pela melhoria de condições de trabalho.

O porta-voz da Frente Social prometeu anunciar “novos passos a seguir” enquanto o Governo não se sentar à mesa e atender às reivindicações dos trabalhadores da Função Pública.

Das outras vezes que a Frente Social convocou greves, os líderes da organização denunciaram que foram alvo de ameaças e intimidações, o que desta vez não aconteceu, conforme reconheceu João Yoyo Correia.

No entanto, disse que, na região de Cacheu, no norte da Guiné-Bissau, o delegado do Ministério da Saúde “teria pedido um documento comprovativo” aos funcionários que não quiseram prestar serviço porque estavam de greve.

“Achamos que é a falta de conhecimento da exigência legal por parte dos trabalhadores de que basta o pré-aviso da greve” para aderir à paralisação, declarou João Yoyo Correia, que aproveitou para exortar e agradecer a “firmeza dos trabalhadores”.ANG/Lusa

CHAN’2024/Guiné-Bissau defronta Guiné-Conacri na segunda ronda da prova

Bissau,10 Out 24(ANG) - A seleção nacional local da Guiné-Bissau, irá defrontar a congénere da Guiné-Conacri, na segunda ronda da eliminatória para o CHAN, Campeonato Africano das Nações reservado para os futebolistas que atuam nas competições domésticas.

Segundo o resultado do sorteio realizado quarta-feira, Guiné-Bissau e Guiné-Conacri irão se defrontar na última semana de Dezembro, em duas mãos.

Na primeira mão, a seleção nacional irá visitar a Guiné-Conacri, entre os dias 20 a 22 de dezembro, e na segunda mão, na semana seguinte, já em Bissau, no Estádio Nacional 24 de Setembro, entre 27 a 29 de dezembro.

CHAN’2024, será disputada em três países, Quénia, Uganda e Tanzânia, de 1 a 28 de fevereiro de 2025.

De recordar que, na corrida para o CHAN’2022, a última edição desta competição, a Guiné-Bissau eliminou a seleção gambiana na primeira ronda, e caiu na segunda ronda frente a seleção da Mauritânia, numa eliminatória onde ambos os jogos foram disputados no solo mauritaniano.ANG/FUT 245

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Infraestruturas/”O Plano Nacional de Transporte e Logística é um documento estratégico para desenvolver o setor ”, diz José Carlos Esteves

Bissau, 09 Out 24 (ANG) – O ministro das Obras Públicas, Construção e Urbanismo defendeu que o Plano Nacional de Transporte e Logística da Guiné-Bissau é um documento estratégico para o desenvolvimento do setor de infraestruturas e transportes no país.

José Carlos Esteves que falava, terça-feira, na cerimónia de entrega formal do Plano Nacional de Transportes e Logística da Guiné-Bissau ao Governo, sublinhou que todos os  componentes do Plano vão levar o país à desenvolver o turísmo, os setores das  pescas, minas,  comércio entre outros .

Acrescentou que quando se diz Plano Nacional de Transportes e Logística, muita das vezes leva quem não é experts na matéria a pensar que se trata de um plano para desenvolver a logística de transportes.

“Para ter logística de transporte é preciso dispor de infraestruturas em diferentes áreas e que acaba por ser um Plano que vai incluir nomeadamente estradas, aeroportos entre outros”, disse.

O referido Plano, diz o governante, prevê também o desenvolvimento de  meios de transportes dentre os quais a rede de autocarros, de transportes aéreos e transportes marítimos.

O ministro das Obras Públicas, Construção e Urbanismo, disse que a versão final do documento   levou quase um ano e meio de preparação, porque foi discutido com os responsáveis de todos os setores e foram definidos os aspetos prioritários.

“Outros aspetos que entenderam ser prioritários, tem a ver com o  transporte fluvial, de cargas e passageiros,   um  potencial para o país tendo em conta o constrangimento que existe na rede rodoviária”, afirmou José Carlos Esteves.

O Plano Nacional de Transportes e Logística é financiado pelo Banco Mundial e é um compromisso do Governo de no prazo de 15 anos  fazer o que tem que ser feito no setor de insta estruturas para poder desenvolver  a logística, na Guiné-Bissau.ANG/MI/ÂC//SG

Regiões/Governador de Oio considera construção da ponte sobre Rio Farim fundamental para desenvolvimento local

Bissau 09 Out 24 (ANG) – O Governador da região de Oio, norte do país, considerou hoje  fundamental para o desenvolvimento da Região,a construção da ponte  sobre o rio Farim.

Braima Camará demonstrou essa  preocupação numa entrevista exclusiva a ANG, na qual  afirmou que a região de Oio enfrenta dificuldades em vários domínios, mas que a maior preocupação tem a ver com a falta de uma jangada para o porto de Farim, cujas atividades de travessia do rio, asseguradas por pequenas embarcações, cessam a partir das 20 horas.

.“Isso complica a situação, por exemplo, em casos da evacuação dos doentes para Mansoa ou Bissau durante a noite, temos que recorrer a Guarda Nacional para diligências de pirogas a remo para levar o doente para outra margem do rio”, disse.

