Canadá /Governo anuncia que vai reconhecer Estado da Palestina em Setembro
Bissau, 31 Jul 25 (ANG) - O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, anunciou na quarta-feira que o seu país vai reconhecer o Estado da Palestina. O Canadá torna-se o terceiro país do G7 a tomar esta decisão, depois da França e do Reino-Unido.
vai reconhecer o Estado da Palestina em Setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, juntando-se à França e ao Reino-Unido que tomaram recentemente a mesma decisão.
O Primeiro-ministro canadiano Mark Carney afirmou que o país sustenta uma "convicção de longa data" a favor de uma solução de dois Estados para por fim ao conflito israelo-palestiniano que se alastra há décadas. "Esta possibilidade de uma solução de dois Estados está a desaparecer diante dos nossos olhos", lamentou o governante canadiano.
A intenção do Canadá explica-se, afirmou
Mark Carney, "pela determinação
da Autoridade palestiniana em levar a cabo reformas essenciais",
citando o compromisso do presidente palestiniano Mahmoud Abbas em organizar
eleições gerais em 2026, e a "promessa
de não militarizar o Estado palestiniano".
Mahmoud Abbas, líder da Autoridade
palestiniana, que administra os territórios palestinianos, saudou, esta
quarta-feira, a "corajosa"
decisão do Canadá, que "intervém
num momento histórico e crítico para salvaguardar a solução de dois Estados".
O Canadá torna-se o terceiro país membro
do G7, depois da França e do Reino-Unido, que afirma a vontade política de
reconhecer o Estado da Palestina em Setembro.
Israel denunciou imediatamente este
anúncio e criticou o que considera ser uma "campanha de pressão internacional deformada". O ministro
israelita dos Negócios Estrangeiros escreveu, na rede social X, que este
posicionamento "recompensa o
Hamas e prejudica os esforços visando alcançar um cessar-fogo em Gaza e
libertar os reféns".
O presidente norte-americano Donald
Trump escreveu na sua rede Truth Social esta quinta-feira que um acordo
comercial com o Canadá "será
muito difícil de realizar" depois do anúncio da intenção de Mark
Carney reconhecer o Estado da Palestina.
No âmbito das imposições aduaneiras
que a administração Trump tem vindo a anunciar, os Estados-Unidos já tinham
ameaçado impor 35% de taxas aduaneiras ao Canadá, segundo parceiro comercial de
Washington.
Até ao momento, Mark Carney não reagiu a
estas declarações de Donald Trump.
Ainda esta quinta-feira, o Primeiro-ministro
da Suécia apelou a União Europeia a "congelar" a parte comercial do seu acordo de associação com
Israel. O dirigente sueco, Ulf Kristersson, afirmou que Telavive "não respeita as suas obrigações mais
fundamentais nem os acordos sobre a ajuda humanitária" e que se
torna necessário "reforçar a
pressão económica sobre Israel".
Outros países têm exigido a revisão
deste acordo da UE com Israel, nomeadamente a França, a Bélgica, a Irlanda, a
Finlândia, Portugal, o Luxemburgo, a Eslovénia, a Espanha e os Paises
Baixos.
No final do mês de Junho, um relatório
da Comissão europeia, apresentado aos 27 países-membros, alegava que Israel
"viola o acordo de associação que
liga o país à União europeia, em matéria de respeito pelos direitos humanos". ANG/RFI

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