quinta-feira, 24 de julho de 2025

Médio Oriente/Mais de cem ONG's interpelam comunidade internacional sobre a fome na Faixa de Gaza

Bissau, 24 Jul 25 (ANG) - Uma centena de organizações não-governamentais denunciam a "fome" na Faixa de Gaza e apelam Israel a permitir a entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano.  

Num comunicado divulgado a 23 de Julho, 111 organizações não-governamentais, entre as quais a Médicos Sem Fronteiras (MSF), Médicos do Mundo, Caritas ou ainda a Amnistia Internacional denunciam o bloqueio por Israel, fora do território palestiniano, de toneladas de produtos alimentares, água potável e medicamentos, numa altura em que a população civil "morre de fome e de sede", como alertou a Organização Mundial da Saúde, para além de viver sob a ameaça constante de bombardeamentos. 

As ONG internacionais alertam que os seus próprios trabalhadores no terreno "estão agora sob perigo de morte", devido à falta de comida. Criticando o bloqueio total deste enclave palestiniano e os vários entraves à entrada da ajuda humanitária, as 111 organizações acusam o governo israelita de Benjamin Netanyahu de ter deliberadamente provocado "o caos, a fome e a morte". 

Israel, que controla todos os acessos à Faixa de Gaza, negou esta quarta-feira ser responsável pela penúria de alimentos no território palestiniano e acusou o Hamas de ter deliberadamente criado a crise. "Não há fome em Gaza criada por Israel", afirmou o porta-voz do governo israelita, acrescentando que "a penúria de alimentos foi criada pelo Hamas". 

No comunicado, as ONG's apelam a comunidade internacional a exigir o levantamento de todas as restrições, a abertura de todos os pontos de passagem terrestre e o fim do sistema de distribuição de ajuda alimenta controlado pelo exército israelitaacusado pela ONU de ter morto a tiro cerca de mil palestinianos enquanto vinham buscar comida, em menos de dois meses. 

Como alternativa, as organizações apelam ao regresso da distribuição da ajuda conforme os princípios do direito humanitário e sob supervisão das agências das Nações Unidas. 

"Os Estados devem aplicar medidas concretas para colocar um ponto final ao cerco a Gaza, como por exemplo, acabar com a venda ou transferência de armas e de munições" para Israel, lê-se no comunicado. ANG/RFI

 

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