Camará lançou um apelo ao ministro das Obras Públicas no sentido de resolver o problema da ponte sobre o rio Farim.

Segundo este responsável, as fortes chuvas deste ano estragaram o arroz plantado nas bolanhas e prevê-se  que a população da região de Oio, na maioria das tabancas, passe forme .

Por isso, o governante regional  pediu ao Ministério da Agricultura para encetar diligências  junto dos seus parceiros no sentido de apoiar os agricultores que neste momento se encontram sem espaço de manobra devido aos prejuízos sofridos .

O governador da região de Oio pede ao ministro do Interior  para reforçar as forças de segurança sobretudo policias nas diferentes esquadras da região, bem como infraestruturas e meios de transportes para que possam combater o crime organizado.

Braima Camará lamentou a falta de técnicos de laboratório e de médicos bem como técnicos farmacêuticos no Hospital Regional de Oio, situado em Mansoa.

Disse  que está a deparar-se ainda com falta de ambulância e de oxigênio, cujas as botijas são  são enviadas para Bissau para reabastecimentos.

Este responsável apelou ao ministro da Saúde a fazer o possível para equipar o Bloco Operatório do Hospital de Farim e lamentou a corte das estradas que ligam Farim-Cuntima, Bissorã-Burufa entre outras, devido as fortes chuvas, e lamentou a falta da água potável  e da energia elétrica naquela zona sobretudo nos setores de Mansoa, Mansabá, Nhacra e na própria sede regional, em Farim.

O governador de Oio lamentou ainda a retirada do projeto de saúde denominado “Programa Integrado para Redução da Mortalidade Materna Infantil (PIME)”, que ajudava grávidas e crianças de 0 a 5 anos de idade e adultos de 70 a 80 anos, que eram isentas de pagamento de consultas , análises e  ecografia.

Falando do sector educativo, Braima Camará lamentou a falta de professores nas tabancas com grande número de população, casos de Guedadje, Cambantam, Djirbam e Bircama, e pediu a recuperação do  Internato de Morês e aproveitou a oportunidade para apelar ao chefe de Estado a incluir a região de Oio no seu projeto de infraestruturar o país, para  minimizando o sofrimento do povo .

Falando na reabilitação da estrada que liga Farim à Dungal, na linha fronteiriça com a República do Senegal cujas as obras de reabilitação foram lançadas no ano passado pelo Chefe de Estado Umaro Sissoco Embalo, o governador de Oio disse que os materiais para a execução da obra já se encontram no local mas que devido as chuvas, os trabalhos só vão recomeçar na época seca.ANG/MSC/ÂC//SG

Israel/Netanyahu ameaça Líbano com mesmo nível de destruição que infligiu a Gaza

Bissau, 09 Out 24 (ANG) - O Hezbollah disparou nesta quarta-feira, 9 de Outubro, rockets contra Israel, um dia depois do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter ameaçado o Líbano com o mesmo nível de destruição que infligiu a Gaza.


Num discurso dirigido ao povo libanês, Benjamin Netanyahu explicou, terça-feira, que Israel enfraqueceu as capacidades do Hezbollah, sublinhado que nos últimos ataques foram eliminados “milhares de terroristas, nomeadamente Hassan Nasrallah, o substituto de Nasrallah e o substituto do seu substituto”.

O primeiro-ministro israelita disse ainda que os libaneses “têm oportunidade de salvar o Líbano” antes que este caia numa guerra que leve “à destruição e sofrimento que se vê em Gaza”.

Israel está a preparar uma resposta ao ataque lançado, a 1 de Outubro, pelo Irão com 200 mísseis contra o território israelita. Ataque que Teerão diz ter sido a resposta ao assassínio de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah e do líder do Hamas palestiniano Ismaïl Haniyeh, mortes reclamadas por Israel.O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, avisou Israel para “não pôr à prova” a determinação de Teerão, perante a possibilidade de ataques israelitas em resposta à investida do Irão, na semana passada.

No terreno, as forças armadas israelitas afirmaram que estão a expandir a operação terrestre no Líbano com o destacamento de uma quarta divisão, enquanto o movimento xiita libanês garante que impediu, por duas vezes, que tropas israelitas se infiltrassem na cidade fronteiriça de Blida, no sudoeste do Líbano.

Face à escalada no Médio Oriente, o chefe da diplomacia da União Europeia lembrou que a Europa deve tentar tirar partido da actual "fraqueza" do Hezbollah para reforçar as estruturas políticas do Líbano e garantir um acordo de cessar-fogo com Israel,

Josep Borrell apelou repetidamente aos intervenientes regionais para que respeitem o direito internacional e humanitário, criticando Israel por bombardear infra-estruturas civis e pela violência dos colonos na Cisjordânia ocupada. O responsável pela diplomacia da União Europeia apresentou também uma proposta de sanção a dois ministros israelitas. ANG/RFI

                                      Moçambique/Dia de eleições gerais

Bissau, 09 Out 24 (ANG) - Esta quarta-feira é dia de eleições gerais de Moçambique, que incluem presidenciais, legislativas e eleições dos governadores e das assembleias provinciais.

Mais de 17 milhões de eleitores são chamados às urnas.

