quarta-feira, 20 de julho de 2011

Para garatia da Segurança Alimentar


Militares prometem produzir 42 toneladas de arroz este ano

Bissau, ANG - No âmbito da segurança alimentar e face a subida de preços dos produtos da primeira necessidade na Guiné-Bissau, os militares prometem produzir 42 toneladas de arroz na presente campanha agrícola.
.
A garantia foi dada pelo chefe da Repartição Agrícola e Divisão de Serviços de Estado Maior General das Forças Armadas numa visita realizada este fim de semana a dois campos agro-industrial situados nas localidades de Salato e Famandinga ambos no Sector de Bambadinca, região de Bafatá.

Manuel da Costa disse que o país está a viver momentos de paz e os militares estão envolvidos no processo de desenvolvimento económico. No seu entender, a produção agrícola e engenharia militar são as áreas em que os militares podem ajudar o governo em garantir a segurança alimentar até 2015, tendo em conta os Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento (ODM).

Aquele oficial militar assegurou ainda que as forças armadas precisam no mínimo de 10 tractores, para cultivar os seus três campos agrícolas num total de 986 hectares, que vão ser divididos de seguinte forma; três para o campo agro-industrial de Salato, três para agropecuária de Famandinga e quatro para Bedinca Na Nhasse.

Da Costa salientou que as forças armadas dispõem ainda de um outro campo no sul do país, denominado de Nhacuba, e que neste momento não está a ser cultivado divido a falta de materiais agrícolas. Manifestou a vontade da classe castrense em produzir, mas lamentou a falta de apoios e meios materiais.

“O Governo nunca inclui as actividades produtivas, de saúde e engenharia no orçamento do Estado das forças armadas. Nesta perspectiva somos obrigados a elaborar projectos e a apresentar ao ministro da Defesa, e este por sua vez entrega-o ao da Economia no quadro de Programa de Investimento Público “explicou Manuel.

O chefe da Repartição Agrícola do Estado Maior afirmou que este ano apresentaram três projectos para os seus campos agrícolas bem como para o de Ilondé, na região de Biombo, onde perspectivam a produção e a criação de gados bovinos e ruminantes para alimentação das forças armadas.

Os três projectos calculados em 47 milhões de Cfa, foram financiados mas, infelizmente, o Ministério da Defesa emprestou esse dinheiro para assegurar a alimentação dos militares. Exigiu a devolução do dinheiro o mais tardar até o próximo ano.

Por seu lado o chefe do campo agro-industrial de Salato, informou que o mesmo ocupa uma área de 200 hectares, e nele é praticado diversas culturas desde arroz, banana, entre outras.

Acrescentou que actualmente no campo só se cultiva a mandioca, milho e abóbora numa área de 16 hectares e falta os 184 hectares destinados para o cultivo do arroz e cana-de-açúcar.

Por isso exortou o governo em apoiá-los com os materiais necessários para a agricultura, porque estão determinados em demonstrar que são capazes de contribuir para garantir a segurança alimentar e erradicar a pobreza.

“Queremos que o povo saiba que não só conhecemos as armas, mas também podemos contribuir para o desenvolvimento e o bem-estar da sociedade guineense em geral”, frisou.

Entre outras ajudas solicitadas, o tenente Honório Djassi evoca a construção de um posto de saúde na secção, meios de transporte e melhoria de condições da estrada.

“ Se o governo apostar e apoiar os militares nas suas actividades agrícolas pode reduzir as despesas em alimentos das forças armadas ”aconselhou.

O campo agro-industrial de salato foi criado pelo ex-Presidente da Republica Luís Manuel Cabral e a principal actividade agrícola é a produção de cana-de-açúcar, que depois é transformado e vendido pelo Ministério da Defesa. O dinheiro é revertido para financiar todas as actividades das forças armadas guineenses, mas também é produzido o arroz, banana e mandioca.
O campo agropecuária de Bidenga na Nhasse, secção de Piche, região de Gabu, foi fundado em 1982, com o objectivo de produção de arroz e criação de gados bovinos, mas isso não está a acontecer e actualmente limita-se a produção de arroz numa extensão de 500 hectares.

Explicou que, Já o campo agropecuária de Famandinga criado pelos portugueses em 1952,divido em duas partes, uma para a produção dos comandos africanos e outra para a produção de cereais que serve de alimentação para os soldados portugueses durante a guerra de libertação nacional.
Depois da independência os portugueses abandonaram o campo e foi recuperado pelas forças armadas guineenses em 1985 com o objectivo de manter o projecto de Amílcar Cabral que é o militante número um do PAIGC.

“Neste campo de Famandinga temos quatro tractores de tipo MS 304, mas só dois é que estão a funcionar em pleno, com o apoio do Ministério da Agricultura no quadro da cooperação entre o governo da Guiné-Bissau e seu congénere da China” explicou.

Questionado sobre a capacidade actual de produção, o engenheiro disse que os três campos estão a funcionar a meio gás e a produção não é suficiente para alimentar as forças armadas, mas prometeu que este ano vão produzir 42 toneladas de arroz, resultado do aumento da área cultivada em relação ao ano passado, em que produziram 7 toneladas.

Disse que vão superar esta quantidade porque cultivaram uma área de 22 hectares, num campo de 286 hectares.

Interrogado sobre a situação sanitária dos militares que labutam nos referidos campos, apontou a falta de posto de saúde, pessoal médico e meio de transporte como grandes obstáculos neste domínio.

“Em caso da doença somos obrigados a percorrer 20 km até Bambadinca, através da motorizada, para que a pessoa possa receber tratamento médico.

ANG/ LPG

  

    

Sem comentários:

Enviar um comentário