terça-feira, 10 de março de 2020

Política


Ex-Primeiro-ministro dá até 27 de março para Sissoco Embaló abandonar Presidência

Bissau, 10 mar 20 (ANG) - O antigo primeiro-ministro guineense Baciro Djá deu  segunda-feira até dia 27 para Umaro Sissoco Embalo abandonar a presidência do país, acusando-o de ocupar a chefia de Estado de forma ilegal e violenta, noticiou a Lusa.

"Vamos dizer a Umaro Sissoco Embalo que tem até o dia 27 deste mês para abandonar o Palácio da República, se não o fizer, vou lá eu pessoalmente tirá-lo", afirmou Baciro Djá, num encontro com as mulheres do seu partido, a Frepasna, que hoje celebrou o segundo aniversário.
Para o líder da Frente Patriótica de Salvação Nacional, Umaro Sissoco Embalo deve sentar-se à mesa das negociações com a classe política guineense "para dialogar e buscar compromissos".
Baciro Djá, de 47 anos, disse que se Umaro Sissoco Embalo se autointitula de general das Forças Armadas, então ele, Baciro Djá, é um marechal devido ao percurso que fez sempre ligado ao Exército guineense.
"Há um autoproclamado Presidente da República que está a dizer que é general. Se ele é general eu sou marechal, porque eu comecei desde pequeno, com as Forças Armadas, fui presidente do Instituto da Defesa Nacional, fui coordenador do programa de reforma do sector de Defesa e Segurança, fui ministro dos Combatentes e da Defesa Nacional", disse Baciro Djá.
O líder da Frepasna disse ainda que há pessoas que estão nas Forças Armadas desde os 14 anos, hoje com 60 e 70 anos, mas que "nem passam de capitães ou tenentes" e que é incompreensível que Sissoco Embalo seja general.
"Assim sendo, eu também posso autointitular-me de marechal. A partir de hoje passam a chamar-me de marechal", sublinhou o antigo primeiro-ministro guineense, pedindo às Forças Armadas que honrem o "seu passado glorioso" e toda a sua formação académica.
Baciro Djá notou ainda que as Forças Armadas não podem permitir nem apoiar o assalto ao poder, o Palácio da República, às instituições do Estado "de forma anárquica e violenta", numa acção que disse envergonhar a Guiné-Bissau.
"Estão a meter o país numa vergonha, fazem de nós um país de gente sem cultura democrática, gente incompetente, quando nós somos um país exemplo pelo nosso passado", defendeu Djá.
O líder da Frepasna lembrou que o próprio se demitiu do Governo que liderava em Agosto de 2015, considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal, mesmo achando, na altura, que a decisão era errada.
"O Supremo considerou o meu Governo inconstitucional, não estava de acordo, mas por ser um politico democrático aceitei a decisão", afirmou Djá, esperando que Sissoco Embaló adote a mesma postura.
Baciro Djá frisou não estar a colocar em causa que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) tenha dito que Embalo é o vencedor da segunda volta das presidenciais, mas apenas o exorta a aguardar pela decisão do Supremo sobre o contencioso.
A Guiné-Bissau vive mais um momento de tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais pela CNE, ter tomado posse há mais de uma semana como Presidente do país, quando ainda decorre um recurso no Supremo Tribunal de Justiça, apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega graves irregularidades no processo.
Na sequência da tomada de posse, Umaro Sissoco Embaló demitiu Aristides Gomes, que lidera o Governo que saiu das legislativas e que tem a maioria no parlamento do país, e nomeou Nuno Nabian para o cargo.
Após estas decisões, os militares guineenses ocuparam e encerraram as instituições do Estado guineense, impedindo Aristides Gomes e o seu Governo de continuar em funções.
O presidente da Assembleia Nacional Popular, Ciprinao Cassamá, que tinha tomado posse como Presidente interino, com base no artigo da Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na chefia do Estado, renunciou no domingo ao cargo por razões de segurança, referindo que recebeu ameaças de morte.
Umaro Sissoco Embaló afirmou que não há nenhum golpe de Estado em curso no país e que não foi imposta nenhuma restrição aos direitos e liberdades dos cidadãos.
Mediadora da crise guineense, a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) voltou a ameaçar impor sanções a quem atente contra a ordem constitucional estabelecida na Guiné-Bissau e acusou os militares de se imiscuírem nos assuntos políticos.
As Nações Unidas, a União Europeia e a Comunidades dos Países de Língua Portuguesa apelaram ao diálogo e à resolução da crise política com base no cumprimento das leis e da Constituição do país.
O Conselho de Segurança também já ameaçou impor sanções.ANG/Angop