As mesas de voto abrem às 7h00 em Moçambique e encerram às 18h no país e 21h na diáspora. Mais de 17 milhões de eleitores são chamados às urnas, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro para escolher o Presidente da República, as assembleias provinciais e respectivos governadores, bem como 250 deputados da Assembleia da República.

Na corrida à presidência estão quatro candidatos: Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, no poder; Ossufo Momade, apoiado pela Renamo, principal partido de oposição; Lutero Simango, apoiado pelo MDM, terceira força parlamentar; e Venâncio Mondlane, apoiado pelo Podemos, sem representação parlamentar.

O actual Presidente da República, Filipe Nyusi, não vai concorrer no escrutínio, por já ter atingido o limite constitucional de dois mandatos.

Para acompanhar estas eleições há 11.516 observadores nacionais e 412 observadores internacionais, incluindo Missões de Observação Eleitoral da União Europeia, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, da União Africana e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, entre outras organizações.

Na observação do escrutínio, há organizações da sociedade civil, como o Consórcio Eleitoral Mais Integridade, que mobilizou 1250 observadores para todo o território, a Sala da Paz com cerca de 500 observadores, a plataforma Decide, com previsão de 400 observadores, e a Mais Transparência com 250.

Há mais de 184.500 membros de mesas de voto, distribuídos pelos 154 distritos do país e fora do país. Em Moçambique, no dia da votação, vão funcionar 8.737 locais de voto e no estrangeiro 334, correspondendo a 25.725 mesas de assembleia de voto em território nacional e 602 assembleias no exterior, cada uma com sete elementos.

O presidente da Comissão Nacional de Eleições de Moçambique, Carlos Matsinhe, pediu, na véspera, aos eleitores para não ficarem nas assembleias depois da votação. Em causa, o apelo de um dos candidatos presidenciais, cuja frase “votou, sentou” foi repetida em várias acções de campanha para que os eleitores permaneçam nas assembleias de voto e vigiem o escrutínio.

O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral proibiu o uso de telemóvel, máquinas fotográficas, carteiras e mochilas nas cabines de voto, bem como o “porte de carteiras, mochilas e outros objectos similares, durante as operações eleitorais, por parte dos sete membros da mesa da assembleia de voto”.  

As urnas fecham às 18h locais e depois começa o apuramento parcial. A publicação dos resultados pela Comissao Naconal de Eleiçoes, caso não haja segunda volta, demora até 15 dias, antes de seguirem para validação do Conselho Constitucional.ANG/RFI

Suécia/David Baker, Demis Hassabis e John Jumper vencem Nobel da Química

Bissau, 09 Out 24 (ANG) - O Prémio Nobel da Química foi atribuído esta quarta-feira, 9 de Outubro, a David Baker, Demis Hassabis e John Jumper, pelo trabalho na previsão da estrutura das proteínas através da computação.


De acordo com o comunicado, o Comité do prémio Nobel explica que o norte –americano David Baker, bioquímico de 62 anos, foi recompensado “pelo design computacional de proteínas”, enquanto o britânico Demis Hassabis e norte-americano John Jumper foram distinguidos pelo trabalho em “previsão da estrutura de proteínas” através da inteligência artificial, de acordo com o comunicado de imprensa do júri.

“Entre uma infinidade de aplicações científicas, os investigadores podem agora compreender melhor a resistência aos antibióticos e criar imagens de enzimas que podem decompor o plástico”, acrescenta o documento.

Demis Hassabis e John Jumper, que dirigem o Google Deepmind, “desenvolveram um modelo de inteligência artificial que permite resolver um problema de 50 anos: prever as estruturas complexas das proteínas”.

Este modelo de inteligência artificial, Alphafold, pode prever a estrutura tridimensional das proteínas com base nos aminoácidos. Os dois homens já tinham recebido o prémio Lasker em 2023.

No ano passado, esta distinção foi atribuída a um trio composto por Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov, nascidos respetivamente em França, nos Estados Unidos e na URSS, pelo trabalho desenvolvido com nanopartículas.

O comité premiou os seus trabalhos na “descoberta e desenvolvimento de pontos quânticos, nanopartículas tão pequenas que seu tamanho determina suas propriedades”. ANG/RFI

EUA/ Fugir antes da chegada do furacão Milton é "questão de vida ou morte", diz Joe Biden

Bissau, 09 Out 24 (ANG)  - A tempestade Milton aproxima-se da Flórida, na costa Leste dos Estados-Unidos, onde é esperada esta noite de quarta-feira, classificada na categoria 5, a mais perigosa.

Face à gravidade da situação, o Presidente Joe Biden exortou os habitantes a fugir das áreas em ausa, afirmando que se trata de uma "questão de vida ou de morte". 

A tempestade Milton voltou a atingir o nível de alerta máximo esta terça-feira, depois de passar ao largo da península do Yucatan no México, onde provocou alguns danos materiais sem causar vítimas. O estado norte-americano da Florida prepara-se para a passagem do Furacão esta noite de quarta-feira, naquilo que poderá ser "a pior tempestade" do século a abater-se na península, de acordo com o Presidente Joe Biden. Milton é um "furacão extremamente perigoso", alertou por sua vez o Centro Nacional de observação dos Furacões (NHC, na sigla em inglês), aludindo aos danos consequentes dos ventos que poderão atingir 279 quilómetros por hora e as ondas submersivas até quatro metros de altura.   

