Diplomacia/”Intervenção direta em diversas frentes da
política externa conferiu a Guiné-Bissau um protagonismo crescente na arena
internacional”, diz Pinto Pereira
Bissau,
30 Dez 24 (ANG) – O ministro dos
Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades afirmou
hoje que 2024, prestes a terminar, foi
marcado por um “dinamismo ímpar” na diplomacia guineense, impulsionada pela
liderança do chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló.
Carlos
Pinto Pereira fez estas afirmações numa conferência de imprensa em que fez o
balanço sobre a diplomacia guineense, em
2024.
Afirmou
que a intervenção directa em diversas
frentes da política externa conferiu a Guiné-Bissau um protagonismo crescente
na arena internacional.
“No
plano nacional, o nosso Ministério promoveu encontros regulares com todos os
parceiros bilaterais e multilaterais, com objectivo de fortalecer a cooperação
e alinhar agendas de desenvolvimento, e a nível internacional, foi implementada
uma diplomacia presidencial activa em
que foram efectuadas múltiplas visitas de Estado, oficiais e de trabalho à
vários países da África, Europa e Ásia”,disse.
No decurso
das visitas efetuadas ou recebidas no país foram assinados vários acordos, Carlos Pinto Pereira destaca o Acordo Tripartido entre a Guiné-Bissau, Gâmbia
e o Senegal, visando o reforço da
cooperação no domínio do comércio e do investimento (importação conjunta
de arroz, farinha e outras comodidades, bem, como a produção e transformação de
arroz e outros produtos).
E no domínio das infraestruturas,
segundo o governante, está em manga a construção
de uma linha de caminho de ferro Banjul-Ziguinchor-Bissau, armazéns comuns entre outros.
No quadro da Terceira Comissão
Mista com o Reino de Marrocos, destacou a assinatura de 13 Acordos e
Memorandos de Entendimento, sobre os mais variados domínios, tais como a cooperação comercial e aduaneira, transportes
de passageiros e mercadorias, reconhecimento de cartas de condução, formação
profissional, etc.
“Ao abrigo desses acordos temos em formação acima
de uma centena de estudantes nas Universidades e Escolas Profissionais em
Marrocos e por ano são oferecidas 60 bolsas para o ensino superior e o ensino profissional, bem como a formação e apoio social para as nossas Forças de Defesa
e Segurança”,salienta o governante.
De acordo com Carlos Pinto
Pereira, com República da Venezuela foram assinados cerca de 20 acordos, e
aguarda-se a chegada de 1000 toneladas de betume, para o alcatroamento de
estradas.
O governante destacou que estão em formação na Venezuela mais de 70 médicos e quadros da saúde guineense.
Com o
Brasil, segundo diz, as expectativas geradas a partir da reunião multilateral
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em S. Tomé são “muito
grandes”, sobretudo em relação a formação profissional, tendo em conta as
características do agro-negócio existente, muita semelhante às existentes na Guiné-Bissau.
Pinto
Pereira adiantou que, em breve, o país vai receber visitas de
agentes da - Agência Brasileira de Cooperação( ABC), para que um programa
consistente seja montado com este propósito.
Com a
República Popular da China destacou os compromissos para a construção de
infraestruturas (300 Km de estradas, Cidade Universitária, Centro de Congressos,
Zona Económica Especial), e criação de parcerias público-privadas para a sua
execução.
“É neste quadro que temos vindo a promover a realização
dos principais projetos de infraestruturação do país, começando pelo novo
aeroporto de Bissau e continuando com projetos como o Porto de Buba, associado
ao corredor ferroviário Buba-Bamako, o Porto Comercial e de Pescas de Pikil(Biombo)
e elogiamos também o apoio de Portugal na abertura de vagas para o Ensino Superior,
que tem permitido o acesso a universidades portuguesas, de centenas de jovens
guineenses, e numa estreita cooperação no domínio do combate à criminalidade", frisou.
Agendados para
apreciação em Conselho de Ministros, segundo o chefe da diplomacia guineense,
estão dois diplomas que contribuirão para melhorar,qualitativamente, a vida das
comunidades guineenses no exterior.
O ministro
referia-se ao Pacto Global para uma
Emigração Regular, Segura e Ordenada, e à Estratégia Nacional para o
Envolvimento da Diáspora no Desenvolvimento.
Pereira salientou que os
parceiros internacionais e regionais, casos da Comunidades Económica dos
Estados da África Ocidental (CEDEAO) da Comunidade dos Países da Língua
Portuguesa (CPLP) e as Nações Unidas(ONU) já reconheceram de que os problemas
da Guiné-Bissau devem ser resolvidos internamente pelos guineenses.
O Chefe da diplomacia guineense ainda
falou de abertura de uma Escola Francófona para cidadãos lusófonas na
Guiné-Bissau, aberturas das Embaixadas sobretudo a dos Emirados Árabes Unidos e
a reabertura do serviços consulares da França no país.
Carlos Pinto Pereira disse que as
perspectivas para o futuro passa pela consolidação dos ganhos alcançados, dando
continuidade aos projetos em curso e aprofundando a cooperação com os parceiros
estratégicos, para diversificação da economia, promoção e atração de
investimentos estrangeiros e o desenvolvimento de novos setores produtivos.
O fortalecimento das
instituições, investindo na capacitação dos quadros diplomáticos e na
modernização da administração pública, e
promoção da integração regional, aprofundando a participação da
Guiné-Bissau nos processos de integração, são entre outras, ações preconizadas.
“No final do
primeiro semestre do próximo ano, a Guiné-Bissau assumirá a Presidência temporal da CPLP, por um período de dois anos.
A aprovação da Candidatura do Arquipélago dos Bijagós como reserva especial da
Biosfera e Património Cultural da UNESCO, permitirá que o país entrasse na agenda do turismo cultural e ambiental
mundial, com perspetivas encorajadoras", vincou.
Em relação a cooperação com a União
Europeia, o Ministro dos Negócios Estrangeiros destacou a assinatura do novo Acordo de Pescas com a
organização comunitária europeu, que veio a reforçar as contrapartidas colocadas
à disposição do país, e, com carácter inovador, vem impulsionar a mobilização
de investimentos para o desenvolvimento do setor pesqueiro.
O governante
lamentou os acontecimentos pós-eleitoral em Moçambique, tendo apelado as partes
a eleger o diálogo para a resolução do problema, “não a violência que “ganha
proporções alarmantes com destruição das infraestruturas e perdas de vidas
humanas”. ANG/MSC/ÂC//SG