segunda-feira, 28 de julho de 2025

             Israel/Pela primeira vez, ONG local acusam Israel de genocídio

Bissau, 28 Jul 25 (ANG) - As organizações israelitas B'Tselem e Médicos pelos Direitos Humanos Israel acusaram hoje o Governo israelita de cometer genocídio na Faixa de Gaza, sendo a primeira vez que organizações não-governamentais (ONG) locais caracterizam desta forma a ofensiva israelita.


"Neste momento, é especialmente importante chamar as coisas pelo nome", disse a representante da Médicos pelos Direitos Humanos Israel (PHRI, na sigla em inglês) Daphna Shochat, numa conferência de imprensa em Jerusalém para apresentação de um relatório do grupo que analisa a situação médica no enclave.

De acordo com a análise, as consequências médicas da ofensiva israelita cumprem os requisitos para que a situação seja considerada como um genocídio segundo a Convenção de Genebra.

Também a diretora executiva da B'Tselem, Yuli Novak, considerou que a realidade "não deixa outra alternativa senão reconhecer a verdade: Israel está a cometer genocídio contra os palestinianos da Faixa de Gaza".

Novak descreveu a sociedade israelita como "capaz de apagar a humanidade das pessoas e perder toda a empatia e obrigações morais" através de um "longo processo de desumanização dos palestinianos".

"É uma combinação aterradora de circunstâncias que nos leva à realidade que todos vemos hoje", adiantou.

A B'Tselem também publicou um relatório, no qual documenta declarações de políticos e altos responsáveis militares a apelar à destruição da sociedade palestiniana em Gaza.

Além disso, a organização, que se concentra em denunciar a ocupação dos territórios palestinianos e os efeitos das políticas israelitas nos seus residentes, alertou que Israel está a replicar na Cisjordânia ocupada aquilo que aprendeu em Gaza, embora em menor escala.

O grupo afirma que existe o risco de o genocídio se propagar a toda a população palestiniana.

Algumas organizações de defesa dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, já tinham denunciado que Israel está a cometer genocídio ou "atos genocidas" em Gaza, e a África do Sul levou a acusação ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em dezembro de 2023, num caso que ainda está em curso.

Na sua conferência de imprensa, as organizações não-governamentais (ONG) locais afirmaram que os líderes israelitas são os principais responsáveis pelo que está a acontecer, mas também acusaram a comunidade internacional de não fazer o suficiente para impedir a guerra.

Quase 60.000 palestinianos morreram e dezenas de milhares ficaram feridos durante a ofensiva israelita contra Gaza, que se seguiu aos ataques do grupo islamita Hamas, a 07 de outubro de 2023, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

Os ataques desse dia causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de pessoas foram feitas reféns.

A retaliação de Israel incluiu a imposição de um bloqueio de bens essenciais a Gaza, como alimentos, água potável, medicação e combustível.

Apesar de ter recentemente permitido a distribuição de ajuda humanitária, a assistência é dada apenas por uma entidade controlada por Telavive, apoiada pelos Estados Unidos, e em locais específicos.

Essa distribuição é considerada por várias ONG e pela ONU como insuficiente e tem sido marcada por episódios de desespero, caos e de violência por parte das forças israelitas. Mais de mil pessoas foram mortas e vários outros milhares sofreram ferimentos enquanto tentavam obter comida.ANG/Lusa

  

Literatura / “A literatura guineense precisa deixar de ser apenas resistência para se tornar…. património nacional e eixo estratégico da educação”, diz escritora Suaila Cá.

Bissau, 28 Jul 25– A Casa das Letras e Artes Vasco Cabral  reafirma o seu compromisso com a formação cultural da juventude guineense e promete continuar a organizar novas oficinas, encontros literários e ações de incentivo à leitura e escrita em diferentes regiões do país.

A reafirmação foi feita na voz da escritora Suaila Fonseca Cá,  no fim dos trabalhos de mais uma oficina de Escrita Criativa destinada aos jovens, estudantes apreciadores de literatura, promovida no passado fim de semana, em Bissau,  pela  ONG Casa das Letras e Artes Vasco Cabral.

A escritora Suaila Cá foi quem animou os trabalhos da  oficina , no fim dos quais foram lidos textos produzidos pelos próprios participantes.

