Celebrado Hoje Dia Mundial da Saúde
Bissau, ANG – O lema “ combater a resistência aos medicamentos: sem acção hoje, não há cura amanhã” do dia Mundial da Saúde, destaca o importante papel que a monitorização da resistência aos medicamentos desempenha no êxito do tratamento e nos resultados obtidos relativamente às várias doenças infecciosas.
A consideração é do Representante residente da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Guiné-Bissau, quando procedia a leitura da mensagem do Director Regional da Saúde da África, Luís Sambo, alusivo as comemorações do dia 7 de Abril, data consagrada mundialmente para assinalar o dia da Saúde
Na missiva lida por Allaraugai Yokoridé, Luís Sambo evocou algumas razões para resistência de medicamentos, nomeadamente o uso de remédios falsos e contrafeitos, os maus hábitos de prescrição e o não cumprimento do tratamento prescrito.
“Têm sido feitas tentativas para vencer a resistência aos medicamentos, através do desenvolvimento de novos fármacos e combinando vários medicamentos no tratamento de germes únicos” escreve a mensagem que acrescenta que se estes não forem devidamente combatidos podem disseminar-se e causar doenças graves.
Estimou que apesar das limitadas capacidades laboratoriais para monitorizar essa resistência, os dados disponíveis sugerem que a região africana não foi poupada a tendência mundial da crescente resistência aos medicamentos.
“Por exemplo, tem sido notificada uma significativa resistência relativamente a doenças como a diarreia sanguínea devida a disenteria, a tuberculose, o Paludismo e a SIDA”, diz o Director Regional da Saúde da África citado pelo representante residente da OMS na Guiné-Bissau.
Entre 2008 e 2009, dos 451 isolados dos germes da shigella responsáveis pela diarreia sanguínea identificados por 18 países na região, 78 por cento eram resistentes ao medicamento primário usado para tratar essa condição, diz sublinhando que isso levou ao uso de novos medicamentos que são relativamente dispendiosos.
A dado passo da sua mensagem, Luís Gomes Sambo deixou conselho a todos os países da necessidade do reforço das suas capacidades para a rápida detecção e identificação dos germes resistentes que provocam doenças de importância para a saúde pública.
Pois, de acordo com este responsável, a vigilância é a estratégia primária para acompanhar a resistência aos medicamentos de emergência na população, o que permitirá a tomada de medidas rápidas e apropriadas.
Por outro lado, os laboratórios nacionais responsáveis pela monitorização da resistência aos medicamentos devem estar adequadamente dotados de pessoas e devidamente equipados. A informação gerada deverá ser regularmente partilhada entre partes interessadas para que as autoridades possam tomar medidas.
“Se não for vigiado, o aumento descontrolado dos germes resistentes ameaçara vidas e causará desperdícios de recursos, pelo que é necessário adoptar medidas urgentes e coordenadas, para garantir a preservação destes medicamentos para geração futura”, alude a nota.
A concluir Luís Gomes Sambo apelou aos Governos no sentido de formular e implementar políticas e estratégias de medicamentos e que tomem em consideração a ameaça da resistência aos medicamentos, de modo a limitar a evolução e possível propagação dos germes resistentes.
Por seu lado, o Director Geral da Promoção e Prevenção de Saúde frisou que a problemática de resistência aos medicamentos é global e na sub-região africana o caso é mais pior ainda, tendo em conta as condições das infra-estruturas sanitárias existentes.
Umaro Ba, que representava o Ministro da tutela ausente na cerimonia, sublinhou que o Ministério da Saúde preocupado com esta situação, optou primeiramente por redigir uma nova legislação no quadro das farmácias e criou o Instituto Nacional da Saúde Pública que tutela os laboratórios.
O Director Geral da promoção e Prevenção de Saúde anunciou para breve a criação de um novo laboratório de referência nacional para Tuberculose o qual servirá também para monitorizar a resistência aos medicamentos dos micróbios causadores desta doença.
ANG/FESM/JAM
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