terça-feira, 29 de julho de 2025

Rússia/Governo quer explorar urânio no Níger e desenvolver energia nuclear

Bissau, 29 Jul 2225 (ANG) - A Rússia quer explorar o urânio que existe no Níger e desenvolver a sua energia nuclear, declarou hoje o ministro russo da Energia que está numa visita oficial a Niamey.

"Onosso principal objetivo é explorar o urânio, bem como criar um sistema inteiro de exploração do mesmo", declarou à imprensa o ministro russo, Sergey Tsivilyov, após uma reunião com o chefe de Estado do Níger, o general Abdourahamane Tiani.

O grupo russo Rosatom (uma empresa estatal de energia nuclear) e o Ministério da Energia do Níger assinaram "um memorando de entendimento mútuo" sobre a cooperação no domínio do 'nuclear civil' (energia nuclear), segundo um comunicado do ministério russo.

"A nossa tarefa não é apenas participar na extração de urânio, mas criar todo um sistema de desenvolvimento do 'nuclear civil' no Níger", sublinhou Tsiviliov, citado no comunicado.

Desde a chegada ao poder, a junta declarou várias vezes que desejava rever o sistema de exploração de matérias-primas em solo nigerino por companhias estrangeiras.

Em dezembro de 2024, a Orano, uma empresa multinacional presente no Ocidente, tinha confirmado a perda do controlo operacional das suas três filiais mineiras no Níger, que detém em mais de 60%: a mina de Somaïr, a de Cominak (fechada desde 2021) e o jazigo de Imouraren, um dos mais importantes do mundo.

Em maio, a Orano tinha declarado à agência noticiosa France-Presse (AFP) que vários atores tinham expressado interesse na retoma dos seus locais mineiros no Níger.

No entanto, nenhuma informação hoje divulgada confirma que estas três filiais passam agora para o controlo russo.

Questionada pela AFP, a Orano não quis pronunciar-se de imediato sobre a vontade de Moscovo de explorar o urânio nigerino.

O urânio foi descoberto no país em 1957 pelo Gabinete de Pesquisas Geológicas e Mineiras francês (BRGM) e entrou em produção em 1971.

Em 2023, o país produziu 3.527 toneladas de urânio, ou seja, 6,3% da produção mundial, segundo a Globaldata.

O Níger é governado pelo general Abdourahamane Tiani desde o golpe de Estado ocorrido em julho de 2023. 

Os militares no poder viraram as costas a França, a ex-potência colonial, para se aproximarem mais da Rússia que os ajuda na luta antiterrorista, como os seus aliados do Mali e do Burkina Faso, igualmente dirigidos por juntas.ANG/Lusa

 

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