França/Chefes da diplomacia francesa
e alemã em visita simbólica à Síria
Bissau, 03 Jan 25 (ANG) - Os chefes da diplomacia
francesa e alemã reúnem-se, esta sexta-feira, em Damasco, com o líder sírio
Ahmad al-Chareh, naquela que é a primeira visita a este nível de responsáveis das
principais potências ocidentais às novas autoridades sírias.
Jean-Noël Barrot e Annalena Baerbock sublinharam a necessidade
de uma transição pacífica e inclusiva.
Os chefes da diplomacia da Alemanha e de França chegaram esta
sexta-feira, de manhã, com uma “uma
mensagem clara para os sírios”. A ministra alemã, Annalena
Baerbock, resumiu que a visita com o homólogo francês, Jean-Noël Barrot,
acontece “sob mandato da União Europeia” e
que “um novo começo político
entre a Europa e a Síria é possível”. Por outro lado, Annalena Baerbock sublinhou que se pretende
apoiar a “transferência de um poder
inclusivo e pacífico”,
tendo em vista “a reconciliação e
reconstrução” do país.
O primeiro local visitado pelos dois políticos foi a prisão de
Saydnaya, perto de Damasco, o símbolo do horror e da repressão em massa do
deposto Presidente Bachar al-Assad onde um número ainda desconhecido de pessoas
morreu sob a tortura.
Annalena Baerbock e Jean-Noël Barrot vão reunir-se com Ahmad
al-Chareh, líder da coligação dirigida pelo seu grupo islamista radical Hayat
Tahrir al-Sham, que acabou, a 8 de Dezembro, com as cinco décadas de poder da
família Assad.
Face ao desafio de unir o país, Ahmad al-Chareh prometeu
dissolver as diferentes facções armadas, nomeadamente o seu grupo. Disse,
ainda, querer convocar um diálogo nacional, sem anunciar data nem
participantes, e que organizar eleições poderá levar até quatro anos. Pediu,
também, o fim das sanções internacionais que tinham sido impostas depois da
repressão dos protestos de 2011 e consequente guerra que fez mais de meio
milhão de mortos e a fuga de milhões de habitantes.
Vários responsáveis políticos de países árabes e ocidentais têm
ido a Damasco desde a queda de Bachar al-Assad. O novo poder dá sinais de uma
vontade de mudança na política da Síria, aproximando-se da Turquia e do Qatar e
esboçando também aberturas ao Ocidente. Os anteriores principais aliados eram a
Rússia e o Irão.
Este mês, a França deve ser palco de uma reunião internacional sobre a Síria, depois de uma reunião similar em Dezembro de ministros e responsáveis americanos, europeus, árabes e turcos. ANG/RFI
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