sexta-feira, 25 de abril de 2025

Comunicação Social/ Embaixador da China considera abertura de Escritório da Agência Xinhua em Bissau um marco no reforço de confiança mútua entre China e Guiné-Bissau

Bissau, 25     Abr 25 (ANG) – O Embaixador da República Popular da China no país disse que a iniciativa de abertura do Escritório da Agência de Noticias da China, Xinhua News Agency, em Bissau é um marco na promoção do intercâmbio cultural, no reforço da confiança mútua e no aprofundamento da amizade tradicional entre a China e a Guiné-Bissau.

Yang Renhuo falava na cerimônia de inauguração do Escritório da Agência de Noticias da República Popular da China em Bissau- Xinhua News Agency e igualmente da assinatura da Carta de intenção de parceria com seis órgãos de Comunicação Social , nomeadamente Agência de Notícias da Guiné (ANG), Rádio Difusão Nacional (RDN), Jornal Nô Pintcha, Televisão da Guiné-Bissau TGB, Rádio Capital FM e Rádio Djumbai.

“A missão dos órgãos de comunicação social é observar e acompanhar a tendência geral, transmitindo ao mundo uma voz verdadeira e objetiva na complexa corrente de informação”, disse  Renhuo.

Referiu que, no mês de Julho de 2024, o Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló efetuou uma visita de Estado à China, na qual chegaram a um consenso importante com o seu homólogo Presidente chinês Xi Jinping para aprofundar o intercâmbio interpessoal e a cooperação mediática entre os dois países, o que oferece uma orientação estratégica para a cooperação na área da comunicação social.

Acrescentou que enquanto Agência de Notícias nacional da China, a  Xinhua News Agency  estabeleceu-se  em  Bissau, o que é uma medida importante para implementar o consenso alcançado pelos dois chefes de Estados.

Disse esperar que os órgãos de comunicação social dos dois países possam acompanhar a situação internacional, se concentrar nos acontecimentos globais, respeitando o princípio da justiça e objetividade, e fazer reportagens activas, para promover a imparcialidade e a justiça, ter coragem de criticar as palavras e atos falsos, orientar correctamente os dois povos e criar um bom ambiente de opinião pública internacional.

"Hoje, o Escritório da Agência de Notícias Xinhua News Agency em Bissau é inaugurada oficialmente, e os órgãos de comunicação social chineses e guineenses reuniram-se para discutir o intercâmbio e a cooperação de notícias entre os dois países”, frisou.

Disse que a Embaixada da China na Guiné-Bissau está disposta a apoiar firmemente o trabalho da Agência de Notícias Xinhua em Bissau e também a criar boas oportunidades para que as médias dos dois países reforcem o intercâmbio e a cooperação.

O Director-geral regional para Àfrica da Xinhua News Agency disse que a inauguração do seu Escritório em Bissau  representa um novo marco no aprofundamento contínuo da cooperação midiática entre a China e a Guiné-Bissau.

Ying Qiang afirmou que a inauguração da sucursal da Xinhua News Agency na Guiné-Bissau marca um novo ponto de partida, e que aproveitarão a oportunidade para, com base na Guiné-Bissau e voltados para toda a África Ocidental, contar mais histórias jornalísticas verdadeiras, vívidas e cheias de humanidade, para contribuir ,com a força da mídia, para aprofundar a amizade entre os dois países.

Destacou que a  Xinhua News Agency foi fundada em 1931 na cidade de Ruijin, no sul da China, pela liderança do Partido Comunista da China. Após a fundação da nova China em 1949, tornou-se a Agência oficial de notícias do país, com a expansão contínua das relações exteriores da China, desenvolvendo gradualmente como uma agência internacional de notícias com influência global, sendo uma das mais importantes instituições jornalísticas do mundo em desenvolvimento.

"Em 2019, a Xinhua foi reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional como uma das quatro principais Agências de Notícias globais, sendo a única proveniente de um país em desenvolvimento e sempre atribuiu grande importância à cobertura jornalística em África », informou Ying Qiang.

Atualmente, a Xinhua News Agency publica produtos multimídia textos, imagens e vídeos  em 15 idiomas, expandindo seu alcance e impacto através de aplicativos e plataformas de redes sociais.

« Convidamos todos a acompanhar a Xinhua e a contar connosco
para juntos divulgarmos boas histórias da China, de África e da cooperação sino-africana », disse Yin Qiang.

Trata-se da 30º escritórios da Xinhua News Agency abertos fora da China.

ANG/MI/ÂC/ÂC//SG

Eleições Gerais 2025/GTAPE anuncia registo de 62.568 eleitores atualizados

Bissau, 25 Abr 25 (ANG) – O Diretor-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE), anunciou hoje o registo de 62.568 eleitores no decurso da  segunda actualização dos cadernos eleitorais entre os dias 09 e 27 de Março, ao nível nacional.

