Médio Oriente/Mais de cem ONG's interpelam comunidade internacional sobre a fome na Faixa de Gaza
Bissau, 24 Jul 25 (ANG) - Uma centena de organizações não-governamentais denunciam a "fome" na Faixa de Gaza e apelam Israel a permitir a entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano.
Num comunicado divulgado a 23 de Julho, 111 organizações não-governamentais, entre as quais a
Médicos Sem Fronteiras (MSF), Médicos do Mundo, Caritas ou ainda a Amnistia
Internacional denunciam o bloqueio por Israel, fora do território palestiniano, de
toneladas de produtos alimentares, água potável e medicamentos, numa altura em
que a população civil "morre de
fome e de sede", como
alertou a Organização Mundial da Saúde, para além de viver sob a ameaça
constante de bombardeamentos.
As ONG internacionais alertam que os seus próprios trabalhadores
no terreno "estão agora
sob perigo de morte", devido à falta de comida. Criticando o
bloqueio total deste enclave palestiniano e os vários entraves à entrada da
ajuda humanitária, as 111 organizações acusam o governo israelita de Benjamin
Netanyahu de ter deliberadamente provocado "o caos, a fome e a morte".
Israel, que controla todos os acessos à Faixa de Gaza, negou
esta quarta-feira ser responsável pela penúria de alimentos no território
palestiniano e acusou o Hamas de ter deliberadamente criado a crise. "Não há fome em Gaza criada por Israel",
afirmou o porta-voz do governo israelita, acrescentando que "a penúria de alimentos foi criada pelo
Hamas".
No comunicado, as ONG's apelam a comunidade internacional a
exigir o levantamento de todas as restrições, a abertura de todos os pontos de
passagem terrestre e o fim do sistema de distribuição de ajuda alimenta
controlado pelo exército israelita, acusado pela
ONU de ter morto a tiro cerca de mil palestinianos enquanto vinham buscar
comida, em menos de dois meses.
Como alternativa, as organizações apelam ao regresso da
distribuição da ajuda conforme os princípios do direito humanitário e sob
supervisão das agências das Nações Unidas.
"Os
Estados devem aplicar medidas concretas para colocar um ponto final ao cerco a
Gaza, como por exemplo, acabar com a venda ou transferência de armas e de
munições" para Israel, lê-se no comunicado. ANG/RFI

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