sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Regiões/Governadora de Tombali preocupada com  destruição  da ponte Quebo-Bedanda-Cacine mas já tem promessa de intervenção do Governo central

Bissau 04 Out 24 (ANG) – A governadora da região de Tombali,  sul da Guiné-Bissau,lamentou hoje a destruição  da ponte denominada de “Balana” que liga os setores de Quebo-Bedanda e Cacine, criando transtornos, a todos os niveis, à  circulação da população local.

Aminata Silá, numa entrevista exclusiva à ANG, disse que o assunto não a deixa dormir, mas que  já está a ser tratado ao mais alto nível, uma vez que deslocou-se para Bissau onde teve encontro com o ministro da Administração Territorial e Poder Local e das Obras Públicas que prometeram enviar uma comissão técnica para fazer um levantamento visando a recuperação da ponte.

“Mas, enquanto isso, a população está a fazer o que pode, para minimizar os efeitos dessa situação. A título de exemplo, o administrador do setor de Cacine teve de arranjar madeiras para a reabilitação provisória da ponte de modo a permitir a travessia de pessoas e motorizadas por enquanto”, salientou.

Silá disse  ainda que, na passada quarta-feira,  apesar de apelos e proibição de utilização da referida ponte , nem de carros e nem de motorizadas, três pessoas que ignoraram a proibição cairam com a moto no fundo da ponte, tendo dois deles ficado  com pernas partidas.

A governadora da região de Tombali acrescentou que  teve informações ainda esta manhã de que  a ponte da povoação de Sarinbente, à dois quilómetros de Guiledje, também se encontra destruída, devido as  inundações, deixando a população em isolamento.

Aminata Silá falou das dificuldades da estrada local neste período chuvoso, tendo pedido apoio das entidades não governamentais.

Por outro lado, a governadora de Tombali lançou um grito de socorro pelos  os  estragos que a maré alta está a causar nas bolanhas, sobretudo de mangal, matando o arroz.

Adiantou que, se nada fôr feito, aquela zona pode vir a ser efetada pela fome não só este ano, mas até ao práximo ano, tendo em conta que o arroz é o alimento mais consumido  em Tombali.

 “As inundações das bolanhas constituem uma das maiores preocupações que tenho uma vez que atingiu quase todos os setores da região, nomeademente o Komo, Bedanda e Cacine. Por isso, pedimos o apoio não só do Governo mas de outros parceiros para ajudarem as comunidades locais que estão a sofrer por falta de arroz e estão a trabalhar para minimizar os danos feitos pelas fortes chuvas do passado dia 18 e 19 de Setembro”, disse a Governadora.

ANG/MSC/ÂC//SG

Política//Governo recomenda a CMB  implementação de  medidas para melhoria do saneamento da capital

Bissau, 04 Out 24 (ANG) -  O Governo recomenda aos responsáveis da Câmara Municipal de Bissau (CMB) a  implementarem medidas urgentes  para a melhoria do saneamento, segurança e circulação de pessoas e bens na cidade de Bissau.

A recomendação foi feita, quinta-feira, na reunião do Conselho de Ministros, decorrida sob a peesidência do chefe do Governo, Rui Duarte Barros, que na ocasião deu instruções para  que a ministra da Administração Pública, Reforma Administrativa, Emprego, Formação Profissional e Segurança Social  prossiga  com as mediações necessárias ao saneamento do pessoal dos Ministérios da Educação Nacional e da Saúde Pública.

No capitulo das Informações Gerais, intervieram entre outros, o ministro das Pescas e Economia Maritima, sobre a missão que efetuou no mês de agosto, à Las Palmas e Bilbao (no Reino de Espanha) e à Bruxelas (no Reino de Bélgica), no quadro do Protocolo de Acordo entre a Guiné-Bissau e a empresa estatal chinesa Zhongyu Global Seafood Corporation (ZGSC) e do Protocolo de Acordo de Parceria de Pesca Durável, entre a Guiné-Bissau e a União Europeia.

Em relação ao Protocolo de Acordo entre a Guiné-Bissau e a Zhongyu Global Seafood Corporation (ZGSC), o Conselho de Ministros deliberou instituir uma comissão interministerial para analisar a modalidade de gestão da Unidade de Conservação e Transformação de Pescado do Alto Bandim e submeter o relatório da sua atividade ao Conselho de Ministros.

A referida Comissão é integrada pelo gabinete do primeiro-ministro e pelos ministros da Economia, Plano e Integração Regional, que a preside,  das Pescas e Economia Marítima, das Finanças e das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo.

Ainda no capitulo de Informações Gerais, o ministro das Finanças falou sobre os dados primários do Orçamento Geral de Estado para o ano civil 2025, do Comércio e Indústria sobre o aprovisionamento de arroz no mercado e o processo de exportação de castanha de cajú e a ministra da Administração Pública, Reforma Administrativa, Emprego, Formação Profissional e Segurança Social sobre  as negociações, em curso, com os  sindicatos agrupados na Frente Social.ANG/MI/ÂC//SG

Cooperação/Presidente da República deseja reforço de parceria com UNESCO

Bissau,04 Out 24(ANG) - O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, defendeu, quarta-feira, na sede da UNESCO, em Paris, a importância da educação para o desenvolvimento sustentável da Guiné-Bissau.

