Brasil/Já com pulseira, Balsonaro agora fica em domiciliária
Bissau, 05 Ago 25 (ANG) - O antigo chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro, viu as medidas impostas pelo Supremo tribunal Federal serem endurecidas, depois de o juiz Alexandre de Moraes dizer que "não há dúvidas" de que este não tem cumprido com as medidas cautelares impostas há menos de um mês.
Oantigo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, vai ficar
em prisão domiciliária, depois de o juiz Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), ter considerado que este tinha violado medidas
cautelares impostas há menos de um mês.
“Não há dúvidas de que houve o
descumprimento da medida cautelar imposta a jair Messias Bolsonaro”, escreveu o
juiz no despacho citado pelo g1.
Para além de estar sujeito ao uso de
pulseira eletrónica e ficar a cumprir prisão domiciliária, Bolsonaro fica agora proibido de receber visitas,
a menos que sejam familiares próximos e advogados, bem como de usar qualquer
telemóvel, direta ou indiretamente.
Bolsonaro estava sujeito a restrições
judiciais que o obrigavam a permanecer em casa à noite e aos fins de semana,
usar pulseira eletrónica e abster-se de utilizar as redes sociais no âmbito do
processo de tentativa de golpe de Estado.
Na decisão tomada esta semana, Alexandre
de Moraes considerou que estas medidas cautelares foram violadas, justificando
que Bolsonaro utilizou as redes de aliados, incluindo dos seus três filhos,
para divulgar mensagens com "claro
conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e
apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro".
O despacho citado pela imprensa
brasileira refere ainda que as condutas do antigo chefe de Estado do Brasil
demonstram "a necessidade e adequação de
medidas mais gravosas de modo a evitar a contínua reiteração delitiva do
réu", que ao usar as redes sociais de terceiros manteve uma
“influência ativa” no debate político digital.
Esta medida já era uma possibilidade há
semanas, quando, por exemplo, a 22 de julho, os advogados de Bolsonaro foram
convocados pelo Supremo Tribunal Federal para justificar a participação do
antigo presidente num evento na Câmara dos Deputados com dezenas de
deputados, que foi transmitido nas redes sociais.
Desde o mês passado até mais
recentemente, há alguns exemplos deste tipo de comportamentos e consequências,
já que, no domingo, milhares de apoiantes de Bolsonaro saíram à rua em várias
cidades do Brasil, em protesto contra o juiz Alexandre de Moraes.
Agora, face a este cenário, a defesa
'volta ao ataque', defendendo que o antigo presidente do Brasil não incumpriu
com nenhuma medida cautelar e que vai recorrer do decreto de prisão
domiciliária imposto pelo STF.
“A defesa fpo surpreeendida com a
decretação de prisão domiciliar, tendo em vista que o ex-presidente, Jair
Bolsonaro não cumpriu qualquer medida”, lê-se num comunicado enviado à
imprensa, que aponta ainda que a mensagem lida pelo antigo presidente do Brasil
durante os protestos de domingo "não pode ser compreendida como
descumprimento de medida cautelar, nem como ato criminoso."
Bolsonaro participou nas manifestações
por telefone: no Rio de Janeiro, o seu discurso foi transmitido através do
senador e filho Flávio Bolsonaro, enquanto em São Paulo Jair Bolsonaro
participou na manifestação através de uma videochamada exibida por um deputado.
A defesa de Jair Bolsonaro afirmou que o
ex-presidente brasileiro não incumpriu com nenhuma medida cautelar e que vai
recorrer do decreto de prisão domiciliária imposto pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) do Brasil.
Durante os protestos de domingo havia,
para além da bandeira do Brasil, bandeiras dos Estados Unidos, assim como
cartazes onde se lia:”Obrigado, Trump.”
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem
saído sempre em defesa de Bolsonaro, criticado o presidente, Lula da Silva,
assim como imposto tarifas e deteriorado as relações entre os EUA e o Brasil.
Numa nota divulgada nas redes sociais, o
Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos
Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Moraes "já
ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos,
continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar
a democracia."
Os Estados Unidos criticaram a prisão
domiciliária do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro decretada na
quarta-feira pelo juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Alexandre
de Morais, e prometeram responsabilizar todos os envolvidos.
Lusa |
06:14 - 05/08/2025
Os Estados Unidos consideram que
"impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender
publicamente não é um serviço público".
"Deixem Bolsonaro falar!", lê-se na mesma nota, na qual os Estados Unidos "condenam a ordem de Moraes que impôs
prisão domiciliária a Bolsonaro", prometendo ainda que vão
responsabilizar "todos aqueles
que colaborarem ou facilitarem condutas sancionadas".
Os Estados Unidos consideram que
"impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender
publicamente não é um serviço público".
No âmbito deste processo, o Ministério
Público, considera que além de Bolsonaro ter discutido com os seus ministros e
altos oficiais militares medidas para anular as eleições e até mesmo matar Lula
da Silva, o antigo presidente dos Brasil incentivou o ataque às sedes da
Presidência, do Congresso e do Supremo Tribunal, promovido por milhares de
radicais a 8 de janeiro de 2023.ANG/Lusa

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