quinta-feira, 6 de março de 2025

Austrália/Passageiros dominam adolescente armado que tentava embarcar num avião

Bissau, 06 Mar 25 (ANG) - Passageiros e membros da tripulação dominaram hoje um adolescente de 17 anos, armado com uma pistola e munições, quando este tentava embarcar num avião perto de Melbourne, na Austrália, informou a polícia.


"Não há dúvida de que este poderia ter sido um momento particularmente aterrador para os passageiros do avião", disse o oficial da polícia Michael Reid aos jornalistas, após o incidente num avião da companhia aérea Jetstar no aeroporto de Avalon.

Para já, desconhecem-se as motivações e mais pormenores sobre o incidente.

A polícia do estado de Victoria declarou num comunicado que os agentes foram chamados ao local depois de "um homem ter entrado num voo comercial com uma arma de fogo", antes de afirmar que o suspeito teve acesso ao local depois de ter danificado a vedação de segurança das instalações.

"A polícia localizou duas mochilas e um veículo pertencentes ao jovem", disse, antes de especificar que o esquadrão anti-bombas analisou esses objetos "como medida de precaução".

"Felizmente, ninguém ficou ferido no incidente", acrescentou.

O responsável sublinhou ainda que o adolescente, residente em Ballart, "está detido e será interrogado pela polícia".

"A investigação sobre o incidente está em curso, mas não há qualquer ameaça ativa para a comunidade", acrescentou.

Segundo informações veiculadas pela agência noticiosa australiana AAP, o avião estava a ser preparado no aeroporto de Avalon, o segundo maior aeroporto de Victoria, para descolar com destino a Sydney.

O superintendente da polícia de Victoria, Michael Reid, reconheceu que "foi um incidente aterrador para os passageiros do avião", mas aplaudiu "a coragem dos passageiros que conseguiram dominar" o suspeito, cuja identidade ainda não é conhecida.

Reid sublinhou que as autoridades estão em contacto com funcionários da agência antiterrorista para analisar o incidente, mas sublinhou que é demasiado cedo para fazer uma avaliação dos motivos do suspeito.ANG/Lusa

 

quarta-feira, 5 de março de 2025

Carnaval 2025/Presidente da Comissão Organizadora satisfeita com adesão popular ao  evento

Bissau, 05 Mar 25 (ANG) – A presidente da Comissão Organizadora do Carnaval 2025 e igualmente Diretora-geral da Cultura, manifestou hoje a sua satisfação pela participação popular massiva  no maior evento cultural do país.

Cyntia Cassamá, em entrevista à Agência de Notícias da Guiné(ANG), agradeceu à todos quantos responderam ao seu apelo de participação massiva popular e ainda pelas inovações demonstradas em termos de vestuários pelos diferentes grupos de foliões que participaram nos desfiles ocorridos nos quatros dias da festa.

 Cynthia Cassam disse que a  Comissão  conseguiu, com sucesso, atingir os objetivos visados com  a realização do presente carnaval.

“Na cerimónia de lançamento do carnaval tínhamos anunciado que iremos promover palestras com os grupos , e foi realizado. Também prometemos que haverá desfile local e  nas regiões e o carnaval infantil, todo foi concretizado. Portanto só resta  dizer que o carnaval 2025 foi um sucesso”, destacou a Presidente da Comissão Organizadora.

Segundo Cassamá , foi  desbloqueado um montante de 500 mil francos CFA para apoiar os preparativos dos 17 grupos em Bissau, e um milhão de francos CFA foi dado para as oitos regiões que promoverem os seus desfiles locais, e igualmente para marcarem presença no desfile em Bissau.

“Em breve, teremos a última fase do  projeto Carnaval 2025, que é a exposição das máscaras e alguns trajes usados no evento, no Centro Cultural Franco Bissau Guineense (CCFBG), juntamente com os grupos participantes”, revelou a Cynthia.

Informou ainda  que será promovido um jantar, que deverá juntar os membros da Comissão Organizadora, os Grupos participantes e os parceiros da Empresa de Telecomunicação Orange, e que neste evento, os grupos serão motivados novamente com doação de um valor monetário ainda não  revelado”.  

Aquela responsável recomendou a próxima Comissão Organizadora do Carnaval 2026, para tomar em conta as orientações que a atual Comissão deixará no seu relatório final  como forma de dar continuidade ao processo de resgate do carnaval.

Acrescentou  que uma das estratégias usadas para motivar os guineenses a saírem as ruas vestidos de diferentes trajes culturais, foi a sensibilização e pequeno apoio que prestaram à alguns bairros para promoverem pequenas animações do presente carnaval.

Disse que o plano deu certo, porque os resultados foram evidentes  durante o carnaval.

Para Cyntia Cassamá é  preciso que o Governo através do Ministério da Cultura Juventude e Desporto, pelo menos no espaço de um ano , comesse a preparar o carnaval,  assim, a Comissão Organizadora terá todo o tempo para trabalhar aspetos necessários para promover um bom carnaval", disse.

Disse que a comissão organizadora que preside  preparou este carnaval em três semanas, o que diz,  não foi nada fácil.

 “Queríamos
trabalhar em outros aspetos culturais mas não foi o caso porque o tempo não perdoava. Promovemos  bom Carnaval  mas com muito suor”, disse a Presidente da Comissão Organizadora.ANG/LLA/ÂC//SG

Cooperação/Guiné-Bissau e Costa de Marfim estreitam relações no setor da comunicação social

Bissau,05 Mar 25(ANG) - O ministro da Comunicação Social, Florentino Fernando Dias, realiza desde terça-feira, uma visita de trabalho de cinco dias à Costa do Marfim, à convite do seu homólogo daquele país e porta-voz do Governo local, Amadou Coloubali.

