China/UE e China assinalam 50 anos de relações com cimeira marcada por tensões comerciais
Bissau, 24 Jul 25 (ANG) - A cimeira entre a União Europeia e a China, realizada esta quinta-feira em Pequim, marcou os 50 anos de relações diplomáticas.
O encontro decorreu num clima tenso, num momento em
que Bruxelas tenta redefinir a sua posição entre os Estados Unidos e a China,
num cenário de rivalidade crescente entre Washington e Pequim.
O presidente chinês, Xi Jinping, apelou
a um reforço da “confiança mútua” e considerou que “não existe entre
a China e a UE nenhum conflito de interesses nem desacordo geopolítico
fundamental”. Sublinhou ainda que “quanto mais grave e complexa for a situação
internacional, mais os dois lados devem intensificar a comunicação”.
Por seu lado, a presidente da Comissão
Europeia foi clara: “A nossa relação chegou num momento chave. É essencial que a China e
a Europa reconheçam as suas preocupações respectivas e proponham soluções
concretas”. Ursula von der Leyen reiterou a
necessidade de um maior equilíbrio na relação económica e comercial, tema
central do encontro.
A União Europeia apresenta um défice
comercial recorde com a China (cerca de 305,8 mil milhões de euros em 2024),
resultando no crescimento das exportações chinesas e da queda das exportações
europeias.
Em entrevista a RFI, Luis Mah, professor
no Instituto Universitário de Lisboa analisa a posição da UE neste contexto :
“A União Europeia tem vindo a tomar uma série de medidas de
fortalecimento das suas indústrias, das suas capacidades industriais, das suas
capacidades de defesa face a estes conflitos comerciais. A União Europeia,
naturalmente, pode utilizar uma série de instrumentos, como tem usado, por
exemplo, com a China, o início de investigações a vários produtos chineses que
entram no mercado europeu e que a Europa está a investigar. Há um dumping, ou
seja, há uma venda de produtos a um preço muito baixo e que acaba por destruir
as indústrias europeias. E depois claramente o apoio, mesmo que a China diz que
mantém-se neutral, mas claramente a China tem mantido toda uma relação de
proximidade com Moscovo desde o início da invasão e da guerra na Ucrânia. Pequim
tem evitado criticar o comportamento de Moscovo. Temos, alguns países da União
Europeia que continuam a manter-se mais próximos de Moscovo ou pelo menos a
manter ação com Moscovo e até com Pequim."
Parralelamente a Comissão Europeia
procura um acordo para evitar tarifas aduaneiras de 30% nos produtos europeus a
partir de 1 de Agosto por parte dos Estados Unidos. O 27 Estados da União
Europeia aprovaram quinta‑feira medidas comerciais de retaliação no valor de 93
mil milhões de euros contra os EUA, caso não haja acordo com Washington. Estas
medidas, repartidas por dois pacotes de 21 e 72 mil milhões, entrarão em vigor
após 7 de Agosto. Washington e Bruxelas negoceiam uma taxa de 15%, sujeito à
aprovação de Donald Trump. Questionado sobre o posicionamento a assumir contra
os EUA e a China, Luis Mah indicou que a EU tem que encontrar uma via
diplomática.
“Parece-me que a União Europeia está a tentar encontrar o seu caminho.
Ainda não está claro. A União Europeia tem vindo a tomar uma série de medidas
de fortalecimento das suas indústrias, das suas capacidades industriais, de
defesa face a estes conflitos comerciais. A União Europeia tem vindo a tomar
uma série de medidas de fortalecimento das suas indústrias, das suas
capacidades industriais, das suas capacidades de defesa face a estes conflitos
comerciais. A União Europeia, naturalmente, pode utilizar uma série de
instrumentos, como tem usado, por exemplo, com a China, o início de
investigações a vários produtos chineses que entram no mercado europeu e que a Europa
está a investigar. Há um dumping, ou seja, há uma venda de produtos a um preço
muito baixo e que acaba por destruir as indústrias europeias. Depois, também
com os Estados Unidos também poderá utilizar instrumentos anti coerção.
Portanto, a União Europeia está num momento, volto a repetir, de muita
complicação, ainda por mais porque realmente tem que encontrar um consenso
interno que tem vindo a ser construído. Temos, alguns países da União Europeia
que continuam a manter-se mais próximos de Moscovo ou pelo menos a manter ação
com Moscovo e até com Pequim. Mesmo atraindo investimentos chinês eh que
poderia ser pode ser problemático para a Europa. Estou a falar do
caso desculpe, da Hungria ou mesmo da Eslováquia.” ANG/RFI
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