EUA/Biden
defende importância do respeito pelas instituições na despedida
Bissau,
16 Jan 25(ANG) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez na
quarta-feira um discurso de despedida à nação em que destacou
a importância das instituições democráticas para o país e prometeu manter
uma "transferência de poder pacífica e ordeira".
Num
discurso em horário nobre a partir do Salão Oval da Casa Branca, Biden iniciou
o pronunciamento de despedida não falando sobre a sua agenda ou suas políticas,
mas focando-se na visão do que os Estados Unidos representam para o mundo.
O presidente cessante fez
questão de ressaltar a importância das instituições democráticas para o país,
como os tribunais e a imprensa, instituições que o presidente eleito, Donald
Trump, atacou em diversas ocasiões.
"Sei que acreditar na
ideia da América significa respeitar as instituições que governam uma sociedade
livre - a presidência, o Congresso, os tribunais, uma imprensa livre e
independente", afirmou.
"O nosso sistema de
separação de poderes (...) pode não ser perfeito, mas manteve a nossa
democracia por quase 250 anos, mais do que qualquer outra nação na história que
já tentou uma experiência tão ousada", acrescentou.
Biden fez também questão de
assegurar uma "transferência de poder pacífica e ordeira", numa
referência indireta, mas inconfundível com os esforços de Trump para reverter
os resultados da eleição de 2020, que acabaram por levar ao ataque ao Capitólio
de 06 de janeiro de 2021.
Durante os quatro anos no
cargo, foram várias as ocasiões em que Joe Biden considerou o movimento
"MAGA" - icónico 'slogan' de campanha de Donald Trump 'Make America
Great Again' [Tornar a América Grande de Novo] - a "maior ameaça" à
democracia dos Estados Unidos.
No discurso de despedida, o
presidente cessante quis lembrar aos norte-americanos a importância e a
necessidade de proteger essa mesma democracia e aproveitou para defender
grandes reformas democráticas, nomeadamente uma emenda à Constituição para que
nenhum presidente tenha imunidade por crimes cometidos no cargo.
Refletindo sobre o legado e
as conquistas da sua administração, o político democrata disse esperar que o
impacto das mesmas perdurem pelos próximos anos.
"Levará tempo para se
sentir o impacto total do que fizemos juntos. Mas as sementes estão plantadas e
elas crescerão e florescerão por décadas", advogou o chefe de Estado, que
deixa o cargo presidencial na próxima segunda-feira, dia em que Donald Trump
toma posse para um segundo mandato.
O líder norte-americano
aproveitou ainda para indicar algumas das realizações do seu Governo, como
investimentos recorde para o combate às alterações climáticas, a redução dos
preços de medicamentos para idosos, a aprovação de leis de segurança de armas
ou a ajuda direcionada a veteranos.
Destacou ainda os feitos que
alcançou ao nível de política externa, como o "fortalecimento da
NATO" ou o forte apoio à Ucrânia
"A vocês, o povo
americano, após 50 anos de serviço público, dou-vos a minha palavra. Ainda
acredito na ideia que esta nação defende: uma nação onde a força das nossas
instituições e o caráter de nosso povo importam e devem perdurar",
defendeu.
"Agora é a vez de vocês
ficarem de guarda. Que todos vocês sejam os guardiões da chama. Que vocês
mantenham a fé. Eu amo a América. Vocês também a amam. Que Deus vos abençoe a
todos. E que Deus proteja as nossas tropas. Obrigado por esta grande
honra", concluiu Biden.
Assim que terminou o
discurso, o presidente abraçou a primeira-dama, Jill Biden, e depois a
vice-presidente, Kamala Harris, de acordo com um relatório de imprensa do Salão
Oval.
Esta foi a quinta vez que
Biden se dirigiu à nação a partir do Salão Oval da Casa Branca. A última vez
foi em 24 de julho, quando explicou os motivos que o levaram a desistir da
corrida presidencial de 2024.
Biden, de 82 anos, deixa a
Casa Branca de forma diferente daquela que projetou, uma vez que tentou a
reeleição, mas foi convencido pelo próprio partido a abandonar a corrida devido
a preocupações em torno da sua idade e aptidão física e mental para mais quatro
anos no cargo presidencial.
O discurso de quarta-feira encerra não apenas quatro anos na Casa Branca, mas mais de meio século de Biden dedicado ao serviço público.ANG/Lusa
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