sexta-feira, 29 de julho de 2011

ONU


Fundo da Paz da ONU Vai Disponibilizar 17 Milhões de Dólares à Guiné-Bissau

Bissau, ANG – O Fundo para a Consolidação da Paz das Nações Unidas, vai disponibilizar cerca de dezassete milhões de dólares à Guiné-Bissau destinado a financiar as reformas do sector da Defesa e Segurança e promover o diálogo nacional e emprego jovem.

Joseph Mutaboba
O anúncio foi feito pelo Representante Especial do Secretário Geral das Nações Unidas, durante uma conferencia de imprensa realizada hoje, e no qual procedeu ao balanço da sua participação em Nova Yorque, na reunião da Comissão de Consolidação da Paz e com os parceiros da Guiné-Bissau em Londres e Bruxelas.

“No Conselho de Segurança e com as autoridades britânicas, em Londres, e europeias, em Bruxelas, falei dos desafios que a Guiné-Bissau enfrenta e da melhoria progressiva da situação política e de segurança no país, nomeadamente com a criação de condições de base para o diálogo e a implementação da reforma do sector de defesa e segurança”, informou Joseph Mutaboba.

O diplomata garantiu que os seus interlocutores reiteraram a disponibilidade e engajamento a favor da Guiné-Bissau, para ajudá-la na sua marcha para a consolidação da estabilidade, e na condução das reformas, rumo ao desenvolvimento.

De acordo com Mutaboba, os parceiros saudaram os recentes desenvolvimentos positivos verificados no país, nomeadamente a retoma da cooperação com a União Europeia e a aprovação do Roteiro da CEDEAO/CPLP para a reforma do sector de Defesa e Segurança.

“O governo, a CEDEAO e a CPLP estão a trabalhar, em coordenação com as Nações Unidas e outros parceiros da Guiné-Bissau para a implementação efectiva deste roteiro. Recordo-vos que importantes progressos foram registados no quadro da reforma do sector de defesa e segurança designadamente os esforços de Angola, Brasil e Portugal enquanto membros da CPLP”, explicou salientou o representante do Scretario Geral da ONU na Guiné-Bissau.

Relativamente ao diálogo nacional, Joseph Mutaboba disse que foram registados progressos extremamente encorajadores, nomeadamente em relação a conferência nacional, cujas consultas regionais já iniciram e espera-se que sejam concluídas ainda no fim deste mês.

“As sessões para os sectores de defesa e segurança assim como da diáspora (Dakar E Lisboa), foram igualmente muito positivas”, elogiou Joseph Mutaboba.

Prometeu que o Gabinete Integrado das Nações Unidas na Guiné-Bissau vai continuar a suportar o processo com vista a realização da conferência nacional prevista para o fim de ano.
Esta conferencia, acrescentou, vai permitir a criação de mecanismos permanentes de diálogo, que poderão reforçar os progressos democráticos, favorecer a reconciliação e contribuir para a prevenção de conflitos.

“A cultura do diálogo inclusivo deve ser permanente e a todos os níveis, nomeadamente nas esferas do poder. De igual modo, é preciso que todos os actores guineenses utilizem os instrumentos de diálogo político existentes”, aconselhou Joseph Mutaboba.

Declarou que acompanha de muito perto os recentes desenvolvimentos políticos em Bissau e revelou ter tido já um encontro “bastante positivo” com o Colectivo da Oposição Democrática.

“Tomei boa nota das suas preocupações e lembrei também a responsabilidade que cabe a cada actor político e a sociedade civil em apoiar os esforços em curso para a consolidação da estabilidade do país, nomeadamente as reformas económicas, administrativas, institucionais bem como a reforma do sector da defesa e segurança”, advertiu.

Mutaboba sublinhou ainda que o sector da justiça deve constituir a prioridade das prioridades e todos devem ser interpelados nesse quadro.

“Como podem constatar, a Guiné-Bissau atravessa um momento crítico marcado por avanços no que concerne a estabilidade e a condução das reformas e que precisam ser reforçadas e consolidadas”,apontou.

Disse que este momento positivo é acima de tudo, o fruto de trabalho dos guineenses, como aconteceu aquando dos preparativos das consultas com Bruxelas nos quais foram envolvidos a sociedade civil e as autoridades militares.

Adiantou que essa abordagem privilegiando a união e que o Secretário-geral das Nações Unidas destacou no seu último relatório, é essencial se a Guiné-Bissau quiser enfrentar os seus compromissos e desafios.

ANG/ÂC

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