segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Saúde pública


“Cancro constitui a segunda maior causa de mortes no mundo”, afirma médico Mboma Sanca

Bissau,04 Fev 19(ANG) – O médico da clínica geral, Mboma Sanca afirmou que  o cancro é actualmente a segunda doença mais mortífera no mundo logo depois de crises cardiovasculares.

Imagem Ilustrativo
Em declarações à Rádio Jovem, por ocasião da celebração do Dia Mundial de Luta contra o Cancro, que se assinala hoje em todo o planeta, Mboma Sanca disse que essa doença mata por ano quase o número de pessoas igual a totalidade da população da Guiné-Bissau.

Informou que até hoje em dia a medicina não consegue diagnosticar os factores da contaminação dessa doença, embora os esforços estão sendo feitos para descobrir as causas dessa patologia. 

Mboma Sanca sublinhou que as pessoas fumadores, alcoólicos e que não praticam actividades desportivas, são as mais vulneráveis e propensos à essa doença.

Perguntado se essa doença já existe na Guiné-Bissau, o médico clínico respondeu que sim, salientando que há muitos anos que o cancro existe no país.

“Estamos a ter um grande número de pessoas com cancro no país e não temos condições para o seu tratamento”, lamentou, acrescentando que a data de hoje deve centrar-se em aspectos de prevenção.

Disse que as autoridades competentes do sector de saúde ainda não conseguem fornecer os dados concretos das pessoas com a doença de cancro, frisando que cada país devia dispor de dados estatísticos das doenças com que padece as suas populações, de forma a melhorar as formas de seu combate.

“Até hoje em dia não existem dados concretos de número de pessoas infectadas no país não só pelo cancro como por outras doenças como diabetes, paludismo entre outros, o que é muito complicado”, criticou o médico.

Afirmou que os dados estatísticos da Guiné-Bissau são as vezes ditados pelos organismos internacionais e que, em muitas situações, não correspondem com a realidade.
O Dia Mundial de Luta Contra  Cancro  é celebrado este ano sob o lema “estou atento e vou agir”

Segundo um comunicado à imprensa da OMS enviado à ANG, o tema tem como propósito, alertar  sobre  as medidas que todos devem tomar enquanto indivíduos, grupos, comunidades e líderes políticos para reduzir o impacto da doença na sociedade. 

O comunicado refere que o câncro é uma das principais causas de mortalidade no  mundo, e que, estima-se que o fardo de cãncer em África  deverá duplicar-se de 1055.172 novos casos de 2018 para 2.123.245 caso até 2040.

“A pobreza, o diagnóstico tardio e incorecto e a falta de cobertura médica, figuram na lista dos desafios mais importantes que os doentes oncológicos  enfrentam em África”, refere o comunicado que entretanto acresenta que “um futuro sem cancro está ao nosso alcance individual e colectivo”.

A OMS pede o empenho de todos na luta contra o câncer/cancro, como parte do compromisso com a Cobertura Universal de Saúde, e sustenta que “milhares de vidas podem ser salvas em África com uma prevenção, detecção precoce, acesso e tratamento adequados do Cãncer”.
ANG/AC//SG

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Política


PAIGC e mais quatro partidos aliados rubricaram acordo político pré e pós eleitoral 

Bissau,01 Fev 19(ANG) – O Partido Africano da Independência da Guiné e  Cabo Verde(PAIGC), o Partido da Convergência Democrática(PCD), a União Para Mudança(UM), o Partido da Nova Democracia(PND) e o Partido da Unidade Nacional(PUN), rubricaram hoje um Acordo Político de Compromisso Pré e Pós eleitoral.

No acto, o Secretário Nacional de Informação e Comunicação do PAIGC, António Óscar Barbosa, disse que no período pós eleitoral o Acordo prevê o estabelecimento de mecanismos de cooperação permanente, visando apetrechar os signatários do presente Acordo Político de informações fidedignas e promover a formação de consensos a volta das diversas questões de interesse nacional.