Segundo  o Gabinete de Comunicação do Ministério da Comunicação Social guineense, durante um encontro de trabalho, os dois governantes reconheceram a necessidade de se estreitar as relações de amizade e cooperação entre Bissau e Abidjam, ancorando-se na extraordinária relação entre os Presidentes das duas Repúblicas, respetivamente, Umaro Sissoco Embaló e Alassan Daramane Ouatará.

Os dois governantes  trocarem impressões sobre temas que vão da transição analógica para digital, regulação do setor da Comunicação Social, incluindo a comunicação digital e a formação dos profissionais da Comunicação Social guineense.

As partes consideram importante a assinatura de um acordo que vai permitir a troca de conteúdos informativos, permitindo, assim que os povos dos dois países se conheçam melhor, e facilitando a cooperação noutros  domínios.

O ministro da Comunicação Social guineense e a delegação que o acompanha vão, no âmbito da presente missão, visitar a Rádio Televisão Ivoiriense (RTI), a e a Alta Autoridade da Comunicação Social, para além da realização de  alguns encontros de trabalho técnico. ANG/ÂC//SG

Infraestruturas/PR promete “medidas duras” contra  empresa executora das obras de reabilitação do Ministério da Justiça por incumprimento do contrato

Bissau,05 Mar 25(ANG) – O Presidente da República ordenou o ministro das Finanças para responsabilizar a empresa responsável pela execução das obras de reabilitação do edifício do Ministério da Justiça, por incumprimento do prazo estipulado para a entrega da obra.

“No meu ponto de vista, as obras de reabilitação do Ministério da Justiça deviam ser concluídas, porque há dois anos e meio, o tesouro público disponibilizou verbas à uma empresa para execução das referidas obras e até hoje  não concluiu, nem sequer 50 por cento dos trabalhos”, disse Umaro Sissoco Embaló, no fim da visita que efetuou hoje ao Ministério da Justiça e Direitos Humanos.

O chefe de Estado ordenou o ministro das Finanças para levantar um processo judicial de forma a responsabilizar a empresa responsável pela execução das obras, frisando que, não é possível apoderar-se do dinheiro público sem no entanto cumprir o contrato de execução da obra.

“Não estamos na República de bananas, por isso as leis devem funcionar. Qualquer empresa ou entidade a qual  foi confiada uma verba para a execução de um determinado projeto deve cumprir o seu contrato, ou  devolver o dinheiro ao Estado”, disse.

O Presidente da República ainda citou as obras de reabilitação do liceu Nacional Kuame Nkrumah  como outro exemplo de  casos de incumprimento de contratos cujas obras foram pagas pelo Estado, e que envolvem desembolsos na ordem de um bilião de francos cfa. “As pessoas têm de ser responsabilizadas”, disse o PR.ANG/ÂC//SG

Balanço Carnaval/Serviços de Urgência do HNSM registam  250 casos de assistência médica

Bissau, 05 Mar 25 (ANG) – O enfermeiro responsável do Serviço de Urgência do Hospital Nacional Simão Mendes(HNSM), considerou hoje de positivo o balanço dos festejos de carnaval 2025,decorrido entre 01 e 04 de Março, por não haver o registo de nenhum óbito, contrariamente ao ano passado em que houve dois mortos.


Augusto Gomes deu estas informações numa conferência de imprensa em que disse que deram entrada nos Serviços de Urgência do HNSM 250 casos, sendo 28 relacionados à  acidentes, 24 à agressões físicas.

Fazendo comparação com o ano passado, Gomes disse que em 2024 foram registados 190 casos para assistência médica relacionados ao Carnaval, sendo que dos 20 casos de acidentes de viação registados duas pessoas morreram e 20 casos se deveram a  agressões físicas.

Segundo explicou, os casos atendidos são ligeiros e depois de tratamento as vítimas voltaram para suas casas.

Disse que o Carnaval é uma das festas mais quentes onde as pessoas consomem bebidas alcoólicas  e entram em brigas ou fazem  outras práticas não adequadas.

“Os casos de acidentes são na sua maioria de moto–taxi que além de levar passageiros à mais, andam com muita velocidade para poder ganhar mais dinheiro uma vez que as estradas fecham e as viaturas não circulam”, salientou.

Augusto Gomes apelou ao Estado à fazer a sua parte controlando com mais rigor as vias públicas.ANG/MSC/ÂC//SG

Política/Presidente da República confirma que mandou embora a missão da  CEDEAO e juristas divergem-se sobre a decisão de Umaro Sissoco Embaló

Bissau, 05 Mar 25(ANG) - O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, confirmou que mandou embora a missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e afirmou que esta “não voltará nunca mais ao país”.

A 1 de Março, a missão de alto nível desta organização sub regional, deixou o país sob ameaça de expulsão por parte do chefe de Estado. O que aconteceu e que consequências para o país, numa altura em que a crise política continua? A RFI foi ouvir análises diametralmente opostas.

Esta segunda-feira à noite, Umaro Sissoco Embaló confirmou que mandou embora a missão da CEDEAO e disse que esta “não voltará nunca mais ao país”.

O Presidente guineense falava à chegada a Bissau, depois da viagem de uma semana, que o levou à Rússia, Azerbaijão, Hungria e França, estando ausente do país no dia 27 de Fevereiro, a data que a oposição clama ser o fim do seu mandato presidencial.

A delegação de alto nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental esteve em Bissau de 21 a 28 de Fevereiro a ouvir partidos políticos e organizações da sociedade para mediar o diálogo e propor uma saída para a crise. O objectivo era procurar uma solução e encontrar uma data consensual para a realização de eleições na Guiné-Bissau. Porém, Umaro Sissoco Embaló antecipou-se e disse que ia marcar eleições legislativas e presidenciais a 30 de Novembro.