“Queremos incentivar os jovens a contarem as suas histórias com liberdade e consciência. A escrita é uma ferramenta poderosa para pensar o mundo e imaginar futuros melhores”, destacou Suaila Fonseca Cá.

Lamentou  que são poucos os livros publicados, escassas as editoras, raras as livrarias, mas que  continuam a nascer poetas, cronistas, contadores de histórias e romancistas, como se a própria terra  pedisse que não deixasse morrer a memória.

Suaila Fonseca Cá sustenta que a   literatura guineense é marcada pelo espírito da liberdade e diz que foi assim desde   desde os tempos da luta de libertação, com a poesia engajada de Vasco Cabral, de Amílcar Cabral, António Baticã Ferreira e os textos que circularam em panfletos e rádios, até aos autores contemporâneos que ousam questionar os novos silêncios e as velhas feridas.

“Escrever sempre foi um gesto político, uma forma de existir quando tudo tenta nos apagar”, disse.

Os participantes dessa oficina de Escrita Criativa de passado fim de semana, desenvolveram exercícios de escrita, leitura e partilha de textos, explorando temas como identidade, memória, justiça e sonhos. A metodologia adotada promoveu a liberdade criativa, o pensamento crítico e a construção coletiva de narrativas.

Suaila Cá disse que  ser escritor na Guiné-Bissau é também enfrentar o esquecimento, que não é apenas a ausência de estruturas, é a falta de reconhecimento, de políticas públicas de incentivo, de espaços de leitura nas escolas, de bibliotecas que façam da literatura uma presença viva no quotidiano.

Acrescentou que ainda assim, há sinais de mudança, a ser desenvolvida por ativistas culturais através de oficinas de escrita criativa, projetos culturais independentes,  organizadas por quem acredita que a leitura transforma.

“Há uma juventude que escreve, lê, declama e partilha. E isso é, sem dúvida, uma centelha de futuro”, disse.

 De acordo com a página desta ONGs na  Facebook, visitada hoje pela ANG, a oficina tem como objetivo estimular a expressão artística e valorizar a palavra escrita como instrumento de transformação social.

“Cada livro publicado na Guiné-Bissau é uma vitória. Cada leitor conquistado é uma revolução. E cada criança que aprende a amar a leitura é uma promessa de que a palavra, entre nós, continuará a resistir”, disse. 

A literatura guineense, diz Suaila, precisa deixar de ser apenas resistência para se tornar também política pública, património nacional, eixo estratégico da educação. “Porque um país sem livros é um país sem espelhos, e um povo que não se lê corre o risco de se esquecer de si mesmo”, vincou a escritora Cá

ANG/ LPG//SG

Caso Waldir Araújo/SINJOTECS exige  investigação para  responsabilização criminal dos autores da agressão ao Delegado da  RTP-África em Bissau

Bissau, 28 Jul 25 (ANG)- O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social (SINJOTECS) exigiu que seja feita uma “investigação célere e rigorosa” pelas autoridades competentes, para a  identificação  e responsabilização criminal dos autores da agressão ao jornalista e Delegado da RTP-África na Guiné-Bissau Waldir Araújo, ocorrida no dia 26 de Julho, em Bissau.


A exigência do SINJOTECS foi feita em Nota à Imprensa da organização, à que a ANG teve acesso hoje.

O Sinjotecs reagia assim ao alegado ato de agressão e roubo de que foi alvo Waldir Araújo, na rotunda da baiana em Bissau, no centro da cidade de Bissau.

De acordo com o documento, o SINJOTECS condena com veemência a alegada  agressão e considera inaceitável que, em pleno século XXI, profissionais da comunicação social continuem a ser “alvo de intimidações e violência pelo exercício legítimo na função de  informar com verdade e responsabilidade”.

“Reafirmamos a nossa total solidariedade com o colega Waldir Araújo, à RTP-África e todos os profissionais de Comunicação Social que continuam a exercer o seu trabalho com coragem e compromisso mesmo em contexto adversos”, refere a Nota.

O SINJOTECS reafirma ainda o seu compromisso com a defesa intransigente da liberdade de imprensa e  dos cidadãos à  informação livre, plural e independente.

Para a organização da classe jornalística na Guiné-Bissau, ato violento não só constitui uma grave violação dos direitos humanos, mas também representa uma ameaça direta à liberdade de imprensa no país”.

