EUA/Abertura do processo da Universidade de Harvard contra a administração Trump
Bisssau, 21 Jul 25 (ANG) - O processo entre a Universidade de Harvard e a administração de Donald Trump acusada pela prestigiosa instituição de não respeitar a suas obrigações financeiras, depois de ter decidido congelar nestes últimos meses os seus subsídios à pesquisa,começa esta quinta-feira em Boston.
Acusada por Trump de antissemitismo e de promover uma
"ideologia woke", Harvard acusa igualmente o actual poder de tentar
interferir no seu conteúdo académico, contrariando qualquer regra de
independência.
Em
questão estão os cortes de subsídios federais à Universidade de Harvard
decididos em Abril pela administração Trump. Na senda das manifestações
ocorridas no ano passado naquela e noutras universidades americanas em protesto
contra a ofensiva do governo israelita na Faixa de Gaza, o executivo americano
acusou Harvard de incentivar comportamentos antissemitas e exigiu daquela
universidade o fim dos programas que promovem a diversidade e os ensinamentos
que "alimentam o assédio antissemita".
Perante
a recusa de Harvard de se conformar a estas exigências, a administração
republicana anunciou em Abril o congelamento de "2,2 bilhões de Dólares de subsídios ao longo
de vários anos" bem
como o de "contratos plurianuais no valor de 60 milhões
de dólares", sendo
que em Maio lhe foram retiradas as isenções fiscais que lhe eram até então
garantidas por lei.
Em
resposta, a Universidade entrou com uma acção judicial, acusando o governo de
violar os seus direitos garantidos pela Primeira Emenda, nomeadamente através
de uma "política de
expulsões baseadas na ideologia".
Paralelamente,
a mais antiga universidade do país e a administração americana têm tentado
chegar a um entendimento, Donald Trump tendo inclusivamente declarado em Junho
que um acordo estava prestes a ser concluído. Todavia, até agora não houve
nenhum anúncio oficial neste sentido, as exigências da Casa Branca não tendo
parado de aumentar.
No
passado dia 9 de julho, o executivo exigiu que Harvard forneça informações
detalhadas sobre os estudantes internacionais e as manifestações
pró-palestinianas, tendo sido apresentada uma ordem para obrigar a universidade
transmitir aos serviços de imigração (ICE) os "documentos relevantes" dos últimos
cinco anos.
Neste
contexto, a universidade de Harvard espera obter um julgamento favorável que
possa reforçar a sua legitimidade nas negociações com o executivo.
De
referir que esta não é a única universidade a ser alvo de Donald Trump. A
administração que não esconde a intenção de mudar o paradigma cultural dos
Estados Unidos, nomeadamente no que tange ao ensino superior, também ameaçou a
prestigiada Universidade de Columbia em Nova Iorque de lhe retirar a sua
acreditação, o que teria por efeito de ficar sem financiamento federal. Também
sob pressão, o Presidente da Universidade da Virgínia anunciou a sua demissão
no passado dia 28 de Junho, na sequência da abertura de um inquérito sobre as
práticas da instituição para promover a diversidade.ANG/RFI

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