Gabriel Djibril Baldé falava em conferência de imprensa sobre o primeiro balanço  do processo.

Acrescentou que no mesmo processo foram recuperados cartões de eleitores desaparecidos, num total de  6.860.

“O GTAPE recenseou  até 27 de Março cerca de 3.520 eleitores que, pela primeira vez, terão a oportunidade de exercer os seus direitos cívicos”, revelou aquele responsável.

Entre 28 de Março e 23 de Abril, segundo Gabriel Djibril Baldé, o GTAPE registou cerca de 7.514 eleitores atualizados,   e a  instituição conseguiu recuperar um total de 26.93 cartões de eleitores perdidos e estragados.

“Os novos recenseados são  50.150  em todo o território nacional”, alertou Gabriel Djibril Baldé.

Quanto a atualização dos eleitores na diáspora, Djibril Baldé disse que  todas as condições já estão reunidas para o início do processo  na diáspora África a partir de 01 de Maio próximo, enquanto que a Europa se regista um pequeno atraso por motivo de emissão do vistos, mas que deverá se ultrapassado até 10 de Maio.

No que diz respeito ao grito de socorro lançado pelos emigrantes guineenses radicados em Itália que nunca tomaram parte no processo eleitoral, Gabril Djibril Baldé disse que receberam aquela notícia com muita preocupação, e que as diligências   já foram feitas junto do  Governo para que  os guineenses residentes naquele pais possam votar nas eleições gerais de 23 de Novembro de 2025. ANG/LLA/ÂC//SG

 

   

Comunicação Social “A abertura do Escritório da Agência Xinhua no país é reconhecimento do papel da imprensa na construção de pontes entre povos e culturas”, diz Florentino Fernando Dias

Bissau, 25 Abr 25 (ANG) – O ministro de Comunicação Social destacou hoje que a abertura do Escritório da Agência de Notícias da República Popular da China- Xinhua News Agency, simboliza não apenas o fortalecimento da cooperação bilateral entre os dois países, mas também um reconhecimento mútuo do papel da comunicação social na construção de pontes entre povos e culturas.

Florentino Fernando Dias falava na cerimónia de abertura  do Escritório da Xinhua News Agency em Bissau e igualmente de assinatura da Carta de intenção da parceria entre a agencia chinesa e seis  órgãos de comunicação social nacionais, nomeadamente a Agência de Notícias da Guiné (ANG), Rádio Difusão Nacional (RDN), Jornal Nô Pintcha, Televisão da Guiné-Bissau TGB, Rádio Capital FM e Rádio Djumbai.  

Dias sublinhou que a presença da Xinhua em Bissau não simboliza apenas a amizade mas também uma oportunidade para ampliação do  diálogo cultural e o intercâmbio de informações.

"Inseridos num contexto do mundo marcado pelas desinformações que podem criar segregações,  as Agências como a Xinhua e a nossa própria Agência de Noticias da Guiné (ANG) têm o dever de promover narrativas baseadas em fatos, respeito mútuo e entendimento intercultural, assegurando a difusão de informações reais e fidedignas do país, que refletem o acontecido, sem quaisquer considerações de ordem ideológica, contribuindo, assim, para o real conhecimento da Guiné-Bissau pelos chineses e da China pelos guineenses”, salientou o governante.

Desta forma, diz o ministro, é promovida uma  cooperação cultural, de valores e de vivência, porque a comunicação social é um vetor de aproximação, de conhecimento e, com efeito, de confiança.

O ministro da Comunicação sublinhou  que, com a entrada em funções  da Agência de Notícias Xinhua, aliada à assinatura do acordo de parceria com os referidos  órgãos públicos de comunicação social e alguns privados, os dois países vão estar mais próximos, para elevar o seu nível de conhecimento mútuo e, assim, com o reforço do nível de confiança, abrir portas para aprofundar a cooperação e estreitar os laços que os unem.

Fernando Dias manifestou a  disponibilidade da instituição que dirige e do governo de apoiar a Agência chinesa em tudo o que for necessário  e possível, para que consiga cumprir as suas missões no país e igualmente, a disponibilidade dos órgãos públicos de comunicação social, que acabaram de rubricar acordos de parcerias, de cumprir os termos do acordo  rubricado.

Aquele governante, afirmou que a cooperação sino-guineense está  profundamente enraizada na história comum dos dois países, acrescentando que é uma cooperação cuja génese é do período anterior a existência do Estado Guineense.

"Volvidos mais de cinco décadas, o legado transformou-se em parcerias concretas que beneficiam diretamente o povo. A cooperação tem sido regular, desse período à esta parte, com assinaláveis resultados. Podemos, portanto, com toda a propriedade, afirmar que a cooperação entre a Guiné-Bissau e a China é frutuosa e tem-se traduzido em desenvolvimento e na melhoria de qualidade de vida do nosso povo. São vários, os testemunhos desta profícua cooperação, "referiu
.