A colaboração entre os  Partidos signatários do presente Acordo junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e das Comissões Regionais de Eleições (CREs) bem como a colaboração efectiva durante as fases da pré-campanha, da campanha eleitoral propriamente dita e do acto de votação, que consistirá  entre outras, em não-agressão ou ataque verbal entre os mesmos em nenhuma circunstância, são outros pontos constantes no documento.

O acordo afirma ainda que os partidos signatários devem orientar as suas respectivas direcções e dirigentes a se absterem-se de pronunciamentos públicos que comprometem o referido compromisso.

Consta ainda no Acordo o apoio mútuo entre os delegados de listas dos Partidos signatários nas assembleias de voto, em tudo quanto possível, assim como entre os militantes, responsáveis e dirigentes dos Partidos signatários na medida das suas possibilidades.

Para o período pós-eleitoral, o Acordo prevê o estabelecimento de um compromisso de incidência parlamentar para a estabilidade governativa e que consistirá na criação de um entendimento e consenso na Assembleia Nacional Popular, em torno das reformas políticas e institucionais necessárias ao normal funcionamento do Estado de Direito Democrático, nomeadamente na revisão constitucional, da Lei quadro dos Partidos Políticos, da Lei Eleitoral, entre outros.

A formação de um Governo inclusivo, em função dos resultados eleitorais dos Partidos signatários do Acordo é outro compromisso inscrito no acordo.

Após a assinatura do Acordo, o líder do PAIGC Domingos Simões Pereira afirmou que a subscrição do referido pacto é um sinal forte de compromisso para com o povo guineense.
“Devemos ser capazes de corresponder as espectativas do povo guineense, e não acredito na política de som zero ou seja que os outros perdessem para eu ganhar, somente para ganhar”, salientou.

O Presidente dos libertadores disse que o embate eleitoral que se avizinha não será um desafio fácil porque no final  o povo vai escolher o melhor para governar.

Para o Presidente da União para Mudança (UM), Agnelo Augusto Regala, o acordo vai permitir a reconstrução do Estado da Guiné-Bissau e implantação,  de vez, da democracia.
Regala acrescentou que vão para uma campanha eleitoral  renhida, salientando que há políticos que já estão a semear ódios e vingança.

O Vice-presidente do Partido da Convergência Democrática (PCD), Adolfo Ramos disse que, ao longo de toda a democracia no país, esta é a primeira vez que um grupo de partidos, com a mesma ideologia, se juntam para fazer uma frente única.

Por sua vez, o Vice-presidente do Partido da Nova Democracia (PND), Aureliano Marcelino Gomes, fez questão de afirmar que não assinaram o compromisso político para depois pedir contra-partidas.

Idrissa Djaló, Presidente do Partido da Unidade Nacional (PUN), sublinhou que o acordo representa  um compromisso de esperança para o povo guineense, afirmando  que não estão agrupados para brigar contra uns  ou outros.  
ANG/AC//SG





Migração clandestina


 

Bissau,01 Fev 19 (ANG) - Quatro cidadãos da Guiné-Bissau estão entre os 47 migrantes resgatados que aguardam a bordo do navio “Sea Watch 3” por um porto seguro para desembarcar, avançou à Lusa uma médica portuguesa que integra a missão de resgate.

Em contacto telefónico a partir de Lisboa, a infecciologista Catarina Paulo precisa que entre estas quatro pessoas oriundas da Guiné-Bissau, que integram este novo grupo de migrantes resgatado no Mediterrâneo no passado dia 19 de janeiro, está um rapaz menor não acompanhado.

“Entre os 47 migrantes a bordo estão 15 menores não acompanhados, um deles é da Guiné-Bissau. (…) Uma das razões pela qual ele fugiu foi também a perseguição religiosa”, indica a voluntária a partir do “Sea Watch 3”, navio de uma organização não-governamental (ONG) alemã com o mesmo nome, que se encontra atualmente a três quilómetros da costa de Siracusa (Sicília, Itália), a aguardar uma autorização das autoridades italianas para atracar.