“A impunidade não pode continuar a alimentar o medo e a censura entre os jornalistas guineenses. A Comunicação Social não pode ser silenciada, a  verdade não se camufla”, refere o Comunicado de Imprensa do SINJOTECS.

De acordo com relatos, a vítima foi abordado por indivíduos ainda não identificados, que o insultaram, acusando-o  de divulgar imagens negativas da Guiné-Bissau na estação televisiva em que trabalha.

Waldir Araújo é luso-guineense, para  além de espancamento que sofreu foi-lhe retirado à força  algumas pertenças. ANG/AALS//SG

 

Desportos/ Emiliano Té é o novo treinador da seleção de Futebol da Guiné-Bissau

Bissau, 28 Jul 25(ANG) – A Federação de Futebol da Guiné-Bissau anunciou no fin de semana,  o nome do sucessor de Luís Boa Morte no camando da seleção nacional, na pessoa do  guineense Emiliano Té.


Segundo á Rádio TV Bantabá, o  anúncio foi feito pelo Vice-Presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau Rivaldo Cá,  à margem do jogo de apuramento do campeão da II Liga da época 2024/25, vencido pelo Massaf FC Cacine.

“É bom que fique claro, Emiliano Té, será o selecionador nacional interino e  Terá como Adjunto Anaxímenes e vai trabalhar com o preparador físico, o mister Luís António Mango  vulgo Dutur”, afirmou Rivaldo Cá  ao ser questionado pelos jornalistas no estádio Lino Coreia sobre  a não nomeação do novo selecionador, dois meses após a saída de Luís Boa Morte.

“Naturalmente, temos que trabalhar com os quadros nacionais. Optamos por um técnico nacional e quase toda a estrutura será nacional”, reforçou o dirigente.

Na mesma ocasião, o vice-presidente do órgão  gestor do futebol nacional anunciou que brevemente será divulgada a lista oficial e completa de todos os elementos que vão integrar à nova equipa técnica liderada pelo antigo selecionador da seleção local.

“Desta vez, vamos fazê-la com a máxima organização onde será conhecida uma lista das pessoas que acompanham a seleção e voltam para evitar  interferências constantes”, garantiu Cà , em alusão à última exigência dos jogadores.

Emiliano Té, foi por vários anos  adjunto selecionador de Baciro Candé no comando técnico dos Djurtus tendo participado na qualificação da Guiné-Bissau para as  fases finais do (CAN Camarões e Côte d'Ivoire), como adjunto de Baciro Candé.

A Federação de Futebol da Guiné-Bissau, tinha emitido um comunicado na sua página oficial para negar informações avançadas pela imprensa desportiva guineense, segundo as quais,  Emiliano Té seria o próximo selecionador de futebol da Guiné-Bissau.ANG/JD//SG

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Ambiente/Tribunal Internacional de Justiça abre caminho para "reparações" face à inação climática

Bissau, 25 Jul 25 (ANG) - O Tribunal Internacional de Justiça emitiu nesta quarta-feira um parecer considerado "histórico" sobre a necessidade de todos os países, especialmente os mais industrializados, adoptarem medidas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

Solicitado após uma campanha lançada em 2019 por estudantes das ilhas Vanuatu, no oceano Pacífico Sul, directamente ameaçadas mudanças climáticas, o Tribunal Internacional de Justiça estabeleceu que a ausência de medidas contra o aquecimento global é um "acto ilícito" e que abre o direito a compensações para os países lesados.

Para além de constituir um alerta sobre a urgência climática, a decisão de Tribunal Internacional de Justiça consagra o "direito a um ambiente limpo" como sendo um "Direito Humano".

Apesar de este parecer não ser vinculativo, ele não deixa de suscitar reacções pelo mundo fora, nomeadamente e em primeiro lugar por parte do Vanuatu cujo titular do pelouro do ambiente, Ralph Regenvanu, garantiu que "utilisaria evidentemente estes argumentos nas discussões com os países que emitem mais" gases com efeito de estufa.

Igualmente satisfeito, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, considerou ontem que "se trata de uma vitória para o nosso planeta, para a justiça climática e para a capacidade de os jovens fazerem mudar os acontecimentos".

A França que em 2015 envidou esforços para que se assinasse o chamado "Acordo de Paris" estabelecendo objectivos concretos neste aspecto, mas que internamente tem sido alvo de críticas de militantes ambientalistas pela falta de medidas a favor da protecção da natureza, também aplaudiu a decisão do Tribunal Internacional, falando em "decisão histórica" e em "vitória para o clima".