O chefe de Estado guineense falava num encontro com a Diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, à margem dos trabalhos da Cimeira da Francofonia que decorre desde quinta-feira, na cidadde de Villers-Cotterêts .

O PR  reiterou, na ocasião, o empenho do governo guineense  na formação dos jovens, tendo salientado que a cooperação com a UNESCO é crucial para alcançar os objetivos nacionais de desenvolvimento nesse setor.

A riqueza cultural da Guiné-Bissau também foi um ponto importante das conversações, e o  Presidente Embaló expressou o desejo de fortalecer a parceria com a UNESCO para promover a cultura guineense internacionalmente e proteger o patrimônio cultural do país, incluindo os seus sítios históricos e tradições.ANG/ÂC//SG



Caso 6 bilhões fcfa/Ministério Público discorda das declarações de  Domingos Simões Pereira  

Bissau, 04 out 24 (ANG)  - A Procuradoria Geral da República reage  em “Nota de Esclarecimento” que  as afirmações proferidas, em conferência de imprensa, por  Domingos Simões Pereira, segundo as quais "três dos seis bilhões de francos CFA foram alocados à um dos Conselheiros do Presidente da República, “não correspondem minimamente a realidade.

Em “Nota de Esclarecimento” foi enviada à ANG pelo Gabinete de Imprensa e Relações Públicas do Ministério Público com assinatura de  Maurício Alves.

O líder do PAIGC afirmou na passado dia 01 de Outubro, em conferência de imprensa,  que dos seis biliões de fcfa, três bilhões de francos cfa desse montante fora recebidos por um dos conselheiros do PR e que um bilião e meio foram dados a um empresário para efeitos de amortização dos valores financiados pelo Presidente da República aos partidos políticos.

A Nota da PGR refere  que da carta assinada, a punho próprio, pelo ex-ministro das Finanças Suleimane Seidi, das onze (11) pessoas singulares e coletivas beneficiárias dos seis mil milhões de francos CFA, nenhuma delas recebeu, particularmente, três mil milhões (3.000.000.000 FCFA).

Acrescenta que as empresas que receberam valores mais altos são a “Forsben Tradin Guibis”, filial da Forsban Trading, SA, com sede em Panamá, gerida pelo deputado da Coligação PAI Terra Ranka, Almame Cassamá, que recebeu, através da transferência operada no dia 18/11/2023, para a sua conta, cerca de mil milhões, seiscentos quarenta e oito milhões, seiscentos quarenta mil e trezentos e oitenta francos CFA (1.648.640.380 FCFA).

Por outro lado, as empresas unipessoais detidas por Armando Correia Dias, vulgo Ndinho, deputado suplente da Coligação PAI Terra Ranka, neste particular, Hotel Império e Grupo ACD, receberam, simultaneamente, através da transferência para as respetivas contas no dia 18/11/2023, 350.000.000 FCFA(trezentos e cinquenta milhões de FCFA) 1.301.500.000 FCFA  (mil milhões, trezentos e um milhões e quinhentos mil francos CFA),  respetivamente, o que perfaz, no seu conjunto, 1.651.500.000 FCFA (mil milhões, seiscentos cinquenta e um milhões e quinhentos mil FCFA).

A Nota do Ministério Público  ainda indica que o ex-Secretário de Estado de Tesouro, António Monteiro pagou a si mesmo 598.301.380 FCFA(Quinhentos e noventa e oito milhões, trezentos e um mil e trezentos e oitenta Francos CFA), através da transferência efetuada no dia 18/11/2023 para conta da sua empresa Connecting LDA, e pagou, no dia 18/11/2023, a Vicente Fernandes, líder do PCD, partido da Coligação "PAI Terra Ranka", através da transferência para a sua conta, 50.000.000 FCFA (Cinquenta milhões de francos CFA )

“Assim, enquanto instituição judicial detentora de acção penal, fiscal da legalidade e defensor de interesse público, concluímos, manifestando a nossa total abertura, já que o processo não se encontra na fase do segredo da justiça, para fornecer, a qualquer interessado, o acesso as cópias dos autos para consulta”, lê-se na Nota. ANG/LPG/ÂC//SG

Caso 06 bilhões/PAIGC exige  libertação imediata e incondicional do ex-ministro Suleimane Seidi

Bissau, 04 Out 24 (ANG) - O Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC) exige a libertação imediata e incondicional do ex-ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, que foi “sequestrado” por Forças da Segurança no dia 02 de Outubro em curso.

A exigência foi tornada pública através de um comunicado à imprensa produzido pelo Secretariado Nacional do PAIGC, em jeito de reação da nova detenção de  Suleimane Seidi, dirigente do partido.

