quinta-feira, 24 de julho de 2025

 Angola/Presidente João Lourenço alerta para perigo que lei de nacionalidade portuguesa pode trazer à lusofonia

Bissau, 24 Jul 25 (ANG)- O chefe de Estado angolano advertiu , terça-feira , os riscos que a lei de imigração de Portugal pode representar para as relações bilaterais e para o futuro da CPLP, admitindo algum incómodo ao projeto, que garante abordar com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.


 Falando ao canal português CNN, João Lourenço também abordou as relações entre os dois países, a sucessão Presidencial e minimizou a vaga de manifestações que tem acontecido um pouco por todo o país. 

O Presidente da República concedeu, na noite de 23 de Julho, em Luanda, uma entrevista à CNN Portugal, onde falou das relações entre Luanda e Lisboa, bem como da sucessão Presidencial e das manifestações, resultado do aumento dos combustíveis e serviços dos transportes públicos e privados. 

Ao canal televiso português, João Lourenço afirmou seguir com atenção a lei de nacionalidade portuguesa, admitindo algum incomodo ao diploma.

Bom, de facto existe algum incómodo. Estamos a seguir a evolução da situação com muita atenção. Portanto, os portugueses emigraram para todo o mundo e o mínimo que a gente exige é que Portugal não trate os imigrantes que escolheram Portugal como um destino para a fazer em suas vidas, de forma pior que foram tratados nos países que os acolheram aos longos dos anos dos anos”, garantiu.  

Questionado se vai abordar o assunto com o seu homólogo português, o chefe de Estado de Angola admite que sim, desconfiando que o projeto venha a “beliscar as relações” dentro da comunidade lusófona. 

Eu penso que sim, eu penso que sim. É nossa obrigação, enquanto Estados-membros da CPLP, incluindo Portugal, tudo fazer para evitar que isso possa vir a acontecer, portanto, vamos trabalhar todos em conjunto, incluindo Portugal, para não fazer descambar esse grande projeto de comunidade que é a CPLP”, disse o chefe de Estado. 

Sobre os protestos em Angola, João Lourenço desvalorizou-os pelo facto de não existir motivos aparente.

Às vezes, as pessoas manifestam-se sem nenhuma razão aparente. Neste momento, o argumento é o aumento do preço dos combustíveis. Mas é preciso que se diga que, depois do aumento do preço do diesel, hoje custa 400 kwanzas o litro. O preço do diesel, neste momento, em Angola, ronda os 40 cêntimos do dólares. Portanto, não há muitos países do mundo que tenham combustível a este preço”, esclareceu o político.

O Presidente angolano falou, igualmente, do futuro sucessor que, a seu ver, tem de fazer igual ou melhor que o seu programa de governo. 

Quem quer que seja que venha a substituir, seja igual ou melhor que eu. Que faça igual ou melhor que eu. Se não conseguir isso, ficarei com remorso, ficarei sem ter-me, digamos, de alguma forma responsabilizado por isso”, alertou João Lourenço.ANG/RFI 

 

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