Cooperação


 UE propõe nova estratégia com África baseada em cinco parcerias reforçadas

Bissau, 10 mar 20 (ANG) – A Comissão Europeia apresentou segunda-feira a sua proposta para a nova estratégia com África, baseada numa cooperação reforçada nos domínios da transição ecológica, transformação digital, crescimento sustentável e emprego, paz e governação, e migração e mobilidade.
A comunicação  adoptada pelo executivo comunitário, e apresentada em conferência de imprensa pelo vice-presidente e Alto-Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, e pela comissária responsável pelas Parcerias Internacionais, Juta Urpilainen, é o contributo do lado europeu para as negociações sobre a nova estratégia conjunta que deverá ser adoptada na cimeira entre União Europeia e União Africana prevista para Outubro próximo.
“Esta é uma das mais importantes parcerias internacionais que vamos construir, senão a mais importante. E esta comunicação é um importante primeiro passo rumo a uma nova parceria com África. A partir de agora vamos dialogar com os nossos parceiros africanos para definirmos prioridades conjuntas”, apontou Borrell.
A comunicação  adoptada e apresentada propõe que, entre essas prioridades, Europa e África maximizem os benefícios da transição ecológica e minimizem as ameaças para o ambiente, em plena conformidade com o Acordo de Paris, prevendo um aumento substancial dos investimentos sustentáveis em termos ambientais, sociais e financeiros que sejam resilientes perante os efeitos das alterações climáticas.
O documento defende a promoção de oportunidades de investimento intensificando o recurso a mecanismos de financiamento inovadores e o fomento da integração económica regional e continental, nomeadamente através do acordo que cria uma Zona de Comércio Livre Continental Africana.
Para a UE, será necessário “atrair investidores, apoiando os Estados africanos na adopção de políticas e reformas regulamentares que melhorem o enquadramento empresarial e o clima de investimento, incluindo condições de concorrência equitativas para as empresas”.
A proposta europeia sublinha também a necessidade de “melhorar rapidamente a aprendizagem, os conhecimentos e as competências, as capacidades de investigação e inovação, especialmente para as mulheres e os jovens, proteger e melhorar os direitos sociais e erradicar o trabalho infantil”.
De acordo com a UE, é igualmente fundamental “integrar a boa governação, a democracia, os direitos humanos, o Estado de direito e a igualdade de género na ação e na cooperação”.
O documento também defende a necessidade de “garantir a resiliência mediante a ligação entre intervenções de carácter humanitário e em matéria de desenvolvimento, paz e segurança em todas as fases do ciclo dos conflitos e das crises”.
A Europa deseja também que a futura estratégia assegure “parcerias equilibradas, coerentes e abrangentes em matéria de migração e mobilidade” e contemple o reforço da ordem internacional “assente em regras e o sistema multilateral, com as Nações Unidas numa posição central”.
“A Estratégia com África que hoje apresentamos é o roteiro que nos permitirá fazer avançar a nossa parceria para o patamar seguinte. África é o vizinho e parceiro natural da União Europeia. Juntos, podemos construir um futuro mais próspero, mais pacífico e mais sustentável para todos”, comentou por seu turno a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa declaração divulgada por ocasião da apresentação da comunicação.
Já a comissária Urpilainen sustentou que, “com as cinco parcerias propostas”, África e Europa “irão, em conjunto, liderar a transformação ecológica e digital, bem como promover investimentos e empregos sustentáveis”.
“A minha principal prioridade consiste doravante em assegurar que os jovens e as mulheres se apropriem da Estratégia com África, uma vez que responde às suas aspirações”, acrescentou.
A Comissão Europeia nota que, “com a VI Cimeira entre a União Africana e a UE e a conclusão das negociações do novo Acordo de Parceria entre a UE e o grupo de Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico, 2020 será um ano crucial” para a edificação de “uma parceria cada vez mais forte com África”.
Lembrando que em 27 de Fevereiro passado a Comissão Europeia e a Comissão da União Africana já mantiveram a sua décima reunião “entre Comissões”, em Adis Abeba, no decurso da qual discutiram a futura cooperação nos domínios acima referidos, Bruxelas aponta que “a reunião ministerial UA-UE dos Ministros dos Negócios Estrangeiros de ambos os continentes, que terá lugar em Maio, representará outra importante oportunidade para consultar os parceiros africanos”. ANG/Inforpress/Lusa

sexta-feira, 6 de março de 2020

Comunicação Social


                 Catouplin Costa se demite do cargo de DG da TGB

Bissau, 06 mar 20(ANG) – O jornalista Catouplin Mendes Costa pediu demissão do cargo de Diretor-Geral da Televisão pública da Guiné-Bissau(TGB) que vinha desempenhando desde Outubro de 2019.

Na carta de pedido de demissão entregue quinta-feira ao novo Secretário de Estado da Comunicação Social, Costa refere-se a” falta de confiança” de seu superior hierárquico como motivo de seu afastamento.

