Ambiente/Comitê de negociação do tratado internacional sobre plásticos pede ‘mais tempo’ para alcançar acordo
Bissau, 02 dez 24 (ANG) - Após uma semana de negociações em Busan, na
Coreia do Sul, as autoridades não conseguiram chegar a um acordo para concluir
a redação do primeiro tratado internacional sobre plásticos.
A informação foi avançada por Luis Vayas Valdivieso, presidente do comitê de negociação, diplomata que presidiu as negociações no domingo (1º).
Valdivieso pede “mais tempo” e negociações são
estendidas para datas ainda não definidas.
Após
uma semana de negociações que deveriam concluir dois anos de trabalho em um acordo para reduzir a poluição plástica,
ficou claro que as tratativas fracassaram.
Luis Vayas Valdivieso, presidente do comitê de
negociação, anunciou na abertura da sessão plenária que era necessário mais
tempo para chegar a um acordo.
“Precisamos aproveitar o progresso que foi feito”, referindo-se às conversações durante a semana. “Há um acordo geral para retomar a sessão em uma data posterior”, afirma.
O texto atual ainda é muito vago e indeciso em muitos pontos, impossibilitando que os países membros cheguem a um acordo. Os países reunidos em Busan estão profundamente divididos quanto à questão do limite de produção de plástico.
Essa medida está sendo pressionada pelos países vulneráveis e mais ambiciosos, mas bloqueada pelos países produtores de plástico.
Diante desse fracasso, será necessário
reunir-se novamente para uma nova sessão de negociação. A data ainda não foi
definida.
As discussões de domingo à noite em
Busan deveriam estabelecer a estrutura para futuros acordos. Portanto, é
preciso determinar se o texto, embora altamente imperfeito, representa uma base
para futuros acordos após as negociações.
“É melhor não ter nada aqui do que um
tratado fraco”, disse o representante de Gana, Sam Adu-Kumi.
“Não vamos nos estressar, (...) vamos parar, adaptar o documento como ele está e agora procurar outra sessão”, recomendou o senegalês Cheikh Sylla. “Nessa próxima sessão (de número 5.2), poderemos chegar a um acordo equilibrado”.
As discussões para a elaboração de um tratado vinculativo contra a poluição plástica estão em andamento há dois anos, com duas sessões de uma semana por ano. Porém, desde o início, um pequeno grupo de países produtores de petróleo, incluindo Arábia saudita, Rússia e Irâ, obstruiu as discussões.
Esses país acreditam que o futuro tratado deve abranger apenas o gerenciamento e a reciclagem de resíduos. Uma possibilidade da qual a maioria não quer ouvir falar. “Ruanda não pode aceitar um tratado sem força”, disse a delegada de Ruanda, Juliet Kabera.
A África faz parte do grupo de países ambiciosos, e agora há cerca de cem deles que querem absolutamente que a redução da produção de plástico seja incluída no tratado, a fim de atacar a raiz do problema.
Os
países africanos também estão pedindo a proibição dos produtos plásticos e
aditivos químicos mais prejudiciais à saúde humana e à natureza.
Por fim, eles fizeram ouvir suas vozes sobre a questão da mobilização de fundos e da transferência de tecnologia, que é vital para que o continente possa desenvolver a coleta e o processamento de resíduos plásticos. Esses resíduos se acumulam nos litorais do continente e nas cidades, bloqueando principalmente os sistemas de esgoto. ANG/RFI
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