O Presidente Joe Biden, que adiou as visitas previstas à Alemanha e a Angola face à gravidade da situação, apelou os habitantes da Florida, o terceiro estado mais povoado do país, a deixar as suas casas, avançando que se trata de uma "questão de vida ou de morte". A presidente da câmara da cidade de Tampa, Jane Castor, afirmava na segunda-feira no canal televisivo CNN: "Posso afirmá-lo sem estar a dramatizar a situação: se optarem por ficar, vão morrer". 

O alerta das autoridades e dos responsáveis políticos para fugir da zona impactada pelo furacão traduziu-se pelo trânsito observado esta quarta-feira nas estradas em direcção ao Leste e Norte do país. Esta manhã, as reservas de combustível estavam vazias numa em cada quatro estações de gasolina do Estado da Flórida. Comerciantes e habitantes fixaram barricadas de madeira nas fachadas das suas lojas e casas. As autoridades transferiram cerca de 4 600 detidos para outros estabelecimentos prisionais.

Isto surge apenas duas semanas depois da passagem do furacão Helena e das suas consequências devastadoras, com a morte de pelo menos 253 pessoas e danos nas infraestruturas e habitações que vinham sendo colmatados até agora.

Em plena campanha presidencial, o candidato republicano Donald Trump acusou o Estado Federal de "inacção" no socorro às vítimas e partilhou nas redes sociais teorias complotistas segundo as quais as ajudas do Estado seriam desviadas para serem distribuídas aos migrantes.  

As mudanças climáticas tornam mais provável a rápida intensificação das tempestades e aumentam o risco de furacões mais potentes ao elevar a temperatura dos mares e dos oceanos, de acordo com a comunidade científica. Um relatório publicado esta quarta-feira pela World Weather Attribution, um grupo internacional de pesquisa sobre o clima, avança que as chuvas torrenciais e os ventos fortes do furacão Helena tornaram-se 10% mais intensos devido às mudanças climáticas. De acordo com as previsões, a submersão das águas provocada pelo furacão Milton no litoral da baía Tampa, na Florida, poderá ser duas vezes mais importantes do que aquela observada há duas semanas com o furacão Helena. 

As condições climáticas agravaram-se também no continente europeu. A tempestade Kirk deixou cerca de 300 000 pessoas sem electricidade em Portugal e arrancou mais de 400 árvores na região do Porto, antes de se deslocar para o sul de França onde as autoridades decidiram cortar a circulação ferroviária face às chuvas intensas e ventos fortes. ANG/RFI

Política/Presidente de PAIGC garante que farão de tudo para promover respeito democrático no país

Bissau, 09 Out 24 (ANG) - O Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) garantiu na terça-feira que vão fazer de tudo no sentido de promover o respeito pelo direito democrático na Guiné-Bissau.

Domingos Simões Pereira falava durante um encontro  com militantes e simpatizantes do PAIGC  no circulo eleitoral 27, no qual garantiu ainda que lutarão sempre para fazer funcionar a justiça no país.

“Ninguêm  tem o direito de matar a liberdade de expressão do povo guineense, por isso faremos de tudo para que a democracia seja respeitada, de forma a promover a paz e desenvolvimento interno”, prometeu aquele político.

Simões Pereira sustentou que têm a consciência do que  significa a Constituição da República e demais leis e que por isso,  jamais atuarão  fora das leis que regulam o funcionamento das instituições da Guiné-Bissau.

“Podem demitir o nosso Governo dez vezes, vamos levantar 11 vezes, porque, ninguém pode acabar com militantes do PAIGC e muito menos silenciar as suas vozes sobre  a luta pelo respeito democrático”, sublinhou Pereira.

O líder do PAIGC disse que o progresso de um país não pode se concretizar na base da violência, e que  chegou o momento de libertar o povo em geral, para devolver o direito à liberdade de expressão e de manifestação à cada cidadão.

Salientou que  a Guiné-Bissau está, atualmente, numa situação de incerteza, uma vez que, diz, os governantes nem sabem como é que devem guiar o país. “Ou melhor, o destino desta Nação é incerto de momento”, frisou.ANG/AALS/ÂC//SG

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Frente Social/Greve de três dias no setor da saúde  está a ter efeitos negativos nos utentes do HNSM

Bissau 08 Out 24 (ANG) – A greve  de três dias decretada pela Frente Social,  que engloba sindicatos do sector de  saúde e  educação, está a ter impacto negativo na vida dos utentes e das pessoas que procuram serviços do Hospital Nacional Simão Mendes.

Foi o que apurou hoje o repórter da ANG durante uma ronda efectuada ao maior centro hospitalar do país,  no  segundo dia da greve que termina quarta-feira(9).

A ANG constatou que serviços estão a funcionar à “meio gaz” uma vez que o atendimento é reservado  a doentes considerados graves, e os que não necessitam de cuidados urgentes são encaminhados para o Hospital Militar ou para difrentes clínicas privadas do país.