Catouplin se distingue no meio jornalístico guineense pelas suas atitudes  de não tomar partido: nem para A nem para B. “Estou na televisão para fazer o meu trabalho”, disse numa curta explicação à ANG sobre as razões de seu pedido de demissão.

Este profissional  da TGB acaba de concluir, em Portugal, o seu curso de mestrado relacionado ao jornalismo televisivo e foi nomeado no ano passado por João Baticã Ferreira, Secretário de Estado da Comunicação Social, do demitido governo de Aristides Gomes.

A TGB e RDN foram encerradas por militares durante quatro dias(29/02 a 03/3/2020) na sequência da demissão do Governo chefiado por Aristides Gomes pelo autoproclamado Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló. ANG/SG

S. Tomé e Príncipe


       Proibida  entrada a cidadãos de países afectados por coronavírus
Bissau, 06 mar 20 (ANG)  São Tomé e Príncipe vai proibir a entrada de alguns cidadãos de países afectados pelo coronavírus, segundo anúncio pelo Ministro santomense da Saúde, Edgar Neves, após um encontro com o corpo diplomático representado na capital santomense.
No encontro participou igualmente o representante da OMS, Organização mundial da Saúde, em S. Tomé.
O ministro santomense referiu-se à "República, popular da China, a Coreia do Sul, o Irão, a Itália, a Nigéria, a Argélia e o Senegal", constam da lista que pode ser alterada a qualquer momento, sublinhou. 
Vão ser reforçadas as medidas de controlo nos aeroportos, portos das duas ilhas, sublinhou ainda Edgar Neves.
Será ainda privilegiado "o sistema de de vigilância e o controlo sobretudo na entrada de passageiros". 
Foram criadas estruturas para o tratamento de eventuais casos de coronavírus e uma Unidade de quarentena. ANG/Angop

ONU


Conselho de Segurança insta  forças de defesa e segurança da Guiné-Bissau a não se interferir na crise política pós-eleitoral

Bissau, 6 mar 20 (ANG) – Os membros de Conselho da Segurança de ONU instaram as forças de defesa e segurança da Guiné-Bissau a não interferir na crise política pós-eleitoral e incentivaram as forças da ECOMIB a continuar garantindo a segurança das instituições e órgãos do Estado.

A posição vem expressa no comunicado à imprensa de Conselho de Segurança da ONU datada de 5 de Março, à que a ANG teve acesso hoje, no qual também se exortou a CEDEAO a enviar urgentemente uma missão política de alto nível à Guiné-Bissau para ajudar a acelerar os esforços para resolver a crise pós-eleitoral.

Os membros do Conselho de Segurança foram informados pelo Representante Especial do Secretário-Geral e pelo Chefe do Escritório Integrado de Construção da Paz das Nações Unidas na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), Rosine Sori-Coulibaly, e pelo Representante Permanente do Níger nas Nações Unidas, Abdou Abarry, sobre a evolução da situação política na Guiné-Bissau.

“Os membros do Conselho de Segurança preocupados com a crise pós-eleitoral e institucional, expressaram seu apoio ao papel de mediação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO) e saudaram sua decisão de enviar uma missão de especialistas a Bissau para se reunir com o Supremo Tribunal de Justiça e a Comissão Nacional Eleitoral”, disse a nota.

Pediram às partes que respeitassem as estruturas legais e constitucionais e o processo democrático para resolver a crise pós-eleitoral.

Ainda o Conselho de Segurança da ONU,  lembra a todas as partes interessadas que consideraria tomar medidas apropriadas contra todos aqueles que comprometem a estabilidade e a ordem constitucional na Guiné-Bissau.

A Guiné-Bissau vive mais um momento de tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições, ter tomado posse há uma semana como Presidente do país, quando ainda decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega graves irregularidades no processo.


Na sequência da tomada de posse, Umaro Sissoco Embaló demitiu Aristides Gomes, que lidera o Governo que saiu das legislativas e que tem a maioria no parlamento do país, e nomeou Nuno Nabian para o cargo.

Após estas decisões, os militares guineenses ocuparam e encerraram as instituições do Estado guineense, impedindo Aristides Gomes e o seu Governo de continuar em funções.

O presidente da Assembleia Nacional Popular, Ciprinao Cassamá, que tinha tomado posse na sexta-feira como Presidente interino, com base no artigo da Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na chefia do Estado, renunciou no domingo ao cargo por razões de segurança, referindo que recebeu ameaças de morte.

