Ruanda/Governo aceita acolher até 250 migrantes expulsos dos Estados Unidos
Bissau, 05 Ago 25 (ANG) - O Ruanda concluiu um acordo com Washington para acolher até 250 migrantes expulsos dos Estados Unidos, indicaram , segunda-feira, fontes do governo de Kigali.
Segundo estas mesmas fontes, o acordo já foi rubricado
em Junho e os americanos já transmitiram uma lista contendo dez nomes aos seus
parceiros ruandeses.
"O Ruanda chegou a um consenso com os Estados Unidos para aceitar
até 250 migrantes, em parte porque quase todas as famílias ruandesas conheceram
as dificuldades do deslocamento e que os valores da sociedade ruandesa
baseiam-se na reintegração e reabilitação", disse a porta-voz do governo ruandês, Yolande Makolo,
ressalvando contudo que Kigali conserva o direito de recusar a entrada no seu
território de qualquer pessoa expulsa pelos Estados Unidos.
"As pessoas cuja entrada for aceite, vão beneficiar de uma formação
profissional, cuidados de saúde e apoio ao alojamento para recomeçar a sua vida
no Ruanda", indicou ainda a
porta-voz do governo de Kigali.
Nem
a Casa Branca, nem o departamento de Estado americano se expressaram até ao
momento sobre este acordo.
Refira-se
contudo, que no âmbito da sua luta activa contra a imigração ilegal no seu país
e apesar de diversas críticas dos activistas dos Direitos Humanos, o Presidente
Trump tem estabelecido uma série de acordos com países terceiros para acelerar
o processo de deportação dos clandestinos. Washington escolheu em particular
expulsar os migrantes para países em situação precária, como o Sudão do Sul que
já acolheu no mês passado 8 migrantes, ou ainda o Essuatíni que acolheu
igualmente em meados de Julho 5 homens apresentados pela administração Trump
como sendo "criminosos".
Recorde-se
por outro lado que em 2022, Kigali já tinha estabelecido um acordo desta
natureza com a Grã-Bretanha, tendo recebido neste âmbito o equivalente de 280
milhões de Euros de compensação. Contudo, este acordo assinado com o então
primeiro-ministro Boris Johnson foi considerado ilegal pela justiça de Londres
e foi definitivamente abandonado com a chegada de Keir Starmer a Downing Street
no ano passado.ANG/RFI

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