Síria/União
Europeia condiciona retirada de sanções a ações de rebeldes sírios
Bissau,09
Dez 24(ANG) - A União Europeia (UE) avaliará a retirada de sanções à Síria
mediante ações do grupo islâmico que derrubou o regime sírio, afirmou hoje a
Comissão Europeia, quando não existe de momento contacto diplomático entre
Bruxelas e Damasco.
"O que
posso dizer sobre o HTS [Organização de Libertação do Levante - Hayat Tahrir al
Sham ou HTS, em árabe] é que a UE não está atualmente em contacto com o grupo
ou com os seus líderes", disse o porta-voz da instituição para os Negócios
Estrangeiros e Política de Segurança, Anouar El Anouni.
Questionado sobre a queda do
regime sírio na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, em
Bruxelas, o responsável indicou que, no que toca às sanções, "o HTS já
está incluído na lista do regime ICL do Daesh e da Al Qaeda, no quadro das
Nações Unidas, portanto, aplica-se a todos os Estados membros", em
questões como a suspensão de fundos, medidas essas que foram adotadas há cerca
de 10 anos.
De acordo com Anouar El
Anouni, "um certo número de indivíduos associados à HTS constam da lista,
tanto a nível das Nações Unidas como da UE, incluindo o líder, Abu Mohammed
al-Jawlani".
Ainda assim, o porta-voz
rematou: "À medida que o HTS assume maiores responsabilidades, teremos de
avaliar não apenas as suas palavras, mas também as suas ações".
Também intervindo na
ocasião, a porta-voz principal da instituição, Paula Pinho, recordou a mensagem
da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que no fim de semana
considerou esta como "uma oportunidade clara para a criação de um Estado
democrático".
Ainda assim, "estamos a
falar de um grupo que foi considerado um grupo terrorista", pelo que
"temos de ver como é que isto vai avançar e se, de facto, todas as
minorias serão atendidas e se este será, de facto, um processo inclusivo na
transição que pode, eventualmente, conduzir a um Estado democrático",
concluiu Paula Pinho.
Este domingo, os rebeldes
declararam Damasco 'livre' do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de
ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islâmico HTS, juntamente com
outras fações apoiadas pela Turquia, derrubar o governo sírio.
O Presidente sírio, que
esteve no poder 24 anos, deixou o país perante a ofensiva rebelde e asilou-se
na Rússia, segundo as agências de notícias russas TASS e Ria Novost.
Rússia, China e Irão
manifestaram preocupação pelo fim do regime, enquanto a maioria dos países
ocidentais e árabes se mostrou satisfeita por Damasco deixar de estar nas mãos
do clã Assad.
No poder há mais de meio
século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de
repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de
Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em
2000.ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário