Ucrânia/ ONU defende acordo sobre exportação de cereais face a ameaças de Putin sair
Bissau, 14 Jun 23(ANG) – A Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu hoje a importância do acordo sobre exportação de cereais e o efeito que teve na redução dos preços globais dos alimentos, após as últimas críticas do Presidente russo, que está a equacionar abandoná-lo.
Questionado
sobre as observações de Putin, o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, evitou
responder diretamente ao líder russo, mas sublinhou que a ONU continuará a
fazer tudo o que estiver ao seu alcance para manter vivo um pacto que considera
muito positivo.
“É
claro que (…) houve uma queda nos preços globais dos alimentos e estamos
interessados em ver como isso continua para garantir que os preços não voltem a
subir”, disse o porta-voz durante a sua conferência de imprensa diária.
Dujarric
recordou ainda que a ONU continua a trabalhar para facilitar as exportações
russas de cereais e fertilizantes, tendo conseguido “alguns progressos”, embora
subsistam obstáculos.
Este
ponto é uma das principais queixas de Putin, que considerou hoje que o seu país
foi enganado e que “nada” foi feito para remediar a situação causada pelos efeitos
colaterais das sanções ocidentais, que não afetam diretamente os produtos
alimentares mas que, segundo as Nações Unidas, dificultam as vendas russas
devido a questões de seguros, pagamentos e ao receio de as empresas violarem as
sanções.
Além
disso, o Presidente russo criticou o destino das exportações ucranianas de
cereais facilitadas pelo acordo, afirmando que uma grande parte delas vai para
a União Europeia (UE).
A
Rússia não assinou este acordo para favorecer a Ucrânia, “mas para os nossos
países amigos em África e na América Latina. Porque os cereais devem ir, antes
de mais, para os países mais pobres”, insistiu Putin.
Neste
sentido, Dujarric recordou que a ONU não tem nada a dizer sobre os “contratos
comerciais” que orientam estas vendas e recordou que os dados são públicos.
China,
Espanha, Turquia, Itália, Holanda, Egito, Bangladesh e Israel são atualmente os
países que mais produtos receberam da Ucrânia, de acordo com os dados da ONU.
Em
todo o caso, o porta-voz insistiu que a saída destes produtos melhorou a
situação dos preços dos alimentos a nível mundial.
Questionado
sobre outra alegação do Kremlin – de que a Ucrânia usaria os corredores
marítimos para lançar ataques de drones – Dujarric disse não ter informações
sobre o assunto. ANG/Inforpress/Lusa
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