segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Dia das FARP


Jornalistas  satisfeitos com  organização das estruturas militares de Bissau

Bissau, 12 Nov 18 (ANG) – Uma equipa de jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social públicos e privados, visitou no último fim-de-semana os aquartelamentos militares da capital Bissau, no âmbito das comemorações dos 54 anos da criação das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP) que se assinala no próximo dia 16 de Novembro.

Em declarações à imprensa no final da visita, o porta-voz dos jornalistas, Fulgêncio Mendes Borges disse que a visita serviu para os profissionais de comunicação social conhecerem de perto como funciona as diferentes estruturas militar do país.

“Com esta visita, constatamos que afinal as estruturas militares do país estão melhor  organizadas  que muitas outras instituições de Estado”, assegurou Mendes Borges.

Mendes Borges apelou  ao Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Biague Na Ntam para continuar com a iniciativa, e sem esquecer de fazer o mesmo com as outras estruturas militares no interior do país.

O Chefe dos Assuntos Sociais e Relações Públicas do Estado -Maior General das Forcas Armadas (EMGFA), Albertinho Cuma disse que durante a comemoração do 54º ano das FARP, será exibida a imagem que explica os trabalhos e o desempenho das FARP desde a sua criação. 

Acrescentou  que neste dia será feito um retrato do que foi as FARP a partir de 2014 até o presente ano.   
  
Cuma realçou  que a visita serviu ainda para os diferentes órgãos da comunicação social do país se inteirarem do funcionamento das estruturas militares do Sector Autónomo de Bissau, assim como as dificuldades que os mesmos atravessam.

“Com esta visita, os jornalistas estarão cientes dos trabalhos levado a cabo pelo actual Chefe de Estado-Maior General das Forcas Armadas, Biaguê Na Ntam, na estruturação das diferentes Unidades Militares, do Sector Autónomo de Bissau”, declarou o Chefe dos Assuntos Sociais e Relações Públicas do EMGFA.

De acordo com Albertinho Cuma, o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) criou escolas em diferentes unidades militares do país, para a instrução dos militares antes de partirem para centros de formação, a fim de evitar perturbação administrativos no seio das Forças Armadas.

“No mundo em que nos encontramos hoje, para guiar uma estrutura militar precisamos de acompanhar a evolução das novas tecnologias militares assim como as suas regras, em comparação com outras partes do mundo”, disse Cuma.   
ANG/LLA/ÂC//SG

      

Política


PAIGC repudia repressão violenta da manifestação estudantil pelas Forças de Ordem

Bissau,12 Nov 18 (ANG) - O Bureau Político(BP) do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), repudiou a forma violenta como as forças da ordem reprimiram a manifestação estudantil ocorrida sexta-feira passada, em Bissau.

expressou por unanimidade o seu repúdio pela forma violenta como as Forças de Ordens reprimiram as manifestações estudantis.

O repúdio do maior partido guineense vem expressa nas resoluções da  sua segunda reunião extraordinária do BP, realizada no Domingo em Bissau, à que ANG teve acesso .

O Bureau Político dos libertadores exige a imediata abertura de um exaustivo inquérito que possa apurar e responsabilizar os autores  desta condenável acção, e que provocou  ferimentos graves à alguns manifestantes.

Na reunião, o Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira abriu a sessão dos trabalhos com  algumas considerações sobre o momento político actual e das responsabilidades acrescidas que incumbem os órgãos estatutários do Partido na assumpção de alguns posicionamentos, nomeadamente, de possíveis coligações com outras forças políticas, tendo em conta as próximas eleições legislativas.

A Segunda Reunião Extraordinária do Bureau Político adoptou e remeteu para a agenda do Comitê Central as propostas de eventuais alianças do partido com outras formações políticas.
O Bureau Político do PAIGC apresentou e adoptou o seguinte lema e slogan para a campanha eleitoral do PAIGC: “PAIGC, FORÇA DI POVO - VOTA PAIGC - PA TERRA RANKA UM BIAS, PA SOL IARDI PA TUDO”.

O líder do PAIGC abordou as visitas efetuadas à França e  Portugal tendo acentuado a forma extraordinária e a qualidade demonstrada pelas respectivas Comissões Politicas na organização destes contactos, facto que faz pesar sobre os ombros da Direcção Nacional uma acrescida responsabilidade, pela manifesta confiança e esperança depositada pela diáspora guineense nos trabalhos que o PAIGC tem desenvolvido.