No documento, o PAIGC acusa  as Forças de Segurança, que “a pretexto de Ordens Superiores continuam a cumprir decisões ilegais, pondo em causa a  Independência da Justiça e soberania dos juízes”.

“O julgamento de Suleimane Seidi havia sido suspenso face a declaração de inconstitucionalidade da prisão que havia sido movida pelos advogados”, refere o Comunicado à Impresnsa.

Informações postas a circular nas redes sociais dão conta de que Suleimane Seidi foi ”raptado” num Café, em Bissau, e levado para as celas da Segunda Esquadra.

O PAIGC condena  o referido ato, que considera de  desrespeito total pela Constituição e as Leis da República em matéria de Direitos, Liberdades e Garantias.

O Secretariado Nacional do PAIGC apela ao Ministério Público no sentido de considerar e levar a sério as recentes denúncias do Presidente do PAIGC sobre o caso dos 6 bilhões e tomar as medidas adequadas.

“Caso o Ministério Público não tomar medidas necessárias, o PAIGC irá acionar os mecanismos legais para denunciar junto aos tribunais mais um ato de cumplicidade do Ministério Público com o regime e os seus acólitos”, lê-se no documento.

Em conferência de imprensa no passado dia 01, Domingos Simões Pereira afirmara que três mil milhões  dos seis mil milhões de FCFA em causa foram recebidos por um dos Conselheiros do Presidente da República.ANG/AALS/ÂC//SG

   Nigéria/ Trinta e seis mortos em naufrágio de barco na região centro-norte

Bissau, 04 Out 24 (ANG) -  O naufrágio de um barco que transportava centenas de passageiros no centro-norte da Nigéria deixou pelo menos 36 mortos e o número de vítimas pode ser superior a 100, disseram autoridades do serviço de resgate e da comunicação social.

Após este acidente ocorrido na terça-feira no rio Níger, cerca de 150 passageiros dos cerca de 300 a bordo do barco foram resgatados, mas agora "não há possibilidade" de encontrar os outros passageiros vivos, disse um porta-voz dos serviços de emergência, Ibrahim Audu Husseini. citado pela mídia.

Os serviços de emergência do estado nigeriano do Níger disseram na quarta-feira que os passageiros, na sua maioria mulheres e crianças, se dirigiam às celebrações de Mawlid Annabaoui na comunidade de Gbajibo, perto de Mokwa.

Um relatório anterior fornecido na quarta-feira relatou 16 mortes.

“Hoje (quinta-feira) encontramos 20 corpos adicionais, elevando para 36 o número de corpos recuperados no rio”, acrescentou Husseini.

“Não há possibilidade de encontrar sobreviventes. Todos os desaparecidos estão mortos agora. Não é possível sobreviver três dias dentro de água”, disse a mesma fonte, lembrando que o trabalho consistirá agora em “encontrar os corpos desaparecidos”.

Os acidentes de barco são comuns na Nigéria em vias navegáveis ​​mal regulamentadas, especialmente durante a estação chuvosa.

No mês passado, um barco sobrecarregado afundou enquanto transportava mais de 50 agricultores através do rio Gummi, no estado de Zamfara (noroeste). Acredita-se que mais de 40 deles tenham morrido no naufrágio.ANG/FAAPA


Senegal-Mudanças Climáticas/Ibraima Diongue nomeado diretor-executivo ddo Fundo de Resposta a Perdas e Danos

Bissau, 04 Out 24 (ANG) -  O senegalês Ibrahima Cheikh Diongue foi nomeado diretor executivo do Fundo de Resposta a Perdas e Danos criado durante a 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), realizada em Dubai, Estados Unidos. Emirados Árabes Unidos, soube-se  de fonte oficial.

Diongue, que também tem nacionalidade americana, foi nomeado pelo Conselho de Administração do Fundo de Resposta a Perdas e Danos para um mandato de quatro anos com início em 1º de novembro de 2024, refere o site oficial da UNFCCC.

Fluente em inglês, francês e mandarim, foi selecionado após um processo de recrutamento aberto, transparente e baseado no mérito, liderado pelo Conselho de Administração do Fundo.

Assim, ele proporcionará liderança estratégica e supervisão do Secretariado do Fundo e ajudará o Conselho de Administração a cumprir o mandato do Fundo de fornecer apoio financeiro aos países vulneráveis ​​mais duramente atingidos pelos efeitos das alterações climáticas.

De acordo com vários observadores, a sua nomeação constitui “um passo fundamental para responder às perdas e danos, fornecendo financiamento a milhões de pessoas nos países em desenvolvimento que estão na linha da frente das alterações climáticas”.

Diongue tem mais de três décadas de experiência internacional nas áreas de alterações climáticas, finanças e desenvolvimento.

Ao saudar a sua nomeação, disse estar honrado "por assumir este papel num momento tão crucial em que a crise climática se revela uma ameaça existencial às vidas e aos meios de subsistência, especialmente para as comunidades mais vulneráveis ​​nos países em desenvolvimento".

