Médio Oriente/Hamas agradece apoio a Gaza de 25 Estados e pede medidas práticas
Bissau, 22 Jul 25 (ANG) - O Hamas agradeceu hoje a
declaração conjunta de 25 países, incluindo Portugal, a pedir o fim da ofensiva
israelita e a entrada de mais ajuda em Gaza, e solicitou "medidas
práticas" para atingir esses objetivos.
Instamos os Estados signatários a traduzir o conteúdo (do apelo)
em medidas práticas para pôr fim a tragédia humanitária provocada pela ocupação
na faixa de Gaza.
para exercer pressão direta e eficaz para travar a brutal guerra
de extermínio contra o povo [palestiniano] e para garantir o fluxo imediato de
ajuda humanitária", refere o grupo em comunicado hoje publicado.
Os
Ministérios dos Negócios Estrangeiros de 25 países, incluindo de Portugal,
Espanha, Reino Unido, Bélgica ou Canadá, pediram, numa declaração conjunta
divulgada na segunda-feira, o fim da guerra na Palestina e opuseram-se a
qualquer alteração territorial ou demográfica na região.
O conjunto de países critica "o plano de
colonização anunciado pela Administração Civil" que, "a ser
aplicado, dividiria o Estado palestiniano em dois, constituindo uma
violação flagrante do direito internacional e comprometendo gravemente a
solução de dois Estados".
“A construção de
colonatos em toda a Cisjordânia, incluindo Jerusalêm Orienatal,
acelerou,enquanto a violência dos colonos contra palestinianos disparou. Esta
situação tem de acabar”, acrescentaram os signatários.
A declaração surgiu numa altura em que a Faixa de Gaza enfrenta
um dos momentos humanitários mais críticos desde o início da ofensiva
israelita, com o aumento vertiginoso do número de mortes por subnutrição e
fome.
De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde,
mais de 100 palestinianos morreram de subnutrição, 80 dos quais eram crianças.
Assim, para o grupo palestiniano, esta declaração
"representa um novo reconhecimento internacional da magnitude das
violações generalizadas cometidas pelo Governo de ocupação fascista contra
civis inocentes, incluindo a política sistemática da fome".
"A declaração afirma que a política de fome implementada
pela ocupação sionista constitui uma violação flagrante do direito
internacional humanitário", afirma o Hamas.
Os representantes dos 25 países em causa também manifestaram a
sua oposição ao projeto de deslocalização de 2,1 milhões de palestinianos para
Rafah - como foi recentemente defendido pelo Governo israelita - dado que a
deslocação forçada permanente é uma violação do direito internacional
humanitário.
Israel, por sua vez, rejeitou esta declaração e responsabilizou
o Hamas pelos ataques contínuos na devastada Faixa de Gaza.
“Todas as declarações e
reivindicações devem ser dirigidas ao único responsável pela falta de um acordo
para a libertação de reféns e de um cessar-fogo: o Hamas, que iniciou esta
guerra e s está a prolongar”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de
Israel, em comunicado.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques
liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no
sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de
reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 59 mil mortos, a
destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de
centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio de bens essenciais a Gaza, como
alimentos, água potável, medicação e combustível e, depois de muitos apelos
para que abrisse portas à ajuda humanitária, permitiu apenas que uma entidade
controlada pelo país, e apoiada pelos Estados Unidos, distribua alimentos no
terreno, mas a operação é muito insuficiente.ANG/RFI

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