No mesmo sentido, a China, país considerado como sendo um dos principais poluidores a nível mundial, também saudou este parecer "positivo" e garantiu que "não iria diminuir os seus esforços no sentido de responder activamente às mudanças climáticas".

Para Erica Tavares, bióloga e coordenadora na organização ambientalista angolana EcoAngola, considera que esta decisão é importante porque vai "proteger principalmente as pessoas".

"Nós já sabemos que há aqui uma desigualdade na forma como as alterações climáticas impactam os diversos países, as pessoas. E, portanto, nós cada vez mais aceitarmos que as alterações climáticas são uma realidade e que nós precisamos de criar mecanismos para tentarmos, não vamos dizer, equalizar, mas tentarmos compensar o impacto que alguns países mais industrializados têm sobre os países com mais ou mais impactados pelas alterações climáticas tem. É muito importante porque nós vamos estar a proteger principalmente as pessoas", considera a bióloga.

"Temos, infelizmente, muitos países a nível global que já são impactados pelas alterações climáticas de forma extrema. Temos muitos migrantes climáticos também ao redor do mundo e Angola também não é diferente. Nós, olhando para o sul de Angola, temos aqui muitas secas a acontecerem e, portanto, nós aceitarmos que isto é uma realidade e começarmos a criar mecanismos de compensação, definitivamente podemos, quem sabe, criar uma realidade diferente", diz a activista ambiental.

"Já existem alguns mecanismos que têm sido difíceis de serem executados. Há aqui um todo o processo de aprendizado, tanto por parte dos governos, da sociedade civil, da academia, para nós começarmos a aceitar e a incorporar soluções mais realistas para a realidade que vivemos hoje e também para os próximos anos", remata Erica Tavares.

Refira-se que esta decisão que gerava muitas expectativas entre os defensores do meio ambiente, é a primeira alguma vez emitida por um órgão desta importância que esclarece as obrigações de cada país em matéria de luta contra o aquecimento global independentemente de terem ou não assinado tratados ambientais, como por exemplo o "Acordo de Paris".

Com efeito, o Tribunal Internacional de Justiça diz que o incumprimento de qualquer obrigação climática por parte de um Estado constitui "um acto internacionalmente ilícito que implica a sua responsabilidade" e que, neste sentido, podem ser exigidas "garantias e promessas de não-repetição", bem como a "reparação total ao Estado afectado, sob a forma de restituição, indemnização ou satisfação", que será estudada "caso a caso", dependendo das circunstâncias de cada situação.ANG/RFI

 

Tailândia/Homem morre após um mês a alimentar-se apenas com cerveja

 Bissau, 25 Jul 25 (ANG) - Um homem da Tailândia morreu depois de ter passado o último mês a alimentar-se só à base de cerveja.

Thaweesak Namwongsa, de 44 anos, foi encontrado sem vida pelo seu filho, de 16 anos. O jovem encontrou o pai a sofrer um ataque epiléptico na cama, quando alertou as autoridades de emergência médica.

Segundo reporta o 20 minutos, só dentro do quarto do homem, existiam 100 garrafas de cerveja vazias, que estavam cuidadosamente organizadas à volta da cama.

Refere a mesma publicação que apesar de o filho cozinhar para o pai, este decidira deixar de comer há alguns meses e apenas bebia líquidos. Na origem desta decisão, estaria o facto de se ter divorciado há pouco tempo. 

Quando a equipa de salvamento da Fundação Siam Rayong chegou para ajudar o homem, este já estava morto.

O 20 minutos lembra que embora a cerveja seja rica em calorias, carece de nutrientes e, por conseguinte, não pode ser utilizada como substituto de uma alimentação saudável. 

Uma dieta saudável tem de incluir todos os tipos de alimentos dado que cada tipo de alimento fornece um elemento essencial para o funcionamento do corpo humano. Por conseguinte, a falta de uma vitamina pode ser um golpe grave, e a falta total pode levar à morte. ANG/Lusa

 China/Governo reafirma apoio à solução de dois Estados palestinianos

Bissau, 25 Jul 25 (ANG) -  O Governo chinês defendeu hoje que a "única opção realista" para resolver o conflito entre Israel e Palestina é a solução de dois Estados e manifestou apoio à reunião de alto nível que terá lugar na próxima semana nas Nações Unidas.