Segundo o relato de Catarina Paulo, o menor da Guiné-Bissau conta, entre outros episódios, que “pelo facto de ser católico e não muçulmano, trabalhou sem que lhe pagassem nunca”.

Os 15 menores que se encontram a bordo do “Sea Watch 3” têm entre os 14 e os 17 anos.

A par da Guiné-Bissau, os migrantes resgatados pela atual missão da ONG alemã (a 18.ª) são oriundos da Guiné-Conacri e do Senegal (a grande maioria), mas também da República Centro-Africana, Costa do Marfim e da Gâmbia.

À Lusa, a médica portuguesa conta que as vidas destas pessoas estão marcadas por “histórias de arrepiar”.

“Quase todos foram escravizados, torturados, têm marcas de queimaduras de cigarros nas costas, facadas. As histórias que cada um conta são arrepiantes”, salienta a médica, que já tinha colaborado com a Sea Watch em julho passado e que em 2017 esteve no Congo numa missão dos Médicos Sem Fronteiras.

Entre os migrantes que estão neste momento a bordo do navio “Sea Watch 3”, uma grande parte foi vítima de violência durante a sua passagem pela Líbia, país que se tornou a placa giratória para centenas de milhares de migrantes que tentam alcançar a Europa através do Mediterrâneo.

“Muitos deles, a maior parte são raptados, são colocados em prisões. Nas prisões são torturados e enquanto são torturados ligam para as famílias. Pedem dinheiro. Se as famílias não têm dinheiro, eles ficam na prisão até as famílias arranjarem dinheiro. Claro que enquanto estão na prisão são torturados, fazem trabalhos forçados, não têm comida, nem bebida durante uma semana”, afirma a voluntária.

E acrescenta: “Há relatos de pessoas que morrem dentro das prisões. Não removem os corpos e são eles próprios (os migrantes) que os têm de levar para impedir que comece a cheirar, os cadáveres. É terrível”.

Cerca de 5.757 migrantes e refugiados chegaram à Europa por via marítima nos primeiros 27 dias deste ano, um pequeno aumento face às 5.502 chegadas registadas no mesmo período de 2018, divulgou hoje a Organização Internacional das Migrações (OIM).

As mortes registadas nas três principais rotas do mar Mediterrâneo - Mediterrâneo Oriental (da Turquia para a Grécia), Mediterrâneo Central (da Líbia para Itália) e Mediterrâneo Ocidental (de Marrocos para Espanha) – foram 207 nestas primeiras quatro semanas do ano, de acordo com os mesmos dados.