De  seguida, o terceiro Vice-presidente dos libertadores, Califa Seidi fez uma exposição sobre o processo de recenseamento e da recente visita ministerial da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO),  que deixou bem clara na sua mensagem o desejo de a organização ver a Guiné-Bissau sair definitivamente da actual crise que já dura há mais de três anos a esta parte.
A missão da CEDEAO reiterou o desejo de ver as eleições serem realizadas até antes do fim do ano. ANG/ÂC//SG




sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Portugal


 Garantidos 420 milhões de euros para investimentos em países africanos lusófonos

Bissau, 09 nov 18 (ANG) -  O governo português acautelou 400 milhões de euros de garantias no Orçamento do Estado para 2019 para alocar a projectos em quatro países africanos lusófonos, anunciou na África do Sul a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros.
Segundo a Lusa,Teresa Ribeiro falava quarta-feira na cerimónia de assinatura da iniciativa multilateral de investimento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que organiza, em Joanesburgo, o Fórum de Investimento para África.
O acordo de entendimento - "Compacto para os Países Lusófonos" - foi assinado entre o BAD, Portugal e quatro países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) - Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
A iniciativa pretende promover 65 projectos no sector privado nos PALOP, assim como potenciais parcerias público-privadas (PPP), avaliados em mais de cinco mil milhões de dólares, que poderão ser apoiados pelo Compacto para os países lusófonos em África, segundo o banco.
Além da verba anunciada, o banco de desenvolvimento português (Sofid) "prevê também garantir 20 milhões de euros para além do instrumento financeiro de um aumento de capital que está em curso de finalização, em linha com o compacto", disse a governante.
"Esse é um esforço muito grande da parte do governo português, portanto as garantias podem ir até 400 milhões, porque podem não haver projectos suficientes para essa dimensão em termos de garantias, mas há aqui um forte compromisso de Portugal com este compacto", ressalvou a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.
A governante sublinhou que a iniciativa representa uma "extraordinária oportunidade" para o desenvolvimento dos países e "para de uma forma consistente, coordenada e articulada, conseguirmos também colocar as nossas empresas neste compacto, o que é naturalmente muito importante para Portugal".
"Aquilo que queremos é que todo este movimento do compacto se faça tendo como pólo o sector privado e, naturalmente a mobilização do sector privado português, para investir nos países lusófonos do compacto, onde obviamente já temos uma actividade muitíssimo relevante que é protagonizada pelas nossas empresas", declarou à Lusa Teresa Ribeiro.
A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação portuguesa adiantou que a mobilização e articulação de esforços de natureza financeira "é decisivo para dar uma outra escala à internacionalização das empresas portuguesas nos países lusófonos e desse ponto de vista, como aqui foi dito hoje por vários ministros lusófonos, é um momento histórico".
"É algo que nos faz olhar com enorme optimismo para este instrumento financeiro", comentou.
"Precisamos da ajuda ao desenvolvimento, sem dúvida nenhuma, mas precisamos de investimento privado e precisamos de promover o comércio, pois isso é a única maneira de propiciar desenvolvimento nestes países", afirmou Teresa Ribeiro.ANG/Angop


