terça-feira, 10 de dezembro de 2024

     Coreia do Sul/Justiça proíbe presidente Yoon Suk Yeol de deixar o país

Bissau, 10 Dez 24 (ANG) - O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, não poderá deixar o país, anunciou o Ministério da Justiça na segunda-feira (9).

Há menos de uma semana, o chefe de Estado sul-coreano desencadeou uma grave crise política ao decretar uma lei marcial temporária.

O presidente sul-coreano enviou forças especiais e helicópteros para o Parlamento na noite de 3 de dezembro, antes de ser obrigado a revogar o decreto. Yeol foi alvo de uma votação de impeachment que o manteve no poder, apesar das manifestações de milhares de pessoas que pediam sua renúncia.

Bae Sang-up, secretário dos Serviços de Imigração no Ministério da Justiça, confirmou nesta segunda-feira a proibição da saída de Yeoldo país, durante uma audiência no Parlamento.

Yoon decretou uma lei marcial que permaneceu em vigor por seis horas, até os deputados conseguirem romper o bloqueio militar, entrar no Parlamento e votar a revogação da medida. A votação obrigou Yoon a recuar e desistir da lei marcial.

A oposição da Coreia do Sul acusou, nesta segunda-feira, o partido do governo de organizar um "segundo golpe" ao rejeitar o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol e declarar a lei marcial.

"Não importam as justificativas, esses atos são ilegais e inconstitucionais", disse o líder do Partido Democrático, Park Chan-dae, que pediu ao partido no poder que "pare imediatamente com isso".

Segundo a Constituição sul-coreana, o presidente é chefe de Governo e comandante do Exército, a menos que renuncie ou não seja mais considerado capaz de exercer o cargo.

Neste caso, a função passa a ser exercida interinamente pelo primeiro-ministro até que novas eleições sejam organizadas.

O líder do Partido Democrático disse que Yoon poderá permanecer no cargo, mas deverá delegar seus poderes ao premiê, que não foi eleito, é em sua opinião uma "violação constitucional flagrante, sem nenhum fundamento legal".

Investigadores anunciaram a detenção do ex-ministro da Defesa, e também realizaram uma operação de busca em seu gabinete. Além disso, a Justiça proibiu vários funcionários de alto escalão de deixarem a Coreia do Sul e convocaram, nesta segunda-feira, o general que assumiu o comando da lei marcial para um interrogatório.

Yoon também pode ser convocado a depor, segundo a polícia."Não há restrições sobre quem pode ser alvo de investigações", afirmou Woo Jong-soo, comandante de investigação da Agência Nacional de Polícia. Ele acrescentou que a polícia investigará "segundo a lei e os princípios, sem exceções".ANG/RFI/ AFP

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