Berlim/Extremismo islâmico agrava
perseguição religiosa na África subsaariana
Bissau, 22 Jun 23 (ANG) - A perseguição religiosa piorou desde
2021 em muitos países da África subsaariana, incluindo Moçambique, Nigéria,
República Democrática do Congo (RDC) e Sudão, sobretudo devido ao extremismo
islâmico, refere um relatório sobre a liberdade religiosa no mundo hoje
divulgado.
"Os acontecimentos em África durante o período em análise
foram ensombrados por uma explosão de violência infligida a populações
militares e civis na África subsaariana por grupos `jihadistas` locais e
transnacionais, que perseguem sistematicamente todos aqueles que não aceitam a
ideologia islamista extrema", denuncia a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
(AIS).
A instituição cita um estudo de 2023 do Centro Africano de
Estudos Estratégicos, que mostra, por exemplo, que a violência perpetrada por
militantes islamistas no Sahel e na Somália "representou 77% do total de
eventos violentos relatados em toda a África em 2022".
Para o relatório, produzido de dois em dois anos, foi feita a
análise de 196 países e a conclusão é que "em 28 há perseguição e 13
destes situam-se em África, onde em muitas regiões a situação se deteriorou
fortemente".
A perseguição, crimes de ódio e violência desencadeados por
motivos religiosos aumentou com o florescimento da radicalização e do
extremismo violento na África subsaariana, aponta o relatório de 2023 da
fundação, que explica que grupos como o autoproclamado Estado Islâmico e a
Al-Qaida, "não criam novas divisões, mas exploram e aprofundam as já
existentes".
"A violência islamista está presente em toda a África, mas
os principais teatros de actividade estão concentrados no Sahel, na bacia do
Lago Chade, na Somália e em Moçambique", lê-se no documento.
Além de Moçambique, a RDC, o Burkina Faso, os Camarões, o Tchad,
o Níger e o Sudão são alguns dos países da região onde a liberdade religiosa
piorou no período em análise, segundo o relatório.
A instituição destaca a "situação dramática que se vive na
Nigéria ao nível dos direitos humanos e muito concretamente no que respeita à
perseguição religiosa à comunidade cristã".
O caso da Nigéria está, aliás, em foco na apresentação hoje, na
Assembleia da República, do Relatório de 2023 da Fundação AIS sobre a Liberdade
Religiosa no Mundo. ANG/Angop
Sem comentários:
Enviar um comentário