São Tomé e Príncipe


Patrice Trovoada confiante numa solução
Bissau, 09 nov 18 (ANG) - Continua por definir em São Tomé e Príncipe o figurino do futuro governo, numa altura em que faltam cerca de duas semanas antes da tomada de posse dos novos deputados resultantes das eleições legislativas de 7 de Outubro.
Os resultados oficiais dão a maioria simples à ADI, no poder, com 25 deputados, o MLSTP-PSD obtém 23 assentos, a coligação UDD-PCD-MDFM elege 5 deputados e o movimento independente de Caué conquista 2 mandatos. Ou seja, ninguém sozinho tem maioria absoluta.
Depois de o país ter conhecido episódios de grande tensão pós-eleitoral, designadamente no dia logo a seguir à eleição, durante a contagem dos votos, tem-se mantido a expectativa, entre a ADI de um lado e, do outro lado do xadrez político, o MLSTP-PSD que pouco depois das legislativas assinou juntamente com a coligação UDD-PCD-MDFM um acordo para formar um Governo que se sustentaria numa maioria parlamentar de 28 deputados.
Perante os múltiplos apelos dos dirigentes da oposição para não esperar pela tomada de posse do parlamento e chamá-los para formar governo, no passado 31 de Outubro, o Presidente da República, Evaristo Carvalho, dirigindo-se à nação, declarou que "não iria ceder a pressões" e que "iria cumprir escrupulosamente os preceitos constitucionais em vigor".
Á medida que se aproxima a tomada de posse da nova assembleia parlamentar, têm surgido iniciativas para encaminhar um diálogo no intuito de constituir um governo viável. Ainda na semana passada, o bloco de oposição convidou a ADI para conversações, mas o partido no poder não compareceu.
 Em seguida, a ADI fixou para os dias 5 e 6 de Novembro encontros distinctos com o MLSTP e com a coligação UDD-PCD-MDFM, argumentando que cada formação concorreu às eleições separadamente, mas os partidos de oposição também não compareceram por considerarem que, em virtude do seu acordo, actuam doravante em conjunto.
Apesar deste cenário de incerteza, o primeiro-ministro cessante de São Tomé e Príncipe e candidato a um segundo mandato opta por mostrar-se confiante. Ausente do seu país desde o período que antecedeu o anúncio, dia 19 de Outubro, dos resultados definitivos das legislativas, Patrice Trovoada que tem estado designadamente em Portugal, efectuou uma curta deslocação a Paris a título privado.
Ao evocar a situação vigente em São Tomé e Príncipe, mostrou-se confiante na possibilidade de se encontrar um consenso com a oposição mas diz não descartar a eventual formação de um governo minoritário.
"A ADI tem desenvolvido contactos, tem insistentemente procurado estabelecer pontes com a oposição, com a sociedade civil, tentando fazer entender a todos que a situação que hoje existe em São Tomé e Príncipe, é uma situação que deverá merecer a boa vontade de todos para garantirmos aquilo que é essencial, que é a estabilidade", declarou Patrice Trovoada antes de acrescentar que "governos minoritários já existiram em São Tomé e Príncipe. Se a ADI não conseguir entendimentos mais alargados, provavelmente que a ADI iniciará a legislatura como governo minoritário".
Os novos deputados tomam posse no dia 22 de Novembro, cabendo ao Presidente accionar os dispositivos legais para a nomeação de um governo.
A Constituição são-tomense estipula que compete ao Presidente "nomear o Primeiro-Ministro, ouvidos os partidos políticos com assento na Assembleia Nacional e tendo em conta os resultados eleitorais", uma regra com a qual cada bloco se tem escudado de formas diametralmente opostas.ANG/RFI


Política


PRS nega ser responsável pelo atraso no recenseamento eleitoral
Bissau, 08 nov 18 (ANG) - O Partido da Renovação Social, na voz do seu porta-voz, Victor Pereira   nega ser o responsável pelos atrasos no processo eleitoral de que foi acusado pelo líder do PAIGC, em entrevista a RFI.
Victor Gomes Pereira disse que o partido se limitou a respeitar a lei e denuncia que o recenseamento está a ser feito "por interesses partidários".
As escolhas do partido foram feitas de acordo com a lei de recenseamento eleitoral no país, afirma Victor Gomes Pereira.
 O porta-voz do PRS reagiu às acusações do líder PAIGC, Domingos Simões Pereira, que em entrevista à RFI, responsabilizou o PRS pelos atrasos no processo eleitoral.
Um partido responsável como é o nosso tem de se pautar pela lei. Apenas exigimos que o recenseamento fosse feito de acordo com a lei de recenseamento eleitoral artigo 26, n°1- ou seja o eleitor recebe o cartão no momento do recenseamento”, refere.
O porta-voz do PRS lembra que, na altura, a posição do partido foi apoiada pelo P5- as cinco organizações internacionais envolvidas no processo de consolidação de paz no país- pela sociedade civil e pela maioria dos partidos, à excepção do PAIGC.
Como forma de contornar esta exigência legal do PRS, o PAIGC propõe um recenseamento de raiz fazendo migrar os dados de 2014, tratando-se de uma actualização mitigada. Nós não podemos fugir à lei, defende.
Sobre os incidentes relatados pelo líder PAIGC, no sul do país, Fulacunda, de que um representante do PRS que se teria deslocado às mesas de voto para bloquear o processo, Victor Gomes Pereira desvaloriza a situação e denuncia que o recenseamento está a ser feito por interesses partidários.
As pessoas recenseiam nos sítios onde lhe interessa recensear e quando não lhes interessa recensear dão desculpas. Eventualmente essa situação ter-se-à produzido, mas estas situações produzem-se diariamente. Diariamente há incidentes que não comprometem absolutamente nada. O que é grave é que as pessoas andem a fugir com as mesas de recenseamento consoante as cores que lhe são favoritas, afirma.
O porta-voz do PRS relata ainda incidentes no norte do país, em Mansabáb, onde um alto responsável da autoridade de recenseamento teria expulsado os brigadistas por não serem da mesma cor partidária.
É preciso dizer que no norte do país, em Mansabáb, um alto responsável da autoridade de recenseamento foi a uma mesa de recenseamento correr com todos os brigadistas que não são da sua cor partidária, com trinta polícias armados, concluiu
Os atrasos registados no recenseamento eleitoral levaram as autoridades a prolongar o processo até dia 20 de Novembro, dois dias depois da data prevista para a realização das eleições.
O primeiro-ministro, Aristides Gomes, já veio apresentar três cenários possíveis para nova marcação de eleições: 16 de Dezembro, 30 de Dezembro ou 27 de Janeiro de 2019.
A delegação da CEDEAO que esteve na Guiné-Bissau,esta semana, defendeu que as eleições se realizem ainda antes de fim do  ano.ANG/RFI