“Estou ansioso para trabalhar com o Conselho, os nossos parceiros e partes interessadas para fornecer apoio crucial aos países em desenvolvimento de baixa renda mais afetados pelas alterações climáticas”, disse ele.

Ele garantiu ainda que o Fundo de Resposta a Perdas e Danos fará uma “diferença significativa” para aqueles desproporcionalmente afetados, e assumo esta responsabilidade com humildade e total compromisso de servir.

O Sr. Diongue é actualmente Representante Especial do Presidente do Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África. Anteriormente, foi Secretário-Geral Adjunto das Nações Unidas e Diretor-Geral da Agência Especializada da União Africana, o Grupo Africano da Capacidade de Gestão de Riscos (ARC), onde foi responsável por moldar, definir e executar a visão estratégica da instituição.

No Senegal, ocupou os cargos de ministro e conselheiro especial do Presidente da República do Senegal, diretor-geral de cooperação internacional do Senegal e secretário permanente de energia do Senegal, responsável pelo departamento de África da IFC.

Foi também coordenador regional do sistema de assessoria em infraestrutura pública e privada do Banco Mundial. ANG/APS/FAAPA

 

Chade/Governo expulsa activista de defesa dos Direitos Humanos, Reed Brody

Bissau, 04 Out 24 (ANG) - O advogado americano e activista da Human Rights Watch, Reed Brody, foi expulso quinta-feira do Chade, numa altura em que se encontrava na capital do país para apresentar o seu livro intitulado "A perseguição de Hissène Habré: julgar um ditador num mundo de impunidade",  acerca da luta que travou para fazer julgar e condenar o antigo ditador chadiano.

No âmbito desta apresentação organizada pela embaixada dos Estados Unidos no Chade que devia decorrer no Centro de Estudos de Treinamento para o Desenvolvimento, estava igualmente previsto que o jurista de 71 anos animasse um painel com uma colega do Chade, a advogada Jacqueline Moudeina.

Todavia, antes que a conferência começasse, a polícia evacuou o anfiteatro e colocou o advogado dentro de um veículo que o levou para a Direcção Geral de Inteligência e Investigação (DGRI), os serviços secretos do Chade, fontes policiais indicando que ele foi levado, de seguida, para o aeroporto e forçado a embarcar num voo da Air France rumo a Paris no início da noite.

Questionada sobre as circunstâncias da interpelação do militante de defesa dos Direitos Humanos, a advogada Jacqueline Moudeina disse não ter conhecimento dos motivos desta decisão das autoridades que até a tarde desta quinta-feira não tinham comunicado sobre o sucedido.

Reagindo a esta ocorrência, o conselheiro nacional e antigo presidente da Associação das vítimas de Hissène Habré, Clément Abaïfouta, denunciou "uma vergonha para o país".

Reed Brody foi um elemento central do processo que levou ao julgamento e condenação de Hissène Habré por Crimes contra a Humanidade em 2016 por um tribunal especial, sendo que a advogada Jacqueline Moudeina defendeu, como ele, as vítimas do ex-presidente chadiano.

No poder de 1982 a 1990, até ser deposto pelo pai do actual chefe de Estado, Hissène Habré foi condenado a 30 de Maio de 2016 à prisão perpétua após ser declarado culpado de Crimes contra a Humanidade, violações, execuções, trabalho forçado e sequestro.

Uma comissão de inquérito chadiana estimou em 40 mil o número de mortos causados pelo regime do antigo ditador que faleceu em Dakar em Agosto de 2021.

A interpelação ontem de Reed Brody aconteceu numa altura em que existe um intenso debate sobre a eventual repatriação do corpo de Hissène Habré, actualmente sepultado em Dakar, e sua possível reabilitação. Isto sucedeu igualmente quando a junta no poder em N'Djamena acaba de anunciar no final de Fevereiro o pagamento de 10 bilhões de francos CFA de indemnização para as vítimas do antigo ditador, sendo que diferentes tribunais têm reclamado o pagamento de valores bem superiores, ou seja, mais de 100 bilhões de francos CFA.

Por outro lado, ONGs nacionais e internacionais denunciam regularmente as "violações dos Direitos Humanos" e a "repressão", por vezes sangrenta, que persistem neste país da África central.

Em meados do mês passado, a Organização Mundial contra a Tortura (OMCT) deu conta de um aumento das detenções e prisões extrajudiciais por parte dos serviços de inteligência chadianos.ANG/RFI

          EUA/Furacão Helene provocou mais de 200 mortos no sudeste

Bissau, 04 Out 24 (ANG) - O furacão Helene que varreu a costa sudest
e dos Estados unidos esta semana causou pelo menos 201 mortos de acordo com os últimos dados fornecidos pelas autoridades locais.

Metade desses mortos, 100, foi registada na Carolina do Norte. Helene é, desde já, considerado o segundo furacão mais mortífero a atingir os Estados Unidos em mais de meio século, depois do Katrina em 2005. 

