ONU/PAM sem meios suspende ajuda alimentar no nordeste da Nigéria
Bissau, 23 Jul 25 (ANG) - O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) anunciou hoje que suspenderá toda a assistência alimentar e nutricional de emergência a 1,3 milhões de pessoas no nordeste da Nigéria no final deste mês por falta de financiamento.
De acordo com o
comunicado de imprensa do PAM, esta decisão resulta de graves falhas de financiamento
internacional, num contexto de aumento da violência e de níveis de fome no
nordeste deste que é o país mais populoso de África.
"As reservas de alimentos e suplementos nutricionais do PAM
estão totalmente esgotadas. Os últimos fornecimentos deixaram os armazéns no
início de julho e a assistência vital terminará assim que a atual ronda de
distribuições for concluída", anunciou a entidade.
Consequentemente, sem financiamento imediato, "milhões de
pessoas vulneráveis enfrentarão escolhas impossíveis: suportar uma fome cada
vez mais severa, migrar ou, possivelmente, correr o risco de serem exploradas
por grupos extremistas da região", frisou a agência das Nações Unidas.
Concretamente, segundo dados do PAM, cerca de 31 milhões de
pessoas na Nigéria enfrentam fome aguda. Um número recorde, segundo o
diretor do PAM no país, David Stevenson.
Para o PAM, as crianças estarão entre as mais afetadas,
caso a ajuda vital seja interrompida.
"Mais de 150 clínicas de nutrição apoiadas pelo PAM nos
estados de Borno e Yobe irão encerrar, comprometendo o tratamento de mais
de 300.000 crianças com menos de dois anos e aumentando o risco de desnutrição
aguda", lamentou.
Nas zonas do norte afetadas pelo conflito, a violência crescente
de grupos extremistas está a provocar deslocações em massa.
Cerca de 2,3 milhões de pessoas em toda a bacia do Lago Chade
foram forçadas a abandonar as suas casas, pressionando recursos já escassos e
levando comunidades ao limite, contextualizou.
Durante o primeiro semestre deste ano, o PAM diz ter ajudado a
conter a fome no norte desta nação ao apoiar 1,3 milhões de pessoas com
alimentos e suplementos nutricionais.
"Estava previsto o apoio adicional a 720.000 pessoas na
segunda metade do ano, mas a falta de fundos coloca agora estes programas em
risco", ressalvou.
A agência precisa urgentemente de 130 milhões de dólares (cerca
de 110 milhões de euros) para evitar a rutura dos fornecimentos e garantir
a continuidade das operações até ao final do ano, concluiu.ANG/Lusa

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