Moçambique/Partido
Podemos apresenta queixa-crime contra dirigente do CDD
Bissau,17 Jan 25(ANG) - O
partido Podemos submeteu nesta quinta-feira, junto da Procuradoria Geral da
República, na cidade de Maputo, uma queixa-crime contra o director-executivo do
Centro para a Democracia e Direitos Humanos. Estes exigem provas das acusações
que o partido e o seu presidente terão recebido 219 milhões de Meticais, o
equivalente a pouco mais de 3 milhões de Euros, para pararem com a sua luta
pela verdade eleitoral.
“Acabamos de submeter aqui uma queixa-crime
contra os últimos pronunciamentos do Professor Adriano Nuvunga porque alega que
o Podemos e o presidente Forquilha receberam 219 milhões de Meticais
para vender a verdade eleitoral. Requeremos ao professor Nuvunga que traga
provas não só para o partido Podemos e o Presidente Forquilha mas também aos
moçambicanos”, declarou este responsável político.
O partido que é agora o
maior na oposição em Moçambique, com 43 deputados eleitos sobre um total de
250, nega a acusação proferida esta semana pelo dirigente do CDD.
“Acreditamos
que a justiça vai funcionar porque o Professor Adriano Nuvunga difamou tanto o
Presidente como também o partido Podemos porque esta é uma denuncia muito grave
e sem provas”, acrescentou Duclésio Chico.
Na terça feira, o
director-executivo do centro para a Democracia e Direitos Humanos CDD submeteu
uma denuncia ao gabinete Central de Combate a Corrupção sobre o alegado
recebimento por parte do Presidente do partido Podemos, Albino Forquilha, de
219 milhões de Meticais, pouco mais de 3 milhões de Euros, para parar com a sua
luta pela justiça eleitoral.
Adriano Nuvunga que afirma
ter obtido a "informação de pessoas que se dizem próximas a esta operação" refere
nomeadamente que “tendo sido o
pagamento em espécie, também é fácil de rastrear”.
Em causa está a crescente
divergência entre o partido e o seu candidato presidencial, Venâncio Mondlane,
que continua a contestar os resultados das eleições gerais de 9 de Outubro que
o colocam em segundo lugar a seguir a Daniel Chapo, da Frelimo, oficialmente
eleito Presidente com um pouco mais de 65% dos votos.
Na semana passada, o
presidente do Podemos, Albino Forquilha, reconheceu a existência de
divergências na “estratégia de luta” entre o partido e
Mondlane. O Podemos que defende agora o fim das manifestações, deu posse aos
seus deputados na segunda-feira e esteve presente na cerimónia de investidura
de Daniel Chapo como Presidente nesta quarta-feira.
Recorde-se que o processo
eleitoral manchado pela suspeita de fraudes massivas tem sido altamente
contestado pela população, em particular os apoiantes de Venâncio Mondlane que
clama ser "o
Presidente eleito pelo povo" e promete para breves "medidas governativas".
A repressão das manifestações que pautaram estas últimas semanas, resultou em cerca de 300 mortos e mais de 600 feridos, de acordo com a Plataforma Eleitoral Decide, um dos organismos da sociedade civil que acompanhou o processo.ANG/RFI
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