Disse que, com referido ato, a instalação da Agência de Noticias Xinhua, resultado da sábia, esclarecida e estratégica visão dos Chefes de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e da República Popular da China, Xi Jinping, os dois países vão inaugurar nova fase, já repleta de realizações, da sua cooperação.ANG/MI/ÂC//SG

Regiões/ Diretor do INSS determina uso de equipamento de proteção individual no local de trabalho

Canchungo, 25 Abr 25(ANG) - O Diretor de Serviços de Prevenção de Riscos Profissionais determinou, esta quinta-feira, o  uso obrigatório  de equipamento de proteção individual no local de trabalho.

Armindo Rafael Vieira, falava à ANG, em Canchungo, no último dia da campanha de sensibilização sobre  Jornada Africana de Prevenção de acidentes nas Empresas e funcionários sobre o uso dos equipamentos de proteção individual necessário no local de trabalho para evitarem dos acidentes e doenças.

Vieira aponta o dedo às empresas de destilação de cana de açúcar, obras de construção civil e lugares de exploração de pedras, como as zonas de potenciais riscos profissionais da Província Norte, por isso, sensibilizou os responsáveis das Empresas e funcionários sobre as medidas de prevenção, manutenção das máquinas e distanciamento.

 A Jornada Africana de Prevenção de Riscos Profissionais deste ano, assinalada no mês em curso decorre na Guiné-Bissau sob os Temas, Prevenção de riscos profissionais face à transformação digital e à mudança tecnológica, oportunidades, desafios e estratégias de adaptação, prevenção e gestão de intoxicação no local de trabalho.ANG/JD/ÂC//SG

 

Taxas de câmbio para sexta-feira, 25 de abril de 2025

Moeda

Comprar

Oferta

Euro

655.957

655.957

dólar americano

573.750

580.750

Iene japonês

3.995

4.055

Libra esterlina

764.250

771.250

franco suíço

692.000

698.000

dólar canadense

412.250

419.250

Yuan chinês

78.250

80.000

Dirham dos Emirados Árabes Unidos

155.750

158.500

Fonte: BCEAO

Vaticano/Próximo Papa pode ser africano e isso reconheceria a importância na região

Bissau, 25 Abr 25 (ANG)  - O Conselheiro Geral Espiritano Tony Neves declarou hoje à Lusa considerar provável que o próximo Papa seja africano e que isso permitiria reconhecer, mundialmente, a importância que a Igreja tem no continente, onde o número de crentes está a aumentar.

Na opinião do padre, que nas últimas décadas cumpriu missões em vários países africanos, o próximo Papa pode bem ser o cardeal Peter Turkson, do Gana, ideia que já defendia por altura do conclave que elegeu Jorge Mario Bergoglio, que escolheu o nome Papal de Francisco, em honra de São Francisco de Assis, fundador da Ordem dos Franciscanos.

A possível eleição de um Papa africano surge numa conjuntura em que a "Igreja se está a deslocar geograficamente, não sendo mais focada na Europa nem na América do Norte", sendo hoje mais "latino-americana, africana e asiática" devido ao aumento do número de crentes nestas regiões, tendência que se acentuou nos últimos 12 anos.

Um Papa africano iria significar muito para África, assim como significou para a América Latina ter o Papa Francisco, porque, na prática, isso seria um "reconhecimento à escala do mundo do papel que a Igreja Católica desempenha no continente".

"Eu acho que seria muito bom para a Igreja que o próximo Papa fosse ou africano ou asiático, uma vez que acabamos de ter um latino-americano. Essa é a minha perspetiva", salientou.

Na sua ótica, a Igreja Católica em África tem agora um peso muito grande, em termos políticos, sociais, económicos, culturais.

"Eu acho que a Igreja em África, se tivesse um Papa [africano], talvez pudesse diminuir as realidades de pobreza, de injustiça, de violação dos direitos humanos, de falta de democracia, etc", declarou.

Tony Neves, que esteve em Angola vários anos e que, como conselheiro geral, acompanha os missionários espiritanos em países de língua portuguesa e espanhola e é responsável pela comunicação na congregacao, disse conhecer relativamente bem todos os cardeais africanos que estarão presentes no próximo Conclave, destacando que há três que, pelo seu perfil, podem ser eleitos.

O primeiro, indicou, seria o cardeal ganês Peter Turkson, um homem experiente e capaz e que pode dar continuidade àquilo "que o Papa Francisco lançou".

 "Existem ainda dois outros cardeais que também são muito falados, eventualmente por outras razões, por estarem menos na linha [de pensamento] do Papa [Francisco] e mais numa linha tradicional, e aí refiro o cardeal de Kinshasa, na República Democrática do Congo, Fridolin Ambongo Besungu, que é o presidente da Conferência dos Bispos de África e Madagáscar, portanto alguém que tem um protagonismo enorme em África, e que por isso é alguém que pode ser considerado papável", contextualizou.

