terça-feira, 20 de junho de 2023

Moçambique/Guerrilheiros da Renamo recentemente desmobilizados apelam a verdadeira reconciliação

Bissau, 20 Jun 23 (ANG) - Os antigos guerrilheiros, desmobilizados da última base da Renamo no distrito de Gorongosa, província de Sofala no centro de Moçambique, pedem para que não sejam alvo de raptos e assassinatos como tem estado a acontecer com os seus antigos colegas de trincheira. 

Apelam a uma verdadeira reconciliação nacional, pois com a passagem à vida civil, afirmam que pretendem agora desenvolver actividades de geração de renda e contribuir para o desenvolvimento de Moçambique.  

Foi com apelos de paz e à reconciliação nacional que os antigos guerrilheiros da Renamo saídos da última base em Vunduzi  passaram à vida civil, diz o antigo major general Adriano Magaia.

"O que queremos todos, nós que vamos sair para casa, não pode haver vingança. Aquilo de levar pessoa em Manica, ir matar em Nhamatanda, sequestros, não aceitamos isso, é mau", considera o ex-major general.

Para trás ficam vários anos nas matas de uma guerra pela democracia, mas "é hora de reiniciar a vida", diz, satisfeita, Monorina Cipriano cuja missão, ao longo de décadas, foi a de controlar o efectivo de homens existentes.

"Vou para casa, quero ir fazer os meus negócios. Quero ir entrar na agricultura. Quando eu receber esse meu valor, quero ir comprar motobomba, quero ir cultivar batata-reno", diz a antiga combatente.

Entre os guerrilheiros que passaram à vida civil, figura uma das filhas do líder histórico da perdiz Afonso Dhlakama, que nas matas nasceu, cedo saiu para a cidade, mas em 2012 decidiu retornar para junto dos seus pais de quem apesar da morte, considera que os ensinamentos vão continuar, sobretudo, na luta de uma vida melhor para o povo. ANG/Lusa

 

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