Segundo apurou o repórter da ANG junto  de uma fonte no serviço da Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes(HNSM), neste período de greve, serviços  onde devia estar dois médicos e duas enfermeiras estão a funcionar com um médico e uma enfermeira.

De acordo com a fonte, a ida em grosso número de técnicos de saúde  à República da Venezuela para especialização  já tinha enfraquecido a capacidade de atendimento aos pacientes e com essa paralização a situação complicou-se mais,sobretudo para os mais carenciados.

Para Idrissa Djaló, cidadão da Guiné-Conacri residente em Bissau, que levou a sua mulher grávida para consulta,  já é o momento de os governantes africanos “deixarem de maltratar” o seu povo e começarem a governar seriamente.

Djaló diz que apesar de a sua mulher não estar a necessitar de cuidados maiores, sente muita pena dos doentes que estão a abondonar o hospital por causa da greve. “Peço as autoridades e os sindicatos que encontrem  uma solução”, disse.

Aua Sambú, residente em Mansoa, norte a Guiné-Bissau, que trouxe o seu sobrinho que está com tosse, já há mais de uma semana, estava visilvemente irritada quando soube que o caso do seu sobrinho não era considerado grave e que por isso não podia ser atendido.

O paciente William Barreto que está internado nos serviços da Ortopedia, lamentou as constantes paralizações no sector da saúde, o que, segundo ele, mostra um claro desinteresse dos governantes no que tem a ver com a saúde, porque podem ir ao estrangeiro receber tratamento médico

Este jovem com uma perna amputada disse que está a receber assistência médica mas com muito atraso, devido a greve.

Honório Mendes é da opinião de que só uma revolução comum entre os guineenses, elegendo prioridades como boa saúde, educação, estradas, poder de compra, entendimento na classe política , pode mudar a situação do país.

Mendes lamentou as  mortes evitáveis que ocorrem nos hospitais, por falta de condições de trabalho para identificar e tratar patologias  e pede entendimento entre o Govero e a Frente Social , para facilitar a vidas dos mais pobres , que recorrem ao Simão Mendes. ANG/MSC/ÂC//SG

  Comunicação Social/Ministro  Florentino Dias entrega equipamentos à RDN

Bissau, 08 Out 24(ANG) -   O ministro da Comunicação Social  entregou segunda-feira um lote de equipamentos, dentre os quais  uma mesa de mistura ultra profissional, emissora de 5 mil watts, procurador de áudio, colunas e microfones ao Diretor-geral da Rádio Difusão Nacional (RDN).

Em declarações à imprensa, Florentino Fernando Dias lembrou que a RDN não está a funcionar há alguns meses devido a queda da antena, pelo que o  Governo não pode ficar indiferente à esta situação e criou condições para a retoma das emissões desta estação emissora.

Informou que esses materiais constituem o segundo lote, tendo prometido que as instalações da emissora nacional estão a ser requalificadas e que o povo terá a oportunidade de ouvir de novo a emissora mãe.

Dias enalteceu o papel preponderante no acompanhamento e esforços para o funcionamento da RDN

Por sua vez, o Diretor-geral da RDN,Mamasaliu Sané  garante  que dentro de 15 dias poderão estar no ar e  que a emissora de 5 mil Watts será colocada em Nhacra.

Sané revelou que o Estado guineense fez um investimento no valor de 80 milhões de francos CFA para compra de equipamentos e o arrendamento de casa para funcionamento pleno da RDN.

Mama Saliu Sané acrescentou  que este lote contém ainda um Mastro com sistema de iluminação integrada, e que, concluídos os trabalhos de reinstalação a  RDN  será ouvida em todo o território nacional .

A RDN deixou de funcionar há cerca de 4 meses na sequência das intensas chuvas e ventos fortes que derrubaram o seu mastro e provocaram danos  nos equipamentos de quatro estúdios.ANG/JD/ÂC//SG

Diplomacia/Presidente da República diz que secretário executivo da CPLP "é atrevido"

Bissau,08 Out 24(ANG) - O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, chamou segunda-feira de "atrevido" o secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, por ter comentado, de forma considerado “pouco abonatória” a situação política guineense.

"Ele é atrevido, o secretário executivo não tem essa competência, ele foi além das suas prerrogativas", afirmou, em entrevista à Lusa, o chefe de Estado da Guiné-Bissau.

Zacarias da Costa pronunciou-se por duas vezes sobre a Guiné-Bissau, que assumirá a presidência da CPLP em 2025, afirmando que a comunidade "segue com alguma preocupação os desenvolvimentos" no país da África Ocidental.

"Ele é atrevido, não tem limites, nem tem a noção das declarações que proferiu. Tinha que se preocupar é com a situação de Timor-Leste", reiterou o presidente da República, referindo-se à origem timorense de Zacarias da Costa.

O chefe de Estado guineense considerou que o secretário executivo da CPLP "está a agir a mando de uma mão oculta", sem adiantar mais pormenores.

"Espero que seja a última vez que se refere à Guiné-Bissau. Da próxima vez, haverá consequências diretas", afirmou.