"O assunto palestiniano está no núcleo da questão do Médio Oriente. A solução de dois Estados continua a ser a única via realista para resolver o conflito", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, em conferência de imprensa.

Guo reagia ao anúncio do Presidente francês, Emmanuel Macron, de que França reconhecerá formalmente o Estado palestiniano em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU.

A China "apoia a realização da reunião de alto nível na ONU sobre a aplicação da solução de dois Estados" e continuará a trabalhar com a comunidade internacional "para pôr fim ao conflito em Gaza, aliviar a crise humanitária e avançar para a implementação do enquadramento de dois Estados", acrescentou.

O porta-voz reiterou que Pequim defende uma solução "abrangente, justa e duradoura" para a questão palestiniana.

O anúncio de Macron gerou reações divergentes: Israel condenou a decisão por considerar que "recompensa o terrorismo", enquanto os Estados Unidos a classificaram como "irresponsável" e prejudicial para a paz.

Já o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, saudou a decisão francesa, afirmando que reforça o reconhecimento europeu da Palestina, e o grupo islamita Hamas considerou a medida "positiva e na direção correta".

A China tem mantido historicamente uma posição favorável ao reconhecimento do Estado palestiniano e defende uma solução diplomática que garanta os direitos de ambas as partes. ANG/RFI

Reino Unido/Londres e Berlim recusam para já reconhecer Palestina como Estado

Bissau, 25 Jul 25 (ANG) - O Reino Unido e a Alemanha afirmaram hoje ser cedo para reconhecer o Estado da Palestina, com Londres a considerar que só "depois de resolvida a crise humanitária" e Berlim a excluir essa possibilidade "no curto prazo". 

Um dia depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter anunciado que a França irá reconhecer o Estado da Palestina, o que formalizará na Assembleia Geral da ONU, em setembro, Londres sustenta que ainda estão por reunir as condições necessárias e que a prioridade é solucionar a grave crise humanitária na Faixa de Gaza.

O secretário de Estado britânico, Peter Kyle, afirmou que, embora o reconhecimento do Estado palestiniano "seja um compromisso claro" do Governo do Reino Unido, neste momento "o essencial é concentrar esforços na emergência" humanitária que assola a Faixa de Gaza, onde a fome se agrava a cada dia.

"Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance, para criar as condições para negociar os objetivos de um Estado palestiniano duradouro e a segurança de que necessita", afirmou, num momento em que cresce a pressão sobre o primeiro-ministro Keir Starmer para que siga os passos da França ou, como já fizeram em maio de 2024, a Espanha, a Irlanda e a Noruega.

Starmer tem agendada para hoje uma conversa telefónica com Macron e com o chanceler alemão, Friedrich Merz, para abordar a grave crise humanitária na Faixa de Gaza e tentar desbloquear uma ajuda humanitária que está a ser gerida por Israel sob fortes críticas de organizações internacionais.

Também hoje, 125 deputados conservadores e trabalhistas pediram a Starmer que deixe de adiar a decisão e que reconheça o Estado da Palestina, considerando tratar-se de uma declaração "particularmente significativa" dado "o papel histórico do Reino Unido como autor da Declaração Balfour e antiga Potência Mandatária na Palestina".

"Desde 1980, temos apoiado a solução dos dois Estados. O reconhecimento daria consistência a essa posição e corresponderia à responsabilidade histórica que temos para com o povo sob esse Mandato", refere a carta, apresentada pela presidente da Comissão Parlamentar para o Desenvolvimento Internacional, Sarah Champion.

Em Berlim, o Governo alemão afirmou que "não considera reconhecer um Estado palestiniano a curto prazo".

"[A Alemanha] continua a considerar o reconhecimento de um Estado palestiniano como um dos passos finais para a solução de dois Estados", afirmou o governo alemão num comunicado, reiterando que a segurança de Israel "é de suma importância" para Berlim.

O Presidente e o primeiro ministro de Israel, respetivamente Isaac Herzog e Benjamin Netanyahu, criticaram já a decisão de Macron, considerando que "não promoverá a paz no Médio Oriente, a derrotar a ameaça do terrorismo a trazer os reféns israelitas em poder o Hamas.