Umaro Sissoco Embaló afirmou que não há nenhum golpe de Estado em curso no país e que não foi imposta nenhuma restrição aos direitos e liberdades dos cidadãos.
ANG/ONU News
  

Senegal


     Presidente Macky Sall proíbe saídas de ministros para estrangeiro
Bissau, 06 mar 20(ANG) - O Presidente do Senegal, Macky Sall, anunciou quinta-feira que decretou a proibição de saída do país para os ministros do Governo para prevenir o contágio devido à epidemia de Covid-19, que já afecta cerca de 80 países.
O Presidente "decidiu reduzir ao mínimo as deslocações dos funcionários públicos no exterior" e "pediu aos ministros que não realizassem missões fora do território nacional", lê-se numa declaração da Presidência do Senegal, citada pela agência francesa de notícias AFP.
Além da proibição das deslocações ao estrangeiro, o estadista decidiu também adiar a presença nos eventos oficiais fora da capital, incluindo a realização de um Conselho de Ministros no interior do país, e recomendou também o adiamento da comemoração do Dia da Mulher, no domingo.
No comunicado, anuncia-se também a atribuição de mais de dois milhões de euros para o plano de resposta contra o Covid-19, depois da confirmação de quatro casos no país.
O surto de Covid-19, detectado em Dezembro, na China, e que pode causar infecções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.300 mortos e infectou mais de 95 mil pessoas em 79 países.
Das pessoas infectadas, mais de 50 mil recuperaram.
Além de 3.012 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça e Espanha.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado". ANG/Angop

Costa do Marfim


                      Alassane Ouattara afasta candidatura às presidenciais

Bissau, 06 mar 20 (ANG) - O Presidente da Côte d'Ivoire, Alassane Ouattara, anunciou quinta-feira, em Yamoussoukro, que não se candidatará às eleições presidenciais de Outubro de 2020.
"Anuncio-vos solenemente que decidi não ser candidato às eleições presidenciais de 31 de Outubro de 2020 e transferir o poder para uma geração mais jovem", disse Alassane Ouattara aos membros do Senado e da Assembleia Nacional, reunidos numa sessão parlamentar extraordinária.
O anúncio, feito no final de um discurso de cerca de 30 minutos, foi saudado com aplausos estrondosos dos deputados, mas também de centenas de estudantes convidados para assistirem ao Congresso.
"Presidente! Prési! Obrigado! Obrigado! Obrigado! Obrigado", cantavam alguns jovens.
Com 78 anos, Ouattara está a cumprir o seu segundo mandato, depois de ter sido eleito para Presidente da República em 2010 e reeleito em 2015.
Em finais de 2019, o Presidente ivoiriense admitiu a possibilidade de se apresentar às eleições, num claro desafio aos que reprovavam essa hipótese, que a Constituição do país não permite.
Em Janeiro, o chefe de Estado anunciou a intenção de promover uma emenda à Constituição durante o primeiro trimestre deste ano e reiterou que poderia ser candidato, tendo referido que ninguém seria impedido de se apresentar à corrida presidencial.
Ouattara cumpre actualmente o seu segundo mandato presidencial, após vencer as eleições de 2015 com 83,6% dos votos.
O clima político é tenso na Côte d’Ivoire, antes das eleições presidenciais de marcadas para Outubro, que serão realizadas dez anos após a crise pós-eleitoral de 2010-2011, que deixou três mil mortos.
 As eleições municipais e regionais de 2018 foram marcadas pela violência.
Por enquanto, o ex-líder rebelde Guillaume Soro, actualmente em França, depois de preso na Côte d’Ivoire, é o único que anunciou a sua candidatura.
O ex-Presidente Henri Konan Bédié, que terá 86 anos na altura das eleições, não excluiu a possibilidade de se candidatar. ANG/Angop


Política




Bissau,06 Mar 20(ANG) - Os partidos que apoiam o autoproclamado Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, condenaram quinta-feira "com veemência as interferências externas com vista a mudar a escolha eleitoral do povo”, citando os líderes da Costa do Marfim e da Guiné-Conacri.

Numa nota lida quinta-feira em Bissau, por Victor Pereira, em nome de vários partidos e figuras políticas que apoiaram a candidatura de Sissoco Embaló, os presidentes Alassane Ouattara, da Costa do Marfim, e Alpha Condé, da Guiné-Conacri, são apontados como fazendo parte de entidades que pretendem subverter o que dizem ser a “escolha dos guineenses”.

Alpha Condé é apontando como tendo dado ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), liderado por Domingos Simões Pereira, "centenas de milhões de francos CFA", para "fins inconfessáveis", e Alassane Ouattara é referido como tendo ignorado uma disputa judicial, na sequência da sua eleição em 2010, tomando posse sem aguardar pelo veredicto do tribunal.

Alassane Ouattara "agora posiciona-se contra a escolha livre do povo da Guiné-Bissau", referem os partidos que apoiam Sissoco Embaló, lembrando que na Serra Leoa o atual Presidente, Julius Maada Bio, foi reconhecido pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), mesmo perante a recusa dos resultados pelo seu adversário.

Aquelas forças políticas dizem estranhar que, no caso da Guiné-Bissau, a CEDEAO "esteja a ter posicionamentos que mais se assemelham a dois pesos e duas medidas" com o seu último comunicado.