Umaro Sissoco Embaló salientou que a Guiné-Bissau "já presidiu a uma organização muito maior que a CPLP", referindo-se à presidência da CEDEAO, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

Sissoco Embaló disse já ter abordado a questão com o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, à margem da última Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, e que lhe foi dirigido um pedido de desculpas da parte do chefe do Governo timorense.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Carlos Pinto Pereira, também já manifestou descontentamento com as declarações do secretário executivo da CPLP.

Em entrevista à Lusa, em Lisboa, o responsável pela diplomacia guineense mostrou-se preocupado com as declarações que considerou "pouco abonatórias" para o país e lembrou que a CPLP tem um órgão político que é o Conselho de Ministros, presidido por São Tomé e Príncipe.

"Que eu saiba [Zacarias da Costa] não consultou, não ouviu ninguém. Pergunto-me com que legitimidade é que o secretariado assume este tipo de questões, sem ouvir ninguém?", referiu.ANG/lusa/DW

Aviação civil/Aeroporto internacional Osvaldo Vieira com novo sistema de controlo de passageiros

Bissau, 08 Out 24 (ANG) – O Aeroporto Internacional, Osvaldo Vieira de Bissau tem desde o passado dia 02 novo sistema de controlo de passageiros.

Os novos equipamentos foram doados no quadro do Projecto de Modernização e Reforço da Cadeia de Identificação e Segurança Documental em Cabo Verde e na Guiné-Bissau(GESTDOC), tendo como parceiros a Direção-Geral de Migração e Fronteiras da Guiné-Bissau (DGMF) e o Sistema de Segurança Interna de Portugal

De acordo com a página oficial da Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau na facebook, visitada hoje pela ANG, o referido sistema de controlo visa  garantir maior eficiência e segurança no controlo de passageiros.

Antes de sua utilização,funcionários da DGMF participaram, em setembro, em três ações de formação que os habilitaram a utilizar o novo sistema.

Ainda foram capacitados os serviços competentes desta instituição com mais e melhores recursos materiais e tecnológicos, incluindo um centro de dados totalmente equipado, computadores, leitores óticos de documentos e impressoras.

O Projeto GESTDOC Modernização e reforço da cadeia de identificação e segurança documental em Cabo Verde e na Guiné-Bissau é financiado pela União Europeia  e é gerido e cofinanciado pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, IP.ANG/MI/ÀC//SG


         CAN-2025/Seeleção Nacional de futebol já se encontra no Mali

Bissau,08 Out 24(ANG) - Os pupilos do mister Luís Boa Morte deixaram o solo português na tarde de segunda-feira com o destino a Bamako, capital do Mali para o jogo contra a seleção deste país, previsto para dia 11, referente a terceira jornada do grupo I da qualificação para a fase final do Campeonato Africano das Nações, a realizar-se em Marrocos em 2025.

De acordo com o portal desportivo, O Golo GB, a comitiva integra  os estreantes, avançado de Everton de Inglaterra, Norberto Gomes Betuncal, e o defesa central de União de Leiria de Portugal, Vítor Rofino.

O portal desportivo O Golo GB adianta que   o selecionador nacional, Luís Boa Morte, orientará hoje  o primeiro treino de preparação para o jogo frente ao Mali, agendado para sexta-feira, 11 de Outubro, pelas 19 horas no estádio 26 de Março em Bamako.

A Guiné-Bissau ocupa a terceira posição do Grupo I com três pontos, atrás de Moçambique e Mail, ambos com quatro pontos ao cabo de duas jornadas.

O Presidente da Federação de Futebol, Carlos Alberto Teixeira esteve no Aeroporto Humberto Delgado onde se despediu dos atletas convocados e da equipa técnica.

ANG/O Golo GB

 

Política/Quatro partidos e três coligações se candidataram para  legislativas antecipadas de Novembro

Bissau,08 Out 24(ANG) - O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) afixou segunda-feira para consulta pública as listas de candidatos a deputado de partidos e coligações concorrentes às eleições legislativas antecipadas de 24 de novembro próximo, constatou a Lusa em Bissau.

Nas listas afixadas na vitrina do STJ constam quatro partidos políticos e três coligações cujos dossiês vão ser ainda analisados por uma comissão de juízes para só depois determinar quem vai ou não às eleições, disse à Lusa fonte judicial.

De acordo com a fonte do STJ, "dentro de poucos dias" serão conhecidos os nomes de partidos e coligações admitidas para concorrer às legislativas antecipadas de 24 de novembro.

Para já, o Supremo, que na Guiné-Bissau faz o papel de Tribunal Constitucional, recebeu os dossiês de candidatura da OCDR (Organização Cívica da Esperança Renovada), PUSD (Partido Unido Social Democrático), APR (Aliança Para República) e a COLIDE-GB (Convergência Nacional para a Liberdade e o Desenvolvimento da Guiné-Bissau).

O Supremo recebeu ainda os dossiês de candidaturas da coligação Plataforma da Aliança Inclusive (PAI-Terra Ranka), da Plataforma Republicana "No Cumpu Guiné" e da Aliança Patriótica Inclusiva (API).

