África do Sul/Presidente Ramaphosa inicia diálogo de paz africano em Kiev
Bissau, 16 Jun 23(ANG) – O chefe de Estado da África do Sul, Cyril Ramaphosa, deve avistar-se esta sexta-feira na capital ucraniana, Kiev, com o Presidente, Volodymyr Zelensky, no âmbito da Missão de Paz Africana, anunciou hoje a Presidência da República sul-africana.
Nesse sentido, o Presidente
sul-africano deslocou-se a Varsóvia onde se avistou, quinta-feira à tarde com o
seu homólogo Andrzej Duda, da Polónia, país que partilha fronteiras com a
Ucrânia e a Rússia, avançou em comunicado, a que a Lusa teve acesso.
“O Presidente Ramaphosa segue agora
para a capital ucraniana, Kiev, para deliberações amanhã, como membro da Missão
de Paz Africana, com o Presidente Volodymyr Zelensky”, referiu.
A delegação integra os chefes de
Estado da África do Sul, Zâmbia, Comores, Congo Brazzaville, Egito, Senegal e
Uganda, “como representantes de um continente que tem sentido o impacto
económico adverso do conflito”, sublinhou.
Pretória informou que nas últimas
semanas, o Presidente Ramaphosa conversou com o Presidente da Federação Russa,
Vladimir Putin, o Presidente Zelensky, o Presidente da República Popular da
China, Xi Jinping, outros líderes de países do bloco BRICS (Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul) e o secretário-geral das Nações Unidas, António
Guterres.
As conversas incidiram sobre os
esforços de facilitação de “um processo pacífico para o conflito
Ucrânia-Rússia, em consonância com a posição da África do Sul como Estado
não-alinhado”.
Ainda na sexta-feira, Ramaphosa desloca-se
à Rússia, e a delegação de chefes de Estado africanos será recebida pelo
Presidente Putin, no sábado, em São Petersburgo, segundo a Presidência da
República.
O chefe de Estado sul-africano
regressa domingo a Pretória.
“Estamos satisfeitos e encorajados
pela abertura com que os dois Presidentes se comprometeram a dialogar com os
líderes africanos sobre este assunto. Na nossa própria experiência, é em tempos
de conflito agravado que a busca pela paz deve ser igualmente acelerada”,
sublinhou o Presidente sul-africano, citado no comunicado.
“Esta iniciativa de paz deve ser vista
como um complemento de outras iniciativas de paz apresentadas por outras
partes. A força desta missão é que os líderes africanos estarão envolvidos com
ambas as partes”, acrescentou.
A ofensiva militar lançada em 24 de
Fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de
14,7 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2
milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU,
que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos
precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e
alojamento.
A invasão russa – justificada pelo
Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e
desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela
generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de
armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e
económicas.
A ONU apresentou como confirmados
desde o início da guerra 8.983 civis mortos e 15.442 feridos, sublinhando que
estes números estão muito aquém dos reais.
ANG/Inforpress/Lusa
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