Os apoiantes de Embaló afirmam ter acolhido com "estupefação e desagrado o comunicado atribuído à comissão da CEDEAO, datado de 01 de março, na qual esta organização se distancia do espírito das discussões havidas na cimeira de chefes de Estado, realizada em Adis Abeba".

O comunicado em questão, que se seguiu ao facto de Umaro Sissoco Embaló se ter autoproclamado Presidente da Guiné-Bissau, em 27 de fevereiro, sublinha que a CEDEAO não reconhece nenhuma autoridade instituída na Guiné-Bissau fora do âmbito da Constituição do país.

Para os partidos que apoiam Sissoco Embaló, a ser verdade, o comunicado assinado por Jean Claude Kassi-Brou, presidente da comissão da CEDEAO,  revelaria que a organização estará a ter "um total alheamento e afastamento" com a sua posição em relação ao "normal desenrolar do processo eleitoral" na Guiné-Bissau, que conduziu à vitória de Embaló.


A Guiné-Bissau vive mais um momento de tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições, ter tomado posse há uma semana como Presidente do país, quando ainda decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega graves irregularidades no processo.

Na sequência da tomada de posse, Umaro Sissoco Embaló demitiu Aristides Gomes, que lidera o Governo que saiu das legislativas e que tem a maioria no parlamento do país, e nomeou Nuno Nabian para o cargo.

Após estas decisões, os militares guineenses ocuparam e encerraram as instituições do Estado guineense, impedindo Aristides Gomes e o seu Governo de continuar em funções.

O presidente da Assembleia Nacional Popular, Ciprinao Cassamá, que tinha tomado posse na sexta-feira como Presidente interino, com base no artigo da Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na chefia do Estado, renunciou no domingo ao cargo por razões de segurança, referindo que recebeu ameaças de morte.

Umaro Sissoco Embaló afirmou que não há nenhum golpe de Estado em curso no país e que não foi imposta nenhuma restrição aos direitos e liberdades dos cidadãos.

Mediadora da crise guineense, a CEDEAO voltou a ameaçar impor sanções a quem atente contra a ordem constitucional estabelecida na Guiné-Bissau e acusou os militares de se imiscuírem nos assuntos políticos.

As Nações Unidas, a União Europeia e a Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) apelaram ao diálogo e à resolução da crise política com base no cumprimento das leis e da Constituição do país.ANG/Lusa


Benin


                              Frustrada tentativa de golpe de Estado

Bissau, 06 mar 20 (ANG)  - Os Serviços secretos beninenses anunciaram, quinta-feira terem frustrado, em Fevereiro último, uma tentativa de golpe de Estado, e detido vinte pessoas, das quais, dez militares.
Bandeira do Benin
Segundo a AFP, as detenções tiveram lugar depois de um inquérito que revelou que os interpelados, através dos seus contactos telefónicos, estavam a preparar-se para derrubar o Presidente Patrice Talon.
 Uma fonte militar beninense revelou à AFP, que os supostos insurgentes previam “atacar o chefe de Estado, durante uma visita no interior do país, e convocar outras eleições presidenciais.
O inquérito contra os mesmos iniciou em Dezembro de 2019, quando oficiais da Direcção dos Serviços de Ligação e de Documentação (DSLD), interceptaram contactos telefónicos consecutivos entre uma dezena de oficiais das Forças Armadas, com o coronel n a reforma, Pascal Tawès, antigo adido militar na Embaixada do Benin, em Washington. ANG/Angop


quinta-feira, 5 de março de 2020

Campeonato nacional/futebol


Sporting Club de Bafatá e Desportivo de Gabú protagonizam derbi de leste na 12ª jornada 

Bissau,05 Mar 20(ANG) – O Sporting Clube de Bafatá recebe no sábado, (07-03), no estádio da Rocha, em Bafatá, o Grupo Desportivo e Recreativo de Gabú, naquilo que será o Dérbi lestenho, no cumprimento da jornada 12 do campeonato nacional de futebol (Guines-Liga).

De acordo com o Golo GB, as duas equipas de leste do país não estão a atravessar o melhor momento da temporada, mas estão separados de um ponto na tabela classificativa.
Os leões de leste ocupam a 8ª posição com 14 pontos e Gabú na 9ª posição com 13 pontos.

Contudo, as duas equipas vieram de resultados diferentes na jornada anterior, Bafatá viajou até Bula e empatou com o Nuno Tristão a uma bola e Gabú perdeu em casa por uma bola a zero diante de Lobos de Pelundo.

Tradicionalmente, o jogo entre as duas emblemas do leste é marcado de grande rivalidade, devido a situação geográfica entre as duas regiões lestenhas de país, separados apenas por 53 km.

Bissorã recebe no seu reduto o Clube Futebol Os Balantas, duas equipas aflitas que se encontram na linha de despromoção.