A PAI-Terra Ranka junta várias formações políticas coordenadas pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), presidido pelo atual presidente do parlamento guineense, Domingos Simões Pereira.

A Plataforma Republicana "No Cumpu Guiné" (Construamos a Guiné) federa cerca de duas dezenas de partidos políticos que se posicionaram como apoiantes do atual Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, a um segundo mandato presidencial.

Entre os partidos que se juntaram nesta plataforma, figuram uma ala do Movimento para a Alternância Democratica (Madem G-15) e do Partido da Renovação Social (PRS).

A API junta as outras alas do Madem G-15 e do PRS cujas direções não foram reconhecidas pela justiça guineense e ainda a Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), do ex-primeiro-ministro Nuno Nabiam.

Fazem ainda parte da coligação eleitoral API, a Frente Patriótica para a Salvação Nacional (Frepasna) e o Movimento Guineense para o Desenvolvimento (MDG).ANG/Lusa

Moçambique/União Africana louva “primeiras eleições em que não há armas”

Bissau, 08 Out 24 (ANG) -  Bornito de Sousa, chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Africana, louvou, esta terça-feira, “as primeiras eleições em que não há armas” em Moçambique, em referência às eleições gerais desta quarta-feira.

As declarações foram feitas durante um encontro com a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, que hoje recebe os chefes das diferentes missões de observação eleitoral, nomeadamente da União Europeia, da União Africana, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa e da Commonwealth.

No encontro, no ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, em Maputo, Bornito de Sousa, chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Africana, sublinhou que estas “são as primeiras eleições em que não há armas”.

“Registamos positivamente o facto que são as primeira eleições em que não há armas nas mãos de algum partido e isso é muito bom, cria confiança da parte dos cidadãos de Moçambique. Como todos, esperamos que os resultados reflitam o sentimento do povo moçambicano”, declarou o antigo vice-presidente de Angola.

A chefe da diplomacia moçambicana declarou que “Moçambique associa-se aos esforços da Uniao Africana visando a estabilidade do continente” e lembrou que “Moçambique  está comprometido com um dos principais compromissos [da UA] que é a promoção da democracia, da paz e da estabilidade dos países da região através de eleições justas, livres e transparentes”.

Antes, Verónica Macamo reuniu com os observadores da União Europeia e agradeceu à UE “a contribuição na luta contra o terrorismo”. A ministra lembrou que a presença da UE em Moçambique “atesta o compromisso sobre os principais objectivos da organização, particularmente a promoção da paz mundial, apoiando as Nações Unidas e outras iniciativas globais para manter a paz, a promover a defesa da democracia e incentivando práticas democráticas e governação transparente”.

Laura Ballarín Cereza, chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia, disse que a UE partilha um objetivo com Moçambique que é “reforçar o desenvolvimento democrático de Moçambique” e lembrou que há 179 observadores no total, distribuídos por todas as províncias do país e que os primeiros chegaram já a 1 de setembro.

“Queríamos sublinhar o compromisso da União Europeia com Moçambique, as relações que temos tido em toda a história e a nossa presença aqui a observar as eleições desde 1994... Partilhamos o mesmo objectivo de reforçar o desenvolvimento democrático de Moçambique”, declarou Laura Cereza.

Na reunião com o chefe da Missão de Observação Eleitoral da Commonwealth, Kenny Anthony, Verónica Macamo disse que “Moçambique associa-se aos esforços da Commonwealth de paz e estabilidade” acrescentando que “eleições livres, justas e transparentes são fundamentais para a consolidação da democracia”. Por sua vez, Kenny Anthony afirmou ter “uma impressão positiva que todos os intervenientes manifestaram o compromisso com a paz, estabilidade, transparência” e que encontrou “um ambiente tranquilo e pacífico”.

Depois, Verónica Macamo recebeu o chefe da Missão de Observação Eleitoral da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), João Gomes Cravinho, o qual destacou que “a campanha decorreu de forma muito positiva, com um grande civismo e sem incidentes relevantes”.

“A nossa perspectiva sobre a campanha é que decorreu de forma muito positiva, com um grande civismo e sem incidentes relevantes e fazemos votos que tudo continue a correr desse modo durante o acto eleitoral e durante o apuramento dos resultados de quarta para quinta-feira. A nossa expectativa é, na sexta-feira, dia 11, apresentarmos uma declaração que é provisória e passado 15 dias estamos em condições de apresentar um relatório mais elaborado, mais substantivo às instâncias da CPLP em representação de quem estamos cá”, declarou o antigo ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros de Portugal.

A chefe da diplomacia moçambicana afirmou que “Moçambique associa-se aos esforços da CPLP visando a paz e a estabilidade em África e no seio da comunidade, bem como para o desenvolvimento de todos os países” e reiterou que “um dos principais compromissos da nossa organização continental União Africana é a consolidação da democracia, promoção da paz e estabilidade dos países da região através de eleições livres, justas e transparentes”.