"E depois temos o eterno cardeal [Robert] Sarah [da Guiné-Conacri], que faria as delícias de uma ala muito conservadora da Igreja, mas que é sempre um nome que aparece, nomeadamente nas redes sociais. Apesar de em junho fazer 80 anos [idade limite para votar e ser eleito no conclave]", citou. 

Segundo explicou, o cardeal Ambongo é uma espécie de "meio-termo" entre os três cardeais africanos citados.

Contudo, por exemplo, em todas as questões ligadas à homossexualidade este cardeal democrático-congolês marcou uma rutura face ao Santo Padre, em nome dos bispos de África, que representava, e foi a Roma dizer que não aceitava o documento "Fiducia Supplicans" que o Papa Francisco assinou no Dicastério para a Doutrina da Fé publicado em 2023, onde, entre outras coisas, havia a abertura a bênçãos a casais homossexuais, recordou o pároco.

No entanto, se Tony Neves pudesse escolher alguém, o eleito seria o arcebispo de Bangui, na República Centro-Africana, Dieudonné Nzapalainga, que classifica de alguém "extremamente culto" e que "poderia ser um excelente Papa".

África representa 20% dos 1,4 mil milhões de católicos do mundo, segundo os dados do gabinete de estatística do Vaticano.

O Papa Francisco morreu na segunda-feira, aos 88 anos, depois de estar internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo recebido alta a 23 de março.

A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano.

As cerimónias fúnebres terão lugar no sábado, às 10:00 locais (09:00 em Lisboa), na Praça de São Pedro, e o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, estará presente.

O corpo será depois trasladado para a Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, onde o Papa será sepultado.

Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica. ANG/Lusa

 

      Brasil/Antigo Presidente  detido para cumprir pena por corrupção

Bissau, 25 Abr 25 (ANG)  - O antigo Presidente brasileiro Collor de Mello foi hoje detido em Maceió quando se preparava para viajar para Brasília, onde se ia entregar às autoridades depois da ordem de detenção "imediata" para cumprir pena por corrupção, informaram os advogados.

 


Fernando Collor de Mello, que foi Presidente do Brasil entre 1990 e 1992, foi condenado, em 2023, pelo Supremo Tribunal Federal a oito anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais, mas aguardava em liberdade a decisão do seu último recurso.

Na quinta-feira, um juiz do Supremo Tribunal Federal ordenou a sua detenção "imediata" para cumprir a pena, indicou a equipa de defesa do antigo Presidente do Brasil.

Hoje, numa nota enviada à imprensa, os advogados informaram que o ex-presidente foi detido às 04:00 locais (08:00 em Lisboa) quando se preparava para viajar para a capital brasileira para cumprir "de forma voluntária" a decisão do juiz.

Os advogados acrescentaram que Fernando Collor de Mello está detido nas instalações da Polícia Federal em Maceió, cidade onde reside e capital do estado de Alagoas.

A defesa do antigo presidente brasileiro Fernando Collor de Mello recebeu com "surpresa e preocupação" a ordem de prisão emitida pelo Supremo Tribunal Federal.

Na nota enviada à imprensa antes da detenção, os advogados informaram que o antigo Presidente se iria apresentar "para cumprimento da decisão determinada" pelo juiz Alexandre de Moraes, "sem prejuízo das medidas judiciais previstas".

Alexandre de Moraes rejeitou o último pedido de reanálise de Collor de Mello, alegando que os últimos recursos do também ex-senador tinham caráter "meramente protelatório", tendo, por isso, decretado a "prisão imediata" do antigo Presidente brasileiro.

Primeiro Presidente a ser eleito por sufrágio universal direto após a ditadura militar, em 1990, Collor de Mello demitiu-se a meio do mandato, em 1992, depois de o Parlamento abrir um processo de destituição por corrupção passiva.

Regressou à política em 2006, como senador de centro-direita pelo estado de Alagoas, no nordeste do país, e tornou-se próximo do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, para quem fez campanha nas eleições de 2022. Manteve o lugar no Senado até ao final de 2024.

Collor de Mello, de 75 anos, foi condenado em 2023 no âmbito de um megaescândalo revelado pela vasta investigação Lava Jato.

Foi considerado culpado de facilitar "de forma irregular" a assinatura de contratos entre uma empresa de construção e uma subsidiária da empresa petrolífera estatal Petrobras.ANG/Lusa

 

Nova Iorque/ONU apela à contenção da Índia e do Paquistão após tiros em Caxemira

Bissau, 25 Abr 25 (ANG) - As Nações Unidas apelaram à "máxima contenção" da Índia e do Paquistão, que se envolveram numa escalada de violência desde o ataque mortal na terça-feira em Caxemira, onde hoje de madrugada as duas potências nucleares trocaram novos ataques.


