Médio Oriente/Quase 1.400 palestinianos morreram a aguardar ajuda humanitária
Bissau, 01 Ago 25 (ANG) - A ONU afirmou hoje que 1.373 palestinianos morreram desde o final de maio enquanto aguardavam ajuda humanitária na Faixa de Gaza, coincidindo na avaliação reportada com o Ministério da Saúde de Gaza.
"A maioria destas mortes foi executada pelo
Exército israelita", lamentou o Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Direitos Humanos, em comunicado, acrescentando que estes tiroteios continuam
a ocorrer ao longo das rotas utilizadas pelo Fundo Humanitário de Gaza, que é
apoiado pelos Estados Unidos e por Israel.
A agência da ONU indicou que, desde 27 de maio, 859 destas
mortes foram registadas apenas nas proximidades das áreas de distribuição
estabelecidas pela organização, enquanto outras 514 pessoas morreram ao longo
das rotas utilizadas pelas caravanas de ajuda humanitária.
"Embora estejamos cientes da presença de outros elementos
armados nas mesmas áreas, não temos informações que sugiram que estes grupos
estejam ligados a estas mortes", referiu o comunicado.
Em apenas dois dias, entre 30 e 31 de julho, 105 palestinianos
foram mortos e 680 ficaram feridos na zona de Zikim, no norte da Faixa de Gaza,
segundo os números da ONU.
Por sua vez, a organização não governamental Human Rights Watch
(HRW) acusou o Exército israelita de cometer "crimes de guerra" na região
e apelou ao fim, "o mais rapidamente possível", da "malnutrição
em massa" provocada por esta situação.
"Implementaram um sistema militarizado de distribuição de
ajuda com o apoio dos Estados Unidos, e isso transformou a entrega de ajuda em
banhos de sangue", afirmou a organização em comunicado.
"A grave situação humanitária é o resultado direto da
utilização da escassez de alimentos por Israel como arma de guerra contra
civis, um claro crime de guerra cuja utilização é intencional", disse a
HRW.
A diretora associada da HRW para conflitos e crises, Belkis
Wille, acusou Israel de "não estar apenas a matar de fome os civis
palestinianos, mas também a disparar sobre eles enquanto procuram
desesperadamente comida para as suas famílias".
"As forças e os contratados israelitas são apoiados pelos
Estados Unidos e implementaram um sistema militarizado de entrega de
ajuda", denunciou Wille.ANG/Lusa

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