“A vossa presença em Moçambique atesta os compromissos sobre os princípios e objectivos da nossa CPLP que incluem fundamentalmente a igualdade soberana dos estados-membros e não ingerência nos assuntos internos de cada Estado, respeito pela identidade nacional e reciprocidade de tratamento. Mas também cumprimento da paz, democracia, Estado de direito, direitos humanos e justiça social, o respeito pela dignidade e pela integridade territorial, também a promoção de desenvolvimento e cooperação”, declarou Verónica Macamo. ANG/RFI

      Tunísia/ Reeleição de Kais Saied marcada por abstenção recorde

Bissau, 08 Out 24 (ANG) - O Presidente cessante Kais Saied, acusado pela sociedade civil de “deriva autoritária, foi reeleito com 90,7% dos votos na Tunísia, numa eleição que fica marcada por uma taxa de abstenção recorde.

A taxa de participação situou-se nos 28,8%, a mais baixa desde a chegada da democracia, em 2011, ao país.  De acordo com o especialista da ONG International Crisis Group, Michael Ayari, a vitória de Kais Saed era previsível, tendo em que conta que, das 17 candidaturas, apenas dois concorrentes foram autorizados a apresentar-se.

Kais Saed venceu confortavelmente o industrial liberal Ayachi Zammel, que obteve 6,9% dos votos, e o antigo deputado pan-árabe de esquerda Zouhair Maghzaoui, que ficou em último lugar com 3,9%.

O discurso anti-sistema e as promessas de reformas radicais continuam a atrair um grande segmento da população, apesar das crescentes preocupações com o estado da democracia tunisina.

O país, considerado um dos poucos exemplos de sucesso democrático após o movimento da “Primavera Árabe”, em 2011, sofreu durante os últimos cinco anos um retrocesso nos direitos e liberdades. Segundo a organização Human Rights Watch, há actualmente 170 pessoas detidas na Tunísia por razões políticas.

Muitos críticos atribuem este retrocesso ao Presidente Kais Saed que já chegou a ser comparado com Zine el Abidine ben Ali, que governou o país entre 1987 e 2011.

Desde que chegou ao poder, Kaïs Saïed, antigo professor de direito constitucional, transformou radicalmente o cenário político tunisino, com a suspensão do Parlamento, demissão do Primeiro-Ministro, governação por decretos.

Em declarações ao canal de televisão France 24, Vincent Geisser, especialista no Magreb, considera que o Presidente tunisino deverá continuar o projecto de desmantelamento das instituições formadas após a queda de Ben Ali em 2011, acrescentando que o Kaïs Saïed fará tudo para se manter no poder.

“O objectivo de Kais Saïed é estabelecer uma chamada ‘democracia de proximidade' com assembleias regionais e um sistema de patrocínio extremamente complexo para ser candidato numa eleição. Ele defende um sistema que ligue directamente a aldeia a Cartago [sede da presidência, nota do editor], sem intermediários”, explicou Vincent Geisser. ANG/RFI

Dia Mundial de Algodão/ Apelo ao apoio a África no desenvolvimento de uma indústria téxtil moderna

Bissau, 08 Out 24 (ANG) -  As instituições financeiras e os investidores são chamados a apoiar África no estabelecimento e desenvolvimento de uma indústria têxtil moderna e amiga do ambiente, sublinhou segunda-feira em Cotonou, o Ministro de Estado beninense responsável pelo Desenvolvimento e Coordenação de Ação Governamental, Abdoulaye Bio Tchané.

Tchané que falava durante a celebração da 6ª edição do Dia Mundial do Algodão (WCD), subordinado ao tema “algodão para o bem-estar de todos”, lembrou que a procura internacional de têxteis e vestuário, estimada em quase 1.000 mil milhões de dólares e marcado por uma mudança nos métodos de abastecimento, ofereceu uma oportunidade atraente para os países africanos.

Segundo o responsável beninense, a modernização da indústria têxtil africana e a integração dos desenvolvimentos globais permitirão ao continente africano atrair mais investimentos e acelerar a transformação local da sua produção.

“A maioria dos países C4+, nomeadamente Benim, Burkina Faso, Mali, Chade e Costa do Marfim, pretendem transformar, até 2035, cerca de 50% da sua produção local de algodão”, disse ele, acreditando que, ao fazê-lo, irão fortalecer-se. a competitividade dos seus produtos têxteis e integrá-los gradualmente na cadeia de valor global do algodão, criando assim empregos dignos para as suas populações.

“É, portanto, responsabilidade da comunidade internacional desenvolver este recurso, promover um setor sustentável e garantir que os benefícios sejam distribuídos de forma equitativa”, insistiu.

Por seu lado, a Directora-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, sublinhou que o algodão não é apenas uma matéria-prima, mas também uma alavanca essencial para o crescimento económico e o desenvolvimento rural em muitos países, particularmente em. África.

Recordando o papel crucial do algodão no comércio mundial, a Sra. Okonjo-Iweala destacou a importância de políticas comerciais equilibradas e da cooperação internacional para um comércio mais equitativo e sustentável.

Este ano, o JMC, criado em 2019 pela ONU, foi realizado pela primeira vez num país e não por uma  organização internacional. Mais de 400 participantes participaram do evento para trocar ideias sobre formas de melhorar os benefícios e o impacto do algodão. ANG/FAAPA