No ano passado, no mesmo período, foram contabilizadas 242 mortes. ANG/Lusa

EUA


Frio polar atrapalha cotidiano de cerca de 100 milhões de pessoas
Bissau, 01 fev 19 (ANG) - O norte dos Estados Unidos foi tomado, na quarta-feira (31), por vento e temperaturas polares vindas do Ártico, levando as autoridades a adotarem medidas de emergência para proteger as populações mais vulneráveis. Pelo menos 21 pessoas morreram na onda de frio.
Nesta semana, as regiões meio oeste e nordeste dos Estados Unidos foram cobertas pelo vórtice polar. Essa massa de ar frio, que normalmente circula na estratosfera do polo Norte, trouxe temperaturas até mais baixas do que as registradas na Antártica, em grande parte do país.
Na quarta, os termômetros da estação Amundsen-Scott do polo Sul marcavam -31,7C. Em Fargo, no estado de Dakota do Norte, fazia -35C. A cidade americana onde foram registradas as temperaturas mais baixas foi Cotton, no estado de Minnesota, onde, na quinta, chegou a fazer -49C. Mas os moradores até torceram por temperaturas ainda mais baixas, pois assim conseguiriam quebrar o recorde da cidade de 1996, de -51C.
O vórtice polar não apenas atrapalhou o cotidiano das cerca de 100 milhões de pessoas afetadas pelo frio extremo, mas também causou acidentes, problemas de saúde e mortes.
As temperaturas baixas resultaram em falhas em alguns sistemas de energia que foram sobrecarregados, deixando muitas pessoas sem luz ou aquecimento. Até agora, os aeroportos americanos já tiveram mais de 2.300 voos cancelados. O transporte público também foi afetado, com ônibus e trens parados devido a problemas mecânicos causados pelo frio.
 Além disso, muitos canos romperam, deixando residências e empresas sem água. Houve, inclusive, casos de vasos sanitários com água congelada.
Para evitar acidentes e problemas de saúde, muitas escolas fecharam esta semana, inclusive em cidades da região nordeste, como Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, e Fairfax, na Virgínia, locais onde apenas o frio raramente justifica essa medida.
Nas ruas das grandes cidades, é possível observar pombos reunidos em grupos bem apertados, tentando se esquentar, além de pessoas até com os cabelos congelados.
 As autoridades estão alertando as pessoas a não saírem de casa e não deixarem seus animais de estimação na rua. Bastam 5 minutos de exposição aos ventos gelados para ter queimaduras na pele.
Até o momento, o frio extremo causou mais de 21 mortes nas regiões afetadas. Mas momentos de desafio também podem ser oportunidades de mostrar o lado bom das pessoas. Em Chicago uma pessoa, cuja identidade não foi revelada, pagou quartos em hotel para 70 moradores de rua para que fossem abrigados contra o frio.
No entanto, a previsão é animadora e, neste fim de semana, os termômetros já devem marcar temperaturas bem mais amenas - e acima de 0 - na maior parte das regiões afetadas pelo frio extremo.
 A previsão para Washington, na semana que vem, é de até 15C. Assim, os turistas vão finalmente poder aproveitar para passear pelos museus e parques da capital americana, depois da longa paralisação do governo, que foi seguida pelo vórtice polar.
Outra boa notícia é que o Super Bowl - a final do campeonato de futebol americano que será disputada pelos times New England Patriots e Los Angeles Rams - será realizado neste domingo, em Atlanta, na Geórgia, estado do sul dos Estados Unidos que não foi afetado pelo frio extremo.ANG/RFI


Brasil


Aumenta para 110 número de mortos em desastre de Brumadinho
Bissau, 02 fev 19 (ANG) - O número de mortos após a ruptura de uma barragem em Brumadinho, no Brasil, atingiu os 110, estando ainda desaparecidas 238 pessoas, segundo informaram hoje o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de Minas Gerais.
Dos corpos resgatados, 71 foram identificados. Há ainda a informação de que 394 pessoas, cujos familiares desconheciam o seu paradeiro, já foram localizadas e 108 encontram-se desalojadas.
Neste sétimo dia de buscas, os trabalhos mobilizaram mais de 360 militares e 15 aeronaves, segundo a plataforma de notícias G1. Além dos militares, 66 voluntários trabalham também no local.
Devido ao avançado estado de decomposição dos corpos, a identificação está a ser feita através de impressões digitais, exames odontológicos e testes de ADN, segundo o chefe da Polícia Civil Arlen Bahia.
Na sexta-feira, a ruptura da barragem da empresa de mineração Vale, no município de Brumadinho, na região metropolitana da cidade brasileira de Belo Horizonte, causou uma avalanche de lama e de resíduos minerais que soterrou parte das instalações da empresa e habitações na área onde o desastre aconteceu.
Hoje, a missão israelita que apoiou os trabalhos de resgate das vítimas de Brumadinho terminou.
A delegação, composta por 130 membros, entre soldados e engenheiros especializados em resgate, chegou ao Brasil no passado domingo.
Numa mensagem partilhada na rede social Twitter, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, agradeceu a actuação das equipas de Israel.ANG/Angop