Após o ataque que causou a morte de 26 civis em Pahalgam, a situação em ambos os lados da fronteira permanece tensa.

No ataque na última madrugada, o exército indiano destruiu, com explosivos, duas casas, alegadamente por pertencerem às famílias dos autores do atentado, enquanto o senado paquistanês aprovou por unanimidade uma resolução rejeitando as acusações "infundadas" da Índia e 'advertindo' que o Paquistão está "pronto a defender-se".

Antes do amanhecer houve troca de tiros "entre os postos no vale de Leepa", na Linha de Controlo, em Caxemira. Os ataques "não visaram a população civil e a vida continua, as escolas estão abertas", segundo Syed Achfaq Gilani, um alto funcionário da administração na Caxemira paquistanesa.

O exército indiano confirmou que o Paquistão disparou rajadas curtas de armas ligeiras às quais respondeu "eficazmente".

Desde terça-feira, o governo ultranacionalista hindu de Nova Deli e o de Islamabad, que já travaram três guerras desde a sua dolorosa divisão em 1947, embarcaram numa espiral de medidas punitivas e retaliatórias destinadas a contra-atacar. ANG/RFI

Rússia/Governo afirma estar disponível para acordo de paz com a Ucrânia

Bissau, 25 Abr 25 (ANG) - A Rússia diz estar disposta  a negociar um acordo de paz para pôr fim à guerra na Ucrânia. Moscovo indicou que as negociações lideradas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, estão a avançar, embora ainda existam pontos a acertar, como a questão da Crimeia.

Apesar da situação militar complexa, a Ucrânia mantém a rejeição a qualquer ocupação do seu território.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou que Moscovo está "disposto" a chegar a um acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia, segundo numa entrevista ao canal americano CBS divulgada na quinta-feira. Lavrov indicou que o Presidente dos EUA, Donald Trump, "fala de um acordo” e que Moscovo está “disposto a concluí-lo, mas ainda é necessário acertar alguns elementos específicos". Acrescentou que há "vários sinais" de que as negociações seguem numa direção positiva.

O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, admitiu numa entrevista à BBC que a Ucrânia poderia ter de ceder territórios à Rússia para alcançar uma "paz temporária", sublinhando que a Ucrânia "nunca aceitará uma ocupação" do seu território. No entanto, o processo negocial liderado por Trump encontra-se num impasse em relação à situação da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

O Presidente norte-americano também apelou a Vladimir Putin a cessar os bombardeamentos no território ucraniano, escrevendo na rede Truth Social: "Vladimir, PÁRA!", manifestando descontentamento com o que considerou ser um "péssimo momento" para tais ataques.

Pelo menos 12 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em Kiev na sequencia de bombardeamentos russos. A cidade de Pavlohrad, na região do Dniepro, tambem foi atingida por uma vaga de drones durante a noite de quinta para sexta-feira, provocando a morte de três pessoas, incluindo uma criança. Lavrov defendeu os ataques, afirmando que os alvos eram instalações militares ou civis usadas pelas forças armadas ucranianas.ANG/RFI

EUA/HRW faz lista de 100 violações dos direitos humanos cometidas por Trump

Bissau, 25 Abr 25(ANG) - A Human Rights Watch (HRW) avaliou os primeiros 100 dias do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que terminam no dia 30, como uma lista de 100 ações que vão contra os direitos humanos.


A HRW compilou "100 ações prejudiciais cometidas" pelo Presidente durante o início do seu segundo mandato, que incluem ataques à liberdade de expressão, aos direitos dos requerentes de asilo e dos imigrantes, à saúde, ao ambiente e às proteções sociais, à educação, à ajuda externa e à assistência humanitária e ao Estado de direito, o que constitui uma "avalanche constante de ações que violam, ameaçam ou prejudicam os direitos humanos".

"Desde janeiro, o Governo removeu ilegalmente Kilmar Ábrego García, um cidadão salvadorenho, para o seu país de origem, deportou outros migrantes para El Salvador em circunstâncias que constituem desaparecimento forçado e expulsou requerentes de asilo de várias nacionalidades para o Panamá e a Costa Rica, violando o direito internacional", adiantou num comunicado a HRW.

A HRW sublinhou ainda que Trump "atacou os direitos à liberdade de expressão e de reunião, incluindo ao deter arbitrariamente e tentar deportar estrangeiros devido ao seu ativismo em relação à Palestina".

A organização sublinhou ainda que a administração Trump, que completará 100 dias a 30 de abril, "reduziu drasticamente o apoio aos direitos humanos para além das fronteiras dos EUA".

"O Governo cortou a assistência vital a centenas de milhares de pessoas em zonas de conflito e abandonou esforços de longa data para apoiar os defensores dos direitos humanos, jornalistas independentes e grupos de investigação, incluindo os que documentam atrocidades em curso", sublinhou a HRW.