Netanyahu, por seu lado, defendeu que um Estado palestiniano nestas condições "seria uma plataforma de lançamento para a aniquilação de Israel, não para viver em paz ao lado dele", sublinhando que a decisão de Macron "recompensa o terror e corre o risco de criar mais um satélite iraniano, tal como Gaza se tornou".

O líder da oposição israelita, Yair Lapid, também expressou indignação nas redes sociais: "Os palestinianos não devem ser recompensados pelos ataques de 07 de outubro [de 2023], nem pelo seu apoio ao Hamas. Um governo em funcionamento, mesmo com trabalho diplomático básico, poderia ter evitado este anúncio prejudicial".

No total, 148 Estados já reconhecem a Palestina, três quartos dos membros da ONU. Os Estados Unidos e Israel opõem-se a este plano.

 

França vai reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, em setembro, anunciou hoje o presidente Emmanuel Macron. ANG/RFI

 

          Israel/Governo volta a autorizar lançamentos aéreos de ajuda em Gaza

Bissau, 25 Jul 25 (ANG) - O Exército israelita afirmou hoje que irá autorizar, nas próximas horas, o restabelecimento dos lançamentos aéreos de ajuda sobre a Faixa de Gaza, prática que gerou, no passado, fortes críticas por parte de organizações humanitárias.

Trata-se de uma forma de fornecimento que só tinha sido utilizada uma vez desde o início da guerra e que as organizações humanitárias tinham encarado com fortes críticas, ao denunciarem vários riscos para a população do enclave palestiniano, que pode morrer esmagada pelas cargas lançadas por via aérea ou pela multidão desesperada que se junta nas zonas de aterragem.

Num comunicado, a administração israelita nos territórios palestinianos ocupados, designada como COGAT, confirmou que vai autorizar em breve a retoma destes lançamentos por parte da Jordânia e dos Emirados Árabes Unidos, em coordenação com o Exército de Israel. 

Fontes militares israelitas indicaram ao jornal Times Of Israel, que a primeira operação poderá acontecer já hoje.

Os países árabes já tinham realizado vários lançamentos aéreos de ajuda no início do ano passado, alegando que a crise humanitária atingira um ponto insustentável no enclave, como voltou a acontecer nos últimos dias.

Várias organizações não-governamentais (ONG) e fontes médicas da Faixa de Gaza denunciaram, no início de março, que pelo menos cinco palestinianos tinham morrido esmagados por estas cargas, devido a uma falha nos paraquedas acoplados aos envios.

Organizações como a Save the Children advertiram, nesse mesmo mês, que este tipo de entrega "não constitui uma solução" para as centenas de milhares de palestinianos encurralados e que apenas um cessar-fogo imediato entre Israel e o Hamas poderia salvar vidas.

"Estes métodos alternativos de entrega de ajuda são caros, ineficazes e desviam a atenção da solução crucial para salvar a vida de crianças, mulheres e famílias em Gaza", afirmou na altura a Save the Children.

Para esta organização, além do um cessar-fogo imediato e definitivo, a solução passa também por um acesso "seguro e sem restrições" da ajuda humanitária por "todos os pontos de passagem e no interior" da Faixa de Gaza.

Num novo balanço do conflito, divulgado na quinta-feira, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo extremista Hamas, informou que registou 59.587 mortos e 143.498 feridos.

Nessa contagem incluem-se pelo menos 115 mortos por fome ou desnutrição desde o início da ofensiva israelita, em outubro de 2023.

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

A retaliação de Israel, que também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária, provocou igualmente a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.ANG/RFI

Saúde Pública/PNUD reforça  capacidades  do INASA com  disponibilização de 28 computadores para a melhoria do sistema de informação Sanitária

Bissau, 25 Jul 25 (ANG) – O Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), reforçou, quinta-feira, as capacidades  do Instituto Nacional de Saúde Pública (INASA), com a disponibilização de 28 computadores, anunciou a organização na sua página na Facebook.

“Mais do que equipamentos entregamos hoje uma ferramenta de transformação e continuaremos a trabalhar, lado a lado, com o INASA, porque acreditamos que a saúde pública só se constrói com as decisões baseadas em evidências, e isso começa com dados de qualidade”, lê-se na comunicação do PNUD.

A mesma página acrescenta que, graças ao apoio financeiro do “Global Fund”, o PNUD conseguiu essa verba que serviu para financiar a compra dos equipamentos doados ao INASA. ANG/LLA//SG.