O chefe de Estado considerou que a delegação da CEDEAO extravasou a missão para que estava incumbida. De facto, o roteiro inicial da missão foi alvo de críticas da oposição por não incluir nas auscultações contestatários do regime, como a coligação API Cabas Garandi ou a comissão permanente da Assembleia Nacional Popular eleita e substituída depois da dissolução do Parlamento em Dezembro de 2023. A missão acabou por chamar todas as partes.

Lesmes Monteiro, jurista e secretário de Estado para a Juventude da Guiné-Bissau, subscreve a decisão do Presidente da República e diz que se trata de uma forma de "salvaguardar a soberania" do país.

“Eu acredito que é uma visão republicana, é uma visão que tenta salvaguardar não só a soberania da Guiné-Bissau mas também as instituições legalmente constituídas. Existe um roteiro da CEDEAO previamente definido. No caso de haver necessidade de alterar esse roteiro, é conveniente comunicar às autoridades competentes porque também somos parte da CEDEAO. O que assistimos é um desrespeito não só às instituições da República, mas também ao próprio Presidente da República que faz parte do órgão máximo da CEDEAO que definiu os termos desta missão para a Guiné-Bissau”, considera Lesmes Monteiro.

Lesmes Monteiro não acredita que haja sanções da CEDEAO porque “existe um roteiro previamente definido para a missão da CEDEAO, houve alteração do roteiro e, com base nisso, o Presidente tomou essa decisão”.

Leitura bem diferente tem o activista político Sumaila Jaló, que pensa que o Presidente ao expulsar do país a missão da CEDEAO está a contribuir para a desestruturação da própria organização.

“Umaro Sissoco Embaló conhece bem as estruturas da CEDEAO por dentro porque há pouco mais de um ano ele esteve como Presidente da Cimeira dos Chefes de Estado da organização. Conhecendo de dentro, sabe que todas as suas acções contra a Constituição da República, contra o Estado da Guiné-Bissau, colocando em causa os valores da democracia e da liberdade, não terão consequências nenhumas da parte da CEDEAO”, disse Djaló.

Adiantou que,  é por isso que chega ao ponto de expulsar uma missão de facilitação, de diálogo entre actores políticos, enviada pela CEDEAO para a Guiné-Bissau e na segunda-feira reafirmou que essa missão nunca mais vai voltar para o país.

“E disse uma coisa muito importante - para percebermos que a CEDEAO não funciona em função dos seus documentos estruturantes e valores que diz defender, entre eles a democracia - que quando uma missão dessas chega a um país, é o chefe de Estado que valida o roteiro da sua actuaçao. Essa missão não podia ultrapassar as linhas vermelhas que ele impôs, na sua óptica a missão ultrapassou essas linhas. Portanto, é a CEDEAO a depender de Umaro e não dos seus valores estruturantes”, considera o investigador.

Sumaila Jaló considera que “as sanções por si não vão funcionar” se não forem acompanhadas pela “prática efectiva de defesa de legalidade da Constituição e valores da democracia”.

A Assembleia Nacional foi dissolvida há mais de um ano e o Presidente completou cinco anos de mandato desde a tomada de posse a 27 de Fevereiro, mas entende que este só termina a 4 de Setembro, data da decisão judicial sobre os resultados eleitorais das presidenciais de 2019. Umaro Sissoco Embaló reiterou, na segunda-feira, que vai marcar eleições legislativas e presidenciais a 30 de Novembro.

Lesmes Monteiro pensa que “o fim desta crise será decidido através das eleições” e acredita que “o Presidente vai marcar as eleições ainda esta semana”. Quanto às datas, o jurista explica: “O término do mandato depende da perspectiva: na perspectiva da oposição, o mandato terminou no dia 27 de Fevereiro; na perspectiva das identidades como a CNE, o Supremo Tribunal de Justiça e as forças que têm sensibilidade com o Presidente, o mandato vai terminar no dia 4 de Setembro.”

Como lida a população com toda esta crise política e será que as eleições vão ser mesmo a 30 de Novembro? O investigador Sumaila Jaló vê “a população claramente cansada” e aponta que a oposição está “apática e não tem uma definição clara do que pretende no combate ao autoritarismo”.

“Até lá, nós teremos instituições democráticas disfuncionais e o sofrimento do povo a agudizar tanto socialmente quanto economicamente. É preciso que a oposição política - que hoje está em contacto com o espaço da própria sociedade civil e de várias organizações - acertem um caminho mais claro que consiga mobilizar o povo e exercer uma pressão forte para, nos próximos tempos, Umaro Sissoco Embaló
seja obrigado não só a convocar eleições, mas também a abrir portas para a legitimação das estruturas da CNE e do Supremo Tribunal de Justiça que tem lideranças caducas e fora do quadro legal
”, acrescentou.ANG/RFI

 

     Desporto-futebol/Sporting CGB e SB Benfica empatam 1-1 no dérbi da capital  

Bissau, 05 Mar 25(ANG) - O campeão nacional em título, Sport Bissau e Benfica e o Sporting Clube da Guiné-Bissau não foram terça-feira a  tarde, além de um empate a uma bola.

O jogo realizado no Lino Correia foi referente à nona jornada do Campeonato Nacional da Primeira Divisão, colocando frente-a-frente os dois grandes do futebol nacional.

Partida de grande expectativa, teve uma boa assistência do público, tendo os dois conjuntos entrados com todo o gás no encontro e estavam a chegar em ambas as áreas, criando lances de perigo junto aos guarda-redes.

Perto do intervalo, aos 35 minutos, surgiu finalmente o (0-1), a favor do Benfica, assinado por Salifo Mané, na sequência de um contra-ataque rápido e sem vacilar atirou para dentro da baliza.

Já no reatar, havia, na verdade, uma luta “titânica” e de “tira-teimas” no sintético do Lino Correia.  A bola estava a viajar por todo o lado e os dois guarda-redes não paravam de receber sustos nas suas balizas.