O histórico Balantas de Mansoa está a ultrapassar mãos momentos com 9 pontos penúltimo classificado e Atlético Clube de Bissorã na última posição com 7 pontos.

Numa entrevista ao portal Desportivo, o Golo GB, o jovem técnico da equipa dos Balantas, Calilo Mané, recordou a rivalidade das duas equipas e espera um bom jogo, repleto do espírito de Fair-Play.

Questionado sobre a situação em que se encontra a equipa dos Balantas, Mané disse que não está preocupado e que à equipa vai ascender aos lugares cimeiros, porque tem um plantel recheado de jovens com talento, e promete mais trabalho.

O técnico pediu para que haja uma boa arbitragem no jogo, porque, segundo ele, muita das vezes a sua equipa é sempre penalizada pelos árbitros e espera, por outro lado, um grande público no campo para apoiar ambas as  equipas, "rivais eternos" no jogo que será realizado no Campo "Municipal de Bissorã" no próximo sábado, dia 07 de Março.

A 12ª jornada do campeonato nacional de futebol ditou as seguintes partidas: Sporting Clube da Guiné-Bissau/Nuno Tristão de Bula, Flamengo de Pefine/UDIB, FC Sonaco/Sport Bissau e Benfica,FC Pelundo/FC Canchungo, SC Bafatá/CDR de Gabú, Atletico de Bissorã/Os Balantas de Mansoa e FC Cuntum/Portos de Bissau.ANG/O Golo GB

Crise pós-eleitoral


         PAICV fala em “assalto ao poder” e Mpd fala em “ ingerência”

Bissau,05 Mar 20(ANG) - O PAICV, maior partido da oposição cabo-verdiana, questionou quarta-feira o Governo e restantes “autoridades” do país sobre “o que falta” para “condenarem e repudiarem” o “assalto ao poder” na Guiné-Bissau, com a maioria, do MpD, a denunciar “ingerência”.

A posição foi assumida pelo deputado José Maria Gomes da Veiga na declaração política do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), na abertura da primeira sessão parlamentar de março, dirigindo a pergunta sobre a instabilidade política e militar na Guiné-Bissau “ao Governo e às autoridades de Cabo Verde”: “O que é que falta, neste assalto ao poder, para condenarem e repudiarem essa forma de exercício do poder”.

Na mesma declaração política, o deputado José Maria Gomes da Veiga manifestou “solidariedade ao povo irmão da Guiné-Bissau”, que “neste preciso momento tem as suas instituições da República assaltadas e ocupadas por militares, as suas residências invadidas, a sua circulação restringida, a Constituição violada”.

Acrescentou, no discurso perante a Assembleia Nacional de Cabo Verde, que o poder na Guiné-Bissau foi assumido por dirigentes “autoproclamados” e “à revelia da Constituição e das leis”, manifestando ainda “repúdio ao golpe de Estado e a toda a forma de assalto ao poder por fraude e força das armas”.

Pouco depois da declaração política, o presidente do grupo parlamentar do PAICV, Rui Semedo, afirmou que a situação na Guiné-Bissau “preocupa a todos de boa fé”, enquanto a líder parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD, maioria), Joana Rosa, criticou a inclusão da situação vivida num outro país na declaração política do maior partido da oposição.

“Demonstra a ingerência do PAICV nas questões internas da Guiné-Bissau”, afirmou a deputada do MpD.

No sábado, contactada pela Lusa, fonte da Presidência cabo-verdiana disse que o chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, que detém a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), para já, não vai comentar a situação na Guiné-Bissau.

Jorge Carlos Fonseca divulgou na sexta-feira que abordou, naquele dia, as “relações” com a Guiné-Bissau no encontro semanal com o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva.

Na terça-feira, o chefe de Estado anunciou que abordou o mesmo assunto, entre outros temas e também no Palácio Presidencial, com Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades, Luís Filipe Tavares.


Desde então, até ao momento, Jorge Carlos Fonseca não voltou a fazer qualquer declaração.

Em 11 de janeiro, Umaro Sissoco Embaló,  apontado como vencedor das presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições, foi recebido na Praia pelo Presidente cabo-verdiano, tendo afirmado, no final da audiência, que o país não seria “mais uma república bananeira”.

A tensão política na Guiné-Bissau agravou-se depois de o autoproclamado Presidente, Umaro Sissoco Embaló, ter demitido na semana passada o Governo liderado por Aristides Gomes, tendo nomeado para primeiro-ministro Nuno Nabian, bem como um novo Governo.

Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições, tomou posse simbolicamente, quando decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega irregularidades graves no processo.

Na sequência da decisão de Umaro Sissoco Embaló, as instituições judiciais foram ocupadas por militares, que impediram o Governo de Aristides Gomes, que denunciou estar em curso um golpe de Estado, de se manter em funções.