 

Regiões/  Equipa de Pundai vence Petchimã por 3-1 e defronta na  final  sábado a formação de Balolléj

Canchungo, 25 Jul 25 (ANG) – Futebol Club de Pundai venceu  Petchimã por 3-1 , no último jogo das meias finais do torneio de futebol organizado pela   Direção do FC   de Canchungo para angariação do fundos para o clube.

Segundo o Correspondente  da ANG na Região, no final do jogo e em declarações à Imprensa,  o treinador de Pundai, Midana Infanda afirmou que  ganharam o jogo por mérito próprio, devido ao  trabalho árduo de preparação à que os jogadores foram submetidos, e disse  que vai  conquistar o torneio, no próximo Sábado, 26 de Julho de 2025.

Por sua vez, o treinador de Petchimã, Paulo Vicente Gomes reconheceu a derrota e parabenizou  a equipa de Pundai.

A  final deste Torneio de Futebol será disputada entre as equipas de Pundai e Baloléj no sábado, em Canchungo. ANG/AG/JD//SG

Cooperação/Ministério de Energia e Empresa STED internacional assinam contrato para  fornecimento de energia elétrica à 14  localidades do país

Bissau, 25 Jul 25 (ANG)- O Ministério de Energia e a Empresa STED internacional da Tunísia assinaram , quinta-feira, em Bissau ,um contrato para fornecimento de energia elétrica à 14 localidades do interior do país.

Segundo o Diretor-geral da Energia, Carlos Alberto Handem a primeira dos três lotes de localidades beneficiárias contempla Mansoa, Bissorã e Mansabá, o segundo: Bafatá, Bambadinca, Gabu, Jabicunda, Cuntuboel, Tantan Cossé, Braima Sori e Mafanco, e o terceiro:Saltinho, Quebo e Buba.

 “Cada uma destas localidades representa um conjunto de sonhos, esperanças e potencialidades que, com o investimento de cerca de 10 mil milhões de Francos CFA, se vêem mais perto de concretização”, disse Handem.

Acrescentou  que  os trabalhos vão iniciar assim que conseguissem  desbloquear os fundos, e que perspetivam acabar o trabalho do primeiro e segundo lotes no prazo de um ano, podendo a  sugunda lote  durar 18 meses uma vez que  tem mais localidades.

Carlos Alberto sublinhou que o contrato com a empresa tunisina STEC Internacional  simboliza um comprimisso mais justo, mais conetado e mais sustentável .

“Sabemos dos inúmeros desafios que ainda temos pela frente, mas também sabemos que é com os passos firmes e bem planejados que podemos construir o futuro desejado para todos. Por isso, reafirmo que continuaremos trabalhar no sentido de garantir que os cidadãos tenham acesso à energia eletrica de forma contínua, segura e estável, independentimente da sua região ou condição social”, garantiu Handen.

Desejou que esta cooperação seja marcada por profissionalismo qualidade e cumprimento de prazos, uma vez que  o povo guineense merece e espera por isso.

Por sua vez, representante  da Empresa STEC Internacional. Hajj Lamin Mohamed Tarawaly explicou que têm a missão de instalar a Rede de Baixa Tensão em várias localidades da Guiné-Bissau, por isso, vão demonstrar as suas  expriências e competências para que tudo possa correr bem.

 “Agradeço a confiança do Governo de trabalhar com a nossa empresa, garanto que tudo faremos para alcançaar o sucesso neste processo. Já trabalhamos em vários países africanos e conseguimos atingir os objetivos esperados”, garantiu aquele respresentante.

O Projeto de fornecimento de energia elétrica à 14 localidades do país  é financiado pelo Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD) no valor de aproximadamente 10 mil milhões de Francos CFA. ANG/AALS//SG

Politica/  FAGACE  anuncia para próxima semana novo seminário sobre luta contra branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo

Bissau, 25 Jul 25 (ANG) – O Chefe da Divisão do Instituto do Fundo Africano de Garantia e de Cooperação Económica no país (FAGACE) anunciou para próxima semana,(28 e 29) a realização do segundo seminário sobre a Luta Contra Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo, no país.