Perante esta situação, o Presidente Joe Biden anunciou esta semana a decisão de mobilizar mais mil militares para as operações de socorros na Carolina do Norte, reforços que se somam aos milhares de socorristas e membros da guarda nacional já destacados naquele que foi o Estado mais afectado pela passagem do furacão.

Juntando-se aos 100 mortos registados na Carolina do Norte, Helene causou 41 mortos na Carolina do Sul, 33 na Geórgia, 14 na Florida, 11 no Estado do Tennessee e dois mortos na Virgínia.

Para além do balanço humano, os danos materiais são também consideráveis. As inundações provocadas pelas chuvas e ventos violentos arrastaram pontes, encheram lagos de destroços e destruíram edifícios bem como estradas.

"O que vi, partiu-me o coração (...) Mas vimos vizinhos a ajudar vizinhos, voluntários e funcionários ao lado uns dos outros. Isso é a América", escreveu o Presidente Joe Biden na rede X na quarta-feira após visitar juntamente com a sua vice-presidente Kamala Harris alguns dos estados sinistrados, em particular a Carolina do Norte.

Mas para além das mensagens de esperança, a reconstrução vai exigir "bilhões de dólares e anos"avisou o Secretário da Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, ao referir que "há localidades que literalmente desapareceram".

Cientistas relacionaram a intensidade do furacão ao aquecimento dos mares provocado pelas alterações climáticas.

Mas paralelamente a este aspecto, o furacão acabou por ganhar também uma dimensão política, em plena campanha para as presidenciais que acontecem dentro de um mês.

Enquanto Kamala Harris, a vice-presidente e também candidata democrata às presidenciais, disse na quarta-feira durante uma visita a um centro de operações de socorros na localidade de Augusta, na Geórgia, que estava ali para "agradecer e ouvir", o seu adversário republicano, Donald Trump, disse em Valdosta, igualmente na Geórgia, que "o Estado federal não está a reagir".

Trump acusou inclusivamente as autoridades democratas daquele Estado de "não ajudar deliberadamente os habitantes das áreas republicanas". "Ele mente", retorquiu Joe Biden, denunciando um discurso "irresponsável". "Em momentos como este, pomos de parte a política 'politiqueira'", vincou ainda o Presidente americano durante a sua visita à Carolina do Norte na quarta-feira.ANG/RFI

        Irão/Líder supremo  diz que Israel “não tem muito mais tempo”

Bissau, 04 Out 24 (ANG) - O líder supremo do Irão garantiu nesta sexta-feira, que os aliados do Irão “não vão recuar”, afirmando que Israel “não tem muito mais tempo”.

 Ali Khamenei disse que o ataque com mísseis contra Israel, na terça-feira, foi “totalmente legítimo”.

Num discurso perante milhares de pessoas em Teerão, o líder supremo iraniano assegurou hoje que os aliados do Irão “não vão recuar”, afirmando que Israel “não tem muito mais tempo”. Ali Khamenei disse que o ataquecom mísseis contra Israel na terça-feira foi “totalmente legítimo”.

“A operação levada a cabo pelas nossas forças armadas há alguns dias foi totalmente legítima”, disse o ‘ayatollah’ Khamenei durante um sermão numa grande mesquita por ocasião das orações de sexta-feira, citado pela agência francesa AFP.

O líder supremo descreveu ainda como legítimo o ataque do grupo palestiniano Hamas contra Israel em 07 de Outubro de 2023, ataque que desencadeou o conflito em curso na região.

O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, chegou esta manhã a Beirute, a primeira visita ao Líbano de um alto funcionário iraniano desde o assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque israelita, a 27 de Setembro.

A deslocação do responsável iraniano acontece numa altura em que Israel intensifica os ataques contra o Líbano. Pela quarta noite consecutiva, o exército israelita bombardear o sul de Beirute, a rota que liga o Líbano à Síria foi o principal alvo de ataque. Israel acusa o Hezbollah de circular armas ao longo deste eixo que tem sido usado, nos últimos dias, por centenas de milhares de pessoas que fogem dos bombardeamentos.

Por seu lado, Hezbollah libanês garante que Israel disparou contra equipas de resgate que estavam no local de um ataque nocturno, nos subúrbios de Beirute, fazendo um morto. O movimento pro-iraniano disse ter disparado contra soldados israelitas – na área de Maroun al-ras, localizada no lado libanês da fronteira.ANG/RFI

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Julgamento Caso 1 de Fevereiro/”Juízes recusam dar palavra ao coletivo de advogados dos suspeitos”, diz  Marcelino Ntupe  

Bissau, 03 Out 24 (ANG) – O porta voz do colectivo de advogados dos suspeitos de tentativa de golpe de Estado de 1 de fevereiro 2022,disse que o colectivo de juízes recusaram dar palavras aos advogados de defesa durante a sessão de julgamento realizada quarta-feira nas instalação da Base Aérea em Bissau.

