Geórgia/ Novo Presidente Mikheïl Kavelashvili contestado toma posse à porta fechada
Bissau, 30 Dez 24(ANG)
– Enquanto o novo Presidente tomava posse
perante o Parlamento, Salomé Zourabichvili, declarou perante milhares de
manifestantes reunidos
este domingo, 29 de Dezembro, em Tbilisi que continuava
a ser a “única presidente legítima” e garantiu que vai
"continuar a luta”.
Mikheïl Kavelashvili tomou posse no domingo durante uma
breve cerimónia realizada à porta fechada no Parlamento georgiano. O antigo
futebolista, de 53 anos, líder do pequeno partido Poder ao Povo foi eleito
no passado dia 14 de Dezembro, numa eleição controversa.
“A nossa história
mostra claramente que, após inúmeras lutas para defender a nossa pátria e as
nossas tradições, a paz foi sempre um dos principais objectivos e um dos
principais valores do povo georgiano”, afirmou
durante o seu discurso de tomada de posse.
O novo Presidente apelou ao respeito pelas “tradições, valores, identidade
nacional, a santidade da família e da fé” do país. O antigo
futebolista figura da extrema-direita georgiana, é leal ao partido do
"Sonho Georgiano", actualmente no poder e criticado pelas suas
posições pró-Rússia, Mikheïl Kavelashvili tem enfrentado protestos populares
nas últimas duas semanas.
Pelo menos 2.000 manifestantes juntaram-se em frente ao palácio
presidencial, de onde saiu a chefe de Estado cessante, Salomé Zourabichvili,
que considera a vitória fraudulenta, juntou-se ao grupo de manifestantes que se
reuniu em frente ao Palácio Orbeliani, no centro da capital do país, Tbilisi,
para protestar contra a cerimónia. Após ter rejeitado a transferência de poder
e num discurso desafiador perante milhares de apoiantes, Zourabishvili disse
continuar a ser a "única
presidente legítima" e prometeu "continuar a lutar" e
afirmou que o "Parlamento não
pertence a ninguém".
“A população está cá fora. Eles estão fechados lá dentro”, disse
a Presidente cessante sobre o partido no poder, o Sonho Georgiano, que acusa de
ter cometido fraude eleitoral nas eleições legislativas de Outubro,
desencadeando protestos violentos que abalam desde então o país.
O primeiro-ministro Irakli Kobakhidze já tinha anunciado que a recusa de Zourabichvili em deixar o palácio presidencial “constituiria um crime punível com muitos anos de prisão”, incluindo para “qualquer pessoa envolvida num tal cenário”.ANG/RFI
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