Os cortes da administração Trump atingiram tanto os funcionários do Estado, como agências internacionais de ajuda humanitária.

Elon Musk, conselheiro de Trump que detém a Tesla, a SpaceX e a rede social X desempenhou um papel fundamental na redução de pessoal governamental como chefe do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), justificando os cortes com a alegada poupança de milhares de milhões de dólares aos contribuintes.

Os Estados Unidos cortaram 83% dos programas da agência de desenvolvimento norte-americana, a USAID, que era responsável por 42% da ajuda humanitária em todo o mundo. ANG/RFI

 

Forças Armadas/CEMGFA enaltece empenho da Engenharia Militar na reabilitação de infraestruturas do país

Bissau, 25 Abr 25(ANG) – O Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas(CEMGFA) Biaguê Na Ntan enalteceu os esforços da Engenharia Militar na reabilitação das infraestruturas militares e do país em geral.

Biaguê Na Ntan falava à imprensa, na quinta-feira, no final de uma visita às obras de construção do Campo de Tiros da Escola de Formação de Cumeré, da Brigada Mecanizada, das obras do edifício de Cuidados Intensivos e do Bloco Operatório do Hospital Militar, da reabilitação do Hospital 3 de Agosto e das instalações do Quartel General de Amura.

“O objectivo da Engenharia Militar é  ajudar o Estado na construção e reabilitação das infraestruturas, não só das Forças Armadas como do país, em geral, e vocês jornalistas constataram no terreno o que estamos a fazer nesse sentido”, disse.

Na Ntan sublinhou que todas as obras  visitadas estão  a ser executadas pela Engenharia Militar ,graças a iniciativa do Estado Maior-General das Forças Armadas.

“O mais relevante de todos tem a ver com os trabalhos de construção do Campo de Tiros, em Cumeré, porque o aspecto mais importante de um militar é o treino. Um militar não pode ficar muito tempo sem  treinamento”, salientou.

Disse que a construção do  Campo de Tiros é uma  iniciativa do Estado-Maior General das Forças Armadas.

O CEMGFA acrescentou que a Engenharia Militar dispõe de máquinas e  recursos humanos capacitados e por isso deve ajudar, participando na realização de  projectos, tanto  do Governo assim como das Forças Armadas.

 “Visitamos o aquartelamento da Brigada Mecanizada, local onde tínhamos maior arsenal militar do país mas que se encontra em avançado estado de degradação, mas, graças ao apoio do Presidente da República e do Governo, está em curso o processo de reabilitação do referido aquartelamento. No futuro passará a albergar os jovens recém formados da Escola de Instrução Militar de Cumeré”, disse.

Biaguê Na Ntan frisou que visitou o Hospital Militar, uma instituição sanitária que diz estar a funcionar sem apoios do Estado, mas que, graças a uma gestão rigorosa dos fundos, está a construir um novo edifício de um piso e onde deverá funcionar os Serviços de Cuidados Intensivos e o Bloco Operatório.

 “Hoje todos estão a ver o Aquartelamento de Amura totalmente reabilitado e muito diferente dos anos anteriores e que dá orgulho a qualquer militar”, disse.

Biaguê Na Ntan voltou a declarar   tolerância “zero” à tentativas de sublevação militar visando a alteração da ordem constitucional no pais.

“Qualquer militar apanhado com armas na tentativa de alterar a ordem no país, será automaticamente abatido porque o povo guineense já está cansado e necessita de viver em paz”, vincou o CEMGFA.ANG/ÂC//SG

quinta-feira, 24 de abril de 2025

 China/ Governo vai suspender sanções a eurodeputados com vista a acordo de investimento

 Bissau, 24 Abr 25(ANG) – A presidente do Parlamento Europeu anunciou que a China vai levantar as sanções impostas a eurodeputados devido a disputas sobre violações dos direitos humanos, numa altura em que tenta reavivar um acordo de investimento com a Europa.


Um porta-voz de Roberta Metsola confirmou na quarta-feira a decisão, noticiada inicialmente pela imprensa alemã, num período em que a guerra comercial lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está a reaproximar a China e a Europa.

 

Pequim impôs sanções contra vários eurodeputados em 2021, depois de a União Europeia ter imposto sanções a algumas entidades chinesas devido a alegadas violações dos direitos humanos contra a minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur, em Xinjiang, no extremo noroeste da China.

 

O Parlamento Europeu recusou-se então a ratificar o Acordo Global de Investimento UE-China, que teria aprofundado os laços comerciais entre as duas partes.

No entanto, o regresso ao poder de Donald Trump parece estar a reaproximar os dois lados, perante as posições antagónicas do líder norte-americano face à aliança transatlântica e à guerra comercial contra o resto do mundo.

 

“As discussões com as autoridades chinesas continuam e estão na fase final”, afirmou o porta-voz de Metsola.