Marcelino Ntupe falava à imprensa, após a saída de mais uma audiência de julgamento dos suspeitos da tentativa de golpe de Estado.

Disse  que o objetivo principal da audiência deveria o recurso que dirigiram ao Tribunal Superior Militar.

“Isso não foi o caso, porque os juízes chegaram e logo se apresentaram e começaram com a audiência e não nos deixaram  falar, alegando que só poderiamos  falar depois”, salientou.

O porta-voz do coletivo de advogados sublinhou que, sendo assim, e perante todos os cenários a frente do processo que já não observa a lei em três sessões judiciais, só aguardam  a  condenação dos seus  constituintes, pelo Tribunal Militar Superior.            

"De acordo com o artigo 226 do Código do Processo Penal do seu número 4, o julgamento que foi suspenso ou seja audiência que foi interrompida é retomada com último ato processual, e nós estávamos nas questões prévias, que uma vez suspensa é necessário retomá-las com essas questões. Mas como  entrávamos com recursos, o que devia ser tratado era a decisão que saiu do recurso",ssutentou Ntupe.

Acrescentou  que tinham dois recursos, sendo um dirigido ao Tribunal Superior Militar que já tem uma decisão e outro dirigido ao Supremo  Tribunal de Justiça que ainda não tem resposta.

Disse que o prazo das detenções  estão todos ultrapassados e que no recurso que enviaram ao Tribunal Superior Militar pediram para que esta instância se pronunciasse  se está certo ou não que os detidos continuassem  em prisão e o Tribunal mandou libertá-los. “Isso é que devia ser   objeto de julgamento de quarta-feira”, disse.

A sessão de julgamento voltou a ser adiada para o próximo dia 08 de Outubro.ANG/MI/ÂC//SG

Justiça/Presidente da LGDH  qualifica de “ilegal, arbitrária e abusiva” a detenção de Suleimane Seidi

Bissau, 03 Out 24 (ANG) – O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH),Bubacar Turé qualificou de “ilegal, arbitrária e abusiva” a detenção do ex-ministro da Economia e Finanças Suleimane Seidi pelos agentes do Ministério de Interior, e exige a sua libertação imediata.

Suleimane Seidi foi detido em dezembro do ano passado por suspeita de corrupção, mas colocado em liberdade, por despacho de juiz, em julho deste ano, com a medida de apresenção periódica.

Em conferência de imprensa realizada quarta-feira, Bubacar Turé disse que Suleimane Seidi foi “raptado” num dos restaurantes de Bissau e conduzido para as instalações do Ministério do Interior, sem nenhum mandato judicial, por isso  condenou vigorosamente o ato.

Disse que o ex-governante  foi investigado no âmbito de um processo “ chamado Caso seis bilhões de francos CFA e que foi acusado pelo Ministerio Público e se aguarda o julgamento.

Uma sessão de julgamento do caso chegou de ser convocada mas  foi adiada por iniciativa do próprio tribunal.

Disse que Suleimane Seidi não representa nenhuma ameaça e nem o risco ao processo, tanto assim que o juiz  produziu o Despacho ordenando a sua libertação.

Salientou que  foi decretada a substituição da medida de prisão preventiva para apresentação periódica, que Suleimane, diz,   tem comprido semanalmente junto ao tribunal, pelo que  não havia  motivo para sua detenção neste momento.

Bubacar Turé disse que, na  prespectiva da organização que defende os direitos humanos no país, Suleimane Seidi foi detido arbitráriamente e abusivamente a mando do regime “autoritário e ditatorial” que tem perseguido as vozes discordantes e opositores.

Lamentou o facto de o Ministério do Interior transformar-se num “santuário de ilegalidade, de repressão e perseguição” dos adversários politicos do atual regime.

O Presidente da Liga responsabiliza o Ministério do Interior e seus mandantes pela  vida e a integridade fisica de Suleimane Seidi.

Para Turé, jurista de profissão, o Estado do Direito desapareceu e a Democracia deixou de ter importância na Guiné-Bissau, porque as leis, a Constituição da República  e a ordem jurídica foram substituidos por alegada “ordem superior”, que são “caprichos, atuações arbitrárias, ilegais deste regime ao mais alto nívil em perseguição dos cidadãos pelas suas opiniões  politico e partidária”.

“Não estamos a favor da impunidade, se de facto Suleimane Seidi desviou alguma soma do erário público tem que ser responsabilizado, mas esta responsabilização tem que ser feita nos termos previstos na lei”, defendeu Bubacar Turé.

De acordo com o Presidente da Liga, o que se tem assistido “não é um processo para descobrir alguma coisa, mas sim, um processo em que Suleimane é vitima de uma “cabala politica” que pretende atingir determinadas pessoas, e tendo lhe como um “bode espiatório”.

