Burquina-Faso/Grupos armados estão "a lançar o caos" no país
Bissau,15 Jun 23(ANG) - A Organização Não-Governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) disse quarta-feira que vários grupos islâmicos armados estão a "lançar o caos" no Burkina Faso, defendendo que as autoridades de transição devem garantir mais segurança às populações.
"Os grupos
islâmicos no Burkina Faso mataram muitos civis, pilharam e incendiaram
propriedades e forçaram milhares de pessoas a fugir do seu país devido aos
ataques que se intensificaram desde o final do ano passado, cercando cidades
inteiras e impedindo os residentes de receberem alimentos, serviços básicos e
ajuda humanitária", diz a HRW.
Num comunicado
divulgado, quarta-feira, esta ONG dedicada à ajuda humanitária diz que há um
aumento das atrocidades cometidas por estes grupos que controlam mais de metade
do país e defende que o Governo de transição tem de fazer mais para ajudar a
população.
"Os grupos
islâmicos armados estão a semear o caos no Burkina Faso, atacando aldeias e
cidades e cometendo atrocidades contra os civis", disse a directora
adjunta para África na HRW, Carine Kaneza Nantulya, acrescentando: "As
autoridades de transição devem trabalhar com as entidades regionais e os
governos cooperantes para garantir melhor protecção e mais assistência às
populações em risco".
A HRW lembra que "o
aumento das baixas entre a população e os militares, para além da perda de
controlo de uma vasta área de território, fomentou a existência de dois golpes
militares no país desde 2022".
Desde 2015, o Burkina
Faso tem sido palco de uma espiral de violência terrorista que começou no Mali
e no Níger alguns anos antes e se espalhou para além das suas fronteiras.
Nos últimos sete anos, a
violência custou a vida a mais de 10 mil civis e soldados, segundo as ONG, e
gerou mais de dois milhões de deslocados.
De acordo com o Governo,
o exército controla 65% do território nacional.
Desde Setembro último, o
Burkina Faso é governado por uma junta militar dirigida pelo capitão Ibrahim
Traoré, que chegou ao poder na sequência de um golpe de Estado, o segundo em
oito meses no país.
Desde então, Ouagadougou
exigiu a saída de 400 militares das forças especiais francesas que se encontravam
no país para combater os terroristas e denunciou um acordo de ajuda militar
assinado com a França em 1961. ANG/Angop
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