Conforme o desafio seguia, tanto o Benfica assim como o Sporting, ambos só não marcaram pela culpa dos próprios jogadores que estavam a ter muitas dificuldades em acertar o caminho de golo.

Inconformado com a desvantagem no marcador, o técnico leonino Abulai Cassamá, fez algumas mexidas no jogo tentando inverter a situação e, ao cair do pano, aos 87 minutos, os leões de Bissau empataram o jogo, graças ao tento apontado por Danilson Fernandes.

Com este empate, o SB Benfica soma 2O pontos, aguardando o desfecho da situação referente ao jogo com o CF os Balantas. Entretanto, o Sporting CGB chega aos 14 na classificação.ANG/Fut245

Regiões/Novos membros da Associação de Pastores de Canchungo tomam posse

Canchungo, 05 Mar 25 (ANG) -  O Delegado das Pescas para as Regiões de Cacheu e Oio conferiu posse, na terça feira, aos novos membros da Associação dos Pastores e Bideiras do setor de Canchungo, nomeadamente Herculano Agusto Ié como Presidente da Associação, Benjamim Cuba  Có, nas funções do Presidente de Mesa da Assembleia e Martinho Ié, Presidente do Conselho Fiscal.

Após o ato, António João Caterim prometeu melhorar as condições  dos pescadores através de fornecimento dos meios materiais apropriados e autorização  para a pesca artesanal na Guiné-Bissau.

"O Ministério das Pescas e os parceiros instalaram  câmaras de produção de gelo em Cacheu e Canchungo para minimizar as dificuldades dos pescadores e bideiras das referidas regiões, e, para breve, vamos fazer o mesmo trabalho no sector de Caió e na secção de Varela, no sector de São Domingos," disse.

Por seu turno, o Presidente da referida Associação Herculano Augusto Ié, aponta como um dos principais desafios a enfrentar para o desenvolvimento das atividades dos pescadores, a construção de dois ou três canoas para aumento de fornecimento do pescado às bideiras locais.

Herculano Ié  prometeu que, durante três anos do seu mandato, vai dinamizar a associação e os associados, através de promoção de sessões de formação em matéria de captura , conservação e comercialização de peixes.

Aquele responsável pediu a assistência técnica e financeira das organizações não governamentais, visando a diminuição  das dificuldades no sector pesqueiro de Canchungo, quase debate com a falta de apoio financeiro do Governo .

Os recém empossados foram eleitos e a 10 de  Dezembro de 2024, em Canchungo.ANG/AG/MI/ÂC//SG

Regiões/Populares do Setor de Canchungo rendem homenagem póstuma ao Américo Gomes através de uma marcha  

Canchungo, 05 Mar 25 (ANG) - Os populares do Setor de Canchungo, região de Cacheu, no norte do país prestaram , terça-feira, uma homenagem ao  falecido músico guineense de renome internacional Américo Gomes, com a realização de uma marcha com início ao pé da bomba de Petromar local até à  retunda daquela cidade.

Na ocasião,  o Secretário de Estado das Comunidades, Nelson António Pereira, pediu os guineenses que rezem pela alma do falecido músico guineense, e salientou que  Américo Gomes era uma figura exemplar e que dava tudo para a progressão da imagem externa da Guiné-Bissau.

“A morte de Américo Gomes é uma perda, não só para Guiné-Bissau  mas também para mundo em geral, principalmente para os países como o Senegal, Gâmbia, França, Luxemburgo devido a afinidade que teve com os mesmos”, considerou aquele responsável.

Por sua vez, e em nome dos familiares, Osvaldo Gomes agradeceu amigos e fãs de Américo pela homenagem prestada.

O mentor da iniciativa, Mateus Vaz, de Canchungo garantiu que os gestos de homenagem à figura do malogrado Américo Gomes vão continuar  depois das festividades  de Ramadão e de Páscoa.

Américo Gomes foi encontrado morto na sua residência em Lisboa no dia dia 20 de Fevereiro, o seu corpo foi sepultado no Cemitério Municipal de Bissau no dia 01 de Março em curso.

Informações veiculadas hoje nas redes sociais, por uma pessoa que se apresentou como familiar de Américo Gomes revelam que dois dos seus familiares que vieram assistir as cerimónias fúnebres em Bissau morreram em consequência de um acidente de viação ,na trajetória Canchungo-Caió, havendo três  outras vítimas deste acidente internadas em estado descrito como grave ,no hospital regional de Cacheu, em Canchungo.ANG/AG/AALS/ÂC//SG

       Egípto/Liga Árabe adopta Plano para reconstrução de Faixa de Gaza

Bissau, 05 Mar 25 (ANG)  - Os países da Liga Árabe adoptaram ,terça-feira, numa cimeira no Cairo um plano de reconstrução da Faixa de Gaza orçado em 53 mil milhões de Dólares sobre 5 anos prevendo a permanência dos habitantes do enclave no seu território e a instalação de um poder interino de tecnocratas para gerir o processo.

No âmbito deste plano que se apresenta como uma alternativa àquele que foi preconizado pelos Estados Unidos, prevê-se uma primeira fase de seis meses incidindo sobre a remoção de detritos e explosivos, sendo que num período ulterior, antevê-se a construção de infraestruturas essenciais bem como habitações permanentes e, em seguida, um porto comercial, hotéis e um aeroporto.

Este plano apoiado firmemente pela ONU, mas igualmente pelo Hamas e a Alta Autoridade Palestiniana, foi rejeitado por Israel que exige o desarmamento imediato do Hamas e não vê o executivo de Mahmud Abbas como um parceiro de confiança.

Outro ponto de incerteza é o financiamento deste plano, refere Ivo Sobral, coordenador de Mestrado de Relações Internacionais na Universidade de Abu Dhabi.

RFI: quem poderia financiar este plano de reconstrução a seu ver?