Segudo o advogado, Suleimane Seidi foi raptado por agentes da ordem quando tomava café com amigos num restaurante-bar, em Bissau, sem mandado de detenção.ANG/LPG/ÂC//SG

Caso 06 bilhões/ Coletivo dos Advogados disse que detenção de Suleimane Seidi  coloca em causa autonomia judicial

Bissau, 03 Out 24(ANG) – O  coletivo dos advogados do ex-ministro da Economia e  Finanças, Suleimane Seidi criticou, quarta-feira, em comunicado, que   a forma como sucedeu a  detenção de seu constituinte,  no espaço público (Café Ponto de Encontro),  não só viola os seus direitos, liberdades e garantias, como também coloca em causa a autonomia do setor judicial sobre os processos que se encontram naquele fórum.

O Coletivo refere que no âmbito da acusação, o Tribunal de Relação competente  suspendeu o julgamento devido ao pedido de declaração de inconstitucionalidade e o processo subiu para o Supremo Tribunal de Justiça, competente para dirimir conflitos relacionados com a violação das normas da Constituição da República.

“Importa referir-se de que fora decretada uma medida de coacção de prisão preventiva que vigorava de Dezembro de 2023 à Julho de 2024, que foi alterada pela apresentação periódica e uma caução, ambas decretadas, igualmente, pelo Tribunal competente ao processo que envolve Suleimane Seide”, lê-se na Nota.

 O Coletivo dos Advogados garantiu que  até  ao momento, não houve  nenhuma alteração da situação judicial, pelo que receberam com “muita preocupação” a notícia da detenção do seu  constituinte.

“No entanto, aguardamos mais informações sobre o desenrolar da situação deste acontecimento surpreendente da detenção do Suleimane Seidi, ex. ministro da Economia e  Finanças do Governo da Coligação Pai Terra Ranka”,refere .

Na Nota com assinatura de  Alberto Batista Lopes e Welqueia Siminaté, o coletivo adianta  que,  ao persistir, será obrigado a recorrer à  mecanismos judiciais.

Suleimane Seidi  é alvo de acusação de prática de crimes económicos  e fiscais contra o Estado por parte do Ministério Público, relacionada  aos  pagamentos efetuados à um grupo de empresários nacionais e entidades públicas. ANG/JD/ÂC//SG

França / Governo organiza voos de expulsão de clandestinos de Maiote para a RDC

Bissau, 03 Out 24 (ANG) – O ministro do interior francês, Bruno Retailleau, anunciou  quarta-feira que três voos deveriam repatriar ainda este mês para Kinshasa grupos de cidadãos clandestinos oriundos da República democrática do Congo a partir do território de Maiote, no Oceano Índico. 


O ministro deu instruções ao governador civil daquela ilha do Oceano Índico para organizar voos de expulsão de clandestinos oriundos da RDC rumo ao seu país natal.

Bruno Retailleau anunciou este dispositivo no parlamento nesta quarta-feira. O ministro especificou que até ao final do mês pelo menos três voos seriam organizados num processo em que a cooperação com Kinshasa seria excelente.

Fontes ligadas ao ministério especificaram que quatro voos colectivos deste género já teriam sido organizados desde Fevereiro.

Retailleau reiterou ser favorؘável a que, no caso de Maiote, se coloque em causa o direito do solo permitindo a obtenção automática da nacionalidade francesa a todas as pessoas que nasçam na ilha.

Desde os finais da década passada centenas de migrantes oriundos dos Grandes Lagos, nomeadamente da RDC, entram de forma clandestina anualmente em Maiote, de barco, a partir do litoral da África de leste ou das vizinhas ilhas das Comores ou de Madagáscar.

No ano passado a instalação destes indocumentados em bairros de lata perto de um estádio da principal cidade provocou tensão com os habitantes das redondezas, levando ao bloqueio dos principais eixos rodoviários por sectores que exigiam a sua expulsão.

Quase metade dos habitantes de Maiote não têm nacionalidade francesa onde a população em Janeiro passado era estimada em 321 000 pessoas.ANG/RFI

Luxemburgo/Ajuda europeia para saúde em África aumentou, mas é "mal coordenada" no terreno - Tribunal de Contas Europeu

Bissau, 03 Out 24(ANG) - O financiamento europeu em matérias de saúde em África aumentou, mas a ajuda é “mal coordenada” no terreno, alertou o Tribunal de Contas Europeu (TCE), num relatório hoje divulgado.

De acordo com o relatório "Apoio financeiro da UE aos sistemas de saúde em países parceiros selecionados – Objetivos estratégicos gerais seguidos, mas questões de coordenação e sustentabilidade afetam intervenções", apresentado hoje na cidade do Luxemburgo, a ajuda europeia em matérias de saúde "é mal coordenada no terreno" e há "falhas na distribuição de equipamentos e de medicamentos".

Segundo o tribunal, "a eficácia dos projetos apoiados pode ser posta em causa pela fraca coordenação e por riscos para a sustentabilidade [dos mesmos]".

Para chegar a estas conclusões, o TCE analisou, em concreto, a ajuda prestada em projetos em três países africanos: Burundi, República Democrática do Congo - que faz fronteira com Angola - e Zimbabué – país vizinho de Moçambique.