O anunciou, segundo um áudio da “Voz do Povo”, foi feito por Lássana Fadia, no encerramento do seminário promovido pelo Governo, em parceria com o Fundo Africano de Garantia e  Cooperação Económica (FAGACE)  e o Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (BADEA), sobre a montagem de projetos de investimentos,  planos de negócios e procura de financiamentos, destinado à quadros da administração pública,  setor privado e  organizações de desenvolvimento.

Lássana Fadia fez um balanço positivo de dois dias de trabalho,e sustenta que as  pessoas interagiram  e diz  esperar que os participantes apliquem na prática  os conhecimentos adquiridos.

Os participantes foram unâmimes na afirmação de que  sairam   mais capacitados em termos de técnicas de elaboração  de projetos,  planos de negócios e procura de financiamento junto de bancos.

Nemésio Pereira,  um deles, disse que está satisfeito por ter aprendido as técnicas de eleboração de planos de negócios e montagem de dossiês para ter  acesso ao crédito bancário.

“As técnicas de montagem de planos de negócios são  instrumentos importantes, porque qualquer organização precisa de ter conhecimento sobre como preparar um  dossiê financeiro para  ter acesso ao financiamento bancário”, disse.

Aguide Gomes Sá, outro participante do seminário,  agrdeceu as  instituições que promoveram a formação, e destaca os ensinamentos recebidos sobre as técnicas de elaboração de  projetos  para ter acesso ao crédito  bancário.

 “Mostraram-nos os mecanismos que existem ao nivel da sub- região, aos quais  as empresas podem recorrer para obter créditos para desenvolver e dinamizar as suas actividades”, disse  Patrick Joane , outro participante do seminário. ANG/LPG//SG

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Ambiente/Jovens de Flefé indignados com a empresa que fabrica cimentos

Bissau, 24 Jul 25 (ANG) – A Associação dos Jovens do Bairro de Flefé (AJBF), manifestou quarta-feira, a sua indignação com a empresa que fabrica cimentos, CIMAF, devido ao incumprimento,  por parte desta de acordos previamente estabelecidos com a comunidade de Flefé.

Em entrevista exclusiva ao portal (CAP GB) à que Agência de Notícias da Guiné (ANG) teve acesso, o Secretário-geral da AJBF, Vanilson Pires Có, conta que, antes da construção da  fábrica , elementos da associação apresentou a direção da fábrica as suas preocupações sobre as consequências para saúde humana  do funcionamento da infraestrutura.

.“Nesse encontro, chegamos a um acordo com os donos da fábrica, e o  responsável prometeu  construir um Centro de Saúde , em benefício da  comunidade local, para permitir que, qualquer morador afetado com efeitos de poluição da poeira ou fumo que sai da fábrica seja atendido localmente”, disse Pires Có.

Acrescentou  que a construção de uma escola para as crianças,de um  campo de futebol e emprego na própria fábrica, para alguns  juvens do bairro, são outros pontos constantes no acordo.

Segundo Có, nenhuma dessas promessas, até ao momento, foram cumpridas, pelos responsáveis da CIMAF.

Vanilson Pires Có recordou ainda que, nesse encontro, esteve presente, o pessoal do Ministério do Ambiente e assim como o Imame do Bairro de Flefé, como testemunhas.

“Apesar de todo esse incumprimento, até ao momento, estamos a agilizar os mecanismos com os responsáveis  da fábrica, para a construção de, pelo menos, um Centro de Saúde,  no nosso bairro, em benefício da  comunidade”, disse Pires Có.

Nesta entrevista ao CAP GB, que faz publicação on line, Pinto Có fez denúncia de  aumento da delinquência juvenil na  comunidade  de Flefé, situação que diz preocupar os moradores , razão pela qual pede  ao Governo, através do Ministério do Interior e da Ordem Pública, a construção de uma esquadra policial naquele bairro, para  combater a delinquência juvenil.

“Há dez anos, o bairro de Flefé era circulável com segurança. Apesar de não possuir na altura o numero de moradores que tem hoje, as pessoas circulavam em segurança, sem ameaças nem agressões ou perseguição . Agora, essas más práticas já são  uma realidade no nosso bairro”, lamentou,acrescentando que já houve casos em que as vítimas perderam a vida.

 Vanilson Pires Có diz que tudo isso acontece no bairro devido à falta de patrulhamento das forças da Ordem, e também devido a falta de acompanhamento dos jovens pelos seus pais ou encarregado de educação. ANG/LLA//SG