“A presidente informará os líderes dos grupos assim que as autoridades chinesas confirmarem oficialmente o levantamento das sanções. O Parlamento Europeu sempre teve a intenção de levantar as sanções e retomar as relações com a China”, acrescentou.

 

Entre os visados pelas sanções está o alemão Reinhard Bütikofer (Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia), antigo líder da delegação do Parlamento Europeu para as relações com a China, que, entretanto, abandonou o cargo de eurodeputado.

 

Michael Gahler (Alemanha), Miriam Lexmann (Eslováquia), Raphaël Glucksmann (França) e Ilhan Kyuchyuk (Bulgária) continuam no Parlamento Europeu e também foram alvo das sanções.

 

As sanções da UE contra entidades chinesas continuam em vigor.

Além dos eurodeputados, a China sancionou dois comités ligados à UE, três deputados nacionais, o grupo de reflexão ('think tank') Mercator Institute for China Studies, a Alliance of Democracies Foundation e dois académicos.


Noutro sinal de reaproximação, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente do Conselho Europeu, António Costa, devem visitar Pequim em junho para uma cimeira com os líderes do país asiático. ANG/Inforpress/Lusa

 

RDC/Governo  e M23 anunciam querer “trabalhar para concluir uma trégua” – O que mudou?

Bissau, 24 Abr 25 (ANG) - O governo da República Democrática do Congo e o grupo rebelde M23 publicaram,  quarta-feira, pela primeira vez, uma declaração conjunta na qual dizem querer “trabalhar para concluir uma trégua”.

Sérgio Calundungo, coordenador do Observatório Político e Social de Angola, considera que se trata de “uma boa notícia” e que talvez seja o “prelúdio de que as partes directamente envolvidas no conflito se venham sentar à mesa”, mas avisa que não foram dadas garantias de que esta trégua não seja violada como tantas anteriormente anunciadas.

"Após discussões francas e construtivas, representantes da República Democrática do Congo (RDC) e do AFC/M23 concordaram em trabalhar para a conclusão de uma trégua", anunciaram o M23 e o governo da RDC em uma declaração conjunta transmitida, esta quarta-feira, pela televisão nacional congolesa e pelo porta-voz do M23.

O comunicado acrescenta que "ambas as partes reafirmam o seu compromisso com a cessação imediata das hostilidades", algo que pretendem respeitar "durante toda a duração das negociações e até sua conclusão".

Esta é “realmente uma boa notícia”, considera Sérgio Calundungo, coordenador do Observatório Político e Social de Angola, notando “talvez significar a compreensão das partes de que os conflitos ou as divergências que têm não podem ser resolvidas pela via da violência armada”.

O problema é que o texto não especifica se esse compromisso de interromper os combates no leste da RDC e negociar uma trégua permanente constitui uma declaração de princípios ou se será formalizado imediatamente. Algo também constatado por Sérgio Calundungo que guarda o lado optimista do anúncio, mas deixa reservas“Quando se está no desespero, há uma ténue luz, porque até há bem pouco tempo não se falava sequer da oportunidade de conversações. Houve uma série de tentativas de pôr as partes a dialogar e, face às dinâmicas do conflito no terreno, ao eclodir da guerra, não havia nem sequer isto. Então, pode ser que seja o prelúdio de alguma tentativa de que as partes directamente envolvidas no conflito se venham sentar à mesa. É claro que o cessar-fogo e a disponibilidade para o diálogo é uma condição necessária, mas não é suficiente. Têm de acontecer outras questões.”

Quais as outras questões, então? Basicamente, há muitos interesses económicos por detrás disto”, lembra o analista, falando em “instrumentalização política da desordem”. De facto, o leste da República Democrática do Congo, que faz fronteira com o Ruanda, é uma região rica em recursos naturais e minerais. Ruanda é acusada pela RDC de usar o M23, liderado por tutsis, para saquear as riquezas dessa região, mas Kigali nega e diz que a RDC aí protege um grupo armado criado por hútus ruandeses, as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda, responsáveis pelo genocídio de tutsis em 1994. O leste da RDC é assolado por conflitos justamente há 30 anos, mas o M23 ressurgiu no final de 2021 e a crise intensificou-se nos últimos meses com o avanço do grupo armado para as cidades de Goma e Bukavu, na fronteira com o Ruanda.

“Há muitos interesses económicos por detrás disto. Era importante que também estes interesses fossem ou neutralizados ou, pelo menos, que se desse a transparência entre eles e dizer ‘Ok, podemos continuar a ter interesses económicos nessa região, mas vamos explorá-los num contexto de paz, não necessariamente a violência como um recurso para a melhor exploração dos minerais que existem na região’. Isto é que são as causas profundas do conflito. Tudo o resto, os avanços do M23, os discursos mais empolados, eu diria que são as causas dinâmicas, mas não necessariamente as causas profundas do próprio conflito. E é isto que ainda não se vislumbra: uma discussão à volta das grandes causas profundas que estão enraizadas naquela sociedade e quepermitem que o conflito tenha chegado a estes níveis”, acrescenta Sérgio Calundungo.