Ivo Sobral: O problema básico é que o Egipto, quase involuntariamente, está a apontar para os países do Golfo, ou seja, a Arábia Saudita, o Bahrein, o Qatar e os Emirados Árabes Unidos, assim como o Kuwait para pagar este enorme investimento, os cerca de 50 biliões de Euros que estão na mesa. Obviamente, estes países apoiaram, estão a aceitar o plano como uma evolução positiva para Gaza, mas ainda não confirmaram efectivamente que iriam pagar este enorme plano. O próprio Egipto, por exemplo, apesar de ser um dos países mais importantes do Médio Oriente, não tem a capacidade económica para avançar para um plano destes. Na economia do Egipto existem enormes problemas estruturais, uma inflação galopante e o próprio Egito está dependente de pacotes financeiros de ajuda dos países do Golfo. Portanto, o Egipto, por si só, não poderia de nenhuma maneira sequer apoiar este plano economicamente, assim como outros países. A própria Jordânia, que já também confirmou o apoio a este plano, está numa capacidade completamente impossível para suportar este plano economicamente, porque a própria Jordânia também depende de pacotes financeiros do Golfo para continuar a manter-se e a sobreviver no Médio Oriente economicamente.

RFI: Este plano também tem o apoio do próprio Hamas e também da Autoridade Palestiniana, que diz-se pronta a desempenhar o seu papel na Faixa de Gaza.

Ivo Sobral: Exactamente. Há aqui um factor interessante, uma nomenclatura bastante curiosa para encontrar no Médio Oriente, que é a designação de "tecnocracia". Ou seja, o Egito está a propor um governo constituído por tecnocratas de origem palestiniana, em particular da Autoridade Palestiniana para fazer a gestão da infraestrutura, da logística de Gaza. Portanto, é aqui algo novo, um modelo sui generis. Nunca se ouviu falar sequer esta nomenclatura aqui para o Médio Oriente. Mas depende de figuras palestinianas que iriam fazer essa mesma gestão de Gaza. O Hamas já concordou, apesar de manter alguma exigências relativamente ao próprio desarmamento do Hamas. Ou seja, o Egipto ainda não providenciou detalhes nenhuns neste plano relativamente ao que vai acontecer com o Hamas. Portanto, isso é uma questão que continua em aberto.

RFI: No seu discurso, o Presidente egípcio também lançou uma achega ao presidente Trump. Disse que ele acha que "ele é perfeitamente capaz de conduzir o processo de paz". E, aliás, esse plano não parece ser completamente incompatível com o plano previsto por Donald Trump que quer fazer uma "Riviera no Médio Oriente".

Ivo Sobral: Sim, o Egipto aqui é muito cauteloso como sempre, tentando jogar com todos os ângulos desta situação. O Egipto não pode hostilizar os Estados Unidos porque está na dependência económica e militar directa dos Estados Unidos, assim como de outros países, e, portanto, está aqui muito cautelosamente, a não fechar a porta aos Estados Unidos. E, ao mesmo tempo, está a tentar apelar para esta espécie de orgulho árabe, esta noção de identidade árabe, onde seriam os árabes a preparar um plano para reconstruir Gaza. Para Sissi, o Presidente do Egipto, é fundamental conseguir fazer isto internamente e externamente. O Egipto está muito interessado que este plano vá avante, apesar de o Egipto também ter os seus problemas internos económicos, mas poderá também ser inclusive, uma boa oportunidade para o Egipto. Portanto, esta logística de todas estas máquinas, estes produtos, tudo o que seja necessário para construir, inevitavelmente terão que vir do lado do Egipto para entrar em Gaza. Portanto, também é uma oportunidade para o Egipto em termos económicos.

RFI: Facto curioso, nesta reunião não estava o Príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Isto significa alguma coisa?

Ivo Sobral: Não estava quase nenhum líder importante do Golfo. Foram todos representados quase ao nível dos seus "vices" e, assim como de outras entidades governamentais secundárias. Isso não quer dizer que não existe o apoio da Arábia Saudita ou de outro país do Golfo. Agora, obviamente, os países do Golfo estão muito cautelosos. Estamos numa situação bastante sensível em termos de política internacional por causa da nova presidência americana. E ninguém quer aqui correr riscos de irritar o Presidente Trump numa situação tão delicada. Neste momento, a Arábia Saudita está envolvida também no processo de negociação entre os Estados Unidos e a Rússia. A Arábia Saudita tem outras prerrogativas também activas para a sua diplomacia.

RFI: O Egipto agora está de olhos postos sobre a cimeira na sexta-feira dos países islâmicos. Julga que isto pode marcar um novo patamar?

Ivo Sobral: Poderá. Mas existem muitas incongruências neste plano. Países que não são árabes, mas terão obviamente interesse em tudo o que está a acontecer em Gaza, em particular a Turquia e o Irão estarão presentes nessa mesma conferência. Mas o jogo aqui é árabe, sem dúvida. Portanto, tudo o que poderá acontecer nessa mesma cimeira terá, no fundo, pouco interesse para o que acontecerá em Gaza. Provavelmente existirá uma oportunidade para estes mesmos dois países, a Turquia, o Irão manifestarem o interesse em recuperarem, em reconstruir Gaza. Provavelmente, inclusive poderão preparar algum pacote financeiro de ajuda. Mas, politicamente, o Egipto, se este plano for para a frente ou alguma versão futura deste plano, terá a totalidade dos dividendos políticos deste plano. Portanto, só gostava de dizer que se calhar o elefante da loja, que é Israel, não apoia este plano porque critica que não existe nenhuma denominação, nem nenhuma característica do plano que fale do desarmamento do Hamas. Portanto, há aqui um problema que Israel é bastante crítico em relação a este plano, porque há aqui disputas muito grandes relativamente ao Hamas. Uns dizem que foi desarmado, outros dizem que foi parcialmente desarmado. Poderá ser totalmente desarmado no futuro, mas não existe nenhum plano específico que enquadre este desarmamento do Hamas. Israel insiste muito no desarmamento imediato do Hamas e a maioria dos países árabes, em particular a Jordânia e o Egipto, falam num processo que progressivamente irá desarmar. Mas já existe aqui um contraste bastante grave.

