Governo pede UH a reequacionar linha editorial, senão vai cancelar sua licença
Bissau, ANG – O governo apelou ao Jornal “Ultima Hora” para que reequacione a sua linha editorial, adequando-a aos superiores interesses da Guiné-Bissau, sob pena do executivo vir a fazer uso das prerrogativas legais para cancelar a licença entretanto concedido.
A posição foi expressa hoje pela Ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Comunicação Social e Assuntos Parlamentares, em conferência de imprensa destinada a esclarecer o teor do último comunicado do Conselho de Ministros (CM).
Na sua reunião do dia 14, o governo instruiu a Ministra da Comunicação Social para que accione todos os mecanismos legais com vista a suspensão da publicação “Última Hora” e pediu que se faça a recolha dos diferentes artigos e comentários em que, alegadamente infundadas e por acinte, aquele periódico ataca o executivo.
O apelo de Adiato Djaló Nandigna que é extensivo a todos os órgãos de comunicação social, vem na sequencia da “ma interpretação” do conteúdo comunicado do CM quanto a eventualidade de cancelamento da licença provisória atribuída ao UH, face a noticias publicadas na sua ultima edição.
Segundo aquele governante, este semanário ao longo da sua existência, tem vindo a publicar um conjunto de artigos que põe em causa a estabilidade e a paz social do país, numa fase delicada como a actual.
Apesar de reconhecer que a Liberdade de Imprensa assiste a todos os órgãos de Comunicação Social, lembrou que sua aplicação não deve concorrer para afrontar a lei e a paz social.
Outrossim, Adiato Djaló Nandigna lembrou que o conceito da Liberdade de Imprensa não deve ir contra “os reconhecidos esforços” consentidos pelo executivo para implementar uma efectiva reconciliação nacional entre os guineenses rumo a paz e a estabilidade política e social.
A Ministra apresentou varias passagens publicadas pelo citado órgão, algumas das quais considerou de “insultuosas e de teor a por em causa a paz e estabilidade politica e social do país”, os quais utilizou para sustentar o argumento de que o UH incumpriu em relação ao respeito a legislação aplicável a actividade jornalística, bem como os princípios éticos e deontológicos da profissão, os quais comprometeu-se a respeitar a quando da solicitação da licença provisória.
Assim, a ministra questionou se os factos expostos ferem ou não o espírito da Liberdade de Imprensa, se o UH estaria a contribuir com conteúdos de sua publicação para serenar os ânimos da sociedade e em particular a classe castrense.
“Perante estas evidencias, o governo como pessoa de bem, entende que a Liberdade de Imprensa deve ser exercida dentro dos limites impostos pela Lei da Imprensa e pela estrita observância dos princípios éticos e deontológicos que vinculam os profissionais da Comunicação Social”, conclui a governante.
ANG/JAM
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