sexta-feira, 22 de julho de 2011

Agricultura : Para combater a insegurança alimentar

Governo perspectiva mecanizar agricultura para garantir auto-suficiência e vender excedentes
Bissau, ANG – O Primeiro-ministro guineense defendeu que a agricultura guineense, que é tradicional e de subsistência, deve passar, paulatinamente, para uma lavoura mais produtiva e competitiva, visando não apenas o consumo familiar, mas criar excedentes para colocar no mercado.

Troca do convenio de entrega entre MADR e Rep. do BOAD
Carlos Gomes Júnior falava na cerimónia de entrega de 9 tractores, igual número de viaturas dupla cabine, um conjunto de moto-cultivadoras e diferentes alfaias agrícolas, financiados pelo Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD), num montante superior a 1.5 bilião de francos CFA.
O fornecimento destas matérias veio na sequência do programa de emergência e de apoio a segurança alimentar desenhada pelo governo, através do Ministério da Agricultura para melhorar a produção agrícola na Guiné-Bissau.
“A par desta agricultura familiar, que encorajamos, estamos a apostar seriamente na produção moderna, encarada numa perspectiva industrial e complementar aquela”, informou o chefe do executivo que evocou o projecto AGROGEBA como comprovativo de que a modernização produtiva pode trazer resultados encorajadores e muito produtivos.
Depois de reconhecer que a agricultura constitui principal alavanca do desenvolvimento nacional, susceptível de criar empregos e apoiar outros sectores, o Primeiro-ministro prometeu investir no sector, através de criação de infra-estruturas de apoio a produção, nomeadamente, ordenamentos hidroagrícolas, reabilitação de pistas rurais, aquisição de equipamentos e sementes melhoradas, entre outros.
Carlos Gomes Júnior explicou que a preocupação de minimizar os esforços desprendido pelos produtores, com a distribuição destes materiais e equipamentos que se vai efectuar, inscreve-se no quadro dum programa elaborado pelo governo para lutar contra a insegurança alimentar e a fome.
“Por isso vamos continuar a mobilizar recursos para desenvolver o sector agrícola”, sublinhou o chefe do executivo guineense que prometeu cumprir o chamado Engajamento de Maputo, que consiste na atribuição de 10 por cento de Orçamento geral de Estado de cada país africano a agricultura.
A concluir, advertiu que “temos de produzir o suficiente para nos alimentarmos”, uma vez que lembrou que a máxima do líder fundador da nacionalidade era “a agricultura é a base da economia nacional”.
PM ensaiando um dos tractores
Por sua vez, O Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural defendeu que a agricultura e a segurança alimentar deveriam figurar no centro do esforço do desenvolvimento durável e luta contra a pobreza.
Por estas razões, prosseguiu Barros Bacar Banjai, o executivo formulou duas estratégias para o sector agrícola e rural, nomeadamente de urgência face a escassez alimentar, através de fornecimento de sementes melhoradas e insumos agrícolas.
Ainda definiu-se também a estratégia de investimento e de apoio ao reforço de capacidades dos agricultores, das organizações camponesas de base, com vista a torna-los mais resilientes, assistindo-os na recuperação de bases de produção.
“É neste contexto que o país acabou por beneficiar deste apoio do BOAD em materiais e equipamentos agrícolas”, frisou o Ministro da Agricultura, que prometeu fazer uso “modesto e parcimonioso” dos meios de produção entregue a instituição que dirige.
Barros Bacar Banjai indicou que esta maquinaria vai permitir as famílias produtoras a aumentarem as suas áreas de produção tradicional em mais de 3 hectares, melhorar as condições de processamento dos cereais e aliviar, sobretudo as mulheres que levam até 3 messes em operações de debulha e descasque de arroz.
Defendeu que o essencial é a introdução da mecanização agrícola, o que vai permitir a saída da agricultura de subsistência e de precariedade alimentar para a de mercado. “É esta abordagem tecnológica que vai libertar mão-de-obra das tarefas mais cansativas e menos produtivas para aplicar nas áreas em que pode fazer diferença”, acrescentou.
Para ilustrar a importância de mecanização agrícola, o ministro aludiu o exemplo seguinte; o tractor agrícola é um elemento essencial em qualquer programa de combate a fome e a pobreza, pois se ela for equipada de respectiva alfaia, pode preparar 5 hectares de terra com três passagens num único dia.
“Para fazer o mesmo trabalho no mesmo tempo, seriam necessários mais de 200 indivíduos”, mencionou o Ministro da Agricultura que enumerou as qualidades positivas desta engenhoca como a mais rápida, eficiente, perfeita e mais produtiva e rentável.
O Ministro que não deixou de agradecer o BOAD pelo apoio concedido, referiu as questões de barragens, nivelamento de solos agrícolas, como factores indispensáveis para a cultura do arroz e lembrou que o país atravessa enormes dificuldades na sua luta pela promoção do progresso que tanto se almeja
“É Nossa convicção de que com o esforço de todos, a Guiné-Bissau não só poderá atingir a auto-suficiência alimentar a médio termo, mas sobretudo, recuperar o seu estatuto de exportador de arroz e outros produtos agrícolas”, estimou Barros Bacar Banjai questionando se tal feito foi possível antes, porque é que não pode ser feito hoje?
Por fim, o representante residente do BOAD considerou que a entrega destes materiais e equipamentos irão ajudar na campanha agrícola 2011/2012 e subsequentes e avisou para combater a insegurança alimentar é necessário melhorar o potencial da produção local de cereais.
O acto foi assistido pelos membros do governo, corpo diplomático acreditados no país e foi antecedido pela apresentação de peças teatrais do agrupamento cultural “Netos de Bandim”.
ANG/JAM













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