O Executivo de Aristides Gomes tomou posse na sequência das legislativas de março e tem o apoio da maioria dos deputados na Assembleia Nacional Popular.

Na terça-feira, o Governo liderado por Nuno Nabian assumiu o controlo de vários ministérios, mas ainda era visível a presença de militares em várias instituições do Estado.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado a crise política no país, voltou a ameaçar impor sanções a quem atente contra a ordem constitucional estabelecida na Guiné-Bissau e acusou os militares de se imiscuírem nos assuntos políticos.

Apesar de ter primeiro reconhecido Umaro Sissoco Embaló como vencedor das presidenciais, a CEDEAO condena agora todas as ações tomadas "contrárias aos valores e princípios democráticos" e que atentam contra a ordem constitucional estabelecida e "expõem os seus autores a sanções".

A CEDEAO reitera a "necessidade absoluta" de se esperar pelo fim do processo eleitoral e que vai ajudar a que sejam tomadas iniciativas para que seja posto um fim ao impasse pós-eleitoral. ANG/Lusa


Saúde pública


                       Coronavírus já está em seis países africanos
Bissau, 05 mar 20(ANG) –Seis países africanos já se declararam infectados pelo COVID-19 nomeadamente o Senegal, a Nigéria, Marrocos, Tunísia, Argélia e Egipto.
Terça-feira, o Senegal confirmou um segundo caso de coronavirus, uma francesa de 80 anos ida sabado de Paris, indicou um comunicado do Ministério da Saúde.
Na Nigéria, o Parlamento aprovou, no mesmo dia, férias de duas semanas para os deputados se protegerem da doença, depois da descoberta de um caso, na semana passada, em Lagos.
Segunda-feira, à tarde, Marrocos anunciou o primeiro caso de coronavirus virus. Trata-se de um cidadão marroquino ido da Itália, segundo o Primeiro-ministro, Saad Eddine El Othmani, que falou em conferência de imprensa, acompanhado do ministro da Saúde, Khalid Ait Taleb.
O mesmo aconteceu com a Tunísia que anunciou um primeiro caso confirmado no país, pelo ministo da Saúde, Abdellatif Mekki, precisando que é um quadragenario tunisino ido da itália, terceiro país mais afectado pela pandemia, depois da China e da Coreia do Sul.
Pelo menos  254 pessoas estão retidos num navio chegado em Tunes, a 27 de Fevereiro, segundo a Rádio local.
Com Marrocos e a Tunísia, a África do Norte é a região africana mais afectada pelo virus.
Os primeiros casos, em África, foram detectados no Egipto e na Argélia. Segunda-feira, o Egipto anunciou um segundo caso de coronavirus.
Os anuncios da doença nos países africanos estão a desestabilizar as economias locais que vivem do turismo, com destaque para o Egipto e a Tunísia.ANG/Angop



Governação


Presidente da República pede boa gerência dos bens públicos aos  membros de Governo

Bissau, 05 Mar 20 (ANG) – O Presidente da República apelou esta quarta-feira aos membros do governo liderado por Nuno Gomes Nabiam a gerirem as  coisas públicas com rigor, transparência e em conformidade com as  regras e princípios jurídicos pré-estabelecidos.

O apelo  de Umaro Sissoco Embaló vem expressa num comunicado da reunião extraordinária do Conselho de Ministros presidida por ele, com o objectivo de  prestar o seu apoio político e inequívoco ao governo.

Sissoco afirmou que entre os membros do executivo deve reinar o espírito de colaboração, articulação, união e solidariedade, e  recomendou ao executivo que trabalhasse com o parlamento para a revisão da Constituição da República  bem como a promoção da reforma do sector da Defesa e Segurança condições que diz serem  “sine qua non”, para estabilização definitiva do país.

De acordo com o documento, o Conselho de Ministros felicitou as forças de defesa e segurança pelo o que considera “elevado sentido patriótico e republicano” na defesa da soberania e na manutenção do clima de paz e ordem pública.

O colectivo governamental mandatou a ministra da Função Pública e o titular da pasta das finanças para encetarem negociações com todas as estruturas sindicais  com vista ao levantamento da greve na Função Pública, em curso há cerca de dois meses.