RFI: Israel diz que é contra este projecto, lá está, porque quer aniquilar o Hamas e também porque considera que a Alta Autoridade Palestiniana é corrupta. O que acha desse cálculo de Israel de rejeitar tudo em bloco?

Ivo Sobral: Em Israel, neste momento, a visão proposta por Israel é mostrar que tanto Gaza como o West Bank (a Cisjordânia) é tudo basicamente igual. Portanto, há aqui um desejo de unificar estas duas partes e demonstrar que as duas são incompatíveis com os desígnios de Israel. Quando Israel aponta muitos deste pensamento como o que aconteceu em Gaza anteriormente nos últimos dez anos, onde todas as outras forças políticas que existiam em Gaza foram completamente aniquiladas pelo Hamas. O Hamas provou ser sempre mais forte que qualquer força ou outra força política palestiniana. E, basicamente, Israel não acredita que um processo de desarmamento do Hamas possa sequer ser feito por outros palestinianos. Portanto, há aqui uma clara incompatibilidade relativamente a isto. E isso é algo que Benjamin Netanyahu já confirmou várias vezes nos seus discursos e é aqui um grave problema para o futuro de Gaza. Portanto, choca aqui muito com este plano egípcio que mete todo o ênfase num alegado conselho de tecnocratas de "sábios" palestinianos que, independentemente iriam fazer a gestão de Gaza e -não se sabe como- trabalhar na questão do desarmamento do Hamas. Portanto, aqui, de facto, Israel, apesar da generalização, aponta para um grave problema que ainda não foi sequer mencionado pelo Egito neste plano.

RFI: O cessar-fogo, que está em vigor desde 19 de Janeiro, está neste momento por um fio. A primeira fase terminou oficialmente no dia 1 de Março. Era suposto começar nessa data a segunda fase, que é marcada por um cessar-fogo permanente e a entrega dos últimos reféns. Isto não aconteceu porque, entretanto, não houve sequer negociações e Israel quer prolongar a primeira fase e não entrar nessa segunda fase mais decisiva. Porquê a seu ver?

Ivo Sobral: Para já, toda a operação de Gaza em si, toda a teatralização que foi feita pelo Hamas, a entrega dos corpos dos reféns, assim como os reféns em si, provocou bastante mal-estar no governo de coligação do primeiro-ministro Netanyahu. Os conservadores criticaram Netanyahu por aceitar um acordo em que se estaria a usar israelitas para promover politicamente o Hamas, assim como a toda esta questão actual, porque todas as fronteiras de Gaza foram abertas. Entrou e começou a entrar já a ajuda alimentar, assim como muitas máquinas e material de construção. Isso já foi apontado imediatamente pelos israelitas como uma situação em que se deve verificar exactamente onde vai ser utilizada esta maquinaria e estes materiais de construção. Há aqui uma desconfiança mútua inevitável para uma situação tão grave como esta, onde Israel basicamente não pode confiar nunca no Hamas. E igualmente, o Hamas não pode confiar no que Israel está a fazer aqui. Há uma quebra óbvia para as duas facções. Neste momento há uma paralisia normal. Eu recordo também aqui que estamos no momento do Ramadão e o Ramadão é um momento crucial que Israel pode utilizar ulteriormente. Há aqui muita ajuda alimentar, inclusive aqui dos Emiratos, que foi direccionada para Gaza, portanto, centenas de milhares de toneladas de alimentos que simplesmente agora não vão entrar em Gaza. Está aqui outra possibilidade para Israel para pressionar ulteriormente o Hamas e a população, porque basicamente o Ramadão é uma festa mais importante para todos os muçulmanos. E Israel pode usar esta falta de alimentos, toda esta questão logística, como ulteriormente uma forma de pressão sobre o Hamas e sobre a população de Gaza. Portanto, há aqui uma série de jogos que estão a acontecer para terem o melhor acordo possível onde Israel possa ter mais reféns, assim como o Hamas do outro lado, está a tentar ser o mais duro possível para não libertar reféns e ter o máximo dos seus prisioneiros que ainda estão nas prisões em Israel, assim como outros factores.

RFI: A seu ver, qual é o futuro imediato do processo de paz? Para já, essa trégua e a mais longo prazo, esse plano que foi apresentado ontem?

Ivo Sobral: É muito difícil fazer previsões neste momento em todo o mundo em termos de relações internacionais. Há aqui um factor novo, que é uns Estados Unidos bastante instáveis politicamente e que impõem de uma maneira bastante agressiva os seus pontos de vistas em todo o mundo. Especialistas em relações internacionais começam a ter que repensar o que pode realmente acontecer e, em particular no Médio Oriente, em Gaza, onde temos jogadores como Israel ou o Egipto, assim como todo um outro grupo de países árabes com muitas opiniões diversas. Há aqui uma espécie de repetição do que aconteceu nos anos 70, em particular antes dos acordos de Camp David com o Egipto e os Estados Unidos, onde o mundo árabe era basicamente um caos e que existiam muitas forças que lutavam entre si e que somente nos Estados Unidos, mais agressivo, mais focalizado em encontrar uma solução, naquele tempo, em 78/79, conseguiu consolidar este acordo de paz entre Israel e o Egipto. Neste momento, infelizmente, eu creio que estamos reféns de uma política norte-americana muito agressiva, que tem uma série de peças no tabuleiro de xadrez que é o Médio Oriente, e que temos a impressão que os próprios Estados Unidos não sabem o que vão fazer com estas mesmas peças. E temos que aguardar. Muitas coisas estão a acontecer contemporaneamente, cimeiras americanas e russas na Arábia Saudita, reuniões entre Israel, os Estados Unidos ao mais alto nível, e o mundo árabe observa tudo o que está a acontecer com uma grande preocupação, como é óbvio. E a maioria destas capitais árabes está chocada com o que está a acontecer e basicamente espera pelo que os Estados Unidos vão fazer e propor quase unilateralmente, para reagir. Este plano egípcio para Gaza é uma tentativa de fugir a esta imposição. Mas o Egipto não tem, como eu disse anteriormente, capacidade financeira para sequer providenciar 5% destes 50 biliões de Euros propostos. E está totalmente dependente da boa vontade dos outros países do Golfo, que somente estes têm a capacidade financeira abundante para suportar este plano para Gaza. Mas obviamente, estes países do Golfo irão esperar por Donald Trump em relação ao que ele propõe para Gaza.ANG/RFI