O que é que muda com este anúncio inesperado desta quarta-feira, em que os dois lados "concordam em trabalhar para a conclusão de uma trégua", reafirmam “o seu compromisso com o fim imediato das hostilidades" e dizem que o cessar-fogo permanecerá em vigor até a conclusão das conversações?

Até agora e desde o ressurgimento do M23 no final de 2021, o Presidente da RDC, Félix Tshisekedi, recusava negociações directas com o M23 e o seu braço político (AFC/M23). O que mudou para ele agora aceitar? Para Sérgio Calundundo, Félix Tshisekedi mostra um “reconhecimento implícito do poder de força que o M23 obteve e admite que agora é “parte da solução do conflito”.

“Eu creio que tardiamente, Tshisekedi percebe que o poder da força que tem não é tanto para conter o M23 e também vai percebendo que não vai encontrar uma saída pela via militar. Ou seja, de certa forma, por detrás dessa disponibilidade de conversação, há o reconhecimento implícito do poder de força que o M23 infelizmente obteve. E digo ‘infelizmente’ na óptica da população daquela região. O M23 se agigantou nos últimos anos, fruto da negligência que as próprias autoridades congolesas foram dando ao problema. Antes, não passavam de forças negativas a quem havia de marginalizar na busca de solução, hoje, há a perceção de que se eles são parte do conflito, então automaticamente passam a ser parte da solução do conflito”, sublinha o nosso convidado.

Sérgio Calundungo relembra, também, que “muita coisa mudou desde a entrada do Qatar como mediador das negociações, aparecendo como “equidistante, o que não acontecia, a seu ver, com Angola que “em determinados momentos teve uma posição firme, inequívoca, provavelmente ao abrigo daquilo que diz a União Africana em favor de uma das partes”. A favorecer a aparente eficácia do Qatar estarão, eventualmente, outro tipo de promessas ou factores que não são conhecidos, quanto mais não seja simplesmente o melhorar a sua imagem como um país com forte influência na arena mundial”.

Haverá, ainda, interesses económicos em causa? Recorde-se que o Qatar investiu já mais de mil milhões de dólares num futuro hub aeroportuário perto de Kigali e também se comprometeu em modernizar as instalações portuárias e aeroportuárias na RDC. Sérgio Calundundo admite que isso coloca o Qatar numa posição de parceiro forte, com o qual, no futuro, se pode “estabelecer relações económicas fortes e atrair investimentos para o território”.

A 24 de Março, o Presidente angolano, João Lourenço -que liderava a mediação desde 2022 - anunciou o abandono dessa mediação, uma semana depois do encontro entre os presidentes congolês, Félix Tshisekedi, e ruandês, Paul Kagame, em Doha, a 18 de Março, dia em que Luanda deveria acolher a primeira ronda de conversações directas com o M23. Entretanto, no início de Abril, o Presidente do Togo, Faure Gnassingbé, foi oficialmente designado como novo mediador da União Africana para o conflito no Leste da RDC, sucedendo a João Lourenço. Paralelamente, as conversações teriam começado em Doha, em Abril, mas ainda não havia nenhuma comunicação oficial de ambas as partes. Será que, em um mês, o Qatar conseguiu o que Angola tentava desde 2022? Sérgio Calundungo responde assim: “Como numa partida de futebol, o árbitro não deve ser o mais visível, mas sim aqueles que estão a disputar. O Qatar está numa posição de arbitragem”.

Estendendo a metáfora do futebol, se “prognósticos só no fim do jogo”, até que ponto esta promessa agora é plausível quando, desde o final de 2021, houve mais de meia dezena de tréguas que foram assinadas e depois violadas?

“As pessoas mais cépticas perguntam o que é que há de diferente nessa trégua de cessar-fogo em relação a outra. Honestamente, ninguém vê grandes diferenças. Há mais um esforço negocial, há o reconhecimento de que o M23 já não é aquela força residual, aquelas forças negativas, mas sim um parceiro negocial. Isto claramente é diferente, mas não há grandes novidades em relação a qual é a garantia que temos que desta vez o cessar-fogo se vai cumprir. Independentemente de quem seja o medianeiro, eu queria valorizar a hipótese de nunca se abandonar a mesa de diálogo. Eu sei que estes acordos, às vezes, levam muito tempo - na nossa experiência de Angola, foram feitos vários acordos de cessar-fogo e muitos deles inesperadamente violados. Então, é preciso fazer esses anúncios, mas também comunicar as garantias de por que é que agora vai ser diferente. E isto não é muito claro no meu ponto de vista”, conclui Sérgio Calundungo. ANG/RFI