De um modo geral, "estes projetos abrangiam áreas como os cuidados de saúde gratuitos, a formação dos profissionais de saúde e a reconstrução de centros de saúde", disse.

Entre vários problemas, após as investigações, os auditores destacaram "a má análise das necessidades e a fraca coordenação ao nível distrital, que, por vezes, resultaram em prateleiras vazias nas clínicas ou em equipamento pouco utilizado devido a ações duplicadas", mas também a inadequação nas doações dos materiais, pois também foi verificado que alguns aparelhos deixaram de ser usados por avarias, devido à fraca manutenção, e a uma dificuldade local em resolvê-las.

"A ajuda da UE totalizou mais de três mil milhões de euros em cada um dos dois períodos de programação [de apoios] anteriores (2007-2013 e 2014-2020) e mais de dois mil milhões de euros foram atribuídos no início de 2024 para o período atual (2021-2027)", frisou.

De acordo com o TCE, a ajuda bilateral a países parceiros tem vindo a diminuir, mas o apoio a iniciativas globais tem vindo a aumentar, nomeadamente desde a pandemia da covid-19.

"Detetámos vários problemas no apoio da UE aos sistemas de saúde dos países parceiros selecionados", alertou um membro do TCE, George-Marius Hyzler, responsável por esta auditoria, citado em comunicado pela instituição.

"É urgente usar as verbas da UE de forma mais eficaz, mas, sobretudo, é preciso melhorar a forma como se atribui o dinheiro, garantir que os custos de gestão são razoáveis - devido ao facto de parceiros de execução subcontratarem outras pessoas - e resolver os problemas ao nível da sustentabilidade dos projetos porque, por exemplo, ainda não há estratégias claras de transição e saída após a ajuda dos doadores diminuir", acrescentou.

Segundo o TCE, em alguns casos, os custos de gestão eram quase o dobro do montante atribuído a ações em áreas como a saúde materna ou infantil e a nutrição.

Outra questão levantada por esta análise do TCE é o incumprimento dos países beneficiários em matéria de alocação de recursos orçamentais para os sistemas de saúde.

"De acordo com os dados mais recentes da União Africana (2021), apenas dois países africanos - África do Sul e Cabo Verde - cumpriram a meta da Declaração de Abuja de afetar anualmente, pelo menos, 15% dos orçamentos nacionais ao setor da saúde", lamentou.

Por isso, os países beneficiários africanos permanecem dependentes da ajuda internacional, frisou.

Por fim, o TCE lamentou a falta de visibilidade dada ao apoio europeu, frisando que "raramente as populações visadas sabiam que a ajuda era prestada pela UE, em especial nos casos em que as verbas são acrescentadas às de outros doadores".

O apoio da UE na área da saúde em países parceiros contribui para o principal objetivo da política de desenvolvimento da união: "reduzir a pobreza extrema e, um dia, eliminá-la por completo", indicou.

"A pobreza extrema pode ser tanto uma causa como uma consequência da falta de cuidados de saúde", declarou.

O apoio da UE no domínio da saúde aos países parceiros assenta no artigo 168.º, nº 3, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, que estabelece que "[a] União e os Estados-Membros fomentarão a cooperação com os países terceiros e as organizações internacionais competentes no domínio da saúde pública", concluiu. ANG/Inforpress/Lusa

            Jerusalém/Israel declara António Guterres 'persona non grata'

Bissau, 03 Out 24 (ANG) - O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Is
rael Katz, anunciou quarta-feira ter declarado o secretário-geral da ONU, António Guterres, "persona non grata" no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.

"Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos", disse Katz num comunicado.

Terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente "com escalada após escalada" e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.

"Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo", frisou o ex-primeiro-ministro português, através da rede social X.

A publicação de Guterres surgiu pouco depois do início de um ataque com mísseis do Irão contra Israel.

"Em resposta ao martírio de [Ismail] Haniye, de Hassan Nasrallah e do mártir [Abbas] Nilforushan (ex-comandante da Guarda Revolucionária iraniana morto na sexta-feira em Beirute), atacámos o coração dos territórios ocupados", declarou a Guarda Revolucionária do Irão num comunicado divulgado pela agência noticiosa estatal ISNA.

Este anúncio iraniano surgiu depois de o Exército israelita ter informado que tinham sido disparados mísseis do Irão, pouco depois das 19:30 locais (menos duas horas em Lisboa), e ordenado à população para procurar abrigo.

Guterres já se tinha manifestado "extremamente preocupado" com a escalada do conflito no Líbano, pedindo respeito pela "soberania e integridade territorial" deste país, horas depois de as Forças de Defesa de Israel (IDF) terem iniciado uma ofensiva terrestre para deter a ameaça da milícia xiita Hezbollah, cujo líder, Hassan Nasrallah, foi morto na sexta-feira num bombardeamento israelita em Beirute. ANG/Inforpress/Lusa