 

Ucrânia/ Governo pede à Rússia que mostre disponibilidade para um cessar-fogo

Bissau, 05 Mar 25 (ANG) - A Ucrânia recusa a ideia de um cessar-fogo unilateral e pede à Rússia que mostre também essa disponibilidade, nomeadamente com o fim dos ataques em território ucraniano.

As autoridades ucranianas insistem que só aceita um cessar-fogo quando a Rússia também o aceitar. De acordo com uma fonte conhecedora da estratégia de Presidente Volodymyr Zelensky, a Ucrânia recusa a ideia de um cessar-fogo unilateral e pretende que a Rússia mostre também essa disponibilidade e com passos concretos.

Ao inicio da tarde desta quarta-feira, 5 de Março, Andrii Yermak, o chefe de gabinete de Volodymyr Zelensky sugeriu, através da sua conta numa rede social, que um sinal de Moscovo poderia ser a suspensão de todos os ataques russos a diversas cidades da Ucrânia. 

Porém, nas últimas horas, cidades como Odesa, Kharkiv ou Pavlograd têm sofrido ataques com bombas lançadas pela aviação russa, mostrando que não há sinais da Rússia querer parar com os bombardeamentos à Ucrânia. No passado, Volodymyr Zelensky propôs a troca de prisioneiros de guerra para além da trégua nos céus e no Mar Negro.

Na relação com os EUA, a disponibilidade ucraniana para negociar uma "paz justa e duradoura" foi expressa por escrito por Zelensky numa publicação na rede social X que, tudo indica - terá sido interpretada por Trump como uma "carta" dirigida aos EUA pelo Presidente ucraniano. Kiev diz estar pronta a assinar o acordo de exploração dos recursos minerais, incluindo um parágrafo sobre segurança, permanecendo por desenhar um conjunto de garantias de segurança que poderão passar pela mobilização de forças militares europeias para a Ucrânia.ANG/RFI


Angola/Presidente João Lourenço condena tentativas de deslocalização do povo palestiniano

Bissau, 05 Mar 25 (ANG) - O Presidente angolano rejeitou as tentativas de deslocalização do povo palestiniano e a contínua política israelita de expansão dos colonatos e ocupação de territórios pertencentes à Palestina.

As declarações de João Lourenço foram feitas na cimeira extraordinária da Liga Árabe sobre a situação na Faixa de Gaza, que decorre no Cairo, Egipto, onde falou na qualidade de presidente em exercício da União Africana.

O Presidente angolano condenou quaisquer tentativas de deslocalizar o povo palestiniano e a política israelita de expansão dos colonatos, com a anexação ilegal do território palestiniano.

“Repudiamos quaisquer tentativas de deslocalização do povo palestino, dos seus territórios, da contínua política de expansão dos colonatos, da ocupação e anexação ilegal do território pertencente à Palestina”, denunciou.

João Lourenço defendeu ainda “a tolerância e coexistência entre religiões, evitando-se o fanatismo, radicalismo que podem conduzir ao exacerbar do ódio e da violência entre os povos”.

O chefe de Estado angolano, que participa na cimeira extraordinária da Liga Árabe sobre a situação na Faixa de Gaza, que decorre no Cairo, Egipto, reconheceu o papel da organização “na prossecução de iniciativas que visam o alcance de soluções pacíficas e duradouras para os dois países e a região”.

Os dirigentes dos países membros da Liga Árabe anunciaram nesta terça-feira, 4 de Março, um plano no valor de 53 mil milhões de dólares para a reconstrução da Faixa de Gaza, uma alternativo ao projecto de Donald Trump transformar o território à imagem da Riviera francesa.

Foi na qualidade de presidente em exercício da União Africana que João Lourenço reiterou “o compromisso de juntos trabalharmos em prol do alcance de uma paz duradoura e sustentável no conflito que opõe Israel ao Hamas”.

O Presidente angolano mostrou-se igualmente satisfeito com o processo de libertação de reféns e israelitas em curso, assegurando que este continue até à libertação incondicional da totalidade dos cidadãos palestinos mantidos em cativeiro”.

João Lourenço disse esperar que “esta acção reflita o início da construção definitiva da paz, através da instauração de um cessar-fogo permanente, facilitando o incremento da ajuda humanitária aos habitantes de Gaza, bem como o início da reconstrução dos seus territórios”.

O chefe de Estado angolano instou as autoridades israelitas a permitirem “a abertura dos corredores humanitários” e o “regresso de mais de 2 milhões de cidadãos palestinianos internamente deslocados e refugiados nos países vizinhos”.ANG/RFI

EUA/Trump aumenta taxas aduaneiras sobre produtos do México, Canadá e China

Bissau, 05 Mar 25 (ANG) - A administração Trump colocou em prática, na terça-feira, as suas ameaças e passou a cobrar aumentos de 20% nas taxas aduaneiras aplicadas sobre os produtos importados da China e 25% sobre os produtos provenientes dos vizinhos imediatos dos Estados Unidos, ou seja o Canadá e o México.

