Camberra/Justiça australiana rejeita pedido
para suspender despejo da embaixada da Rússia
Bissau, 26 Jun 23 (ANG) – O Supremo Tribunal da Austrália rejeitou hoje um pedido da Rússia para suspender o despejo, por motivos de "segurança nacional", de um terreno onde deveria ser construída a nova embaixada russa na capital australiana, Camberra.
Ao
rejeitar o pedido, a juíza Jayne Jagot descreveu como “fraco” e “difícil de
entender” o recurso da Rússia, que alegava que a lei aprovada pelo parlamento
em Camberra violava a constituição australiana.
O
local, localizado a apenas 100 metros do edifício parlamentar, arrendado pela
Rússia desde 2008 e com uma licença de construção desde 2011, tem apenas um
pequeno edifício cuja construção parece ter sido interrompida há algum tempo.
O
advogado da Rússia, Elliot Hyde, argumentou que o embaixador Alexey Pavlovsky
não teria confiança na integridade e segurança do edifício já existente se não
tivesse permissão para manter a posse do terreno até haver uma decisão final
sobre a rescisão do contrato.
Desde
a semana passada que um homem, inicialmente descrito como um diplomata russo,
está a viver num contentor no terreno, encomendando comida ao domicílio e
recusando-se a abandonar o local.
O
homem está a ser vigiado pela polícia federal australiana, que, em princípio,
não o pode retirar por beneficiar de imunidade diplomática, avançou o jornal
The Australian.
No
recurso apresentado ao tribubal, Elliot Hyde revelou que o homem não era um
diplomata, mas sim um guarda da segurança da embaixada.
Há
duas semanas, o parlamento aprovou uma lei com o objetivo de bloquear a
construção da nova embaixada russa em Camberra.
A
medida, que pôs imediatamente termo ao contrato de arrendamento do terreno, foi
tomada na sequência de uma recomendação do comité de segurança nacional,
segundo a qual a nova delegação diplomática russa representaria um risco
"em termos de interferência política" nas atividades do parlamento
australiano.
Moscovo
condenou o que chamou de atitude "hostil" dos legisladores da
Austrália, classificando-a de "russofobia" e disse que a teria em
conta, no futuro, em questões que exijam "reciprocidade".
A
Austrália condenou repetidamente a invasão da Ucrânia pela Rússia e aplicou
sanções contra mais de mil dirigentes, empresários e organizações russas, ao
mesmo tempo que enviou ajuda humanitária e militar a Kiev. ANG/Lusa
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