Ensino


"É urgente uma medida de restauração do sistema de ensino na Guiné-Bissau para salvar a futura geração" diz prof. Almeida Quadé

Bissau, 09 Nov 18 (ANG) – O Professor veterano do ensino básico, no exercício  já há 33 anos, Almeida Quadé, defendeu que é urgente uma medida de restauração do sistema de ensino guineense para salvar a futura geração do país.

Em  entrevista exclusiva à ANG, o veterano docente que iniciou a sua carreira no ano lectivo 1985−86,e  que atualmente dá aulas no ensino básico unificado Godofredo Vermão de Sousa, afirmou que a Educação é a base sustentável para futuro de qualquer país, mas que infelizmente na Guiné-Bissau não é vista desta forma.

"Enquanto não houver reformas profundas e sérias no sector de ensino guineense o país não vai alcançar para  o tão desejado desenvolvimento", afirmou o professor.

Segundo ele, o sistema do ensino na década pós independência é mais consistente e benéfico para o país em relação ao actual.

De acordo com este veterano na docência, o sistema de ensino antigo programava em cada ano lectivo os seminários de reciclagens dos professores para atualização e aumento de qualidade no exercício da docência.

Nos últimos anos, com sucessivos governos, essa prática não tem vindo a acontecer e a qualidade dos professores têm vindo a deteriorar-se ano após anos e, consequentemente dos alunos, que segundo ele, são as principais vítimas do sistema débil do ensino guineense, o que lhes impedirão de concorrer com os de outros países.

Também responsabilizou os pais/encarregados de educação dos alunos por falta de seguimento dos seus educandos em casa, acrescentando que  muitos pais nem sequer olham os cadernos dos seus filhos e só apontam culpas aos filhos e professores quando não houver um bom aproveitamento no final do ano lectivo.

Para  o Professor Almeida, o tempo na sala de aula é pouco e por isso os pais devem seguir os estudos dos seus filhos de perto.

Disse que, com esforços redobrados do  governo, professores e pais/encarregados de educação, o sistema educativo irá melhorar bastante.

Para este veterano, a saída para o “caos” no ensino guineense nos últimos anos, o governo precisa mudar a sua política para ensino, aumentando horas de aulas e suprimindo o atual segundo turno, criando infraestruturas escolares bem equipadas com  tecnologias , salário digno aos professores e as garantias adequadas quando estão aposentados.

Depois de criar estas condições, o governo deve exigir resultados concretos aos docentes para obter resultados dos investimentos destinado ao sector, começando por equipar bem os inspetores para inspecionar rigorosamente os trabalhos dos professores nas salas de aulas.

Ainda este Professor exortou os governantes para se abdicarem  das guerrinhas partidárias no sector, que considerou um dos factores chaves no enfraquecimento do sistema do ensino.

Segundo ele, as nomeações dos diretores atualmente são condicionadas a militância no partido politico, visto que cada um que estiver no poder muda todos os directores que não são do seu  partido sem olhar para a  carreira e competência da pessoa nomeada.
“Este hábito tem contribuído de que maneira na destruição do sistema do ensino actual”, disse.

Professor Almeida, disse estar satisfeito com a frente única que os dois sindicatos dos professores criaram para fazer o governo cumprir os acordos assinados há muito tempo mas  que não estão sendo aplicados.

Questionado sobre a sua decisão de ter escolhido a profissão da docência, o Professor Almeida não hesitou em afirmar que está muito arrependido de a ter escolhido . Disse que  prefereria ser um simples agricultor que ser professor na Guiné, e que muitos agricultores têm casa e bens básicos, necessários para um homem de família, o  que  professores de carreiras não podem ter.

Almeida Quadé declarou a sua solidariedade para com  os jovens estudantes presos e espancados numa marcha pacífica quinta-feira, em Bissau para exigir a reabertura das salas de aulas fechadas por motivo de greve em curso já mais de um mês sem solução. E qualificou a reivindicação dos alunos como uma causa justa e pertinente no contexto actual.

 ANG/CP//SG