Coreia de Sul/Presidente deposto recusa novo interrogatório após detenção
Bissau,
16 Jan 25(ANG) - O presidente deposto sul-coreano mantém o silêncio e
recusou-se hoje a participar num novo interrogatório, um dia após ter sido
detido na residência presidencial, anunciou o advogado de Yoon Suk-yeol.
Depois de uma tentativa
falhada de deter Yoon, no início do mês, o Gabinete de Investigação de
Corrupção para Altos Funcionários (CIO, na sigla em inglês) e agentes da
polícia conseguiram, na madrugada de quarta-feira, entrar na residência, num
bairro nobre de Seul, onde o antigo procurador-geral se encontrava escondido há
semanas.
Destituído pela Assembleia
Nacional (parlamento) e investigado por rebelião, um crime punível com a pena
de morte, Yoon foi interrogado durante horas na quarta-feira, mas manteve-se em
silêncio, antes de ser transferido para um centro de detenção.
Os investigadores do CIO
deveriam retomar o interrogatório hoje às 14h00 locais (05h00 em Lisboa), mas o
advogado de Yoon disse que este se encontra doente, noticiou a Yonhap.
"O presidente Yoon não
está bem e explicou de forma completa a sua posição ontem [quarta-feira], pelo
que já não há razão para o interrogar", notou o advogado Yun Gap-geun à
Yonhap, numa aparente referência à decisão, nesse dia, de não responder a
perguntas.
As autoridades estão a
tentar obter um novo mandado de detenção que permita manter Yoon sob custódia
por mais de 48 horas.
Os advogados do presidente
deposto, por outro lado, pediram uma revisão do mandado, porque Yoon considera
que agiu em conformidade com a lei e que o processo que lhe foi instaurado
"é ilegal".
A detenção do líder
conservador, eleito em 2022, foi saudada pela oposição. É "o primeiro
passo para o regresso à ordem", afirmou na quarta-feira Park Chan-dae,
líder dos deputados do Partido Democrático, a principal força da oposição.
O presidente surpreendeu o
país em 03 de dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os
dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de
proteger o país das "forças comunistas norte-coreanas" e de
"eliminar elementos hostis ao Estado".
No entanto, a Assembleia
Nacional frustrou os planos presidenciais ao votar a favor do levantamento do
estado de emergência.
Pressionado pelos deputados
e por milhares de manifestantes pró-democracia, Yoon foi obrigado a revogar a
decisão.
Em 14 de dezembro, o
parlamento aprovou a destituição de Yoon, sendo que o Tribunal Constitucional
tem até meados de junho para confirmar ou anular a moção adotada pelos
deputados.
Numa mensagem de vídeo
gravada antes de as forças da ordem invadirem a residência presidencial, na
quarta-feira, Yoon disse que concordou submeter-se ao interrogatório "para
evitar qualquer infeliz derramamento de sangue".ANG/Lusa
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