O Conselho de Ministros deu a sua anuência a que, por despacho do Primeiro-ministro seja criada uma Comissão Inter-ministerial de acompanhamento da prevenção do Coronavírus 23019(COVID19), e instruiu o ministro do Comércio e Indústria para criar uma Comissão Técnica para a preparação da campanha de comercialização da castanha de cajú 2020. ANG/JD/ÂC//SG

ONU


                      Morreu antigo secretário-geral Perez de Cuellar
Bissau, 05 mar 20 (ANG) – O antigo secretário-geral das Nações Unidas Javier Perez de Cuellar morreu na quarta-feira aos 100 anos de idade, anunciou o filho.
“O meu pai morreu após uma semana complicada. Morreu às 20:09 (24:09 de quarta-feira em Bissau) e descansa em paz”, disse o filho Francisco Perez de Cuellar à emissora peruana RPP News.
O antigo secretário-geral da ONU, que ocupou o cargo até 1991, morreu em casa devido a causas naturais, acrescentou.
Javier Pérez de Cuellar, que foi o primeiro latino-americano a ocupar a o cargo de secretário-geral da ONU, completou 100 anos em 19 de Janeiro.
O também antigo primeiro-ministro do Peru estava afastado da vida pública há vários anos devido ao delicado estado de saúde.
Perez de Cuellar ocupou várias delegações diplomáticas do Peru em todo o mundo, antes de ser eleito secretário-geral da ONU em 1982. Em 1995 foi candidato à presidência do país
Quando Javier Pérez de Cuellar completou 100 anos de idade, o actual secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou o diplomata peruano com “orgulho e alegria”.
Na carta, Guterres sublinhou ainda que Pérez de Cuellar alcançou os históricos Acordos de Paz de El Salvador e que, ainda hoje, utiliza o exemplo do peruano para se inspirar e guiar no cargo que agora ocupa.
O velório decorrerá na sexta-feira na sede do Ministério das Relações Exteriores do Peru, antes do enterro com honras de chefe de Estado no cemitério Presbitero Maestro, em Lima, com a presença do Presidente do Peru, Martín Vizcarra. ANG/Inforpress/Lusa



Função Pública


               Centrais sindicais prosseguem  paralisações laborais

Bissau,05 Mar 20(ANG) - O secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio Mendonça, afirmou que as duas centrais sindicais, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-GB), não vão suspender a greve na função pública até que haja um interlocutor que tenha controlo total do aparelho do Estado e da administração pública.
A posição das duas maiores organizações sindicais do país foi tornada pública  quarta-feira, em entrevista exclusiva ao jornal O Democrata, na qual se falou  sobre os novos planos e estratégias concernentes às reivindicações dos sindicatos, que já vão na sua nova vaga.
ʺInfelizmente, não vamos suspender as paralisações na administração pública e vamos aguardar que o governo nos chame para analisarmos, em conjunto, os pontos que constam no nosso pré-aviso de greve, porque esses pontos são o reflexo do Memorando de Entendimento, assinado com o executivo da Guiné-Bissau no passado dia 28 de agosto de 2019. Portanto, a nossa greve ainda está de péʺ, referiu o sindicalista. 
Para Júlio Mendonça, não é relevante neste momento para os sindicatos fazerem qualificação de governos, de A ou B. 
“O importante para nós é quem tem o controlo do aparelho de Estado e seja a pessoa que vai gerir a coisa pública vamos negociar com ele, desde que nos chame para apresentarmos as preocupações dos trabalhadores da Guiné. O Estado é Estado e nunca pára”, notou.
O sindicalista guineense deixou claro que o pacote de reivindicações será o mesmo, seja com quem quer que seja e sublinhou  que a falta de coerência do governo de Aristides Gomes terá levado os sindicatos a assumirem posições extremas para fazer valer os direitos dos trabalhadores.
Em reação a essa atitude, Júlio Mendonça lembrou que as centrais sindicais  tinham dado benefício de dúvida a esse governo e volvidos cinco meses não conseguiu cumprir nada.
Disse  que o mais caricato de tudo isso é que todos os pontos apresentados eram exequíveis e que se o governo tivesse a vontade não teria nenhum constrangimento em executá-los.
“Mas nós percebemos que  havia um desleixo total e a falta de vontade do mesmo executivo em resolver os problemas dos sindicatos e, consequentemente, sentar-se à mesma mesa com os sindicatos para analisar a situação, por isso estamos em greve”, reforçou.
O líder da maior central sindical do país afirmou que um dos pontos fundamentais das exigências apresentadas continua a ser a disciplina e rigor no que tem a ver com o ingresso das pessoas na função pública, porque “o princípio da legalidade deve imperar no aparelho de Estado e não vamos permitir que haja brincadeira”.
Júlio Mendonça disse que não vão tolerar a desordem na função pública, o ingresso das pessoas no aparelho de Estado sem o respeito aos princípios que orientem o funcionamento da administração pública  e exigiu que seja reposta a legalidade e imediata suspensão das pessoas que foram colocadas na administração sem um concurso público e, consequentemente, submetidas ao novo concurso público  para o efeito de ingresso na função pública.
Questionado por que razão as centrais sindicais não reagiram ao encerramento das emissões da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) e a Radiodifusão Nacional (RDN), Júlio Mendonça esclareceu que o assunto não lhes compete e seria improdutivo estar a duplicar reações sobre a mesma matéria, que tem uma entidade que pode se encarregar da mesma.ANG/O Democrata