Jerusalém/Netanyahu diz que 90% dos problemas
de segurança de Israel têm origem no Irão
Bissau,13
jun 23 (ANG) – O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse hoje
que “mais de 90% dos problemas de segurança” de Israel têm origem no Irão e que
nenhum acordo nuclear com a república islâmica vinculará o seu país.
“Mais de 90% dos nossos problemas de
segurança têm origem no Irão e nos seus representantes, e a nossa política tem
como objetivo aumentar o círculo de paz, travar o Irão e os seus
representantes”, disse Netanyahu na sua primeira audição no atual Governo
perante o Comité de Assuntos Exteriores e Defesa do Knéset (parlamento
israelita).
O primeiro-ministro referiu-se aos
rumores sobre supostas conversações indiretas entre os Estados Unidos e o Irão,
através de Oman, para retomar um pacto nuclear e insistiu que “nenhum acordo
será vinculativo para Israel, que continuará a fazer todo o possível para se
defender”.
Israel considera o Irão uma “ameaça
existencial” e opõe-se a qualquer tipo de integração na comunidade
internacional através de um acordo que trave o seu programa atómico, enquanto
no campo militar se prepara inclusivamente para um eventual conflito armado com
o regime dos aiatolas.
Sobre o papel de Israel no Médio
Oriente, Netanyahu insistiu que a prioridade é “expandir o círculo de paz”, uma
referência velada aos esforços israelitas de estabelecer relações diplomáticas
com a Arábia Saudita, o país sunita com mais influência na região, e ampliar os
Acordos de Abraham, através dos quais Israel já estabeleceu laços em 202 com os
Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos.
A recente visita do secretário de
Estado norte-americano, Antony Blinken, a Riade tinha na agenda a normalização
de relações com Israel, algo a que a Arábia Saudita não se opõe, mas que
implica concessões na questão palestiniana que levem à criação de um Estado
palestiniano.
No centro da política externa
israelita está “travar o Irão” e ampliar os vínculos com outros países árabes
moderados da região, para desenvolver uma “fortaleza diplomática”.
“Com uma mão estamos a trabalhar para
travar o Irão e com a outra estamos a trabalhar energicamente para expandir o
círculo da paz. Isso representa grandes desafios e grandes oportunidades para
nós”, disse o primeiro-ministro israelita.
Israel considera que outros poderes
regionais, como o regime sírio de Bashar al-Assad, a milícia libanesa xiita
Hezbollah, os grupos palestinianos Hamás e Jihad Islâmica, ou milícias
pró-iranianas na Síria e no Iraque, atuam como satélites do Irão na região, com
o objetivo de destruir o Estado judaico. ANG/Lusa
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