terça-feira, 10 de dezembro de 2024

EUA/Indicação de Robert Kennedy Jr. para pasta da Saúde nos EUA é contestada por 77 vencedores do Nobel

Bissau,10 Dez 24 (ANG) - Mais de 75 ganhadores do Prêmio Nobel enviaram, segunda-feira (9), uma carta aberta aos senadores americanos, demonstrando sua oposição à nomeação de Robert Kennedy Jr. como secretário de Saúde dos Estados Unidos.

 Os parlamentares criticam sua "falta de experiência" e seu posicionamento antivacina.

"Levando em conta seu histórico, nomear Kennedy à frente do Departamento de Saúde representaria um risco para a saúde pública", escreveram na carta os 77 prêmios Nobel de Medicina, Física, Química e Economia.

Entre os signatários está Drew Weissman, Nobel de Medicina em 2023 pelo  seu trabalho no desenvolvimento das vacinas de RNA mensageiro, que foram decisivas na luta contra a Covid-19.

Robert Kennedy Jr., sobrinho do presidente assassinado John F. Kennedy, foi candidato à Presidência, antes de desistir da corrida presidencial e declarar apoio a Donald Trump. Seu pai, o senador Robert Kennedy, também foi assassinado em 1968 durante a campanha.

O republicano o recompensou o nomeando para um ministério, mas esta nomeação deve ser submetida à votação no Senado, como determina a Constituição.

Ex-advogado de direito ambiental, sem formação científica,ele espalhou teorias conspiratória sobre as vacinas contra a Covid-19 e supostos vínculos entre a vacinação e o autismo.

Robert Kennedy Jr. também milita pela suspensão da adição de flúor à água encanada, apesar da medida ser considerada um grande êxito sanitário no combate às cáries.

"Além de sua falta de qualificação ou experiência relevante nos campos da medicina, da ciência, da saúde pública ou do governo, Kennedy se opôs a muitas vacinas que permitiram proteger a saúde e salvar vidas, como as do sarampo e da poliomielite", denunciam os signatários da carta.

"Instamos que votem contra a confirmação à sua nomeação como secretário da Saúde", pedem aos senadores.

Várias escolhas de Donald Trump para sua futura administração geraram polêmica. Este foi o caso, por exemplo, de Pete Hegseth, ex-militar e apresentador da Fox News, indicado para chefiar o Pentágono apesar das acusações de agressão sexual e consumo excessivo de álcool.

Matt Gaetz, sua primeira opção para o cargo de procurador-geral foi obrigado a desistir após ser acusado de ter mantido relações sexuais com uma menor de idade. ANG/RFI/AFP

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