Inicialmente adiados por um período de um mês, estes aumentos das taxas alfandegárias surgem na ausência de um qualquer acordo dos Estados Unidos com os países visados que acusa de não combater o suficiente a circulação de Fentanyl, droga que se tornou um problema de saúde pública em território americano.

Os Estados Unidos acabam de intensificar um pouco mais a guerra comercial encetada com o regresso de Donald Trump à Casa Branca, fazendo designadamente voar em estilhaços o acordo trilateral até agora em vigor entre Washington, México e Ottawa que previa trocas comerciais quase isentas de quaisquer direitos aduaneiros durante três décadas.

Perante este cenário que diz respeito a 918 mil milhões de Dólares de produtos importados do México e do Canadá, a Presidente mexicana reservou ainda a sua reacção, mas o Canadá já anunciou medidas de retaliação. Ao sublinhar que esses "direitos alfandegários vão perturbar uma relação comercial particularmente bem-sucedida", o Primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, anunciou ontem à noite que o seu país iria passar a implementar a partir desta terça-feira direitos aduaneiros de 25% sobre cerca de 20 mil milhões de Dólares de importações dos Estados Unidos.

Ottawa prometeu ainda que 86 mil milhões de Dólares de produtos americanos suplementares seriam alvo destas mesmas taxas se a administração Trump mantivesse a sua nova política aduaneira para além do prazo de 21 dias.

Por seu lado, Pequim anunciou a implementação a partir do 10 de Março de aumentos compreendidos entre 10 e 15% das taxas aduaneiras sobre produtos como os frangos, o trigo e o milho americanos de que a China é o principal cliente. Pequim nunca cedeu à intimidação disse hoje o Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. "Tentar exercer pressão extrema sobre a China é um erro de cálculo", acrescentou ainda Pequim ao anunciar igualmente restrições às exportações e investimentos de 25 empresas americanas, por motivos de segurança nacional.

Desde que reassumiu as rédeas do poder nos Estados Unidos, Donald Trump tomou uma série de medidas indiciando uma viragem proteccionista do seu país. Para além de anunciar a sua intenção de restabelecer direitos aduaneiros de 25% sobre as importações de aço e de alumínio, a partir do dia 12 de Março, o Presidente americano decidiu igualmente mandar encetar uma auditoria sobre as importações de madeira e seus derivados, o que poderia resultar na imposição de direitos aduaneiros com forte impacto sobre o Canadá.

Estas medidas vêm juntar-se ao projecto de Donald Trump sobre os chamados "direitos aduaneiros recíprocos" sobre as importações provenientes de países ou blocos que cobram impostos sobre os produtos americanos, uma política que poderia visar a União Europeia que já prometeu reagir com firmeza, no caso de ela se concretizar. ANG/RFI

Portugal/Amnistia Internacional denuncia maus tratos a presos ucranianos pela Rússia

Bissau, 05 Mar 25 (ANG) – A Amnistia Internacional publicou nesta terça-feira um relatório intitulado "Um silêncio ensurdecedor: Ucranianos mantidos incontactáveis, desparecidos à força e torturados em cativeiro russo".


Esta organização não governamental baseou-se em entrevistas de mais de 100 pessoas detidas na Ucrânia, entre Janeiro e Novembro de 2024. A Amnistia alega ser provável que milhares de ucranianos, militares e civis, estejam detidos em cativeiro na Rússia e na Ucrânia ocupada.

A incomunicabilidade seria uma arma usada pela Rússia na guerra que leva a cabo na Ucrânia, à revelia do direito internacional, para condenar os presos ao esquecimento dos seus entes queridos, nomeadamente.

Miguel Marujo, director de comunicação da ong Amnistia Internacional em Portugal, resumiu à RFI os dados apurados e a metodologia usada para a elaboração deste relatório.

"Aquilo que, basicamente, a Amnistia concluiu, com este novo relatório, é que as autoridades russas submeteram prisioneiros de guerra ucranianos e civis cativos a tortura, detenção prolongada, em regime sem comunicação, um desaparecimento forçado e outros tratamentos desumanos que constituem crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

No relatório, aquilo que é documentado é o modo como os prisioneiros de guerra e os civis ucranianos são mantidos em cativeiro pela Rússia desde Fevereiro de 2022 e estão a ser deliberadamente isolados no mundo exterior, muitas vezes durante anos.

E a falta de transparência sobre o seu paradeiro tem permitido que a tortura e outros maus tratos durante a detenção e até mesmo os assassinatos ilegais de prisioneiros de guerra continuem com total impunidade.

No caso da detenção sistémica, num regime em que não há qualquer comunicação por parte dos prisioneiros de guerra e de civis ucranianos mantidos em cativeiro por parte da Rússia, reflecte uma política deliberada destinada a desumanizá-los e a silenciá-los, deixando também as suas famílias em agonia, à espera de notícias sobre os seus familiares.

E a tortura tem tido lugar em completo isolamento do mundo exterior, estando as vítimas inteiramente à mercê dos seus captores para sobreviverem. E não se trata de uma série de incidentes isolados. Aquilo que a Amnistia constatou é que é uma política sistemática que viola todos os princípios de direito internacional.

Este relatório baseia-se em entrevistas em que foram ouvidas mais de 100 pessoas na Ucrânia, entre Janeiro e Novembro do ano passado, e estas pessoas ouvidas incluíram cinco antigos prisioneiros de guerra ucranianos, familiares de outros 38 prisioneiros de guerra, familiares também de 23 ucranianos que estão desaparecidos actualmente em circunstâncias especiais e 28 civis que estiveram também antes detidos e as respetivas famílias, para além de 10 prisioneiros de guerra russos que estão actualmente detidos na Ucrânia." ANG/RFI