Finanças/FMI estabelece Programa de
Monitorização de nove meses para a Guiné-Bissau
Bissau,14 Mai 21(ANG) - O
Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou quarta-feira que chegou a acordo
com a Guiné-Bissau para a implementação de um programa de monitorização técnica
visando a estabilização da economia, que poderá evoluir para uma assistência
financeira.
“As autoridades solicitaram um Programa Monitorizado pelo Corpo Técnico (SMP, na sigla em inglês) de nove meses, para apoiar os esforços envidados no sentido de regressar à estabilidade macroeconómica, lidar com o impacto da COVID-19, criar os alicerces de um crescimento mais forte e mais inclusivo, assim como mobilizar financiamento externo concessional”, lê-se no comunicado.
O SMP visa lançar as bases
para um eventual acordo ao abrigo da Linha de Crédito Ampliada (ECF, na sigla
em inglês).
“O SMP irá dar apoio à
implementação por parte das autoridades de um pacote de reformas centrado em
estabilizar a economia, gerir as necessidades decorrentes da pandemia da
Covid-19, melhorar a governação e reforçar as políticas de crescimento
inclusivo”, acrescenta o comunicado deste banco multilateral.
Entre os objetivos
apresentados está a mobilização da receita de forma mais eficiente, encarada
como “essencial para assegurar uma gradual convergência orçamental com as
normas da UEMOA (União Económica e Monetária do Oeste Africano) e para criar o
espaço orçamental para os tão necessários investimento público e despesa
social”.
No comunicado, salienta-se
ainda que “o reforço da sustentabilidade da dívida exigirá uma política
orçamental prudente, evitando o financiamento não concessional e colocando a
dívida pública numa trajetória descendente”.
O FMI, aponta-se ainda no
texto, “continua a apoiar os esforços das autoridades no sentido de dialogar
com os doadores a fim de mobilizar financiamento concessional e donativos para
apoiar as reformas”.
Na conclusão da missão, o
líder da visita virtual, Jose Gijon, afirmou que “o programa visa reduzir
gradualmente os grandes desequilíbrios macroeconómicos intensificados pelo
impacto da pandemia da Covid-19, reforçando a governação e as redes de apoio
social, rumo a um crescimento mais inclusivo”.
A economia da Guiné-Bissau
enfrenta “graves desafios sociais e económicos, tendo-se contraído cerca de
1,5% em 2020 e prevendo-se que cresça cerca de 3,5% em 2021”, acrescentou o
líder da missão, anunciando um “entendimento sobre uma agenda de reformas para
2021 e medidas orçamentais necessárias para assegurar a coerência da execução
orçamental de 2021 com o SMP, evitar a acumulação de [pagamentos a
fornecedores] atrasados e a contração dispendiosa de empréstimos não
concessionais”.ANG/Lusa
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